Índice de Capítulo

    Sem nem pensar duas vezes, Mochi avançou em Kevyn tentando cortar seu pescoço, mas seu oponente se defendeu com sua espada, entrando em uma disputa.

    As forças eram iguais e, percebendo esse fator, Yuruso forçou as espadas a irem para cima, abrindo a guarda dos dois, que recuaram.

    Após milésimos parados, os dois voltaram a avançar e assim, suas espadas se colidiram novamente, mas com um deslize de Kevyn, foi cortado na bochecha pela lâmina de seu oponente.

    Se afastando, Mochi arregalou seus olhos, pensando: “Merda, eu acabei exagerando? Mas… por que as pílulas dele estão roxas?”.

    Rindo, Kevyn curou seu peito, voltando o sangue até a ferida. “Night, eu te adoro”, pensou, segurando-a com firmeza e olhando para seu oponente, dizendo:

    — Que comece a convergência!

    As pílulas do garoto voltaram ao normal e, no mesmo momento, ele avançou com tudo para cima de Yuruso, que, ao tentar se defender, teve seu braço empalado por um espinho ósseo.

    A defesa dele se manteve mesmo com o ataque, mas com todo o peso de Night, Kevyn arremessou-o para longe, junto a sua espada.

    Tentando se levantar, Mochi falhou por seu braço estar fraco após ter sido perfurado: — Arh! Meu braço! Merda!

    Mantendo uma fase séria, Kevyn ficou parado, observando-o até uma voz chamá-lo: “Você foi imprudente, não confie demais em sua própria força. Agora faça o que prometeu”.

    Caminhando até seu inimigo, ele mantinha-se calmo. Usando sua espada, mochi se levantou e, se preparando, avançou tentando perfurar seu pescoço novamente.

    Desviando a lâmina dele com Night, com sua outra mão, Kevyn deu um soco em seu estômago.

    Sem ar, Yuruso se afastou com pavor, mas antes de poder perceber, o garoto lhe deu outro ataque, esse em seu rosto, derrubando-o no chão e dizendo:

    — Tudo que você faz, eu posso fazer melhor. Reconheço seu treino, sua disciplina, mas no momento em que falou do que é importante para mim, eu vou te fazer pagar com a língua.

    Tentando se levantar para continuar lutando, Mochi levou outro soco no rosto, caindo de novo.

    Soltando Night e apoiando seu joelho no centro do estômago dele, Kevyn agarrou seu braço e, no mesmo instante, quebrou-o, dizendo:

    — Não vai desistir?

    Gritando de dor, Yuruso começou a se debater para tentar fugir: — Nunca! Eu vou acabar agora! Eu vou ganhar! Eu vou!

    Segurando-o pelo pescoço, Kevyn começou a desferir diversos ataques em seu rosto. — Eu esperava que fosse mais inteligente.

    Nos primeiros, Mochi teve seu nariz quebrado, uma dezena, seu rosto inchou, outra dezena, ele parou finalmente de se debater.

    Quando finalmente desmaiou e Kevyn parou de espancá-lo, a esse ponto ele já estava com a mandíbula deslocada.

    Se levantando com suas mãos banhadas em sangue, Kevyn ergueu sua cabeça. Ele viu o rosto da plateia aterrorizado, menos os de Klei, Aradam e Améli.

    Suspirando, olhou para o rei e gritou: — Acabou?!

    Com seus olhos arregalados, pegou o microfone e respondeu: — Sim… pode vir até aqui, Sr. Calamith

    Um curandeiro veio desesperado para socorrer Mochi e, antes de ir até o rei, Kevyn foi até Colt, limpando suas mãos e colocando seu sobretudo.

    — Guri! Que barbaridade!

    Chamando Night para sua mão e pondo ela em seu ombro, respondeu: — Eu só fiz ele engolir as próprias palavras.

    — Bah! Boa sorte falando com o rei.

    — Obrigado.

    Indo até o rei, eles se encararam por alguns segundos. Kevyn não sabia o que falar, pensando: “Ele tem cabelo ruivo, que nem aquele vendedor que vendeu a Night…”.

     O silêncio ser quebrado pelo homem:

    — Parabéns garoto, mas você parece um pouco apreensivo, aconteceu algo?

    “Eu não me sinto satisfeito… talvez bater no Yuruso não tenha sido a resposta que eu queria”, pensou, encarando o chão, mas logo fez contato visual com o rei, dizendo: — Eu só tô processando.

