Capítulo 114 — Luz vinda da maior escuridão.
Bem devagar, Kevyn se virou e olhou para Night. Todas as espadas de forma ascendente se organizaram. Por meio de passos tão lentos, ele se aproximou dela e a beijou.
— Bom dia, meu amor.
Envergonhada, ela recuou seu olhar e respondeu: — B-bom dia… como… como você fez tudo isso em menos de um dia?
— Eu tô um tempo sem usar minha mana. — O príncipe pegou a mão dela e guiou-a até seu peito. — Ela é complementar, consegue sentir?
— E-eu… não tenho mana. — Tão aconchegante, a garota tentou se aproximar para apoiar sua cabeça, mas foi interrompida. De maneira rápida, Kevyn levou sua mão até o cabelo dela.
— Night, por que seu cabelo tá branco? — O olhar do garoto vagou por toda ela e mais a deixou tímida. Se divertindo, o príncipe sorriu e aguardou pela resposta.
— Isso não importa. — Virou o rosto.
— Tudo bem, mas saiba que você tem, sim, mana.
— Hm?
De maneira gentil, o príncipe envolveu-a com seus braços e completou: — Eu vou te fazer despertar.
Corada, a demônio tentou recuar, mas segurada foi, e nada poderia tirá-la. “Vamos lá fora, comigo vai tudo dar certo”, disse o menino, que sorriu.
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Sentados na grama úmida do quintal. Tão nostálgico que poderiam trazer lágrimas. A árvore destruída ainda mantinha a fraqueza do príncipe, quando ainda treinava para superar quem agora despertaria um dom devido ao mesmo.
O laguinho, tantas folhas secas em pleno verão, nem meio-dia era ainda, o sol estava apenas perto do seu ápice. Enquanto as escadas da sacada, agora sem mais proteção do poder, seu criador, Daniel, não estava mais ali para reconstruir os danos da casa. E o vento da manhã tão frio e gostoso, algo realmente… nostálgico.
De frente um para o outro, os olhos de Kevyn se perderam por um instante, naquela sensação, tudo nele lembrou e gritou por Améli. Mas a dor silenciosa, ele ignorou. Sorriu com calor, e calmo, pegou as mãos da sua amada.
Ele ergueu-as com as palmas viradas para cima, bem na altura de seu peito. E mostrando confiança para ela saber que conseguiria, ele disse:
— Vamos começar? Feche seus olhos e junte sua mana em uma bola nem acima de sua palma.
Diferente da mana, a magia não é um fluxo que Night podia sentir e simplesmente fazer o que ele pediu. Mas, por não saber disso, a garota fechou suas pálpebras e tentou, por fim, falhou. — Eu… não consigo… como você usa ela?
— Diria que é pela imaginação, mesmo que eu consiga ver as partículas não só por conseguir ver almas, como também manipulá-las tão bem, eu estou um pouco enferrujado…
— Aquilo não me pareceu muito enferrujado!
— Hehe, isso não importa muito, eu quero que você imagine e faça seu corpo sentir que fez uma bola de mana, só assim vamos chegar a algo. — Kevyn segurou as mãos dela com mais leveza e acariciou-as com seus polegares.
De olhos fechados, a demônio sentiu tantas sensações que seu corpo estremeceu. “Você tá me provocando?”, tantos pensamentos sua mente cobriu e leves partículas em sua mão surgiram.
“Imagino que para crianças isso seja mais fácil pela fertilidade da mente infantil, quando eu te toco você reage bem”, ele disse, mas Night não escutou por estar submersa procurando algo para desfazer da sua imaginação, algo que o príncipe não poderia deixá-la fazer.
— Vamos… você só precisa de um pouco mais. — Um breve sorriso, logo em seguida, uma ajuda sútil. — Você tem muita mana, não é, fofa?
Kevyn soltou as mãos dela, elevou seu braço e, tocando a testa dela.
— O-o que é isso?! — perguntou a garota um pouco ofegante.
— É mana, nossas almas são ligadas, isso deve ser bastante, não é? — Sorriu.
Com o surgir da esfera de mana, sua delicada cor roxa pairou em meio à grama, revelando ao príncipe a verdade tão linda e singela: aquela essência pertencia Night.
Tão leve quanto o vento que penteava seus cabelos, Kevyn apreciou a cena com o coração rendido. Era como presenciar o nascer de uma estrela e a explosão de uma supernova. “A Améli se sentiu assim quando viu minha mana?”, tão sereno, ele viu os olhos de sua amada se flexionarem, suas pálpebras tremendo sem entender.
Sua alma, tocada com tanta fofura, segurou novamente a mão dela e, com um sorriso suave, seus olhos, por um instante voltando a ter aquele brilho majestoso e carregado, disse:
— Agora espreme-a com toda a sua força! — Ele franziu a testa e cerrou os dentes após a fala, como se estivesse com raiva, mas o leve dobrar de seus lábios mostraram que era um sorriso, que Night não podia ver, mas era tão único quanto cada galáxia.
— Tu-tudo bem!!
Através de um rápido movimento, a garota agarrou rapidamente a esfera e a transformou em…
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— Como você está, Zeo? — Sentado em uma cadeira, Gabriel encarou seu amigo deitado sobre uma cama.
— Quanto tempo eu dormi? — Com seus olhos ainda quase fechados, o Lorde se sentou e encarou o cobertor.
— Algumas horas, sua família deve estar preocupada, deveria descansar em casa.
— Não, eles não se preocupam. Apenas quero uma resposta.
— Hm?
Erguendo seu braço recuperado pelo príncipe, incomodado, Zeo franziu sua testa e perguntou: — O que é isso?
Com um leve arregalar de seus olhos, Gabriel sorriu e balançou a cabeça em negação. — Isso foi apenas o Kevyn, nem eu sabia que ele podia fazer isso.
— Ele… recuperou meu braço?
— Sim.
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O leve abrir de seus olhos, tão leve viu tudo parado, seu amado em sua frente, um momento tão solene para seu “Tic”.
Night percebeu o que aconteceu, mas o principal, Kevyn estava encarando-a mesmo quando o tempo parou. Assim, com o “Tac”, retornou e do príncipe foi dito:
— Conseguimos.
Das mãos de Night, uma enorme massa de luz. O perpétuo momento, a radiante claridade revelando que até de noite, o brilho existe.
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