Índice de Capítulo

    Ainda na enfermaria, Kevyn apertou seu braço na tentativa de conter a dor. De repente, Nick, a mesma empregada de chifres e cabelo negro, apareceu na porta da enfermaria e viu o que ele estava fazendo.

    Ao perceber sua presença, ele voltou a fingir estar bem, mas a garota já havia visto.

    — Ei, Kevyn.

    — Oi! — Sorriu e tirou a mão do braço bem devagar.

    — Fiquei sabendo do que está acontecendo no seu braço, não precisa esconder.

    — Eu não quero parecer fraco na sua frente. — Mudou para uma face séria e desviou o olhar.

    — Eu… não entendo nada pelo que você passa aqui… — Ela abraçou o garoto e encostou sua testa com a dele, enquanto dizia: — Sei que sempre fui muito rude, mas deixa eu me redimir.

    — Eu nunca achei você ruim, pensei que fosse só… você.

    — Bem, não é hora de pensar nisso, né? — Ela moveu sua mão até o braço dele e se sentou ao seu lado.

    — O que você vai fazer?

    — Vou encantar seu braço. Primeiro, eu vou diminuir a dor, conforme você se acostumar com ela, a dor vai aumentando até você se adaptar totalmente. Assim que você terminar a adaptação, o encanto é desativado.

    — Magia de encantamento?

    — Exato. Bem, vamos começar. — Ao cortar seu pulso com suas unhas, Nick usou seu sangue para fazer um círculo mágico no braço do garoto.

    Ela iniciou um encanto, o que fez o círculo brilhar e, assim que terminou de falar, a dor de Kevyn diminuiu drasticamente.

    — Você me perdoa por aquele dia? — perguntou Nick.

    — Claro — disse, voltando a sorrir.

    — Acho que vou indo, então. Antes que a Mind apareça desesperada. — Ela riu, se levantou e saiu da enfermaria.

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    Enquanto ambos conversavam, Astéria procurava por Klei nos corredores.

    Depois de um tempo, ela finalmente o encontrou, dando um chute tão forte que o homem foi arremessado pelo corredor.

    Com certa dor, ele colocou a mão nas costas e olhou para ela, virando sua cabeça a 180 graus.

    — Essa doeu em? — debochou, rindo e virando seu corpo.

    — Cala a boca e me fala, você está ficando louco de pôr uma maldição no nosso filho?

    Se agachando, Klei coçou a cabeça e falou: — Qual é o problema? O filho é meu.

    — Se eu descobrir que você o machucou de novo, eu te mato.

    — Ah… ~ — Suspirou, tendo seu sorriso trocado por uma expressão séria. — Pelo visto, não está brincando, né?

    Astéria dava as costas e voltava enquanto o respondia: — Interprete como quiser.

    — Tudo bem, Asterisco — disse, sorriu e se afundou na própria escuridão.

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    O dia se passou e, no amanhecer, Kevyn acordou após conseguir dormir graças a Nick. Mesmo que ele tenha tido pesadelos com Klei ele pareceu mais calmo.

    De repente, uma garota de cabelo e olhos roxos abriu bruscamente a porta da enfermaria enquanto suava ofegante.

    Kevyn, acordado, olhou, mas antes de poder reconhecer, ela o abraçou chorando.

    — Graças ao Cósmos! Quando vi a quantidade de sangue no seu quarto, eu nem sabia o que pensar. — disse, apertando o garoto.

    — Eu tô bem, não precisa chorar.

    Após ouvir passos, Mind limpou suas lágrimas e soltou o jovem. Ela rapidamente se levantou e voltou seu olhar para a porta da enfermaria.

    Adentrando o local, Astéria suspirou e se sentou em uma cadeira ao lado da cama do garoto. Inquieta, Mind desajeitadamente, pegou outra cadeira e se sentou ao lado da mulher.

    — Vejo serem muito próximos — disse Astéria, que a encarou.