    Sorrindo, disse: — Tudo bem, eu acho que consigo entender. Kevyn, primogênito de Astéria, gostaria de ir lá no castelo conhecer minha filha? Seu nome parece o dela, que é Kelly, aí eu pensei que poderiam ser amigos, imagino que seja muito sozinho, não?

    — Ah… claro, se minha mãe deixar eu vou, mas não sou tão sozinho, eu tenho minha espada e ela é o suficiente.

    Surpreso, encarou Night, dizendo: — Oh… entendi, posso dar uma olhada?

    Retirando-a de seu ombro, Kevyn mostrou sua espada e disse: — Ela não gosta do toque de outras pessoas, então evite.

    — Não? Por quê?

    — Ela me disse.

    “Ela o disse? Ah… ele definitivamente não é um garoto normal, mas provavelmente é devido a estar sempre preso”, pensou, coçando a cabeça e respondendo à afirmação do garoto:

    — Você consegue falar para ela que eu vou levá-la até um lugar onde vai ser cuidada para ficar ainda mais forte e afiada?

    Vendo-a brilhar duas vezes, Kevyn suspirou, entregando-a ao rei que, surpreso ao vê-la brilhando, a pegou e entregou-a a um guarda ao seu lado, que, com certa dificuldade, a levou.

    Encarando o rei, o garoto perguntou: — Qual é o seu nome?

    Confuso, o rei respondeu: — Hm? O meu é Mouth.

    Se virando de costas, Kevyn começou a se retirar, dizendo: — Mouth… ok.

    — Por favor, venha até o castelo.

    Acenando, Kevyn gritou: — Já disse que eu vou ver com minha mãe!

    Sorrindo, Mouth se levantou de seu trono e, segurando o microfone, gritou: — O ganhador é Kevyn Calamith! A escola ganhadora, que agora está no top um, receberá 1 milhão e também todo o prestígio!!! Peço que se retirem, pois iremos organizar o local.

    Indo até Colt, Kevyn e ele se encararam pela que seria a possível última vez que iriam se ver.

    — Eu agradeço pela companhia Colt.

    — Bah! Digo o mesmo, guri.

    Sorrindo, Kevyn deixou uma lágrima escapar, dizendo: — Vê se consegue o dinheiro para sua mãe!

    Sorrindo de volta, Colt bagunçou seu cabelo, respondendo: — Não precisa ser tão emocional, nós vamos nos ver alguma hora ou outra!

    — Você tá certo, muito obrigado, Colt. — Passando pelo homem, o garoto caminhou para fora da arena.

    Subindo na plateia, Kevyn foi até onde suas mestras estavam, enquanto todo o pessoal saía da arena.

    Com um enorme sorriso, Améli pegou o garoto no colo e o abraçou com força, dizendo: — Você lutou tão bem! Eu estou feliz por você!

    Sendo espremido, ele sorriu timidamente: — Não precisa exagerar! Eu só consegui porque a Night me ajudou.

    Se juntando ao abraço, Aradam esfregou o cabelo do garoto com sua mão, dizendo: — Você ganhou! Não precisa ficar sendo modesto desse jeito!

    “Eles são realmente muito próximos”. Observando, Klei pôs a mão sobre o peito um pouco cabisbaixo.

    ❍ ≫ ──── ≪ • ◦ ❍ ◦ • ≫ ──── ≪ ❍

    Voltando para a mansão, Klei chamou Kevyn até a arena e fez sua pergunta:

    — Qual é a sua decisão?

    — Eu vou ser rei!

    Arregalando seus olhos, o homem não soube o que falar. — Você tem… certeza?

    Relutante por um momento, Kevyn recuou, mas logo retomou, dizendo: — Eu não sou normal, eu sei que não vou ser aceito pelos dragões também! Mas eu sei que vão existir pessoas que vão me aceitar!

    Se arrepiando, Klei sorriu suavemente e se virou de costas, caminhando para fora do campo e respondendo: — Vai fazer alguma outra coisa, amanhã você vai visitar o rei, não vai? Peça para a Aradam te levar.

    Sorrindo, o garoto se deitou, olhando para o céu, pensando: “Night, espero que esteja bem”.

    No corredor, Klei e Améli pararam para conversar:

    — Ele é tão diferente dos outros três — disse ainda sorridente, tirando seu chapéu e olhando para a mulher.

    Vendo o sorriso bobo do homem, ela sorriu, dizendo: — Você vai virar um velho babão assim, o que aconteceu com aquele homem que matou um Deus a sangue-frio?

    Começando a tossir, Klei disfarçou, desviando o olhar: — Foi só um momento de raiva!

