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    Kevyn avançou sem hesitar. Com um giro rápido de corpo, deferiu um soco curvo, mirando com precisão assassina em seu primeiro golpe.

    Desviado.

    No décimo ataque, Kevyn saltou com firmeza e virou o quadril, desferindo um chute de cima para baixo com toda sua força, mas…

    Foi parado com apenas uma mão.

    No centésimo golpe, usou a primeira técnica na luta:

    ●❯─ Atsui ─❮●

    Usando a física a seu favor como se desafiasse o próprio corpo, Kevyn recuou bruscamente, os pés cavando a terra enquanto flexionava os joelhos com brutal força. Num único instante, impulsionou-se para frente com velocidade explosiva; o ar vibrando em estalo de chicote tão alto quanto um disparo, a grama queimava conforme o movimento, sua perna direita incendiava com o calor da fricção violenta contra o solo.

    O clarão ardente iluminou seus olhos odiosos, já cansados da presença daquele ser, enquanto seu corpo girava no ar como uma lâmina viva prestes a cortar não só seu oponente, como tudo que havia em sua frente.

    Tão latente quanto qualquer golpe até então, seu chute rasgou o espaço com um estrondo seco, e Tsushite, instintivamente, arregalou os olhos. Ele tentou reagir, mas seus sentidos falharam. Os olhos simplesmente não conseguiam acompanhar o movimento. Por um momento, tudo pareceu congelar… mas…

    Ele desviou, ou então morreria.

    Assim se passou o primeiro segundo da luta… e na ponta daquele ataque monstruoso… a força atribuída recolheu.

    O apóstolo, após ser obrigado a recuar, soou por trás da máscara, encarando seu oponente com temor, mas admiração.

    — HAHAHAHAHAAHAHAH!!!! VOCÊ É QUE NEM ELA! — riu de nervoso.

    Sem dar qualquer risada, o príncipe olhou para ele como um assassino realizando seu trabalho. Sem hesitar, correu com tudo na direção dele, preparando outro chute tão potente quanto o anterior.

    Mas já ficou previsível.

    Sem muito drama, Tsushite desviou e, girando conforme sua grandiosidade, devolveu com um chute quase na mesma proporção.

    Sabendo que ele era milhares de vezes mais forte, aquele ataque não poderia atingir o garoto. “Pensa, Kevyn! Pensa!”

    Que pena, você não tem técnicas de desvio eficientes…

    Recebendo um chute em cheio, nem tempo de respirar Kevyn teve. O impacto foi tão brutal que seus dentes afundaram na língua, e o gosto de sangue tomou sua boca. Seu corpo foi arremessado como um brinquedo, disparado por quilômetros, como se a própria gravidade tivesse desistido de segurá-lo.

    Rasgou o céu sobre a planície num movimento violento, o vento rugindo nos ouvidos em um zumbido constante. A vegetação abaixo virou um borrão esverdeado. Ele tentou recuperar o controle, mas o giro era rápido demais.

    Então chegou à floresta.

    A primeira árvore a cruzar o seu caminho partiu como papelão sob seu corpo. A segunda explodiu em lascas contra suas costas. A terceira o pegou em cheio no tronco, arremessando-o em outra, depois outra; como uma pedra pulando sobre a superfície da água, mas cada toque era um golpe brutal ao seu corpo.

    Quando finalmente rompeu a última fileira de árvores, a praia surgiu à frente, dourada e calma; um contraste cruel ao caos que a atravessara. O mar se aproximou.

    No último instante, ainda no ar, Kevyn cerrou os punhos e gritou com o próprio corpo.

    Como um felino, girou os ombros, controlou a rotação, forçou os pés para frente e relaxou os músculos para aterrizar tênue sobre a areia.

    Ao finalmente parar, sua passagem pela floresta veio, trazendo a tempestade e arremessando uma pressão de ar intensa, como um chicote, um estalo e um som quase ensurdecedor.

    Grãos voaram, o ar estalou.

    O mar igualmente recuou e voltou, ficando a poucos centímetros de seus dedos.

    Ofegante, o príncipe cuspiu sangue sobre a linda areia. Os machucados que nele perduraram, sua roupa rasgada, seu corpo cortado pelos galhos.

    Ainda de pé, ele pôde observar seu grimório flutuar ao seu lado… e assim pôde entender…

    “Beserk? Isso é do Daniel… quer dizer que só sobrevivi por causa disso? Por algum motivo, mesmo usando o branco eu não consegui me defender… droga… DROGA!” Com uma raiva latente, em meio a passos pesados, Kevyn caminhou em direção à floresta.

