Índice de Capítulo

    Se levantando, a mulher chamada de Notherite olhou para o elfo de sobretudo e roupas sociais, respondendo-o:

    — Não quero ter que brigar, Daniel.

    Estando com as mãos no bolso, o homem suspirou, lentamente se aproximando: — Como é meu dever, não posso deixar você levar o garoto.

    Se afastando, ela concordou com a cabeça e se virou de costas, saindo do local falando: — Eu sei disso, mas foi uma boa tentativa.

    Suspirando, Daniel se aproximou de Kevyn e começou a curá-lo, apenas passando sua mão sobre os ferimentos do garoto.

    — Você se forçou demais, ah… ei, Night, por que você não o ajudou?

    Vendo-a brilhar uma vez, o homem suspirou de novo, pegando o garoto e sua espada em seu colo e saindo de lá.

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    Acordando desesperado, ofegante, Kevyn olhou para os lados, não reconhecendo o lugar. Arregalando seus olhos, percebeu que tinha sido sequestrado.

    Se levantando de uma cama de madeira, observou o piso também de madeira. Caminhando até a porta, ela de repente foi aberta e, de trás dela, uma voz:

    — Vejo que acordou, príncipe.

    Se afastando e se preparando para a porta ser totalmente aberta, Kevyn avançou, atravessando a barriga dele com sua mão.

    Vendo o ataque, Daniel deixou ser acertado. Acariciando sua cabeça, disse: — Meu príncipe, está tudo bem, eu sou aquele que melhorou sua espada, Daniel.

    Reconhecendo o nome, o garoto retirou seu braço e arregalou seus olhos. — A-ah! E-eu sinto muito… você vai conseguir se curar? Eu posso… arh…

    Sorrindo, o homem estalou os dedos e seu estômago foi totalmente recuperado. — Não se sinta culpado.

    — Isso é… animancia.

    Passando pelo garoto e indo até uma janela fechada, Daniel a abriu e se virou para ele, escorando suas costas na parede. — Sim, provavelmente sua mãe falou sobre vir treinar comigo, não?

    Se aproximando da janela e olhando para o lado de fora, viu que não estava mais chovendo, além da mesma planície que matou aquele demônio. — Sim, ela falou… Daniel, me diz, por que eu deveria treinar com você?

    — É muito simples. — Retirando um cigarro de seu sobretudo, ele o acendeu. Dando uma tragada e soltando fumaça para fora da janela, continuou: — Eu vou te ensinar a controlar seus poderes e espada, a lutar, outras línguas e, se você quiser, eu vou te ensinar a forjar.

    Percebendo a grande oportunidade, as únicas coisas que Kevyn fixou foram: “Ele disse controlar espada? Significa que eu vou poder… forja? Isso também é interessante, mas… Améli, Aradam”, pensou, não querendo se separar de alguém novamente.

    De repente, Daniel pôs sua mão sobre o ombro do garoto e fechou seus olhos, mantendo sua mão com o cigarro perto da boca, disse:

    — Se você quer os proteger, você deve ficar mais forte primeiro, não concorda?

    Olhando para a lua, Kevyn respirou fundo e respondeu: — Sim…

    — Na sua idade, eu estava sendo cuidado pela minha mãe, estudando… soube que já terminou o conhecimento médio, não quer aprender algo além? Pelo menos em alguma matéria? Eu posso te ensinar.

    — Eu queria saber mais sobre física, química, biologia e alguns sobre política e essas coisas.

    Abrindo seus olhos e encarando o fim do quarto, o homem deu outra tragada em seu cigarro, se virou para a planície, soprando fumaça para fora da janela. — Entendi, entendi… você não precisa tentar amadurecer tão cedo, sabia?

    — Eu preciso amadurecer…

    Segurando a cabeça de Kevyn e escorando-a em seu ombro, respondeu: — Não é assim que você deveria pensar… você não viveu nem meia década.

