Índice de Capítulo

    Acordando, Kevyn se sentou em sua cama e olhou para Night. “Eu tô começando a acordar nesse horário”, pensou, ficando de pé e indo ao banheiro.

    Após retornar, pegou sua espada e saiu de seu quarto, indo até o campo. Em meio ao gramado, o garoto observou a lua e as estrelas, dizendo:

    — Sabia que raramente as três luas podem aparecer durante esse mês que vai vir? — Olhou para sua espada que brilhou uma vez.

    Se sentando no gramado, fincou-a ao seu lado e fechou os olhos, dizendo:

    — Pelo o que Améli me disse, quando eu nasci, era lua nova, mas… eu adoraria ter nascido ao resplendor das três luas! Mês que vem é meu aniversário de novo e eu sinceramente espero que não aconteça o mesmo do ano passado. — Suspirou, abrindo seus olhos e encarando Night que brilhava suavemente.

    Com a luz púrpura de sua espada refletindo em seu rosto, Kevyn sorriu e deitou-se, voltando a dormir.

    ❍ ≫ ──── ≪ • ◦ ❍ ◦ • ≫ ──── ≪ ❍

    — Garoto… acorde!

    Uma voz chamou por Kevyn que, semicerrando seus olhos, viu seu pai. “Hm? Por que ele parece tão… baixo?”, pensou, olhando para baixo e percebendo que Klei havia o levantado do chão.

    — Finalmente, eu vim te ensinar algumas coisas. — Colocando-o de pé, o homem se afastou um pouco, ao mesmo tempo que materializou sua espada da sombra de seu sobretudo.

    Olhando em volta, Kevyn percebeu que ainda estava no campo. “O sol ainda tá nascendo, tá bom”, pensou, coçando os olhos e encarando seu pai, esperando que ele dissesse algo.

    Vendo-o com bastante sono, o homem disse: — Se você conseguir me atingir um golpe sequer, eu vou te levar para dar uma volta pela cidade.

    Finalmente abrindo seus olhos, Kevyn sorriu, chamando Night para sua mão: — Ok!

    Ao segurar a arma com a mão direita, o homem a curvou diagonalmente, posicionando-a à frente de seu peito. —Vou te ensinar umas coisas sobre mana e também sobre alguns outros fatores. Vamos falar que vai ser como andar de bicicleta.

    “Ele criou um estilo próprio de luta? Talvez esteja me subestimando? Por que parece algo letal? Não, não posso me deixar levar por uma postura” pensou kevyn, segurando Night com as duas mãos e encostando-a ao chão em direção a seu pai.

    Percebendo, Klei gritou: — Pehn! Pehn! Errado! Muito errado!

    — Hm? — Confuso, o garoto perdeu toda sua postura.

    — Sua espada é pesada?

    — Não?

    — Consegue segurar ela só com uma mão?

    — Sim?

    — Ela fica lenta se você tentar atacar o inimigo?

    — Hm… não!

    Sorrindo, o homem manteve sua postura, dizendo: — Exatamente! Mesmo com o tamanho da sua espada, seu centro de massa é como se fosse a de uma espada de uma mão. Significa que você não precisa se posturar como um usuário de great sword.

    — Entendi! Então posso só… — disse, segurando Night com apenas uma de suas mãos e fazendo a mesma postura de Klei.

    Vendo-o o copiando, debochou: — Tá copiando minha postura por que, em pivete?

    — Não sei, mas parece interessante.

    Fincando sua espada sobre o chão, o homem disse: — Mesmo que não precise se posturar como um usuário de espadas enormes, você pode usar os usuários de Claymore como referência. Colocá-la como seu escudo e a frente de seu corpo é sempre uma opção viável pelo seu tamanho e espessura.

    — Então tenho que sempre segurar com as duas mãos, né?

    — Exato, mas sempre lembrando de deixar a mão direita na parte superior e à esquerda na inferior, assim como a Améli já disse.

    Segurando Night com as duas mãos, Kevyn apontou-a em direção de seu pai. — Sim, é importante manter a postura aberta em um ângulo de 45 graus para criar uma base firme.

    “Ele já tem uma base, não vai ser tão difícil de explicar”, o homem pensou, retirando sua espada do chão e apontando-a para o garoto, ainda segurando com somente uma das mãos.

    Observando seu pai novamente, finalmente entendeu. “Ele não usa as duas mãos porque é desnecessário. Em uma luta, o que mais importa é precisão, não força em si”, pensou, avançando e fazendo um ataque na diagonal para baixo.

    Se defendendo, o homem as faz se chocarem. Klei observou a postura de seu filho, pensando: “É, até que não está tão errado, mas precisa aperfeiçoar”, forçando as lâminas uma contra a outra.

    Girando as armas, Kevyn forçou-as para baixo ao mesmo tempo que, soltando sua mão esquerda, estalou os dedos e uma mão óssea saiu do chão e segurou a lâmina de seu pai.

