Capítulo 455: A Destruição do Castelo do Rei Demônio (4)
Kangsok começou a respirar novamente.
Suas costas se partiram ao meio e suas vértebras foram espremidas para fora de seu corpo. Chifres cresceram, enquanto seus braços e pernas torciam em ângulos impossíveis e todo o seu corpo começou a se distorcer em uma forma bizarra.
— Uuuuuh…
Assim que ele expirou novamente, o calor do magma se dissipou e o solo fervente esfriou. Apenas exalando o ar, Kangsok se livrou do Campo de Respiração.
E então ele finalmente levantou seu corpo.
Dois chifres vermelhos surgiram de sua cabeça como um capacete e um brilho dourado iluminava seus olhos vermelhos. Chifres afiados se projetavam ao longo de sua coluna e seus braços e pernas cresceram mais do que o normal.
Em suma, ele tinha uma constituição misteriosa e majestosa.
O chefe monstro, Rei Demônio (Verdadeiro), apareceu.
— Então, ele finalmente revelou sua verdadeira forma?
Mesmo diante de tal adversidade, Sungwoo estava pronto para lutar novamente.
Enquanto uma batalha feroz acontecia fora do castelo, ainda havia jogadores nas Rotas de Ataque dentro do labirinto.
— Valquíria, ali! Vejo o fim desta sala!
Os membros da equipe, que incluía Jisu, Chen e Isabella, estavam descendo as escadas depois de passar por três portões.
Finalmente a escada terminou e um corredor escuro apareceu.
— Isabella, este é o andar mais baixo do labirinto? — Jisu perguntou.
— Sim — Isabella respondeu brevemente.
Como ela ficou no Castelo do Rei Demônio por um tempo, estava bastante familiarizada com a estrutura interna do labirinto.
— …
Jisu sentiu que Isabella não falou muito desde que entrou no labirinto. Ela parecia estar perdida em pensamentos.
‘Não sei o que ela está pensando, mas está claro que sua mente está divagando. Assim como fiz quando vi o Rei das Montanhas pela primeira vez, ela está claramente ponderando sobre sua identidade.’
Quando Jisu caiu no Monte Taebaek e conheceu o Rei das Montanhas, ela estava em uma situação semelhante.
‘Naquela época eu fiquei confusa, pois o Rei me falou com orgulho que estava ouvindo a voz de alguém dizendo para que ele me matasse…’
Quando Jisu perguntou ao rei se ele seguiria a voz, o rei respondeu que teria feito se fosse há alguns dias antes, mas ele começou a se sentir irritado com aquela voz e quis se rebelar.
‘Ele disse que muitas vezes outras vozes também falavam.’
Era muito engraçado e estranho que o rei tenha mencionado o termo ‘Lan House'1.
Ele falou que se lembrava de uma cena em que estava conversando e rindo com alguém em uma Lan House.
‘Se ele fosse apenas um monstro, seria impossível que se lembrasse de tal coisa. Talvez monstros muito inteligentes como ele…’
Enquanto Jisun pensava nisso, Isabella, que caminhava à frente, parou e se virou, olhando para ela.
— Eu tenho uma pergunta para você.
— Pra mim?
Jisu ficou intrigada, afinal uma dragonesa inteligente, que desprezava os humanos, faria uma pergunta a ela.
Isabella disse: — Vocês existiam neste mundo desde o começo?
— …huh?
Jisu sentiu que sua pergunta era estranha, pois era algo natural para ela.
Não admira que Isabella não soubesse nada sobre o mundo exterior, exceto sobre o jogo.
Jisu disse, acenando para ela: — Vivíamos uma vida pacífica. Não lutavamos ferozmente e nem precisávamos lutar. Mas um dia o jogo começou do nada.
As sobrancelhas de Isabella se contraíram.
— Então o objetivo deste jogo é encurralar você, e meu propósito é perturbar você, certo?
Jisu acenou com a cabeça depois de refletir sobre sua resposta porque era verdade.
— Então por que estou tão confusa? Não tenho nenhum motivo para estar tão confusa, certo?
Seus pensamentos desnecessários e confusão eram o que o Rei das Montanhas sentia.
Então Jisu perguntou: — Você consegue ouvir a voz de alguém tentando controlar você? Mesmo que não seja uma voz real, mas algo parecido com uma voz?
— …
Isabella não respondeu, o que sugeria que ela estava ouvindo.
— Se for esse o caso, faça o contrário. Se você quiser encontrar o propósito de sua existência ou sua verdadeira identidade, você não deve ser controlado por outra pessoa.