    — Sei… o garoto é seu descendente mais promissor, não é? Principalmente devido ao vazio.

    — Isso não importa, vá fazer o seu trabalho — disse, entrando em sua própria sombra e saindo do local.

    — Hmph! Ele pode ter te perdoado, mas nunca vai esquecer do que fez, seu idiota.

    ❍ ≫ ──── ≪ • ◦ ❍ ◦ • ≫ ──── ≪ ❍

    Ao anoitecer, chegando até uma casa rusticamente élfica, Astéria entrou na garagem, onde viu uma forja na qual Night estava. Adentrando mais e passeando seus olhos pelas armas penduradas, fornalhas e bigornas, ela se aproximou do ferreiro, dizendo:

    — O plano foi realizado com sucesso, Daniel.

    O mesmo elfo de olhar azulado e evidentes sardas encarou Astéria, respondendo: — Realmente, fico feliz que a trouxe aqui, até mesmo com antecedência.

    Mantendo-se neutra como sempre, perguntou: — Ela é um perigo para o garoto?

    Arrumando seu óculos, respondeu: — Ela é definitivamente uma espada viva, minha majestade.

    — Não foi essa a minha pergunta.

    — Olha… dependendo da ligação dos dois, não sinto que seja perigosa.

    — Ah… me fala mais. — Indo até um pequeno freezer, Astéria pegou duas cervejas e voltou até o elfo, entregando uma.

    Animado, Daniel pegou a bebida, abrindo-a e tomando um gole, encarou-a com um certo brilho no olhar, dizendo: — Aparentemente… ela tem poucos anos de existência como uma espada, mas é incerto afirmar sua idade astral. Ela também é linda, tanto em forma astral quanto nessa, de metal negro com obsidiana, traz todo seu charme e, tendo esse tamanho impossível, eu fico me perguntando quem foi o homem que criou algo tão perfeito. Inclusive, ela é maior que você, senhora Astéria, ela tem 1,60.

    Um pouco perdida, a mulher concordou com a cabeça, tomando um gole. — Sim… mais o quê?

    — Ela é uma metamorfo… mas parece ser mais do que isso, aliás, qual é o nome dela?

    — Ele a chama de Night.

    — O garoto, né? Consegue ver o centro dela? Esse círculo em seu guarda-mão? É exatamente ele o que faz ela se transformar. Ela pode assumir a forma de qualquer outra arma. Pelo… o que você me disse, ela fala com seu filho, né? Tem muitas outras coisas que eu preciso descobrir.

    — Interessante, mas é fraca comparada à minha.

    Bravo, Daniel deu um cascudo nela, gritando: — Astéria… Astéria! Para de ser arrogante!!

    Quieta, Astéria fechou seus olhos, dizendo: — Não tenho nada a dizer.

    — Tua espada, “Lendária”, pode até ser fodona, mas nunca vai se comparar a uma espada viva, com personalidade, com sentimentos!

    Abrindo seus olhos e encarando-o seriamente, perguntou: — Faz total sentido… mas ela consegue se equiparar ao nível de uma lendária?

    Retomando a compostura, respondeu: — Uma arma viva consegue ultrapassar.

    Soltando um leve ar pelo nariz, Astéria deu um leve sorriso, mas voltou e tentou trocar de assunto: — Ele é, como os anciãos disseram, incrível.

    “Ela está feliz? Eu vi isso, Astéria, não adianta esconder! Arh!”. Inquieto, Daniel virou sua cerveja e cruzou seus braços, gritando: — Ele é muito mais do que isso! Ele tem um arsenal de poderes hereditários e ainda tem manipulação de ossos! Abjuração, Vazio… mais o quê?

    Tomando outro gole de sua cerveja, Astéria respondeu: — Eu tenho manipulação de sangue.

    Se recompondo, o ferreiro ligou alguns pontos em sua cabeça: — Será que… por isso ele tem os ossos? Astéria, o receptáculo do vazio!

    — O primogênito de Humbra? Mas ele não faz parte da família, só seu filho.

    Levando sua mão até o peito, Daniel manteve seriedade e disse: — Teríamos que rever, se precisar, pode contar comigo para treinar o garoto… eu falo isso de general para rainha.

    Concordando com a cabeça, Astéria respondeu: — Eu vou, Daniel. O Klei quer provavelmente o Kevyn, sua alma, já que, como sabemos, ela é marcada.

    — Isso explica a manipulação de ossos, enfim, eu preciso começar os trabalhos.

    Acenando, a mulher se retirou da ferraria: — Eu também, até Daniel.

    Acenou de volta: — Até!

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