Índice de Capítulo

    Um tempo após saírem da mansão, Kevyn e Kelly estavam tomando milkshake na praça.

    Eles encaravam os bancos e pessoas que passavam perto do chafariz congelado.

    Voltando seu olhar para o garoto, Kelly perguntou: — Você é um dragão real, né?

    Olhando para ela de volta, respondeu: — Sim… tô mais pra uma quimera, mas é isso.

    Olhando para seu milkshake, a garota pensou: “Eu ouvi que um rei dragão costuma ter várias esposas, Seyfu é um país bem reservado, então pode ser real, vi num vídeo curto, é confiável”, soltando uma leve risada, deixou seu copo em seu lado, dizendo:

    — Acho que eu não vou querer mais milkshake.

    Sorrindo, debochou: — Quer que termine?

    — Claro, claro.

    Após ter seu copo pego na cabeça de Kelly, tudo ficou e slow motion: “Isso é um beijo indireto… o que eu faço?! Isso é certo?! Ele não sabe disso?!”, quando ela percebeu, Kevyn já estava bebendo de seu copo.

    — A-ah… você é muito olho grande, sabia?

    Sem entender, o garoto semicerrou seus olhos, respondendo: — Ei! Você quem me deu!

    Do outro lado da praça, observou ao longe, com um olhar ganancioso e dicromático, seu cabelo branco partido ao meio, quase cacheado. O mesmo homem puxou seu celular do bolso e ligou para alguém:

    — Alvo na mira, devo aguardar?

    Do outro lado da linha, uma voz feminina respondeu: — Sim, aguarde o momento certo.

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    Indo até uma loja de roupas, os dois novamente experimentam algumas peças. Como sempre, Kelly já havia escolhido e, após se vestir, perguntou:

    — Essa é a minha melhor combinação de roupas, preparado?!

    — Sim!

    Vendo a sua saída do vestuário, Kevyn olhou-a de cima a baixo, passando por seu nevado suéter de gola alta canelado, sua saia preta acima do joelho, chegando em suas pernas de meia calça e terminando nas suas botas de couro negro.

    Concordando com a cabeça, o garoto sorriu e afirmou:

    — É, de fato, é sua melhor combinação, acho que assim você ganharia qualquer concurso de beleza daqui.

    Sorrindo, ela deu uma volta. — Hehe! Obrigado, mas agora é sua vez! Mas! Eu quem vou escolher suas roupas hoje!

    Franzindo sua testa, respondeu: — A-ah! Sem roupas estranhas, por favor.

    Se aproximando, Kelly moveu seus dedos um após o outro, gesticulando de forma estranha. — Hehehehe! Ninguém mandou ser tão fofo!

    Após forçá-lo a usar dezenas de roupas, a garota havia finalmente encontrado uma perfeita para ele.

    Vendo-o sair do vestiário, o olhou de baixo a cima, vendo seu tênis e calça jeans pretos, juntamente com a blusa canelada branca por dentro e o casaco corta-vento negro por fora.

    Se aproximando, Kelly fechou a blusa e, pela altura do garoto, a gola alta do bobojaco cobriu sua boca.

    Dando um peteleco na testa dela, Kevyn franziu sua testa. — Sorte sua, que eu gostei.

    Sorrindo, a garota devolveu o peteleco. — Então vamos comprar!

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    Caminhando pela cidade com algumas sacolas na mão, Kelly mostrou mais de tudo para Kevyn.

    Passando por uma escola, a garota apontou e apresentou:

    — Aquela é a minha escola, é particular e ótima!

    — Ohh!

    Passando por um hospital enorme, ela apontou novamente, dizendo animada:

    — Aquele é o hospital, existem vários usuários de abjuração, mas os melhores doutores são os que não ficam dependentes do seu poder!

    — Faz sentido, lá em casa tem uma enfermaria.

    Parando na ponte com o rio congelado, Kevyn começou a chamar Night para sua mão continuamente. Percebendo que ele parou de repente, Kelly olhou-o e perguntou:

    — Aconteceu alguma coisa?

    — Não, não, só gosto de ficar aqui.

