Índice de Capítulo

    Vendo o esqueleto erguendo-se, se encarando, Kevyn colocou as mãos na cintura, vendo sua primeira criação e pensando: “Ele tem pupilas roxas, talvez um pouco da mana da Night tenha contagiado ele. Pensando bem, só senhor monte de ossos não é o mais apropriado para essa situação”.

    Erguendo sua mão em direção a ele, o garoto disse sorridente:

    — Aqui eu te nomeio, Humbra! Como o grande rei Humbra!

    Após alguns segundos em um total silêncio, o garoto sentiu uma vibração em suas vestes, era Blade dizendo: “Esqueletos não têm cordas vocais, mestre. Por favor, lembre-se de que no segundo artigo do livro sobre o manastral constava que suas criações têm personalidades distintas e, se não tiver controle sobre elas, pode haver um possível ataque”.

    Traduzindo as vibrações aos poucos, Kevyn mantinha contato visual com Humbra.

    Após alguns segundos, o garoto ergueu Night em direção ao esqueleto.

    — Senhor monte de ossos, eu te nomeio o primeiro membro do meu futuro grande exército. Peço que se curve para dar as honras de ser meu general!

    Se curvando, o esqueleto aguardava pela honra de servir a seu mestre. Maravilhado, o garoto levantou suas orelhas, deixando seu chapéu cair.

    Realizando o ritual de nomeação real, tocando a lâmina de Night no ombro ao outro dele, Kevyn, com seus olhos fechados e sorrindo, tocou-o no crânio com sua mão e absorveu-o.

    Pegando seu chapéu e entrando de volta à sala, sentou-se ao lado de Rey ainda muito feliz. Guardando Night, ao olhar para o quadro e perceber que ele estava cheio, sua felicidade foi quebrada. “Eu saí por um momento e já tá cheio! Isso é uma injustiça!”.

    Percebendo que seu amigo estava um pouco estressado, Rey perguntou: — Tá tudo bem, Kevyn?

    — Não! Como que eu vou copiar tudo isso? — disse frustrado, deitando a cabeça na mesa.

    — Hehe… o que aconteceu com o senhor monte de ossos?

    Nervoso, ergueu sua cabeça inquieto e disse: — A-ah! Como eu te explico? Ele virou meu subordinado.

    Tentando processar. — Que?

    Se acalmando, olhou para Rey e disse, mostrando seriedade e com um olhar singelo: — O monte de ossos ganhou vida e eu absorvi ele… agora ele está na minha alma com uma marcação específica.

    Tentando manter sua curiosidade, pensou: “Eu li que dava para criar seres através da mana, mas nunca me disseram sobre absorver e guardar eles”. Suando um pouco, encarou seu amigo e perguntou com seu caderno pronto para anotar. — Como você aprendeu isso?!

    — Fora a minha mestra, meu pai faz algo parecido. Eu… só copiei ele, nada de mais! — Tentando diminuir seu feito, Kevyn percebeu a curiosidade dele e sorriu, tentando não chamar atenção.

    — Ah… entendo. — Desanimado, Rey suspirou e continuou copiando a matéria.

    Aliviado, o garoto pensou: “Eu não menti, mas não poderia falar que eu me inspirei na Améli para criar essa variação de absorção. Ele ficaria louco se soubesse que fui treinado por uma ex-general… na real, talvez ele já saiba”. Pegando seu caderno, começou a copiar o quadro.

    ❍ ≫ ──── ≪ • ◦ ❍ ◦ • ≫ ──── ≪ ❍

    Após voltar para casa e almoçar, Kevyn estava no campo, deitado em meio à grama. “Eu quero algo doce… doce!”, pensou, fechando seus olhos e se espreguiçando.

    Uma voz chegou a Kevyn que, reconhecendo-a, ergueu-se, se sentando:

    — Desculpa por não vir falar com você nesses tempos.

    Olhando em direção à voz, o garoto vê sua mãe. — Hm… tudo bem — disse, suspirando.

    — Não precisa se preocupar, só estou tendo alguns problemas no trabalho. Aqui. Trouxe um bolo de cenoura com cobertura de chocolate — disse, levantando um pote na altura de seu peito.

    Erguendo suas orelhas, Kevyn desviou o olhar, dizendo: — Você trouxe só pra mim?

    Se aproximando e sentando-se de frente para o garoto, Astéria esticou sua mão, entregando o pote: — Uma amiga disse que você iria gostar, foi ela quem fez.