    “Eu vou te matar, eu vou te matar, EU VOU TE MATAR!”

    De repente, um raio cortou a mata com uma velocidade que parecia ultrapassar o próprio tempo. As folhas se retorceram no ar antes mesmo do som chegar. O céu se deformou, e o mar, reconhecendo o perigo, se ergueu em uma muralha líquida, espumando em uma cachoeira invertida, como se o mundo tentasse recuar diante do que estava prestes a acontecer.

    Kevyn sentiu. A tempestade estava se aproximando.

    Seus olhos se cravaram na fúria. Cerrando os punhos com violência, os músculos do príncipe se tencionaram como cordas prestes a arrebentar. A areia voou levemente à sua volta. Ele estava pronto.

    De repente, Tsushite surgiu — um borrão vermelho da floresta, girando sobre seu próprio eixo em uma velocidade absurda, sua perna incandescente pelo atrito com o ar, como uma estrela, um raio. A energia ao redor gritou.

    Mas, já preparado, o príncipe gritou:

    ●❯─ Sonikkubūmu ─❮●

    Kevyn avançou ao mesmo tempo. Seu punho cortou o espaço com um estalo supersônico, rompendo a barreira do som com um estrondo brutal. O ar entre os dois colidiu antes mesmo que seus corpos pudessem se tocar; duas forças convergindo com tamanha pressão que o próprio espaço resistiu à colisão.

    A energia dos ataques criou ondas concêntricas no ambiente, uma bolha de pressão opressiva se formou. Uma muralha invisível de pura força, tão densa que o calor gerado derreteu a areia sob seus pés, transformando o solo em vidro fumegante. Cada fração de milésimo se perdurou uma eternidade. Seus ataques ainda não haviam se encostado e já estavam destruindo tudo ao redor.

    A tensão insuportável, a vibração do mundo coagindo para que aquilo não acontecesse. Tudo parecia colapsar naquele único instante.

    Então, sorrindo como se estivesse diante do abismo, Kevyn arregalou os olhos, carregando o que mudaria tudo. Concentrado em si, seu punho oprimiu o senso de verdade, movendo a realidade, sugando a energia. Gritou com toda a fúria carregada em sua alma:

    ▇▇▇▓▒░ DELIBERATE「✦」BLACK!!!!!!! ░▒▓▇▇▇

    Do centro de seu punho, uma estrela cuspida do próprio inferno. O enxame de ferro derretido se moldou da ponta dos dedos fechados do príncipe e, em um movimento caótico, foi disparado. Já superaquecido, o ataque veio em forma de lança mórbida, como uma agulha perfurando o planeta e destruindo tudo na velocidade próxima da luz que rasgou o ar como se fosse um papel palpável.

    O impacto não foi instantâneo, mas foi monstruoso.

    Tsushite foi atingido com tamanha violência que seu corpo foi lançado como um projétil vivo, cruzando a floresta em linha reta. Era uma carnificina atmosférica. A pressão gerada evaporou tudo ao redor: primeiro ele passou, depois tudo virou poeira. Árvores, pedras, nada sobrou. A floresta inteira foi aberta como se uma espada de proporção titânica tivesse arrastado tudo.

    No rastro deixado, uma cratera circular se formava. As árvores que resistiram por milésimos de segundo foram destroçadas em espiral; seus restos que sobreviveram caíram e se reduziram a fragmentos pelo calor que os queimou.

    Assim que ele cruzou a planície, o céu reverberou um grito de medo. O chão ainda vibrava. O mundo não havia se recuperado.

    No entanto, Kevyn permaneceu do outro lado, de pé, sobre o vidro quente, punho erguido, os olhos brilhando em sangue, já que suas roupas sumiram com tamanho poder.

    Do outro lado, Tsushite se levantou em meio à areia com um extenso buraco em seu abdômen. Vomitando sangue, seu corpo se recuperou no mesmo instante.

    — Que desastre… eu tive que usar a metamorfose, ou eu morreria…

    Estóico, caminhou para fora, brevemente entrando na planície enquanto seu corpo gritava para não continuar. “Mesmo com a apologia, isso quase me destruiu.” Finalmente de volta, percebeu seu tórax exposto pelo tão desastroso ataque.

    — Ele é filho do nosso Deus, afinal… não posso o subestimar. — Estendeu sua mão sobre o ar. — Está na hora de usá-lo, Mytrik.

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