    — Mas não é isso que meus pais querem?

    — Passar essas férias não te ensinaram nada?

    Franzindo sua testa, o garoto perguntou: — Quê?

    Sorrindo, Daniel apenas respondeu: — Pensa comigo, seus pais te levam para uma praia, te dão liberdade para sair por aí, compram brinquedos, sorvete, passeiam com você… será que eles realmente querem que você amadureça logo?

    Quieto, os olhos de Kevyn se enchem de lágrimas. — E-entendi…

    Apagando seu cigarro na madeira da janela, o homem sorriu, acariciando a cabeça do garoto. — Está tudo bem, meu príncipe. Sei que você está se esforçando para ser um futuro rei, mas lembre-se, o futuro não é o presente, permita-se ter mais liberdade.

    Começando a chorar, Kevyn respondeu: — T-tudo bem… eu vou tentar.

    — Enfim, você tem que voltar para os seus pais, eles devem estar nada preocupados, mas faz parte — disse, saindo da janela e caminhando para fora do quarto.

    Seguindo-o, foram para fora de casa. Chamando Night para sua mão, Kevyn encarou o elfo.

    — Ei…

    Acendendo outro cigarro, Daniel o encarou de volta. — Fala.

    — Quando você falou sobre controlar a espada, o que significava?

    Dando uma tragada, ele soltou fumaça para cima e respondeu: — Bem… não diria bem controlar, mas simpatizar com ela.

    Olhando para Night, Kevyn passou sua mão sobre sua lâmina e falou: — Entendi… vamos.

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    Chegando na praia, Daniel bateu na porta da frente, sendo atendido por Humbra.

    Olhando para Kevyn, o homem parou, pensou, olhou para o esqueleto, ficou quieto, voltou a olhar para o garoto e então perguntou:

    — Esse… quem é esse?

    — Ele é o Humbra, meu general.

    Abrindo sua mandíbula, o subordinado ressoa: — Bem-vindo de volta, meu rei.

    — Ah… tudo bem, isso é surpreendente para sua idade, eu vou indo, até mais, príncipe — disse Daniel, saindo, acenando e voltando pelo caminho que vieram.

    Sorrindo, Kevyn acenou de volta. — Até! Daniel!

    Após a ida de seu futuro mestre, ao olhar para seu esqueleto, o garoto sorriu e, por incrível que pareça, seu general entendeu o recado.

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    Finalmente, fazendo a geleia, passos são ouvidos de suas costas e, ao olhar para trás, Kevyn viu Aradam com um semblante calmo e sereno.

    Ela se aproximou, observou, mantendo-se em total silêncio. Ao terminar a penúltima etapa, o garoto se abaixou e pôs uma tigela com a sua sobremesa dentro do forno.

    — Kevyn.

    Levando um leve susto, ele deu um pulinho. Voltando a ficar de pé, ele olhou para a mulher, vendo dessa vez, um semblante de reflexão, com seus olhos encarando principalmente o chão.

    — Oi…

    Ao chegar da voz, Aradam voltou seus olhos diretamente contra os do garoto. Sentindo um aperto em seu peito, Kevyn fixou no olhar carmesim da empregada.

    — Você sabe o que é ser um prodígio?

    Lembrando de suas lentes, o garoto percebeu que sua energia estava se acabando aos poucos. — Não…

    Se aproximando dele, a mulher pôs a mão sobre sua bochecha. — Por favor, não se torne um homem arrogante que nem seu pai, não vire alguém sem empatia que nem sua mãe… tudo bem?

    — Tudo bem?

    Retirando a mão da bochecha do garoto, Aradam caminhou para fora da cozinha, passando por Améli que, sorrindo, se aproximou do garoto e disse:

    — Que cheiro bom, hein?!

    Olhando para baixo por alguns segundos, Kevyn se virou, puxou duas cadeiras da mesa, uma do lado da outra, e se sentou. — Améli, eu quero conversar com você.

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