O grupo prosseguiu escadaria abaixo, seus passos ecoando levemente pelas paredes úmidas e de pedra. Após uma longa descida em espiral, finalmente chegaram a uma vasta sala subterrânea.

    O ar ali era pesado, carregado de poeira e mistério. À frente deles, um grande espaço se abria, repleto de caixas empilhadas e objetos de diferentes formas e tamanhos, todos cobertos por panos envelhecidos.

    A iluminação fraca vinda de cristais presos às paredes mal revelava o que havia sob os tecidos.

    — Parece que chegamos! — exclamou Ajak.

    A sala tinha muitas caixas cheias de artefatos e armaduras, todos em perfeito estado. A cada passo que o grupo percorria naquela sala, eles iam percebendo que aquilo era muito maior do que imaginavam.

    — A estrutura daqui é muito grande, deve haver centenas de caixas aqui. — disse Kenji. — Como iremos encontrar esse unicórnio?

    — Se ele foi capturado, deve estar em alguma gaiola aqui embaixo. Tirem os panos que cobrem as caixas maiores, tem que estar aqui! — respondeu Ajak.

    Enquanto o grupo vasculhava o andar inferior da biblioteca em busca do unicórnio, a figura misteriosa que havia entrado minutos antes seguiu por outro caminho.

    Em vez de descer, ele subiu silenciosamente os degraus que levavam ao andar superior. Seus passos eram firmes, mas contidos, como os de alguém acostumado à vigilância.

    Ao alcançar o topo, parou por um momento, observando o ambiente à sua volta.

    Ali, entre sombras estava o segundo capanga — de braços cruzados, como se já soubesse que ele viria.

    — Senhor Ícarus! Seja bem vindo, está tudo pronto para começar. — disse o capanga.

    Ícarus era um homem alto e robusto, de pele clara, com a cabeça quase raspada e o rosto sempre bem barbeado, mantendo uma aparência limpa e intimidadora.

    Um simples colar pendia em seu pescoço, quase insignificante em comparação às inúmeras tatuagens que adornam seu corpo. A mais marcante delas era um grande olho fechado tatuado em seu peito.

    Vestia uma calça preta e botas cinzentas, dando-lhe um ar prático, mas imponente. Em seu cinto repousava uma pistola dourada, que brilhava como uma ameaça silenciosa.

    Enquanto sua mão direita estava protegida por uma manopla prateada, reforçando sua aura de poder e autoridade.

    Conhecido como Barão Ícarus, ele tinha a reputação de ser um saqueador implacável de artefatos raros.

    O que ele julgava útil, tomava para si, seja por força ou astúcia. Ícarus acumulou riquezas imensas ao roubar objetos de valor inestimável e revendê-los em leilões clandestinos.

    Agora, com o unicórnio em seu radar, ele só conseguia pensar no valor astronômico que a criatura renderia, sua ganância cegando-o para qualquer outra coisa.

    — Vasculhe o porão, parece que temos intrusos! — disse Ícarus.

    O andar superior da biblioteca revelava uma atmosfera bem distinta do restante do edifício.

    Era uma ampla sala iluminada por lamparinas mágicas presas às paredes, com longas mesas de madeira escura dispostas ao redor de um pequeno palco central, ligeiramente elevado.

    Apesar de estar dentro de uma biblioteca, o ambiente exalava sofisticação — ali era onde a elite da cidade se reunia para eventos exclusivos, embora festas fossem mais comuns do que qualquer outra coisa.

    Naquela noite, no entanto, o cenário seria inédito: pela primeira vez, ocorreria um leilão.

    Ícarus, trajando um manto escuro com detalhes dourados que realçavam sua presença imponente, caminhava entre os convidados com um sorriso contido.

    Suas palavras eram poucas, mas acompanhadas de apertos de mão e olhares calculados.

    Ao subir no palco, ele parou por um instante, escaneando a sala como se cada rosto ali presente fosse parte de um jogo que ele já sabia vencer.

    Então, com confiança, deu um leve sorriso, e o murmúrio entre os convidados cessou — o evento estava prestes a começar.

    No porão, o grupo permanecia em sua busca até ouvirem passos vindos da escada. Os répteis ficam em alerta e se escondem, como Kenji estava mais afastado continua procurando em silêncio.

    O homem finalmente chega no porão onde se depara com as caixas reviradas e abertas, ele sabia que ainda tinha alguém lá.

    — Eu sei que tem alguém aí, apareçam e vocês não irão se machucar!

    O homem começa a dar passos lentos, tentando fazer mínimo de barulho possível.

    — PAREM DE SER COVARDES E APAREÇAM DE UMA VEZ!

    Craig e Drax estavam próximos um do outro, então eles tinham um plano.

    Craig novamente anda como um legítimo jacaré de forma lenta esperando o momento certo, e sem que o rapaz percebesse ele morde a perna direita do homem o suficiente somente para causar dor e não um grande dano.

    — Merda! — ele se vira e olha para baixo percebendo a presença do jacaré. — Estranho, eu não sabia que tínhamos um jacaré aqui dentro.

    Aquela era a deixa perfeita para Drax que com sua espada em mãos corre em direção ao homem que no momento estava de costas.

    Com um rápido movimento, Drax enfia a espada em sua barriga e o ergue, deixando o homem empalado por alguns segundos naquela posição.

    Removendo a espada da barriga do homem, o corpo cai no chão e uma poça de sangue começa a se formar no local.

    — Esses dois não eram de nada, que belos capengas ele tem. — diz Drax rindo.

    — VENHAM AQUI, ENCONTREI ELE! — a voz de Kenji ocoa no local como um grito.

    Removendo um grande pano que estava sobre a gaiola, eles vêem o majestoso unicórnio de pelagem branca, era um branco tão brilhante que se assemelhava a de uma pérola, os seus cascos eram dourados, e o seu grande chifre transmitia uma aura de poder e magia.

    O unicórnio que estava deitado ao ouvir a movimentação fora de sua prisão levanta os olhos e encara o grupo.

    — Finalmente! Estamos perto de completar essa missão. Até agora foi uma tortura, não aguentava mais. — disse Drax num tom irônico.

    Ajak usa sua adaga pra destravar o cadeado assim libertando o unicórnio de seu cativeiro.

    O unicórnio caminha lentamente de forma graciosa para fora, e agita sua cabeça em sinal de agradecimento. Em seguida, o unicórnio começa a correr ao que parecia ser em direção a saída e ambos seguem a criatura.

    Regras dos Comentários:

    • ‣ Seja respeitoso e gentil com os outros leitores.
    • ‣ Evite spoilers do capítulo ou da história.
    • ‣ Comentários ofensivos serão removidos.
    AVALIE ESTE CONTEÚDO
    Avaliação: 0% (0 votos)

    Nota