Os peixes e outros animais marinhos se assustam com as pisadas de Amayrom na areia.

    Por conta de seu tamanho nenhuma criatura ousou atacá-los, ele era um gigante caminhando sobre vários habitats, que para meros humanos teriam sidos destroçados em instantes.

    Eles passaram por vários lugares onde haviam embarcações naufragadas e ruínas antigas que abrigavam vários tipos de peixes e criaturas.

    Muitas algas e rochas escondiam polvos e peixes menores, que assustados, não ousaram sair de suas “casas” devido ao grande caranguejo.

    Um grupo de tartarugas em migração surge em meio aquela imagem de medo e destruição.

    A mente de Kenji, mergulhada na escuridão de suas próprias memórias, é subitamente iluminada por um vislumbre sereno: a migração de tartarugas.

    Aos poucos, seus pensamentos se tornam mais claros. Ele se vê maravilhado diante da cena, centenas de tartarugas deslizando graciosamente pelas águas profundas de um oceano vasto e silencioso

    — Essa é uma bela vista não é? Vamos chegar mais perto. — disse Amayrom.

    Amayrom nada entre as tartarugas que parecem não se importar. Kenji e Isha se entre olham e logo se voltam para as tartarugas, ficando em completo êxtase.

    — Isso é demais Amay! Nunca pensei que o oceano fosse tão incrível! — exclamou Isha surpresa.

    — Haha. Mas isso não é tudo. Porém não posso passar o dia mostrando essas coisas e fazer vocês esquecerem de seu propósito. Vocês vieram aqui para algo muito importante não é?

    — Estamos indo ter uma conversa diplomática com este reino que nos espera. Inclusive, já estamos chegando?

    “Diplomática é?” Pensou Amayrom.

    — Estamos sim! Passaremos por esse recife de corais e finalmente chegaremos.

    O grupo passa pelo recife de corais e logo veem algumas criaturas humanoides, seus corpos eram cobertos por corais e eles tinham olhares tímidos, mas estavam curiosos com a presença daquele ser.

    — Acabei me esquecendo de explicar. Estamos entrando no reino dos corais… é meio óbvio agora. Procurem por Coralie ela é a princesa regente desse reino. Como eu disse antes, é um dos reinos mais pacífico, que costuma colaborar com outras espécies.

    — Tudo parece muito bonito! — disse Isha.

    — É por que vocês não viram lá dentro.

    Eles vêem uma grande estrutura com forma similar a de uma concha, muito maior do que a concha de Amayrom.

    Aquele era o castelo do reino, tão magnífico em sua grandeza quanto as maravilhas que já foram vistas pelo grupo.

    O trio desce da concha de Amayrom. Fhastine nada impressionada fica de cara fechada observando o tal castelo.

    — Isso sim que é casa hein. — disse Fhastine com desdém.

    Antes de se despedirem, Amayrom entrega um presente para Isha. Era um simples colar de pérolas.

    — Como vocês estão em uma missão diplomática, é preferível que tenham um presente para a princesa, como prova de boa fé. Tenho certeza que ela ficará muito contente!

    — Verdade, acabamos nos esquecendo disso. Que prestativo! Irei entregar isso pra ela com certeza. Obrigada por tudo Amay! — Isha diz sorrindo.

    Amayrom da novamente aquele seu largo sorriso, deixando Kenji e Fhastine desconfortáveis.

    — Sem problemas, podem contar comigo pra o que precisar!

    Amayrom se despede e deixa o trio em frente àquele grande castelo de concha por conta própria.

    — Caranguejo idiota! Ele é muito estranho pro meu gosto. — diz Fhastine.

    — Bem… ele pareceu um pouco forçado mas, pode ser o jeito dele não é?

    Isha não obtém resposta.

    — Vamos logo entrar e acabaremos com isso! — diz Kenji.

    As criaturas antes escondidas começam a aparecer pouco a pouco e vão de encontro a eles.

    Fhastine e Kenji ficam levemente incomodados com toques e os olhares daquelas criaturas, Isha como sempre sendo a mais receptiva a tal ato.

    — Vamos entrar logo, isso é muito esquisito. — diz Fhastine com uma expressão de nojo.

    Fhastine bate no grande portão, mas não obtém resposta. As criaturas que ali estavam vêem aquilo e entendendo o que a orc queriam, a ajudam abrindo a porta para ela.

    — Até que eles são prestativos também!

    Ela entra e o grupo segue a mesma.

