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    Finalmente despertando, Kevyn abriu seus olhos e, ao seu lado, sua amada abraçada em seu corpo. “Você já acordou?”, perguntou a ela.

    “Sim, mas ainda tô com uma dor de cabeça, sabe?”, Night esfregou seu rosto no peito dele.

    “E agora?”, naquele mesmo instante, o garoto curou-a.

    “Não era para você me curar, eu não tô mal de verdade!”, pensou para si mesma e logo o respondeu: “Ah! Ainda tô sentindo uma dorzinha…”.

    O príncipe se soltou dela e, como se tivesse teleportado, já estava de pé.

    — Você deve estar assim por causa daquela bebida, vou fazer uma sopa, algo mais leve. — Kevyn começou a sair do quarto.

    Mas, ao vê-lo indo, Night se levantou e agarrou o pulso dele antes de realmente sair.

    — Por favor, não precisa.

    O garoto virou para olhar o rosto triste da demônio e ela o segurou mais forte.

    — Você não tá com dor de cabeça? — perguntou o garoto.

    — Eu menti.

    Um silêncio antecipou uma resposta inesperada.

    — Sei que mentiu. — Guiou sua mão até a bochecha de sua amada e, com um olhar baixo, continuou: — Desculpe por desmaiar, você não precisa se preocupar, eu estou bem. — Sorriu.

    Kevyn se soltou dela e caminhou para o andar de baixo para fazer o almoço. Parada na porta do quarto, Night pôs a mão sobre a bochecha que ele tocou e pensou:

    “Você sabia? Significa que tentou fugir de mim?! Não… não é isso, você ainda tá com pouca energia, não é? Kevyn, não adianta ficar se forçando”, a garota desceu pelas escadas e, vendo-o quase fechando os olhos enquanto cortava alguns legumes, sua teoria se confirmou. “Por que se força tanto para cuidar de mim? Deveria ser o contrário, seu idiota”.

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    Com o garoto dormindo e seminu no sofá, Night estava fazendo o almoço. “Se palavras não funcionam, ações devem funcionar, não é?”, mexeu a panela.

    Assim, o dia passou e, após tanto descansar, pela noite, o príncipe se arrumou para ir assassinar. Mas alguém tentou impedir…

    — Têm certeza que você descansou bem? — A garota não deixou.

    Kevyn tirou a venda e um leve brilho de seus olhos emergiu. — Meu amor… — Ele agarrou-a pela gola da blusa e puxou-a para perto ao mesmo tempo que seus lábios se tocavam.

    Entretanto, a demônio resistiu e segurou os braços dele, enquanto tomava o beijo para si. “Será que eu preciso lembrar quem é dona de quem?”.

    “Precisa, você não sabe o quanto eu sinto falta disso!”, o garoto tentou tomar o controle da situação, mas rapidamente Night o abraçou e um olhar caído veio dela.

    — Tudo bem, então, quando chegarmos, te farei desmaiar, então prefira cair em batalha.

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    Chegando no bar do Jeremy, o homem no balcão tinha um sorriso no rosto. Preocupado, o garoto peguntou:

    — Boa noite… aconteceu alguma coisa?

    — Nada, somente percebi o anel em seu dedo, mas, além disso, tenho uma missão para você. — Agora de terno branco, o barman o ajeitou.

    Curioso, o príncipe inclinou a cabeça. — Qual é a missão?

    — Sendo sua primeira, eu somente quero que você extermine uma máfia inteira… kuku. — Ele colocou uma enorme pilha de cartazes em cima do balcão e continuou — eles vão fazer uma festa numa mansão com todos os membros, e como eles têm vendido drogas para crianças, todos deverão ser mortos.

    Sem um pingo de hesitação, Kevyn se aproximou e pegou o cartaz mais ao topo. — 600 grafos? Isso parece assustador, mas aceito a missão.

    — Ótimo.

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    O sair do bar, o olhar do cartaz e a localização quente na mente. Um sorriso tão sádico no rosto do menino fez com que Night pudesse compreender algo sobre seu amor que não tinha noção.

    “Outra máscara, Kevyn? O quanto você tem mentido?!”, ela arregalou seus olhos no plano astral e, por mais que já notado, agora era evidente que aquele não era o mesmo que amava.

    Portal de sangue carmesim criado e, ao passar por ele, uma leve dor de cabeça. “Esses meus passos calmos mostram minha adaptação”, passo por passo, levaram seu corpo de frente para uma estrutura que lembrou sua antiga casa, mas ao contrário, afinal ela era branca.

    “O quê?! Como você já os localizou?!”, em desespero por não o reconhecer, Night gritou para que ele a ouvisse.

    — O meu irmão mais velho me mostrou que não preciso olhar para onde quero me teleportar, eu só preciso já ter passado por aqui, e assim, eu realizei.

    O abrir da porta da frente e atrás dela, diversos homens de terno, todos mafiosos. Outro passo, agora tão hostil, transformou sua amada em arma e, ao retirar da venda, uma presença, essa mais apática.

    Katana já antes manchada de sangue.

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    Mãos já antes manchadas de sangue.

    — Parabéns, eu preferia não ter que te machucar para uma ordem tão simples.

    Paralisado ao ver um de seus olhos no chão junto ao corpo de seu coelho de estimação, Kevyn, quando ainda era uma criança, apático se absteve para não sofrer.

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    Tantos corpos pelo chão, com uma face tão séria, Kevyn fitou o líder de toda aquela máfia. Um homem alto, de cabelo preto e olhos amarelos.

    Com a venda em seus olhos, o garoto reconheceu-o e então pôde perceber algo que não pensara antes. Às vezes, até as pessoas do nosso cotidiano podem ser humanos tão imundos, até mesmo quem está do nosso lado.

    O gerente daquele mercado que o ajudou, bem na sua frente, uma vítima para seu assassinato. Claro que sua vítima não iria o reconhecer, mas saber o fim que aquilo causaria, trouxe o verdadeiro príncipe de volta.

    — Todo esse sangue…

    No topo da escada da mansão, o gerente desceu lentamente por ela com um semblante sério. — Você quem os matou, garoto.

    — Eu… sinto muito…

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