Índice de Capítulo

    Suspirando após vê-lo desmaiar, Gabriel desativou sua restrição e se sentou ao lado de seu irmão mais novo. “Tudo bem, você me mostrou o quão assustador é”, o homem tocou com dois de seus dedos a nuca do garoto e começou a transferir energia para ele.

    — Kevyn, correr risco pra vencer e morrer pra trazer a vitória são coisas totalmente diferentes… seus ataques são desastrosos! 

    Pouco a pouco, os olhos do jovem abriam, mas fitando ainda descoordenado, sem consciência, ele grunhiu em contestação. Se divertindo, o lorde riu enquanto mantinha o fluxo de energia, enviando para que ele sobrevivesse.

    — Você já estava cansado, não é? 

    — Uhum… — o príncipe grunhiu.

    — Vamos para casa, já é quase hora do almoço…

    — Uhuhm…

    — Anda… Vamo…

    — Nãããhhhhuuummm

    Gabriel interrompeu a transferência de sua energia e lentamente se levantou ao mesmo tempo que se espreguiçava. Um pouco incomodado, ele chutou o príncipe de leve. 

    Através de um suspiro, ele olhou para a colina que havia voltado ao seu estado original, pensando: “Isso foi a abjuração? Que poder absurdo”.

    O homem percebeu seu irmão rolando morro abaixo e começou a correr atrás dele.

    — Ei! De onde surgiu esse relevo?! Volta aqui!!

    Alcançando-o, o lorde pegou-o em seu colo e suspirou. “Uff! Você tá todo molenga, tá anêmico? Não adianta beber do próprio sangue”, caminhando de volta para casa, ele olhou para o rosto em repouso de seu irmão e sorriu levemente. “Preciso ficar mais forte, se não você vai acabar me alcançando, huhuhu”.

    ❍ ≫ ──── ≪ • ◦ ❍ ◦ • ≫ ──── ≪ ❍

    Descascando alguns dentes de alho, Gabriel fazia o almoço já que o príncipe estava “dormindo” na mesa bem ali do lado. Todavia, o jovem reagiu ao cheiro de alho sendo fritado e finalmente retornou a sua consciência.

    Levantando seus miolos da mesa, ele se jogou da cadeira sem fazer barulho e derreteu até a forja. Mas, de repente uma voz interrompeu seu trajeto:

    — Você pretende entrar na guilda? Você poderia conseguir os núcleos matando monstros. — Era Gabriel.

    Como ele estava fazendo a comida? Não era para o dono da casa estar fazendo isso? O garoto franziu a testa e balançou seus braços para cima e para baixo em descontentamento. Sem falar nada, depois de  tanto esforço, ele logo sofreu uma recaída e caiu no chão.

    No mínimo fofo para seu irmão mais velho, que sorriu e riu:

    — Huhuhu, você deveria descansar, hein?

    De pé e em silêncio, o garoto voltou até a mesa e encarou-o no mesmo momento que fechou seus olhos para repousar sua mente.

    — Não vai falar nada? Não me deixa no vácuo não! — irritado, Gabriel gritou.

    Pesada e profunda, a voz de Kevyn pareceu definhar o ambiente: — Ah… Claro, a questão da guilda não me parece uma má ideia.

    Com seus olhos arregalados, o homem viu-o semicerrar seus olhos, z

    e então, sorriu e respondeu: — Que vozeirão… bem, percebi que você tá fazendo algo bem especial, eu vou ver se consigo alguns núcleos de mana para você.

    — Obrigado.

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    Abrindo seus olhos, Night franziu a testa e começou a xingar Gabriel em sua mente.

    Ela se levantou, tomou um rápido banho e desceu as escadas até encontrar seu amado e seu irmão.

    Revirando os olhos pela presença do lorde, ela se sentou ao lado de seu amor e automaticamente percebeu o quão cansado ele estava. No entanto, ela não falou nada sobre e apenas o agarrou.

    O almoço passou e Gabriel foi embora para trabalhar. Kevyn e Night ficaram em casa e em cima dele, a garota sorriu e deslizou seus dedos pelo seu corpo, acariciando gentilmente. “Ei… Você me ama?”, perguntou para o jovem deitado sobre o sofá.

