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    O jovem de armadura encara Kenji de cima a baixo percebendo que ele não era cidade, então logo ele diz:

    — Já vi tudo, você não é daqui não é mesmo? Desculpe os meus modos, eu me chamo Elderic! — disse Elderic estendendo a mão para um comprimento formal.

    — Eu me chamo Kenji. — respondeu apertando a mão do jovem.

    — O que te traz aqui Kenji? Veio fazer parte da nossa guilda?

    — Não, eu só estou de passagem.

    — Sempre temos lugar para um monge, sua adição ao grupo seria fenomenal! Temos um bárbaro, uma druida e um clérigo além de mim é claro, o paladino, se não o melhor paladino de todos! — disse Elderic com orgulho. — É um grupo em formação, é claro, mas nossos resultados são ótimos!

    — Parece interesse, mas não estou interessado no momento.

    — Tudo bem, tudo bem, vou te deixar mais a vontade e depois nós conversamos sobre isso. — Elderic começa a se afastar lentamente até que uma das recepcionista o intervém.

    — Senhor! Alguns moradores clamam urgentemente pela sua investigação, eles relataram terem visto algum tipo de ser mágico fora da compreensão deles.

    Ao ouvir isso Kenji fica em alerta atento para ouvir a conversa e Elderic percebe isso.

    — Quanto tempo isso faz?

    — Já tem semanas e ninguém reivindicou essa missão.

    — Eu posso tentar investigar! — exclamou Kenji quebrando o silêncio. — Talvez eu possa ajudar.

    — O senhor não tem registro para aceitar uma miss… — diz a recepcionista que é totalmente interrompida pelo paladino.

    — Olha só, quem diria “não estou interessado no momento”. Não se preocupe, eu aceito a missão por ele e ele pode… ser meu ajudante, gostei disso! — Elderic diz rindo e pegando o papel com a missão do mural.

    Eles vão até um balcão registrar por quem foi reivindicado a missão e seguiram até a casa onde foi registrado tal fato.

    Enquanto caminhavam, Elderic era constantemente parado e comprimentado por pessoas que o viam como uma celebridade na cidade.

    — Você é bem famoso por aqui. — disse Kenji.

    — Esse é o preço que eu tenho que carregar por ter várias missões bem sucedidas!

    A constância foi diminuindo e eles estavam livres de fãs que os cercavam. Com isso Elderic quebra o gelo tentando descobrir algo sobre Kenji.

    — Percebi que você ficou interessado na conversa lá atrás, talvez você esteja atrás de dinheiro para o seu templo. Não… você é bem jovem, talvez não seja isso. Está tentando fazer alguma ação benevolente em Silverfen? — perguntou o paladino, curioso.

    — Estou procurando uma coisa e talvez ela tenha passado por aqui. Se for o que eu estou pensando, estou certo em investigar, afinal é minha responsabilidade! — respondeu Kenji com olhar centrado e fixo no caminho que seguiam.

    Com essa resposta Elderic parou de fazer suposições e aplaudiu o senso de responsabilidade do garoto, mesmo não sabendo do que se tratava.

    — Bem… é aqui! — disse Elderic parando em uma casa grande, tendo três andares ao todo, ela tinha o mesmo padrão das demais casas.

    Elderic bate na porta e é recebido por um homem barbudo, ele usava roupas consideravelmente simples. Camisa branca com os braços amostra, calça marrom e um cinto segurando tudo junto a uma bainha.

    O paladino entra na casa sorridente, eles pareciam se conhecer a muito tempo. Antes de Kenji entrar na casa, um grande grifo passa voando acima das casas e de suas cabeças.

    Kenji olha pra cima e vê a envergadura do grande animal voando sobre a cidade.

    — Você vem? — perguntou Elderic olhando para Kenji do lado de fora.

    Kenji concorda com a cabeça e entra no prédio fechando a porta atrás de si.

    — Vou ser sincero com vocês, os moradores desse prédio estão assustados com o que aconteceu, mas eu garanti para eles que estaríamos protegidos. Um dos inquilinos estava pensando em se mudar, temendo pela vida, isso é ruim prós negócios. — disse o homem dono do imóvel.

