Capítulo 7: William Von Ainsworth

“O que está demorando tanto?” Um elfo que parecia estar na casa dos trinta anos andava de um lado para o outro do lado de fora da sala. Como todos os elfos, ele era muito bonito. No entanto, aquele rosto atraente estava marcado pela ansiedade.

“Dar à luz leva tempo,” respondeu uma bela elfa. “Pare de andar pra lá e pra cá, você está me deixando nervosa também.”

“Estou preocupado com nossa filha,” respondeu o elfo bonito. “E-e se algo acontecer a ela e à criança? O que devemos fazer, Aerin?”

“Nada vai acontecer, Theoden,” Aerin olhou para o marido com irritação. “Se controle, está bem? Apenas olhe para Morgan. Viu? Ele está bem calmo.”

Theoden lançou um olhar para o homem ruivo que estava encostado na parede no canto da sala. Ele tinha os braços cruzados sobre o peito e estava parado como uma estátua. Seus olhos estavam fechados e pareciam estar descansando.

O elfo bonito finalmente se acalmou e sentou-se ao lado de sua esposa. Ambos os elfos seguraram as mãos um do outro e oraram a seus deuses para que sua filha e o bebê ficassem a salvo de qualquer perigo.

Dentro da sala de parto…

“Minha senhora, posso ver a cabeça do bebê,” disse a parteira com empolgação. “Só mais um pouco. Apenas mais um empurrão!”

A bela dama deitada na cama deu um grunhido gutural enquanto obedecia ao apelo da parteira. Seu longo cabelo loiro grudava em sua pele, e seus olhos verdes esmeralda estavam tingidos de fadiga. Ela estava em trabalho de parto há mais de dezoito horas e já se sentia muito fraca. Somente sua determinação inabalável de ver seu filho mantinha sua sanidade sob controle.

Após muito sofrimento, o bebê finalmente veio ao mundo. A parteira segurou o recém-nascido em suas mãos. Ela verificou o sexo e estava prestes a parabenizar sua senhora por ter dado à luz um menino quando percebeu que algo estava errado.

Depois de pensar muito, a parteira percebeu que o bebê não havia chorado ao nascer. Uma expressão de preocupação surgiu em seu rosto enquanto ela usava magia para limpar o corpo do bebê. Ela prestou muita atenção na respiração do bebê e em seu batimento cardíaco.

Por um breve momento, a parteira pensou que o bebê havia morrido imediatamente após o nascimento. Ela já tinha visto casos assim antes, e isso a deixou muito ansiosa. Felizmente, ela notou o peito do recém-nascido se elevar, o que era um sinal claro de que ele havia começado a respirar. No entanto, a respiração do bebê era muito lenta e forçada.

“O que há de errado?” perguntou a bela dama que acabara de dar à luz. “Aconteceu algo com meu bebê?”

Sua pergunta tirou a parteira de seu estado de atordoamento. Ela apressadamente apresentou o bebê à mãe e a parabenizou.

“Parabéns, minha senhora. É um menino,” disse a parteira. “No entanto, o bebê é muito fraco e temo que…”

A bela dama ignorou a parteira e segurou seu filho recém-nascido junto ao seu peito. Toda a exaustão que havia sentido durante o trabalho de parto foi lavada pela felicidade que sentia naquele momento.

“Você parece uma pequena lagarta,” a bela dama brincou com seu filho enquanto uma lágrima escorria pelo lado de seu rosto. Ela acariciou suavemente as bochechas do bebê e canalizou sua magia para suas mãos.

“Curar.”
“Curar.”

Depois de lançar dois feitiços consecutivos, o bebê finalmente se mexeu e começou a chorar.

Os dois elfos que aguardavam do lado de fora da sala trocaram olhares. Aerin chorou e enterrou a cabeça no abraço do marido. Embora continuasse dizendo a ele que tudo ficaria bem, ela mesma estava se sentindo ansiosa.

O homem ruivo que estava encostado na parede finalmente abriu os olhos. Ele suspirou aliviado ao olhar para o teto da sala. Seus olhos cinzentos estavam tingidos de felicidade e tristeza. Felicidade porque o filho de seu irmão havia nascido. Tristeza, porque a criança nunca conheceria o pai nesta vida.

“Minha senhora, seu filho é muito tenaz.” A parteira sorriu ao olhar para a criança. “Eu realmente pensei que ele não conseguiria.”

A bela dama beijou seu bebê e sorriu. “Você está dizendo que ele tem uma forte vontade de viver?”

“Exatamente!” A parteira acenou com a cabeça em concordância.

“Vontade…,” a bela dama murmurou. “A partir de agora, seu nome será William. William von Ainsworth.”

A bela dama olhou para seu filho com amor. “Cresça grande e forte, assim como seu pai.”

De repente, a porta se abriu e os dois elfos entraram na sala. Theoden imediatamente verificou a condição de sua filha. Seu coração doeu ao ver a exaustão no rosto da filha. No entanto, ele também podia sentir felicidade e orgulho dentro de sua bela aparência.

Aerin foi ao lado da filha e beijou suas bochechas. “Parabéns, Arwen.”

“Obrigada, mãe,” Arwen respondeu com um sorriso fraco.

Ao ver a mãe e a filha, o elfo bonito se sentiu excluído e decidiu examinar o bebê que estava aninhado nos braços da filha.

“Por que essa criança está tão quieta?” Theoden perguntou. “Os bebês humanos são tão fracos?”

“O que você está dizendo? Ele não é uma criança humana. Ele é um meio-elfo,” Aerin corrigiu o marido.

“Pai, meu bebê não é fraco.” Arwen fez bico. “Ele é forte! Se não fosse, ele não teria nascido neste mundo.”

Theoden franziu a testa, mas sabia que era melhor não discutir com sua esposa e filha. Após verificar a filha e o bebê, os dois elfos deixaram a sala para que a mãe e a criança tivessem um tempo de qualidade juntas. Afinal, elas teriam que se separar mais cedo ou mais tarde.

Arwen desabotoou seu vestido e gentilmente guiou os lábios de seu filho até seu seio. O bebê ainda tinha os olhos fechados. Claramente, ele ainda estava fraco, mas seus instintos naturais o permitiram realizar a coisa mais básica que um recém-nascido deveria fazer, que era mamar o leite da mãe.

No fundo da consciência de William, palavras começaram a se formar. No entanto, sua alma ainda estava danificada devido ao impacto de Truck-Kun antes de entrar no Ciclo de Reencarnação. Por causa disso, ele não conseguiu ver as palavras que haviam aparecido em sua “Página de Status”.