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    Logo após sair correndo de casa… Night entrou em meio a floresta com sua espada. Depois de horas correndo e chorando, cansada pôde ver entre as folhas e troncos um homem sentado sobre a fogueira.

    De cabelo comprido e azul tão escuro, ele estava se alimentando de peixes beira a rio. Por mais estar numa situação tão pobre, ele ainda se vestia tão bem quanto qualquer pessoa normal.

    Limpando suas lágrimas a demônio tentou juntar coragem para ir até ele, mas o próprio quebrou sua linha, dizendo:

    — Ei, garota… o que está fazendo nessa floresta? — Tampando um dos olhos com o próprio cabelo, ele encarou-a com seu olhar carmesim.

    Assustada a jovem recuou, mas voltando a tomar coragem, se aproximou e encarou ele sem dizer nada.

    — Ok… eu entendi? Você é bem assustadora. — Sem mostrar medo, ele tirou um de seus peixes da fogueira e entregou à Night.

    Relutante, ela aceitou a comida e se sentou do outro lado do fogo, cravando Destroyer sob o chão. O homem então continuou assando seus peixes sem dizer nada, apenas ouvindo os estalos da fogueira sob o véu da noite.

    “Kevyn… me desculpa…”, ela lacrimejou, mas apenas deu uma mordida no peixe e aceitou seu destino. “Preciso achar um jeito de me desculpar… mas não consigo ver um mundo onde eu possa ficar ao seu lado…”. 

    — Ei, garota… o que achou do peixe? Eu sou um cozinheiro de um restaurante aqui de Emerald, eu meio que sou adotado… então fugi de casa. Aposto que você também têm uma história bem legal! — Ele tentou sorrir, algo que não combinava com seu rosto tão sério.

    Night apreciou o gesto dele. Enquanto as vozes diziam: “Apóstolo. Apóstolo. Apóstolo”, ela respondeu: — Eu tentei abusar do meu namorado e fugi quando não consegui.

    Silêncio.

    Eles se encararam por meros segundos, o rapaz cruzou seus braços e tentou achar uma forma de responder aquilo:

    — Ah… complicado isso daí…

    Terminando seu peixe a garota sorriu, e ao seu lado, olhou para sua espada. “Não deve ser normal ver uma espada com um buraco negro por aí, ele não parece com medo também, até que isso é bom”, a demônio estava amando não matar tudo a sua volta.

    Mas um detalhe que ela percebeu… “a Destroyer não anula as vozes… o Kevyn também não anula, mas… não sei”, ela suspirou e então perguntou:

    — Qual é o seu nome?

    O homem retirou outro peixe da fogueira e a ofereceu. — Kyajurin… e só, não sei de qual família eu realmente sou.

    Aceitando, Night respondeu: — O meu é… Starlight Death, tipo uma estrela da morte… — Sorriu.

    — Que… diferente, acho que combina com sua espada.

    — Realmente, não é?

    Silêncio.

    Os dois então ficaram trocando pequenos assuntos até Kyajurin pegar no sono e dormir sobre seu tronco de madeira em formato de banco. Ele também tinha uma arma consigo, uma espada até familiar para a garota.

    Vinda de um aço que somente seu mestre e Kevyn sabia moldar, era impossível não reconhecer uma arma que seu mestre fez. “Por que ele têm uma espada feita pelo Daniel?”, ela se perguntou, mas não era seu maior problema agora.

    Se levantando, Star olhou para a lua e chorou levemente. Sem fazer barulho, as lágrimas vieram como cachoeiras de seu silêncio. Conforme o vento penteiou seu cabelo, as folhas sopraram e tudo virou barulho conforme as vozes diziam: “Treine, Treine, Treine, Treine”.

    “Dessa vez foram quatro vezes, será um indício?”, retirando Destroyer do chão, ela fechou os olhos e logo começou seu treino. “Se eu quero retornar, preciso ficar mais forte para livrá-lo de sua escuridão”.

    ★ ≫ ──── ≪ • ◦ し ◦ • ≫ ──── ≪ ★

    Logo pela manhã, Kyajurin acordou, se levantou e lavou seu rosto no riacho ao lado de seu acampamento. Se alongando, ele pôde escutar algumas árvores caindo. Nada muito incomum depois de um gigante de mais de cem metros aparecer.

    No entanto… esses sons eram próximos demais. “Pera… o que?!”, correndo atrás do baralho, ele viu… Night ampliando seu acampamento?

    — Ei garota… o que você… tá fazendo?

    Com uma árvore inteira em cima do ombro, ela encarou-o e começou a invocar seus soldados para ajudá-la.

    — Eu estava tão focada que esqueci! Eh… eu… você… quer se juntar ao meu exército? — ela perguntou e deixou o tronco no chão.

    — Eu preciso lutar?

    — Não.

    — Então por mim tudo bem. Eu tô indo trabalhar, se quiser comer você pode pescar. 

    Vendo-o ir, Night continuou fazendo seu castelo com seu exército.

    ★ ≫ ──── ≪ • ◦ し ◦ • ≫ ──── ≪ ★

    Pelo anoitecer, Kyajurin bocejou enquanto voltava para casa. Passando em meio às árvores, ele pôde perceber uma fortaleza um pouco adiante.

    Sua fogueira estava cercada por árvores, como muralhas de madeira para um lugar que antes haviam troncos vivos, agora estava plano, pronto para ser usado como sala.

    Em meio ao local estava aquela garota que de repente apareceu. Ela estava usando sua espada enorme com leve maestria, seus olhos brilhavam em tensão, como se estivesse concentrada demais para notar sua presença.

    Suspendendo suas bolsas ao lado da fogueira, o homem de olhos carmesim cerrou-os e começou a observar Night treinando. “Ela é extremamente forte, por que será que fez aquilo? Eu deveria estar com medo dela, mas não sinto nenhuma hostilidade”, Kyajurin colocou uma grelha sobre a fogueira para que pudesse apoiar seu copo térmico e fazer chá para ambos.

    Quebra de limite, Destroyer sublime.

    Starlight esteve treinando há 13 horas seguidas, sem parar, sem descanso, ela sorriu percebendo que Destroyer restaurava sua energia a cada ataque, mostrava destaque e alterava a gravidade. 

    Quase à parte, o vento que se quebra e altera a realidade. Aos poucos o nível se elevou, o despertar de sua face é a sua versatilidade. A ascensão de sua espada, a cada hora altera e amplifica toda sua jornada.

    Horas viraram anos, cada segundo que se passou mudou todo o seu plano. Anos viraram décadas, cada vez mais ágil, mais e mais passava a sua era.

    “Tic, tac”

    Notando seu dispersar do mundo, Night voltou ao tudo como quem passou anos em outro plano. 

    Sua Eutimia.

    “Senti como se tivessem passado 200 anos, se passou quanto tempo?”, ela olhou em volta e percebeu Kyajurin preparando chá.

    — Starlight… obrigado pela… casa… — Ele suspirou.

    — Kukuku, não agradeça a nova rainha da espada. — Sorriu.

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