    — Onde estão os moradores agora? — perguntou Elderic.

    — Não estão aqui, todos trabalham nesse mesmo horário, tinha que ter sido avisado antes que você viria. Mas aqui está o depoimento deles, todos por escrito. — o homem diz apresentando uma pilha de papéis sob a mesa.

    “Merda, isso vai demorar muito, não tenho tempo pra isso.

    Kenji deixou Elderic e o homem conversando, analisando aqueles papéis enquanto ele subia as escadas para analisar de perto os quartos.

    Ele ativa o terceiro olho na busca de algum resquício de energia deixada pelo espírito, porém não encontra nada que indicasse ser o espírito, assumindo que aquele ocorrido não se tratava dele.

    “Ele não esteve aqui, mas tem algo estranho nessa casa.”

    A energia do espírito tinha uma cor vermelha intensa, mas a energia que ele via tinha uma cor verde, algo que despertou sua curiosidade. Ele desceu e voltou onde Elderic estava para relatar o que viu.

    — Eu percebi algo estranho em um dos quartos, é melhor darem uma olhada.

    — Em que quarto você viu? — perguntou o senhor.

    — Na casa do segundo andar. — respondeu Kenji.

    — Hmm.. bem que eu suspeitava dele, ele é o mais estranho de todos. Por sorte eu tenho uma chave reserva e podemos olhar.

    O homem sobe as escadas junto com a dupla, chegando no segundo andar ele usa a chave reserva e abre a porta lentamente, afinal ele estava temeroso do que poderia sair de lá.

    — Tem alguma coisa atrás daquela parede.

    Elderic desconfiado vê apenas um quadro na parede, um quadro de uma paisagem bonita, com árvores e um mar ao fundo. Ele retira o quadro e vê um buraco entre a parede com um livro escondido.

    — Não é que tinha algo escondido aqui! Como você descobriu isso? — perguntou o paladino surpreso.

    — Eu sabia! — exclamou o homem antes que Kenji pudesse responder. — Esse cara era doido desde o início, e ele esconde um livro! Um livro?! O que isso significa?

    Elderic abriu o livro e examinou o mesmo rapidamente e já sabia a resposta.

    — Esse foi um grande achado, meus parabéns Kenji! Esse livro mais precisamente é um livro de necromancia, esse homem está fazendo rituais no seu prédio. Por isso o medo dos moradores do que viram durante essas semanas.

    — E então o que faremos agora? — perguntou o homem, confuso.

    — Esse homem será levado a julgamento e preso. E esse livro será confiscado e guardado num lugar seguro, onde ele nem ninguém poderá usar de novo!

    Depois de toda essa descoberta o homem agradeceu muito a Elderic e a Kenji, dando uma recompensa a cada um por ter completado a missão e descoberto a causa de todo o problema.

    O morador que escondia o livro estava trabalhando no salão branco sem que ninguém suspeitasse, logo que Elderic chegou ele mesmo garantiu de pessoalmente prender o homem.

    Ele foi preso e dias depois seria julgado pelo governo de Silverfen pelos crimes de: perturbar a ordem natural da vida, esconder e manusear um item perigoso sem autorização e disseminar medo entre os moradores do prédio a qual morava.

    Elderic elogiou o trabalho de Kenji em descobrir o paradeiro daquele livro. E insistiu mais algumas vezes para que pelo menos ele pensasse em fazer parte daquela guilda.

    Além da recompensa em moedas que Kenji tinha ganhado, Elderic deu uma runa de teleporte para Kenji, como agradecimento e também na tentativa de persuadi-lo a voltar para Silverfen quando quisesse.

    Kenji achou aquela cidade extremamente agradável e com uma organização excepcional. Cogitou por um segundo apenas morar na cidade, ele gostou muito de lá, mas só faria depois de completar seu objetivo.

    Quando Kenji saia da cidade pelo portão Norte antes falado pelo guarda, a raposa reapareceu em cima de uma casa olhando fixamente para Kenji.

    — Ah, aí está você!

    A raposa avançou pela trilha onde o espírito havia passado, e Kenji, sem hesitar, continuou a segui-la.

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