Você gostaria de uma bebida? (2)

Zenard reportou os detalhes da festa a Carlisle. Carlisle, sentado em silêncio no seu escritório enquanto ele ouvia ele deu um sorriso de arrependimento.

 “Eu pensei que o plano seria um sucesso considerando o quão cuidadoso era o seu planejamento, no entanto a Imperatriz conseguiu escapar novamente.”

 “Quando eu ouvi a notícia de que a empregada Asabe tinha sido executada, eu pensei que era verdadeiramente um trabalho da Imperatriz.”

 “É assim que ela costuma operar.”

Apesar do cuidado tomado no plano de Elena, Carlisle não ficou surpreso com o resultado. Se Ophelia fosse uma adversária fácil, ele já a teria derrotado.

 “Você encontrou alguma evidência de que a Imperatriz ordenou o colapso da Ponte das Flores?”

 “Estamos trabalhando com a família Casey que construiu a ponte, e talvez tenhamos notícias num futuro próximo.”

Carlisle ainda estava insatisfeito.

 “Quais são os componentes da droga encontrada na festa do Redfield?”

 “Vou descobrir com precisão e vou mantê-lo informado. Sabemos que é uma droga, mas é difícil descobrir os componentes da mistura.”

 “Eles estão fora da batalha, mas agem como se estivessem fora da guerra? Diga a eles para se moverem mais rapidamente antes de os mandar de volta.”

Embora Carlisle não quisesse, Zenard sabia que não era inteiramente mentira.

 “Assim que descobrirmos tudo, a Imperatriz não poderá mais escapar tão facilmente.”

Carlisle não tomou isso como palavras de consolo e riu amargamente.

 “Eu preciso me tornar imperador logo.”

 “A pressa é a inimiga da perfeição, Vossa Alteza.”

O ditado comum era válido na situação de Carlisle.

 “Imagine a si próprio na minha posição.”

 “Há algo de errado?”

Carlisle respondeu. Zenard pensava que estava atento à relação de Elena e Carlisle, mas isso não era verdade. Carlisle nunca revelou a ninguém que estava num contrato de casamento com Elena, e com a sua mulher por perto todas as noites, ninguém sabia o quanto Carlisle sofria diante da tentação.

 “Bem. Não é algo que eu possa explicar em palavras. E…”

Carlisle lembrou-se do rosto cada vez mais frágil de Sullivan. Ele não lhe chamaria necessariamente um bom pai, mas também não podia ignorar completamente a saúde de Sullivan.

Quando Carlisle falou, seu tom era baixo.

 “… Eu deveria assumir o trono antes dele morrer.”

Como a saúde de Sullivan se deteriorava a cada dia, Carlisle sabia que não tinha muito tempo com o seu pai. Ele queria conceder o desejo de Sullivan. Carlisle estava ansioso para provar que podia ser imperador, mesmo com o seu sangue amaldiçoado.

Zenard estudou o rosto do príncipe, e quando ele falou foi com mais cautela do que antes.

 “… Vou informá-lo o mais rápido possível.”

Carlisle levantou-se do seu assento com um ligeiro aceno de cabeça. Já era muito tarde, ele voltou para o quarto onde Elena estava à espera.

Quando Carlisle estava prestes a sair do seu escritório, veio-lhe à mente outro pensamento, e ele voltou para Zenard.

 “Ah, fui contatado por Kuhn, e ele disse que precisa deixar a mansão Blaise.”

 “Oh, sim.”

Um olhar de desgosto surgiu no rosto de Zenard ao mencionar o nome de Kuhn. Apenas Carlisle conhecia a relação difícil dos dois.

 “Nós mesmos vamos encontrar o rato que se infiltrou na mansão Blaise, por isso diga a Kuhn que ele pode tirar algum tempo de folga lá. Como ele prometeu manter a minha cunhada a salvo, ele deveria ficar lá até que ela pelo menos parta para o sul.”

 “Sim, eu vou informá-lo.”

Embora os dois subordinados pudessem ser rivais, não eram do tipo de deixar que os seus sentimentos pessoais interferissem no trabalho. Quando Carlisle terminou de falar, ele partiu

– Kkiiieu.

Carlisle ficou intrigado quando sentiu o cheiro aromático do vinho assim que abriu a porta do quarto. Ninguém a não ser Elena poderia entrar neste quarto a esta hora da noite, e por isso ele não entendeu porque é que este cheiro estava ali.

Carlisle avistou Elena sentada no terraço ao ar livre, tomando cuidadosamente uma bebida. Ao seu lado encontravam-se várias garrafas vazias.

 ‘Eu pensava que ela odiava álcool.’

Ela recusou o álcool na sua primeira noite juntos, e ele também não a tinha visto beber muito durante o tempo que estão juntos. Carlisle aproximou-se da mesa com curiosidade, e Elena virou a cabeça quando ouviu os seus passos se aproximando. Ela já tinha bebido bastante, e o seu rosto estava ruborizado.

 “O que você está fazendo sozinha?”

 “Eu estava bebendo- hic- sozinha.”

As palavras arrastadas dela revelaram que ela estava mais embriagada do que ele pensava.

 “Você deveria ter me chamado se você precisava de alguém para beber.”

 “Agora não é tarde demais. Vem aqui comigo…”

Elena continuou, acenando com o copo na mão.

 “Você gostaria de uma bebida?”

Tradução: Nevasca

Revisão: Sa-chan

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