    — Ele é como um irmão mais novo. — Incomodada com o olhar, a garota desviou o olhar.

    Kevyn olhou suas roupas cobertas com seu sangue e percebeu que não tomou banho. Ele ficou preocupado se estava fedendo a sangue, ou não.

    — Então… como vai o trabalho, senhora Astéria? — Tentando puxar assunto, Mind voltou a fazer contato visual.

    Ao ouvir a pergunta, Astéria olhou para seu filho por um momento e voltou seu olhar para a empregada, respondendo: — Sim, vai bem.

    — Eu… pensei que estivesse tendo uma tensão. Ambik-B têm falado muita mer- Bosta! Por aí.

    — Hm… leva o Kevyn para a biblioteca, eu preciso trabalhar. — Se levantando, a mulher saiu da enfermaria.

    Se levantando, Mind sorriu, dizendo: — Ah… então Kevyn, vamos?

    — Preciso tomar banho. — Após observar tudo, sem entender muito da conversa. Kevyn apenas pensou consigo mesmo: “Ela é sempre ocupada… talvez eu devesse conversar com ela”.

    — Ah, verdade! — Só agora ela percebeu o sangue na roupa dele.

    Assim, foram até o quarto do garoto, que estava sendo limpo por Améli. Ela olhou para os dois e sorriu.

    O local ainda estava um pouco sujo de sangue, mas o cheiro já havia passado. Suspirando de alívio, a mulher disse:

    — Pelo visto, você está melhor.

    — Sim, eu estou, só vim tomar banho — disse, sorrindo e desviando o olhar por não tomar banho ainda.

    — Ah… fique à vontade, já estou terminando aqui.

    Dando um tapinha nas costas do garoto, Mind gritou: — Ei! Vou te esperar na biblioteca! — Ela acenava, indo à frente.

    — Tá bom — Kevyn acenou de volta.

    — Vai rápido! Tenho que terminar de limpar — disse Améli, semicerrando seus olhos.

    Ouvindo-a, Kevyn correu para tomar seu banho e se arrumar.

    Suspirando, a mulher pensou: “Astéria, você não contou sobre a maldição para Mind, né? Arh! Talvez… seja melhor assim, ela provavelmente iria desistir do próprio sonho”.

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    Após terminar seu trabalho, Améli estava esperando pelo garoto sair do banho, então, antes de Kevyn sair do quarto, ela o chamou:

    — Mais tarde, a gente vai tentar aquilo novamente. — Com certa superioridade, a mulher mantinha seus braços cruzados e um olhar fechado.

    — Tudo bem, mas por que você parece tão séria?

    — É para você levar isso a sério, essa vai ser a última vez que tentaremos.

    Virando de costas para ela, Kevyn suspirou e disse: — Eu… prometo fazer o máximo que posso.

    — Assim espero, agora vai estudar… mais tarde vou te chamar lá.

    — Tá bom! — Ele saiu do quarto e correu para a biblioteca.

    Cabisbaixa, Améli pôs a mão na testa, pensando: “Ele precisa conseguir, ou aqueles dois vão decretar uma sentença pior que a morte”, saiu do quarto.

    Entrando na biblioteca, Kevyn foi até Mind, se sentando ao seu lado.

    — Como consegue estar tão feliz? — A garota estava arrumando os livros em cima da mesa.

    — Eu tô esperançoso pra mais tarde. — Balançou o corpo de um lado e para o outro na cadeira.

    — O que vai acontecer mais tarde?

    — Vou tentar aquilo de novo.

    Sorrindo, Mind pensou: “Você mente muito mal, pequeno, eu sei como está se sentindo”, tocando o nariz do garoto, ela disse: — Aí, aí, espero que consiga, enfim, vamos aprender um pouco de física?

    — Sim! — Ele se mantinha alegre.

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    Mais tarde, Améli entrou na biblioteca.