    — Então Isha, já sabe o que fazer? — perguntou Fhastine.

    — Sim, é claro! Preciso conversar com Coralie para negociar sobre a entrada dela e seu povo em Banehaven. Vou entregar esse colar como prova de boa fé, e se tudo der certo, será um sucesso!

    Kenji que estava logo atrás das garotas ouvia tudo aquilo, e pela primeira vez também se empolgou com o plano.

    “Tomara que funcione. Não pensei que levaria tanto tempo fazendo isso.” Pensou Kenji.

    Isha percebe Kenji atrás dela e diminui o passo para o acompanhar, deixando Fhastine andar na frente.

    — Você continua bem sério, aconteceu alguma coisa?

    — Nada de mais, só observando o quão grande é esse castelo concha. — ele ri.

    O castelo era cheio de portas e outras salas, eles andavam por um grande corredor que levaria eles até a sala do trono, onde provavelmente encontrariam Coralie.

    O grupo estranhou o fato de não ter guardas no castelo e mais ainda o fácil acesso a entrada, mas imaginaram ser coisa desse “reino pacífico” que Amayrom tanto falava.

    — O que você achou desse colar? — pergunta Isha apresentando o colar para Kenji.

    — É bonito até… — Kenji hesitou.

    — Tenho uma leve impressão que você tem algum problema com esse colar, ou melhor com quem me deu o colar. Na verdade vocês dois tem.

    Fhastine olha pra trás percebendo que Isha se referia a ela, mas não dá uma palavra e se volta a olhar para frente.

    — Vocês estão com ciúmes? É isso? — Isha pergunta rindo.

    Fhastine novamente se vira mas encara Kenji dessa vez, e Kenji faz o mesmo. Ambos olham para Isha, Fhastine se adianta e responde:

    — É claro que não! Não tenho nada contra quem você se relaciona, só estou aqui mesmo como linha de frente.

    — Eu também não tenho problema nenhum, e nem ciúmes. Ele só me é um pouco estranho. — diz Kenji olhando para a estrutura do castelo, não olhando Isha nos olhos.

    — Não precisa ter ciúmes, vocês sempre vão ter um espaço no meu coração!

    Kenji fica envergonhado e Fhastine resmunga algo indecifrável.

    — Quem deixou vocês entrarem? — uma voz ecoa diante do castelo vazio, era uma voz feminina mas muito firme. — Eu me chamo Coralie, a princesa deste reino. Se apresentem forasteiros!

    Coralie se apresenta saindo de uma das salas nas laterais.

    Ela tinha pele escura e longos cabelos trançados de cor azul escura. Suas orelhas eram pontudas e em sua testa tinha protuberâncias como chifres em forma de coral.

    Os braços e pernas, parcialmente revestidos por corais de tom vinho, pareciam esculpidos pelas próprias marés.

    Vestia um traje curto que dava a impressão de ter sido tecido com águas-vivas, translúcido e em constante movimento, como se pulsasse com vida própria.

    Seus olhos, de um verde intenso e luminoso, brilhavam como esmeraldas sob a luz do fundo do mar.

    Ao verem a princesa se revelar em sua frente Isha e Fhastine se ajoelham como sinal de reverência e respeito. Kenji confuso acaba fazendo o mesmo, porém tem um atraso em sua reverência.

    — Eu me chamo Isha, sou uma fada.

    — Eu sou Fhastine, uma orc.

    — Eu sou Kenji, um… humano.

    — O que fazem aqui neste reino? E de novo, quem deixou vocês entrarem?

    Fhastine se levanta e toma a frente.

    — Seus próprios “súditos” do lado de fora deixaram. Que ótima gestão vocês tem aqui! — ela diz num tom sarcástico.

    — Eu já falei que eles não podem deixar qualquer um entrar, vou ter que reforçar isso de novo. Guardas! Levem eles até a saída!

    — ESPERA! — gritou Isha se levantando. — Viemos em paz. Queremos conversar com a princesa para negociação, entre o seu reino e o nosso, tenho certeza que será do seu agrado. Tome este presente como prova de boa fé. — Isha entrega o colar que Coralie recebe com certa desconfiança.

    Os guardas, grandes criaturas similares a peixes, vestindo armaduras douradas com detalhes de corais se aproximam, indo de encontro ao grupo.

    — Esperem, vamos ouvir o que eles têm a dizer. Me sigam! — exclamou Coralie.

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