Capítulo 23: Dor no Peito

O grupo corre em direção a onde encontraram o unicórnio. Kenji estava com eles e o unicórnio ficou escondido.

Craig volta para próximo da cela onde o unicórnio estava preso, ficando “encurralado” por Ícarus quando o mesmo começa a se aproximar do grupo.

Mas quem se mostra estar verdadeiramente encurralado é ele, pois logo atrás dele Drax e Ajak fazem uma pequena barricada com algumas caixas e coisas que ali acharam.

Ícarus percebe e não se intimida, prepara a pistola e fica pronto para puxar o gatilho, porém Ajak que não havia feito nenhum movimento anteriormente, pula em cima do homem para atacá-lo.

Usando agora seus punhos e descartando suas garras e a adaga momentaneamente, ele tenta dois socos seguidos de esquerda e direita em sua face, mas o grande olho em seu peito treme, fazendo o corpo de Ícarus reagir e se esquivar com maestria.

“Humpf, amador.”

Como Ajak só tentará dar dois socos, nesse intervalo de tempo foi o suficiente para Ícarus mirar de forma certeira no ombro direito de Ajak.

Ícarus puxa o gatilho e a arma dispara um pequeno feixe de energia em direção ao komodo. Ajak grita de dor e dá um pequeno passo para trás, ele sorri para Ícarus como se soubesse exatamente o que ele faria.

Ícarus apesar de ter vantagem na luta até o momento, não pensou no que eles poderiam estar tramando, ele brincava com os lagartos dando tiros no ombro ou na barriga como fizera com Craig, mas nada de fato, fatal.

Ele era estúpido por pensar que aquilo intimidaria os lagartos a ponto de não tentarem nada e fugirem, como uma maioria esmagadora de seus inimigos faziam.

Ele achava divertido somente atirar em seus braços e pernas para deixá-los numa posição de impotência perante ele.

Porém, não imaginava que o plano de Ajak já tinha funcionado. Enquanto ele preparava mais uma vez sua pistola, Kenji aparece subitamente por cima de todas aquelas caixas e joga o grande pano que cobria a gaiola do unicórnio por cima de Ícarus, deixando o mesmo confuso e desnorteado.

— QUE MERDA VOCÊS PENSAM QUE ESTÃO FAZENDO?! — Ícarus berra diante da situação, ele estava completamente cegado pelo pano em seu rosto.

Aquele grande pano que cobria a gaiola que se encontrava o unicórnio era completamente branco, feito por um tecido macio, agradável ao toque. Kenji estranhou o “cuidado” e a qualidade do tecido mesmo naquela situação.

O tamanho do pano era grande o bastante para cobrir Ícarus completamente, então a execução do plano foi um sucesso.

Ícarus perdido, tenta puxar o pano para ver alguma coisa já que sua visão foi comprometida.

— AGORA! — bradou Ajak.

Imediatamente todos os lagartos em sequência atacam Ícarus. Craig usa suas garras perfurando o pano para penetrar bem na pele de Ícarus, furando algo como na direção de sua barriga.

Drax pega sua espada e mesmo fraco, desfere um golpe certeiro em seu braço esquerdo.

Ele grita de dor e reage disparando mais um tiro de sua pistola às cegas, a energia passa de raspão nos cabelos de Kenji que congela, fica aterrorizado pois o tiro poderia sim o ter matado.

Agonizando de dor e sem poder fazer nada, Ícarus tenta desferir golpes com sua manopla a fim de acertar alguém, porém seus ataques não chegam nem perto de acertar.

E a sua manopla já compreendida anteriormente, não iria causar nenhum dano grave naquele estado.

Aquele lindo pano de tecido fino, é manchado por sangue, a visão é assustadora e angustiante, Ajak olha para Ícarus que fica se debatendo de dor com desdém.

A luz emitida pelo artefato em seu peito começa a sumir, em resposta à fraqueza e perda de sangue de Ícarus.

Com Ajak agora vendo o brilho do artefato diminuir, pega de volta sua adaga e perfura o objeto com sua força esmagadora restante.

A pressão era tanta que o artefato parece sair de seu peito, atravessando o outro lado de seu corpo.

A dor e agonia era tamanha que o grito de desespero ecoou por toda a biblioteca. O leilão que tinha sido interrompido, pelo sumido de Ícarus é banhado pelo grito aterrador daquele homem em plena agonia.

A frequência cardíaca de Kenji começa a aumentar. O grito de dor do homem era de tamanho horror que ele começa a sentir um medo genuíno.

Ajak e o grupo observam o inimigo cair e morrer lentamente envolto naquele pano coberto de sangue.

“Então é isso, acabou?” Pensou Kenji.

— Cacete! — exclama Drax. — Pensei que seria mais difícil. — mesmo ferido ele zomba da situação e dá um pequeno sorriso de canto.

Kenji olha para a situação dos companheiros ali presentes e se sente um completo inútil, ele não tinha feito muito para ajudar, só se escondeu e estava preparado para fugir.

Por sorte Ajak teve aquele plano para atrair Ícarus, assim ele poderia agir de forma ativa como integrante do grupo. Já que ele se via como um grande peso.

Kenji não precisou lutar, nem mostrar o pouco que aprendeu, treinando com eles, inicialmente aquilo lhe dava alívio, porém não fazer nada também o perturbava.

Algumas luas depois.

O grupo tinha completado a missão com êxito, o unicórnio tinha retornado para a floresta de origem, onde logo deu vida aquele local.

As árvores e plantações que pareciam mortas, com a chegada do unicórnio e sua magia, aquele lugar renasceu como uma fênix.

O leilão e os poderosos que ansiavam pelo unicórnio, todos foram postos para fora, Craig e Drax assustaram todos que ainda se encontravam naquela biblioteca, mesmo depois de também ouvirem aquele grito.

Não precisaram atacar, eles estavam muito assustados para tentar algo.

Em meio aquela bagunça de tantos artefatos, Ajak teve a brilhante ideia de pedir ajuda dos gnomos para transportar todos os ítens para Banehaven, ele não queria deixar na mão daqueles humanos, então pensou numa utilidade bem melhor.

Ccom isso eles conseguiram até encontrar algo que pudessem curar seus ferimentos, assim todos eles já estavam prontos para lutar novamente caso precisasse.

Atualmente o grupo segue se aproximando de Banehaven, depois de uma longa jornada.