    Assim que a viu, Mind recolheu os objetos e deixou o garoto ir, assim, eles foram até o campo.

    — Você tem certeza de que está pronto? — A mulher ainda estava preocupada.

    — Sim! — Os olhos do garoto brilhavam.

    Améli suspirou e pensou: “Por favor, esteja certo”, eles finalmente chegam no campo.

    Kevyn correu até o meio da arena e olhou para a mulher que andava até ele. Ao ficarem de frente, um para o outro, os dois se sentam no meio do lugar.

    — Fecha os olhos e se concentra. — Encarnado o garoto.

    Fechando os olhos, Kevyn respondeu: — Vou fazer tudo que estiver ao meu alcance.

    — Primeiro, preciso que você sinta sua mana.

    — Tudo bem… — O garoto respirou fundo e expirou um ar gélido.

    — Podemos começar?

    — Sim. — Kevyn ergueu uma de suas mãos na altura de seu peito.

    — Concentre a mana em sua mão.

    Kevyn começou a reunir sua mana lentamente, para não haver nenhuma má reação.

    Se espantando pela quantia enorme de mana que ele tinha, Améli sorriu por não esperar menos de um dragão.

    Depois de alguns minutos, o garoto conseguiu concentrar toda a mana em uma massiva bola verde.

    Ainda um pouco assustada, ela percebeu: “Todas às vezes em que tentamos, ele nunca usou a mana pura, ele acabou fundindo outra força vital além do manastral… ele é um multi vital!”, pensou, bateu uma palma e disse:

    — Agora, exprima ela e a condense na forma do seu elemento. Limpe sua mente, apenas comprima em sua mão.

    Agarrando a condensação de mana, com dificuldade, ele chegou no limite até onde conseguia comprimir.

    Vendo isso, Améli decidiu ajudar segurando suas mãos. Percebendo a ajuda dela, Kevyn finalmente entendeu que não estava sozinho.

    Usando toda sua força, ele conseguiu comprimir sua mana até virar um osso.

    Surpresa, Améli pensou: “Um osso? Seria mais raro que manipulação de sangue?”

    — Posso abrir os olhos?! — Sorrindo, Kevyn balançou o corpo de um lado para o outro.

    — A-ah… — Nervosa, ela pensou: “Mas e se ele se decepcionar? Ah… não tem o que esconder”, suspirando, disse: — Ok, pode abrir.

    Abrindo seus olhos, Kevyn viu o osso em sua mão. — Um osso? Manipulação de ossos?

    — Sim, mas por favor, n-

    Kevyn interrompeu antes que ela terminasse: — Manipulação de ossos, é tão diferente… quero testar! — Ele gritou alegre, parecendo não se importar.

    Améli de novo, se surpreendeu, pensando: “Esse garoto… ele me dá uma puta esperança”, sorriu e perguntou: — Você sabe como usar?

    — Eu só preciso treinar, né? Não é tão difícil. — Sorriu.

    — Sim, você não queria isso, né?

    — Não, mas sei que é o que ela quer, então vou me esforçar. Quero que ela me reconheça.

    — Fico feliz em ouvir isso. Já sei, já que amanhã é seu aniversário, que tal a gente comprar um presente para você?

    — Um presente?

    — Uma arma para você, talvez uma espada, o que você quiser. — Sorriu para ele.

    Os olhos de Kevyn se encheram de lágrimas. — Améli… obrigado.

    — Tá tudo bem, ok?

    — Eu aceito o presente e eu prometo guardar e protegê-lo com muito carinho. — Kevyn se levantou com um leve sorriso no rosto, ele sentiu as lágrimas escorrendo pelo seu rosto, mas mal sabia ele que estava chorando.

    Améli pensou: “É como se ele fosse meu filho. Mesmo com os pais que tem, ele ainda se mantém forte. É admirável para a idade dele”.

    Ela também se levantou e, ali, Améli percebeu que o futuro do garoto seria brilhante como os raios de sol.

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