    “Agora!”, pensou, voltando a forçar, assim, o garoto fez um corte vertical diretamente no braço que Klei ainda segurava sua espada.

    Sendo atingido, o homem sorriu, enquanto a lâmina de seu filho era repelida por não conseguir sequer atravessar suas vestes. — Parabéns, você conseguiu me atingir.

    Se afastando pelo impacto, o garoto rapidamente se recuperou, sentindo que sua mão torceu pela força. — Arh… isso doeu.

    — Use sua abjuração para se curar. — Guardando sua espada na escuridão de seu sobretudo, Klei cruzou seus braços.

    — A-ah! Então… eu… meio que não consigo — disse, desviando o olhar.

    Concordando com a cabeça, o homem caminhou até o garoto e se sentou na grama, esperando-o. — Tenho uma sugestão.

    — Hm? — Se juntando a ele, Kevyn se sentou e aguardou pela sugestão.

    — Por que não tenta usar suas outras formas de energia para se curar? Tenta canalizar as energias.

    Cravando Night ao seu lado, gritou: — Ok! — Retirando suas lentes, ergueu a palma de sua mão não torcida até a altura de seu peito e, começou a canalizar sua mana em uma esfera, pensando: “Mana, magia e energia. Alma, coração e corpo”. Com um brilho verde tomando a coloração da mana, Kevyn gerou um osso.

    Sorrindo, Klei se aproximou e acariciou a cabeça do garoto, dizendo: — Isso, muito bem.

    Observando o osso em sua mão, disse: — Esse osso tem uma propriedade estranha.

    — Bata ele em sua mão.

    Segurando o osso e batendo em sua mão torcida, ela simplesmente melhorou e, pensando: “Isso é considerado uma gambiarra, não é?! A Mind me falou sobre isso!”, o garoto sorriu, olhando alegremente para seu pai.

    “Isso… é surpreendente. Aqueles magos superestimados falam que isso é uma gambiarra, mas até eu tenho dificuldade de transferir minha abjuração para a escuridão, eles são um bando de invejosos”, se agachando, Klei apertou as bochechas de seu filho, dizendo: — Muito bem!

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    Mais tarde, Kevyn estava almoçando no campo. Blade estava ao seu lado e, juntos, observavam a grama.

    “O senhor monte de ossos continua na minha alma, vou usá-lo em uma emergência. Não tenho muita coisa pra colocar na bolsa dimensional da minha mãe e eu esqueci de pedir para Nick dar um pouco do sangue dela pra encher a bolsa de sangue”, pensou Kevyn, balançando as pernas enquanto mastigava.

    Ao lado do garoto, Night brilhou duas vezes e parou. “Quando eu terminar, eu acho que vou dormir e só… eu tô ansioso pra amanhã, mas não tem nada pra fazer!”, pensou, fechando os olhos um pouco emburrado.

    Lembrando da noite com Nick, o garoto parou de balançar suas pernas e ficou um pouco estático. Engolindo a comida e se arrepiando, ele juntou as pernas e ficou um pouco corado, pensando: “Que sensação estranha”.

    Num piscar de olhos, de repente, Aradam estava na frente dele. Arregalando seus olhos, Kevyn encarou-a um pouco nervoso.

    — Kevyn… mordida no pescoço?

    Enquanto o garoto Abaixava a cabeça, Blade entrou entre as roupas do garoto, que disse: — Eu só… queria saber como era.

    — Curiosidade, certo? Tudo bem… mas deixa eu conversar um pouco com você. — Se sentando ao seu lado, inclinada e apoiando seus cotovelos sobre seus joelhos, Aradam colocou a mão na perna dele. — Entendo que aquele livro parecia dizer coisas que você nunca ouviu, mas por experiência própria, eu recomendaria esperar um pouco antes de… saber sobre essas coisas.

    — Sim, você me disse ontem…

    — Se for morder alguém no pescoço, ou beber sangue em si… beba somente de uma pessoa muito especial para você. Claro, beber sangue é necessário e a Nick te ajuda com isso e tals. Mas quando se trata de beber sangue pelo pescoço, isso é algo muito mais íntimo e você deve selecionar uma pessoa muito especial.

    — Entendi… — Ele estava cabisbaixo.

    — Não fique triste, você não tem culpa. Só não faça isso de novo.

    — Tá bom, mas por que beber sangue pelo pescoço é… tão especial?

    — Eu não faço a menor idéia, não sou vampira hehe — Se levantando, Aradam se virou para o garoto e deu um peteleco em sua testa, fazendo-o erguer a cabeça. — Para de pensar besteiras e vá se arrumar. Você e seu pai vão sair daqui a pouco.

    Sorrindo, Kevyn se levantou e disse: — Tá bom!

    ❍ ≫ ──── ≪ • ◦ ❍ ◦ • ≫ ──── ≪ ❍

    Em meio a uma planície, um cavaleiro morto vivo carregava uma espada em suas costas. Olhando para Kevyn, Klei sorriu dizendo:

    — Esse será meu último ensinamento por hoje.

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