Veron abriu os olhos, isso se tivesse olhos, e levantou-se com pressa. Teve um dos piores sonhos do mundo, tinha sido morto, por todos os seus colegas, jogados em um abismo, caindo sem fundo, e batendo no final daquele inferno escuro vendo seus rostos sorridentes.

    Ele acordou surpreso, mas sua mente estava calma. Era só um sonho, pensou consigo. Só mais um sonho daqueles.

    — Oh, mais um foi invocado. — A voz veio mais distante. — Parece que esse ai nem sabe o que atingiu ele, hein.

    Novamente abrindo os olhos, mas Veron não sentia o piscar, ele moveu a cabeça para encará-los. E engoliu em seco, isso se tivesse saliva para descer sua garganta.

    Eles caminhavam sobre seus próprios ossos, esqueletos brancos, que vinham em sua direção conversando entre si. Não só aqueles dois, mas todos ao redor também. Eram dezenas, chegando até mesmo centenas de esqueletos parados, conversando, gesticulando para mapas, até mesmo para quadros.

    Aqueles dois, mais próximos, abaixaram. Usavam um tipo de tapeçaria em seus torsos, ocultando os ombros e parte do peito. E tinham o mesmo rosto, o mesmo crânio estampado em um branco polido.

    — É normal está confuso. Eu sou Amin. — O esqueleto com um pedaço de pano vermelho sobre a cintura se apresentou esticando a mão. — Eu posso explicar, mas você precisa prometer que não vai gritar.

    Veron assentiu. Ele levantou a mão, olhando para o que restou dos seus dedos. Ossos brancos, sem filete algum de carne. Ao dobrar os dedos, nenhum rangido.

    — Vou começar explicando…

    A porta de ferro foi empurrada com força, batendo contra a parede, e um Esqueleto usando armaduras cinzas e azuladas, entrou. Apenas a cabeça dele era visível, com dois chifres de cada lado, que faziam Veron lembrar um alce.

    — Comandante Pokop. — Amim virou-se para Veron rapidamente, apontando o dedo com urgência. — Sei que está confuso, mas somos seres invocados para a guerra por um Lich. É confuso e não vamos ter tempo.

    O corpo de todos os esqueletos começaram a brilhar juntos, incluindo Pokop que se manteve parado na porta todo o tempo.

    — Não fique parado e não se deixe ser acertado. Você ganhou uma segunda chance. Uma boa demais para ser jogada fora. Mesmo sendo apenas caveiras, nós somos…

    As luzes brilharam e tudo desapareceu.

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