Índice de Capítulo

    Kevyn se aproximou e bateu o cartaz no balcão enquanto dizia:

    — Não importa, apenas me dê logo o dinheiro.

    De repente, um barulho, ao olhar para o homem, o garoto viu-o batendo palmas.

    — Parabéns, você aguentou bem. — Após finalizar seus aplausos, Jeremy tirou o dinheiro debaixo do balcão e deixou em sua superfície. — Você já tem dinheiro, não precisa matar por hoje.

    — Tudo bem… — disse o príncipe, que pegou o dinheiro e suspirou levemente. 

    — Como ela está? — O barman apontou para o anel no dedo do menino.

    — Quê?

    — Como está sua espada? — Sorriu.

    — Eu cuido bem da Night, nunca deixaria nada a machucar… enfim, tenho direito a uma pergunta?

    — Claro.

    — Por que você é tão parecido com Mouth? O falecido rei de Lycky.

    Sem saber o que dizer, o homem tentou explicar: — Eu não sou parecido com ele, nós que somos parecidos com outra pessoa.

    Um leve refletir fez Kevyn não entender, mas ele concordou com a cabeça e começou a sair do bar. — Obrigado, até amanhã. — Acenou.

    Vendo as prateleiras e o ir embora do seu novo empregado, quando o garoto cruzou a porta, as lâmpadas amareladas junto ao piso de madeira, sua bancada e sua cadeira empoeirada…?

    — Eu quem agradeço por cuidar da Star. — Ele abaixou a cabeça e olhou para seu sobretudo negro. — Preciso trocar isso.

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    Em casa, Kevyn e Night chegaram em casa. Retirando sua venda, ele encarou sua arma e suspirou.

    A garota ajudou-o, tirando seu manto e deixando-o apenas com a roupa de exercício colada.

    — Kuku devemos tomar um banho? Ou talvez comer? Você acha que o banho é melhor depois da janta?

    Com tantas perguntas, o menino olhou para sua amada e a beijou.

    Sem conseguir reagir, a demônio se deixou ser levada, mas aquele toque não durou muito para príncipe então responder:

    — Vamos jantar. 

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    Após um momento de satisfação, Kevyn estava nu ao lado de sua amada. 

    Sentado na cama sentindo o frio da janela adentrando o local. Aquela sensação pós euforia. O garoto encarou sua arma e acariciou seu rosto.

    Logo seu olhar mirou ao lado de fora, o encarar da lua, a planície, a mesmice. Tudo que seus olhos viam poderia ser falso, mas… mais um momento de despersonalização… “Então esse sou eu? Um assassino não muito diferente dos que eu mato… por dinheiro? É isso que eu tenho feito? Por que meu corpo não se mexe? Eu estou realmente fazendo isso para cuidar dela? Tanto quero poder abraçá-la, mas eu não posso ficar parado, não posso”, conseguindo voltar, o príncipe cerrou seus dentes.

    “Não tem como esquecer, é tudo culpa deles, Casy… Casy! Foi ele quem tirou tudo de mim?! Eu tenho que matá-lo, eu vou matá-lo! Eu… preciso”.

    Um leve escorrer de lágrimas moldaram o rosto do menino. O franzir de suas sobrancelhas, o cerrar de seus dentes e o agarrar do lençol, não era um choro de tristeza, era de raiva.

    — Kelly… Kelly… — Rouca a voz do príncipe, que quase engasgou com suas próprias palavras.

    Mas algo que ele não sabia, era a presença de Night ao seu lado, acordada ouvindo e vendo tudo através das sombras do quarto.

    “Você não está nada bem, né? Eu não posso te atrapalhar num momento desse, seria muito constrangedor para você, eu vejo… será que fiz algo errado?”, ela pensou para si mesma, sentindo a falta do seu amor abraçado em seu corpo.

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    Pela manhã, dessa vez, quem acordou primeiro foi Night.

    Ela se levantou e olhou para Kevyn dormindo. “Já sei, vou preparar uma surpresa!”, ela se arrumou, pegou o dinheiro na bolsa dimensional dele e foi para a cidade.

    Ao despertar, o garoto percebeu a ausência de sua amada e então se levantou e pôs algumas roupas novas. “Sangue… ela bebeu o meu sangue”, suspirou e desceu para o andar de baixo.

    Na cozinha, o príncipe percebeu um bilhete em cima do fogão. “Eu não quero que faça almoço, por favor espere até eu chegar em casa, assinado Night”, ele leu em sua mente e então saiu para o lado de fora.

    Fitando a floresta e seu lindo quintal. Conforme o vento cintila no alvorecer da manhã. Cada grama de oxigênio perpétua pela vida aquilo que mais se rodeia; a morte, a falta. Da manhã e seu céu azul, do céu e as nuvens brancas, do branco o rosa calmo, a calmaria e o pensamento: “Só agora que eu percebi… eu não tenho conseguido chorar normalmente”, olhou para a própria mão, essa que já banhada em sangue, o fez cerrar seus olhos para o nada que compôs sua raiva.

    Quanta sorte.

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    Dez, nove, sete. Em passos rasos, Kley caminhou sob destroços de um reino destruído. A neve que seus pés se afundavam, sem sentir seu corpo era carregado até que a nevasca não lhe dissesse esse motivo. O céu é suas nuvens colossais, resultados de uma batalha que ocorreu a milênios atrás. 

    O descontrole era tão controlado quanto a maldade não próspera da sua própria realidade inata. Mesmo parecendo sem rumo naquela nevasca, o homem que causou a destruição manteve seu olhar tão baixo quanto as sombras que deixava.

    Pedras remanescentes de algo belo, passos sombrios que traziam o desagrado. Apático e não apático, ele chegou no topo de uma colina, e nela… a mesma mansão que pôde criar memórias tão belas 

    Intacta, ela permaneceu lá, bem onde deixou, quase de ponta cabeça, exatamente onde ele colocou.

    — A única coisa que sobrou. — Ele segurou a maçaneta da entrada e a girou. Mesmo com tanta neve barrando, ele adentrou.

    Do lado de dentro, fechou a porta para que a nevasca não entrasse, mas, talvez fosse menos sozinho se a neve estivesse lá.

    Caminhando pela escuridão, o corredor estava quieto. Tantos momentos agora perdidos, sentimentos que não poderiam ser trazidos de volta. Quase devaneio, ele chegou até o quarto de seu filho mais novo.

    — Você nunca pôde aproveitar sua janela, não é? — Ele se aproximou, tocou o vidro da janela e suspirou. — Você sempre esteve certa, Astéria.

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    — Eu cheguei!!!!

    Gritando tão alegre, Night chegou em casa, na porta da cozinha, viu seu amado na mesa esperando-a. Ela correu para perto dele e botou duas sacolas em cima da tábula.

    Surpreso, o garoto Inclinou a cabeça e tentou entender o que era.

    Através de um doce sorriso, a demônio tirou dois copos de milkshake e ofereceu o de capuccino para ele.

    Kevyn então pegou a sobremesa e ficou um pouco aflito. Entretanto, ao olhar para o rosto da garota, ele não conseguiu resistir e bebeu.

    Feliz, Night ficou com o de morango para si e se sentou sobre o colo dele enquanto dizia:

    — Você queria muito poder tomar um desse, não é? — Sorriu.

    O príncipe tomou um gole de seu milkshake e a abraçou ao mesmo tempo que a respondia: — Sim… e é por isso que eu amo você, meu sol. — Sorriu.

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