Capítulo 93: Um Final Inesperado
A mente comanda o corpo, mas nunca conseguira comandar o coração.
Coração Esperançoso ~ Elpis
— Li, como pretende lidar com isso?
Na noite anterior as oitavas de finais, enquanto Jihan praticava seu shadowboxing, Gloria sentou-se ao lado para conversar um pouco com seu amigo.
— O que quer dizer?
— Sabe exatamente do que quero dizer, você é extremamente talentoso, admito que, excluindo Fynn, você é com folga a pessoa com mais potencial aqui.
— Por que está dizendo essas coisas? — perguntou, parando sua rotina.
— Porque apesar de tudo isso, você é mole.
— Mole?
— Você tem um grande coração Li e se preocupa bastante com o que as pessoas que gostam pensam sobre você, o que vai fazer quando tiver que lutar contra uma dessas pessoas? — questionou. — Irmin é sua amiga, mas todos sabemos que você possui uma relação especial com a meio elfa.
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— Não se preocupe com isso, Gloria — disse ele, virando-se na direção dela. — Não vou hesitar.
— FLASH!
A energia comprimida expandiu-se, tomando conta de todo o ginásio. Mesmo a barreira fortalecida, não foi o suficiente para impedir a plateia comum fechar os olhos e desviar a visão. No campo de batalha, porém, Akemi estava praticamente sem enxergar, a única coisa que a protegeu foi a interferência da mana de Li causada pelo semi domínio. O conjurador, Li, estava completamente ileso e partiu com tudo para cima da Elfa. Uma chuva de golpes caiu sobre o corpo de Akemi, ferindo-a cada vez mais.
— Acabou… — Miriem que não havia se afetado em nada pela habilidade de Li lamentou.
A plateia que lentamente voltava a enxergar também pensou o mesmo, sangue escorria pelo rosto da elfa. Os ataques de Jihan ficaram pesados, lentos. Imagens e memórias que nunca se apagavam da sua cabeça voltaram a aparecer. Ele já havia a visto machucada daquele jeito e por um momento… ele parou.
— Li!? — berrou Gloria.
A elfa notou a hesitação do homem e recuperou rapidamente a postura, contra atacando com uma saraivada de flechas, acertando todas em diferentes partes de seu corpo. Foi só aí que Akemi, completamente ferida, percebeu que ele não reagiu. A cara machucada da elfa se contorceu.
— Eu me rendo! — gritou ela antes de seguir a passos largos em direção a saída da arena.
— Ei, competidora, tem certeza… — perguntou Téo, mas não recebeu resposta.
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Os espectadores ficaram completamente confusos com a rendição inesperada. Quando Jihan viu a mulher saindo, imediatamente foi atrás dela. Já no túnel de saída, ele a parou.
— Akemi!
— Você! — A elfa virou-se e agressivamente lhe deu um soco, agarrou suas roupas em trapos e o puxou balançando-o. — Por que você parou!? Achou que mostrando que conseguiria me derrotar, eu me renderia? Que tipo de estupidez arrogante é essa?
— Eu… — Li olhou no fundo dos olhos da mulher, um deles estava inchado, ele havia causado esse ferimento assim como todos os outros. Ele desviou rapidamente o olhar.
— Como ousa pegar leve comigo! Como ousa hesitar em um momento como esse, quem você pensa que é! — gritou a mulher. — Não somos guerreiros!? Não está lutando por nada!?
— Akemi…
— OLHE PARA MIM! — gritou novamente. Li lentamente olhou de volta para o seu rosto. — Olhe bem para o meu rosto, Jihan. Esses ferimentos não foram causados por você.
— Como… assim?
— Eles foram causados por mim — respondeu. — Pelas minhas decisões, a minha fraqueza, são minhas marcas, não ouse tomá-las para si. Está me ouvindo?
Li a encarou com um olhar confuso.
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— Hesitar em momentos como esse é cuspir em todos que estão buscando se tornar algo ou proteger algo com esse torneio! Cuspir nas minhas decisões — repreendeu-o. — Não é o mesmo para você?
Ouvindo o sermão, o homem abaixou a cabeça.
— Sim.
— Então é melhor que não perca a próxima partida! Vou estar torcendo por você! — finalizou, soltando-o e dando de costas, indo em direção ao túnel de saída.
— Er? — surpreendeu-se o homem com a súbita mudança de atitude.
— Perdi dessa vez, mas na próxima vou ter certeza de arrastar sua cara no chão! E se você parar novamente, seja contra mim, seja contra outras pessoas, pode ter certeza que eu mesma vou te matar!
— Mestra…
Encontrando-se com Miriem, Akemi manteve a cabeça baixa.
— O que tem a dizer em sua defesa?
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— Eu perdi…
— Sim, você perdeu, mas consegue entender o porquê? — questionou.
— Eu…
— Porque ele era mais forte do que você — completou a mulher.
— Senhorita…
— Achou mesmo que eu te repreenderia por se render? Consigo enxergar uma derrota quando vejo uma — disse a grande elfa. — A realidade é que se aquele moleque não tivesse parado, você teria perdido. Uma vitória por pena é muito pior do que uma derrota. Saiba que seu treino vai ficar bem mais difícil a partir de agora!
— Sim, senhorita — Akemi abaixou a cabeça inclinando-se em respeito as palavras de sua mestra.