— Propósito da minha existência?
Mas a conversa delas não durou muito.
Jisu sentiu algo e logo desembainhou a espada. Isabella também sentiu.
Estava claro que algo estava acontecendo além da escuridão do corredor, pois um vento leve, mas forte, soprava do outro lado.
— Está chegando! — Isabella disse.
Jisu puxou o pé direito para trás e apertou as coxas.
Logo uma rajada de vento soprou.
— Abaixem-se, para que vocês não possam se surpreender! — Chen gritou enquanto descia as escadas. Os jogadores se agacharam nas escadas, atentos à escuridão do corredor. Então, algo voou de lá.
— Argh!
Era um humano, ou mais precisamente, uma mulher.
— Li Wei?
Ela era obviamente Li Wei.
‘Ela não estava com Sungwoo?’
— Li Wei!
Pouco antes de ser levada pela rajada e jogada no chão, Jisu correu e a agarrou. Os espíritos da água correram ao seu redor e gotas de água se espalharam por sua cabeça.
— Li Wei, o que aconteceu?
— É você, Jisu! Que alívio! Aquela vadia está vindo!
— Quem?
De repente, alguém saiu da escuridão do corredor. Era Graça.
— Nossa, vocês estão reunidos aqui também?
Graça sorriu relaxadamente e depois revirou os olhos lentamente. Logo ela encontrou Isabella parada atrás de Jisu.
— Uh, Isabella?
O sorriso desapareceu do rosto de Graça.
— Espere um momento, por favor!
Ela ergueu a varinha, enquanto Jisu ergueu a ponta da espada.
Naquele momento, alguém colocou a mão no ombro de Jisu. Era Isabella.
— Você já está presa — Isabella sussurrou para Jisu.
— O que?
— Olhe para os seus pés.
Jisu olhou para os dedos dos pés com a cabeça voltada para a frente.
Sua sombra estava estranha. Isabella estava obviamente se aquecendo na lanterna que os aliados de Sungwoo seguravam. Em outras palavras, normalmente a luz deveria vir de frente enquanto sua sombra deveria vir de trás. No entanto, sua sombra estava esticada por muito tempo.
‘Estou presa.’
A sombra do cajado estava esticada e já enrolada no tornozelo de Jisu.
— Vivona vai levar você embora. Se ela conseguir sobreviver, eu vou…
Jisu não ouviu Isabella bem porque sua visão ficou turva de repente.
Cuidado! Você está presa nas Algemas da Sombra.
Jisu começou a afundar na escuridão. Ela agarrou a espada com força. A maneira como seu corpo estava se movendo era anti-natural.
Como se tivesse caído em um tanque de água, ela sentiu uma pressão desconhecida em todo o corpo. Ela estava extremamente alerta porque sabia que seria decapitada se baixasse um pouco a guarda.
‘Sim, ele é o excelente assassino. Eu nem percebi ele se aproximando de mim.’
Mas ela estava determinada a não ser derrotada por esse cara tão facilmente.
‘Não posso morrer em vão. Se eu falhar nesta importante batalha, mais pessoas morrerão. Preciso sair daqui o mais rápido possível.’
Jisu sentiu um senso de responsabilidade e soltou um suspiro, logo chegando ao fundo.
Era um chão de pedra áspero.
Ela esfregou o chão com os sapatos e virou a cabeça para a direita.
— Eu sei que você está aí!
Naquele momento, uma luz branca desceu do teto. Ela franziu a testa, mas não fechou os olhos.
‘Minha sombra está estranha.’
Mais precisamente, a luz estava estranha. Ela não conseguia descobrir de onde vinha a luz, mas havia quatro sombras vindo dela.
Naquele momento, uma voz desagradável foi ouvida.
— Então, você sabe o que isso significa, não é? Significa que você vai ser despedaçada!
De repente Jisu encontrou alguém parado na sua frente.
— E quer saber? Minha lateral ainda está dolorida! Sua puta!
Era o assassino furioso, Vivona, que tinha um poder de controlar as sombras.
— Quenga fudida! Eu vou te matar!
As quatro sombras sob os pés de Vivona começaram a girar lentamente.
- Para aqueles que são muito novos, ou não conhecem o termo, Lan House é o PcBang brasileiro, um local onde pessoas pagam para acessar internet ou usar um computador. Eu estou ciente que ainda existem Lan Houses, mas creio que são mais raras dependendo do local.⤶