Capítulo 57: Silverfen
A raposa os guiou para fora da floresta e daquela região cheia de verde e árvores. Kenji se encontrava entrando em Silverfen a famosa cidade que abrigava os maiores e melhores aventureiros do mundo.
“Não acredito que estou realmente aqui. Quem diria hein.” Pensou Kenji.
A raposa misteriosamente some como de costume deixando Kenji por si só em meio aquela grande cidade. Ao perceber isso ele ativa seu sexto sentido.
O terceiro olho dourado surge em sua testa e ele consegue ver os rastros que o espírito vingativo fez pelo caminho.
“Eu poderia facilmente seguir sozinho a viagem inteira, mas acho que o mestre quer garantir que eu chegue no local correto. Compreensível.”
Kenji dá um passo para entrar na cidade, tinha um grande muro ao redor da cidade que cercava e protegia a mesma de qualquer invasor. Ela era protegida e inspecionada por arqueiros que ficavam nas torres e no alto do muro.
Ao ver aquela movimentação um guarda que estava na grande portaria se aproxima de Kenji e diz:
— É sua primeira vez em Silverfen? — perguntou o guarda.
— Sim. — respondeu Kenji.
— Então me permita te dar as boas vindas e apresentar um pouco da nossa grande cidade. — ele diz com grande alegria e um largo sorriso. — Essa é a portaria sul, a outra portaria tanto para entrada e saída fica ao norte, mas não se apresse tem muito o que ver por aqui!
O guarda vestia em grande parte de seu corpo uma armadura prateada com um grande brasão em seu peito, na cintura abrigava uma bainha completando com sua espada que estava bem guardada.
— Temos muitas tavernas por aqui se estiver a fim de gastar dinheiro e alguns quartos se for passar mais de uma noite. Se estiver querendo fazer parte da guilda de aventureiros você pode ir no grande salão branco e fazer uma inscrição, ou se não for de seu interesse pode tratar de qualquer assunto lá no grande salão. — o guarda olha Kenji de cima a baixo. — Você me parece um ótimo lutador, e vejo que é um monge, estou certo? A que devo essa honra?
— Só estou de passagem, mas muito obrigado pela informação! — disse Kenji se curvando em agradecimento e reverência.
— Sem problemas, fique a vontade e mais uma vez, seja bem vindo a Silverfen! — finaliza o guarda com um sorriso.
Kenji entra na cidade enfim sem nenhum problema e pensa:
“Mas que bela recepção, totalmente diferente de Duskmire.”
Kenji acha aquilo engraçado e solta uma risada bem baixinha, o que deixa Flint o dragão que permanecia em seu ombro confuso.
— Outro dia eu te conto essa história amigão, temos que seguir agora.
A cidade é clara, limpa e organizada, com ruas de pedra bem pavimentadas.
O céu azul tinha uma presença ilustre de dirigíveis voando acima da cidade, provavelmente algum nobre estava instalado na cidade ou era trabalho de alguma atração.
Ao alto, no horizonte, um grande castelo no topo de uma colina, sendo esse grande salão branco que o guarda falará anteriormente.
O salão era a parte onde os reis e governantes ficavam, tratando de assuntos diplomáticos entre outras coisas.
Mas como aquele salão era uma grande estrutura, também era usado para ver o mapa da cidade, aprender sobre suas culturas e as informações para entrar nas guildas.
— Talvez eu dê uma passada lá, tem algo que eu quero saber.
Kenji então começa a se dirigir para o salão branco e enquanto caminha até lá, observa as várias casas e ruas daquela bela cidade.
Suas construções eram altas, de três a quatro andares, com fachadas trabalhadas em pedra e madeira, cheias de detalhes arquitetônicos refinados.
Muitos prédios têm telhados pontiagudos e inclinados, alguns cobertos por telhas azuladas.
O chão é de paralelepípedos, formando ruas largas e limpas.
No centro da rua, há uma pequena praça com um pedestal baixo de pedra, talvez usado para estátuas, anúncios ou cerimônias.
Um carrinho puxado por cavalo circula, reforçando a passagem de guardas e até moradores de classes mais altas.
Pessoas transitam de forma calma, algumas de pé conversando, outras caminhando pela rua, transmitindo a sensação de uma cidade próspera e pacífica.
“Realmente é tudo que dizem e até mais um pouco. E pensar que minha mãe não gosta daqui, me faz questionar o porquê disso.”
Flint tinha se cansado de ficar no ombro de Kenji até aquele momento então ele começa a voar em volta do mesmo, esticando um pouco as asas.
Kenji chega no salão branco e abre seu grande portão. Novamente ele é bem recebido só que dessa vez por duas recepcionistas muito gentis.
O garoto se aproxima de um mural cheio de papéis com missões por escrito.
“Derrote goblins nos esgotos.”
“Recupere um item perdido.”
“Salve minha esposa que foi raptada.”
“Cure minha filha, ela está muito doente.”
“Investigue a cidade, tenho certeza que tem algo estranho.”
Ele observa aquele mural e a única missão que chama sua atenção é a de investigação.
“Se ele passou por aqui pode ser que alguém o tenha visto. Vou ter que fazer trabalho de campo de novo, tentar tomar alguma informação por aí.”
Kenji retira de sua mochila seu orbe de captura.
— Acho que tá na hora de você descansar, quando tiver o que comer eu te chamo.
Flint que voava ao seu lado faz uma expressão de tristeza e solta um pequeno grunhido.
Porém Kenji quebra o orbe que se ativa, os vários cacos de vidro vão até o pequeno dragão o envolvendo em magia, o orbe se reconstrói e vai parar diretamente em sua mão.
Ele guarda o orbe que abrigava a pequena criatura na bolsa e continua observando aquele mural, até ver o mapa da cidade e um mapa completo que mostrava as outras cidades.
Kenji olha ao redor para ver se tem alguém o observando e ativa seu terceiro olho na tentativa de ver se encontrava o paradeiro do espírito só olhando aquele mapa.
“Se eu conseguir ver em qual cidade próxima ele está fica muito mais fácil.”
Mas antes que ele pudesse ver qualquer coisa, uma voz masculina o interrompe dizendo:
— O que você pensa que está fazendo?
Kenji se vira desativando o terceiro olho e observa a pessoa de quem aquela voz pertencia.
Era um homem de cabelo curto, escuro e levemente arrepiado. Seu rosto é sério e determinado, com olhos azuis que transmitem convicção, disciplina e responsabilidade.
Veste uma armadura branca ornamentada, com detalhes prateados e desenhos esculpidos em curvas elegantes que lembram arabescos ou símbolos sagrados.
Usa luvas metálicas que cobrem as mãos por completo. A cintura é protegida por um cinto largo e escuro, também para carregar a bainha da espada.
Ele encara Kenji com desdém esperando uma resposta.

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