    Cruzando suas pernas, o garoto pegou o pote, abrindo-o e vendo um coração feito de morangos picados. “Nossa, que bonito! Deve ter dado um bom trabalho”, pensou, tapando o pote e dizendo: — Por que sua amiga fez o bolo pra mim?

    Encaixando algumas peças, a mulher pensou: “A Myuky tinha me perguntado sobre doces tempos atrás, talvez ela esteja fazendo testes e queira virar confeiteira? Só pode ser isso!”, fechando os olhos, respondeu: — Eu acho que ela quer ser confeiteira e por isso está fazendo teste!

    “Nossa! Deve ser legal ser confeiteiro”, pensativo, Kevyn sorriu e disse: — Eu quero aprender a fazer doces também!

    — Um dia, um dia. — Fazendo cafuné nele, Astéria abriu seus olhos.

    Após passar um tempo com sua mãe, ela foi embora e, comendo o bolo, o garoto encarava sua espada, pensando: “Será que, se fosse humana, ela gostaria de comer o bolo também? Aff!”.

    ❍ ≫ ──── ≪ • ◦ ❍ ◦ • ≫ ──── ≪ ❍

    Entrando no escritório de Astéria, Klei passou por Kancernali e foi direto até a mesa de sua “amada”, gritando:

    — Astéria, que merda é essa que a Myuky está dando bolo com coração para o nosso filho?!

    — O quê? Você estava olhando?

    Batendo a mão na mesa, o homem respondeu: — Óbvio!

    — Bem, foi somente um presente inofensivo. Não consigo enxergar a malícia que você está acusando.

    Se acalmando, o homem suspirou, retirando a mão da mesa e cruzando seus braços: — Entendo, mas tome cuidado, não quero ver esses tipos de presentes, principalmente de algumas das suas amigas.

    — Não precisa se preocupar, não acho que elas tenham algum interesse nele, afinal, devo lembrá-lo de que o garoto não tem nem 8 anos ainda.

    — Por esse lado, eu consigo entender ser impossível, mas já recebemos propostas de futuros casamentos e… precisamos ficar de olho no que certas pessoas e governantes têm em mente.

    — Eu não pretendo dar meu filho a qualquer uma.

    Sorrindo, Klei debochou: — Nosso filho.

    Percebendo, Astéria soltou um leve ar pelo nariz. — Nosso filho.

    Arregalando seus olhos, o homem ficou boquiaberto, dizendo: — É impressão minha, ou você acabou de rir?

    Neutra, Astéria voltou ao trabalho, terminando de assinar um papel. — Acho que foi só impressão sua.

    — Enfim, não vou te atrapalhar. — Dando as contas, Klei saiu do escritório.

    ❍ ≫ ──── ≪ • ◦ ❍ ◦ • ≫ ──── ≪ ❍

    Assim, os dias passaram. Kevyn e Rey continuaram fazendo suas loucuras e, durante esse tempo, a Universidade de magia “Silver Catalismy” criou uma nova lei onde crianças de até 7 anos poderiam se matricular.

    Pela sua família, o Rey teve que ir, mas antes ele e Kevyn puderam se despedir durante um recreio.

    — Kevyn, te falaram da nova lei da universidade?

    Confuso, encarou-o, vendo tristeza em seu olhar. — Não… aconteceu alguma coisa?

    — Pra felicidade de muitos, eles abriram uma lei e, quem tem 7 anos, pode se matricular — disse desviando o olhar.

    — Eu… entendi. Que bom que você vai! — Sorridente, Kevyn tentou não deixar o clima pesado.

    “Ele não se abalou?”, arregalou seus olhos, mas logo fechou-os e sorriu. — Eu vou te esperar lá, tudo bem?! — Gritou, levantando seu queixo.

    — Pode apostar!

    Após a ida de seu amigo, Kevyn ficou sozinho na sala de aula, mas ainda tinha Colt para conversar durante seu tempo na escola.

    Faltando dois dias para o torneio, agora é sábado, dia 29 de ¹cheia-ninth.

    ❍ ≫ ──── ≪ • ◦ ❍ ◦ • ≫ ──── ≪ ❍

    ¹Cheia-ninth — Equivale à setembro, sendo o mês 9 do calendário estranho de B2A.

    Apoie-me

    Regras dos Comentários:

    • ‣ Seja respeitoso e gentil com os outros leitores.
    • ‣ Evite spoilers do capítulo ou da história.
    • ‣ Comentários ofensivos serão removidos.
    AVALIE ESTE CONTEÚDO
    Avaliação: 100% (1 votos)

    Nota