— De qualquer forma — suspirou Miriem, coçando a própria cabeça. — Pode deixar que eu mesma explicarei para Zoe quando voltarmos; até lá, preste bastante atenção nas próximas lutas. O moleque é forte, mas ainda tem alguns peixes grandes na disputa.
— Com toda certeza, mestra!
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— É? Já acabou?
De volta a sala junto do restante do grupo, Li, que estava empolgado para assistir a próxima luta, se decepcionou.
— Sim… foi um massacre, a mulher mal conseguiu se defender… e eu nem conheço esse Otávio — respondeu Glória. — De qualquer forma…
BAM
— Que ideia foi essa de pegar leve, Jihan!?
— Ei, não precisava bater na minha cabeça.
— Se reclamar, vou te dar outro soco! — retrucou, estalando os lábios. — Sei bem o quanto você é forte, sei também que tem os seus princípios. Mas não se esqueça de uma coisa, Li. Você não está lutando apenas por si, se perdermos por que você não teve força de vontade o suficiente, nunca vou te perdoar, entendeu?
— Enfim, só mantenha isso em mente — finalizou. — Argh, queria que Matheus estivesse aqui… a luta do amigo dele está para começar.
— Ele ainda não se recuperou?
— Não, digo, para o torneio Arcádia disponibilizou os melhores curandeiros da facção, mas vai demorar pelo menos umas doze horas para ele ficar cem porcento — explicou. — Aquela sua amiga gigante acabou realmente com ele.
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— Hm…
— Não entendo por que ele se recusa a usar as armas — disse Fynn. — Ele é tão mais forte com elas que chega a ser bizarro.
— Chega, Fynn — interrompeu Glória. — Sabe muito bem por que ele não as utiliza.
— Sei… — suspirou. — Oh, já estão subindo no palco!
— Graças aos deuses estão acelerando, as duas primeiras lutas tomaram bastante tempo. Não quero dormir tarde — disse Hans.
Nas escadas da arena, um homem de cabelo curto e loiro, utilizando uma armadura que parecia medieval, subia lentamente pelas escadas. Seu oponente, por outro lado era um homem chamado Jon, da facção de Loki; assim como o Deus, sua postura era curvada e seu corpo franzino.
— Aí está ele, o homem dramático — falou Glória.
Gaston não se moveu de imediato. Ele ergueu sua espada com uma precisão quase teatral, a lâmina apontando diretamente para Jon.
— Vamos, meu caro, não me faça esperar demais — disse o bufão, a voz carregada de escárnio.
Avançando, rápido como um relâmpago. Suas adagas brilhavam com uma camada viscosa, e o calor emanava delas, deixando um rastro de faíscas enquanto ele atacava.
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Reagindo com calma, Gaston fez um leve movimento de punho conjurando um arco d’água ao redor de si. A barreira líquida absorveu os golpes iniciais das adagas, espalhando gotas pelo ar.
— Um truque bonito, nobre senhor, mas acha que isso será suficiente? — Jon riu.
Com um salto ágil, ele lançou uma das adagas diretamente no rosto de Gaston. Em resposta, o cavaleiro girou a espada em um movimento fluido, redirecionando a lâmina com o mínimo esforço. Ele aproveitou o impulso para liberar um jato d’água que espirrou no chão, tornando a arena escorregadia.
Jon deslizou levemente ao aterrissar, mas transformou o movimento em uma pirueta, pousando com elegância.
— Está tentando me fazer dançar? — provocou, disparando para frente.
O combate se intensificou. O bufão atacava em explosões rápidas, desferindo golpes imprevisíveis. Gaston, no entanto, parecia estar estudando cada movimento do adversário, desviando ou bloqueando com movimentos mínimos. Mas, pouco a pouco, riscos começavam a aparecer na armadura do cavaleiro.
— Acha que pode resistir a isso?
Mas seu oponente não parecia preocupado.
— Você confia demais nas suas armas, Jon.
A espada do homem brilhou quando ele canalizou mana. Em um movimento inesperado, ele cravou a lâmina no chão. Um círculo de água se expandiu rapidamente pela arena, subindo como uma neblina espessa. A visão foi completamente obstruída.
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— Esconder-se? Que falta de classe! — gritou Jon, tentando localizar o oponente.
— Esconder-me? Estou conduzindo o palco.
O chão sob Jon começou a tremer, e ele percebeu tarde demais: a água que o outro havia espalhado pelo chão agora congelava rapidamente. Seus movimentos ágeis foram anulados quando seus pés se prenderam no gelo.
Gaston emergiu da névoa como uma figura imponente, a espada voltando a suas mãos. Antes que seu oponente pudesse reagir, um golpe preciso atingiu sua adaga restante, desarmando-o. Jon caiu de joelhos, a lâmina do cavaleiro repousando levemente sobre seu ombro.
— Não há honra em vencer pela força bruta — disse o homem. — Mas inteligência, essa, sim, é uma virtude digna.
O público explodiu em aplausos. Jon, derrotado, mas ainda com seu sorriso de deboche, olhou para o oponente.
— Tsk, drama até no final, não é?
O cavaleiro inclinou a cabeça em uma reverência exagerada antes de se afastar, deixando-o no gelo enquanto o locutor anunciava o vencedor.
— Ele é um pouco… excêntrico? — Li, que assistia junto aos outros comentou.
— Sim… nunca entendi o que Matheus viu nesse cara, mas ele pelo menos é gente boa… eu acho?
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