    Confortável, ele manteve seus olhos fechados, sentindo-a com um leve sorriso. “Óbvio que eu te amo”.

    “Então me ame mais…”, respondeu com raiva.

    “Mais? Olhe tudo o que eu fiz por-”, ela o interrompeu.

    “Me ame mais! E mais! Apenas me ame!”, a garota abraçou-o com força.

    Kevyn levemente arregalou seus olhos e guiou seus até cobrir o corpo dela em um caloroso abraço. Um momento confortável depois de alguns desentendimentos, o príncipe queria que aquilo nunca acabasse.

    — Night, que tal a gente procurar um monstro pela floresta? Um passeio. — Ele sorriu.

    — Eu adoraria, meu príncipe. — Se sentou em cima dele e também sorriu.

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    Caminhando pela floresta e passando pelas árvores, o casal conversou enquanto os pássaros e animais fugiam de medo… Mas era somente de um dos dois.

    — Hm… Kevyn, estava querendo saber de uma coisa. — Ela queria arrumar um problema.

    — O quê? — Inocente criança que não sabia onde estava de metendo.

    — Você por acaso… gosta da Aycity?

    — Claro. — Sorriu.

    Night inchou sua bochecha e logo deu um soco na costela dele. — Seu idiota, não está satisfeito por estar comigo? 

    — Hm? Óbvio que sim, mas a Aya continua sendo minha amiga, sabia? — reclamou.

    — E quem você prefere? Ela… ou eu? 

    Com aquela pergunta, Kevyn entendeu parcialmente o que estava acontecendo. Fechando seus olhos e suspirando, ele encarou-a com seus olhos mortos. 

    — Night, quem das duas eu me entreguei? Por quem eu ma-

    Ele tentou usar um truque de romance.

    — Calado! Quem mata sou eu, lembre-se que eu, EU sou sua lâmina! 

    Silêncio para que ela pudesse continuar.

    — Até um apelido você deu para ela! Por que eu não tenho? Por que eu não recebo todo esse carinho?! 

    O príncipe parou, desviou o olhar, encarou-a nos olhos e disse: 

    — Night, desde quando eu te conheço de verdade? Eu nem sei o seu nome de verdade, sei! 

    — … Você quem nunca teve interesse! Eu sempre estive à sua disposição! Você me conhece… Óbvio que conhece! O problema é que… Eu… Não. O problema é… — Receosa, ela apenas abaixou a cabeça.

    — É? …

    Leves lágrimas vinda de seus olhos, Night fez contato visual com ele, franzindo levemente os lábios, mas não conseguia dizer nada. Passo por passo ela se aproximou e assim o beijou para finalmente conseguir falar: — Vamos… fazer uma promessa…

    — Promessa?

    — Prometa que de todas, você sempre vai me amar, que vai me amar incondicionalmente, mesmo que eu faça a pior coisa com você, com seu corpo ou mente.

    — Só isso? — O príncipe esgueirou-se até abraçá-la e olhar seus olhos bem de perto. — Eu aceito, contanto que prometa me deixar conhecer você, a verdadeira você.

    — Seu tolo, você já está conhecendo… só não prestou atenção ainda — Ela segurou seu queixo e então se arrepiou ao olhá-lo tão de perto. — Eu aceito.

    De repente, a briga se inverteu? Virou amor de novo, talvez mais forte do que antes, mas ainda mais frágil.

    Os dois se aventuraram pela floresta, acharam uma cachoeira, passaram pelo lago, visitaram a caverna, até enfim voltarem para casa. Um momento calmo para suas almas, de novo?

    Um pouco triste para o garoto que queria núcleos para o que estava fazendo. E sentindo-o ainda para baixo, a garota então perguntou:

    — Por que não vamos até o Jeremy, talvez ele venda o que você quer…

    — Ah… tem certeza? É uma boa ideia.

    — Em troca, quero que você compre alguma coisa que eu queira! — Sorrindo, ela pulou em cima dele e o agarrou.

    — Essa é a minha Night. — Sorriu e acariciou suas costas.

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