Capítulo 173 - A Pessoa que Escolhemos (2)

A Pessoa que Escolhemos (2)

Kuhn enviou a Carlisle uma mensagem pedindo ajuda para deixar a mansão de Blaise, e uma resposta logo retornou.

– Amassa.

Kuhn amassou a carta na mão.

[Príncipe Carlisle considera que você está de férias e ordena que você fique com Lady Mirabelle até que ela retorne ao sul. – Zenard]

Kuhn e Zenard evitavam ver os rostos um do outro quando podiam. Não foi diferente desta vez, mas o que estava escrito na carta ainda frustrava Kuhn.

 ‘… Férias.’

Kuhn nunca fez uma pausa desde que se juntou a Carlisle, exceto quando foi forçado a descansar por causa de ferimentos. Era assim que Kuhn queria. Ele não sabia como passar o tempo sem uma missão e se sentia inútil quando estava sentado parado.

 ‘General, por quê…?’

Até agora, Carlisle conhecia a ética de Kuhn e possibilitou que ele voltasse ao trabalho rapidamente. Para ele, um campo de batalha sangrento era a única coisa que o fazia se sentir vivo.

Kuhn se lembrou de algo que Carlisle havia dito a ele depois que ele escapou do palácio da Imperatriz.

 ‘Force-se a descansar às vezes. Não se sobrecarregue até a morte.’

Naquela época, Kuhn pensou que era apenas uma observação casual nascida da preocupação. Mas era verdade? Desta vez, Kuhn sentiu-se impelido para um ambiente em que precisava descansar, querendo ou não.

Kuhn olhou ao redor do quarto vazio, franzindo a testa. Batori partiu para o Palácio Imperial, e seu aposento compartilhado agora estavam mais silencioso.

Esse silêncio opressivo… Kuhn o odiava. Se ele não tivesse a chance de mover seu corpo, ele estava praticamente morto.

 ‘Que diabos se deve fazer em um lugar como este?’

Ele poderia desaparecer como uma sombra da mansão Blaise, mas agora ele estava comprometido com sua promessa com Elena e ordens de Carlisle.

Uma dor de cabeça pulsou na cabeça de Kuhn, e ele agarrou sua testa com uma mão.

 ‘Seu desgraçado inútil! Vá e morra!’

De alguma forma, velhas memórias vieram à tona em sua mente. Embora o evento tenha ocorrido há muito tempo, a voz soou clara em seus ouvidos. Seu coração se apertou.

Foi quando.

É isso.

Houve o som de passos suaves e, em seguida, algumas batidas na porta. Não eram muitos os que batiam com cuidado ao visitar um servo. Kuhn olhou para a entrada e uma voz clara e familiar falou.

 “Kuhn, você está aí?”

Era Mirabelle. Ela o sobrecarregava com bondade antes, e agora ela estava falando com Kuhn, que estava tentando evitar o olhar dos outros.

Kuhn ainda não entendia. Por que ela foi tão longe para cuidar dele?

 ‘Quando isso começou?’

Foi quando ele salvou Mirabelle? Ou foi quando Mirabelle o salvou e ajudou quando estava ferido no palácio? Em retrospecto, todas as suas reuniões ocorreram em circunstâncias inesperadas. Foi a primeira vez em sua vida que tantos acidentes coincidiram. Fosse ou não destino, Kuhn nunca havia experimentado tal coisa antes.

Depois de um momento, a porta rangeu ruidosamente ao se abrir. Mirabelle parecia radiante como sempre. Kuhn não percebeu, mas as lembranças desagradáveis ​​que vieram à sua mente foram desaparecendo rapidamente de sua cabeça.

 “Oh? Achei que você não estava aqui porque não respondeu.”

Normalmente, alguém teria gritado com Kuhn por não responder, mas Mirabelle não o tratou de maneira diferente, apesar de seu status.

 “Eu não ouvi você chamar porque eu estava pensando em outra coisa, mocinha.”

Apesar da mentira óbvia, Mirabelle acreditou em suas palavras sem duvidar. Mentir assim era novo e um pouco desconfortável, especialmente quando ele mentia tão facilmente e ela confiava nele tão plenamente.

Mirabelle olhou para Kuhn com um olhar caloroso e perguntou-lhe inocentemente:

 “Você gostaria de ir ao piquenique que eu te falei?”

A pergunta dela dava a implicação de que ele poderia rejeitar sua oferta. Mas poderia um servo da mansão Blaise recusar?

Kuhn deu a si mesmo um sorriso zombeteiro. Não importa que ele tenha trabalhado com Carlisle, memórias de seu passado escravo sempre o assombraram. Ele não conseguia esquecer sua posição mesmo quando estava disfarçado de servo. Kuhn, que vivia como escravo desde criança, sabia melhor do que ninguém.

Ele descartou a oferta de escolha de Mirabelle e escolheu a resposta que achava que já havia sido decidida.

 “Sim, jovem senhorita.”

Tradução: Sa-chan

Revisão: BI4X

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