    Se aproximando do corrimão, ela olhou para o rio, vendo os peixes passarem através do gelo. — Você está se divertindo?

    Indo até seu lado, o garoto botou a mão em seu ombro, sorriu e respondeu: — Uhum, é bom ter alguém pra passar o tempo.

    — Que bom, irmãozinho.

    Se alongando no corrimão, Kevyn lembrou do poder dela e disse: — Kelly, será que eu posso te ajudar a controlar seu poder com o meu?

    — Você consegue manter um horizonte de eventos estável?

    Pondo a mão no queixo, Kevyn olhou o horizonte, vendo as montanhas cobertas de neve. — Não faço a menor ideia, mas não importa, isso é uma promessa, eu vou te ajudar a controlar seu poder!

    Começando a rir, Kelly deu um tapa nas costas dele. — Não precisa prometer nada hehe.

    Fechando seus olhos, o garoto se virou para trás e riu também, entretanto, quando abriu-os, viu 16 homens mascarados.

    Enquanto se arrepiava, um deles avançou com um taco de basebol. Kevyn deu um passo para trás, mas quando Night finalmente chegou até sua mão, ele já havia levado uma tacada na cabeça.

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    Abrindo seus olhos, Kevyn passeou seus olhos por todo o local, tentando reconhecer onde estava. Algo apertava seu pulso, a sala era cinza, uma lâmpada acesa estava pendurada acima de sua cabeça.

    Tentando mexer seus braços, o garoto percebeu estar com as mãos amarradas. À sua frente, havia uma porta com uma janela de vidro. Ao olhar para trás de si, não havia nada.

    Tentando manipular seus ossos, ele não conseguiu, sua mana estava sendo inibida por algo, mas não sabia o que poderia estar parando-a.

    De repente, a porta é gentilmente aberta, um homem com uma blusa branca e uma jaqueta preta parou na frente de Kevyn. Seu olhar heterocromático chamou a atenção do garoto que, reconhecendo aquele cabelo partido ao meio, quase cacheado, perguntou:

    — Eu te vi no parque?

    Fechando a porta, o homem tirou uma pistola de sua cintura e coçou sua testa com as costas da arma. — Eh, garoto… você viu.

    Tentando se soltar na base de sua própria força, Kevyn falhou. — O que você quer?!

    Tirando a arma da testa e ficando em uma postura mais relaxada, o homem pôs sua outra mão apoiada em sua perna, respondendo: — Não é bem o que eu quero, na real, vai se fuder moleque! Tu tá achando que eu quero alguma coisa? Eu tô trabalhando porra, enfim, vou ser bem breve, minha chefe quer você, e eu quero dinheiro.

    Encarando-o, o garoto suspirou, debochando: — Eu vou te dar um soco na cara quando sair daqui.

    Sorrindo, o homem pegou-o pelo cabelo, fazendo contato visual com ele. — Pra um moleque, você é bem arrogante, né? Seus pais não vão vir, temos dois reféns. De toda forma, eu não tô nem aí, tenho coisas a resolver com o seu papai lixo.

    — Ah… só não fazem nada com a princesa.

    Se levantando, o desconhecido sorriu bruscamente, respondendo: — Você tem a cara da mãe, sabia? Já o cabelo é idêntico ao do pai, a garota? Haha! Aí, aí, eu não tenho controle dos meus capangas, tanto o faz que vai acontecer com ela, meu objetivo aqui é você. — Abrindo a porta, ele saiu da sala.

    Após a saída do homem, Kevyn tentou se soltar à força, falhando novamente. Suspirando, uma voz ecoou em sua cabeça: “Ei!”, olhando para os lados, ele não encontrou ninguém, perguntando:

    — Hm?! Quem disse isso?

    Após alguns segundos, a resposta chegou: “Não reconhece minha voz? Sou eu”, quieto, ele procurou por todos os lados, perguntando:

    — Night?! Eu… onde você tá?

    “Eu tô no seu dedo, não dá para explicar agora, mas por favor, fale comigo por pensamento, eu consigo ouvir o que você pensa”, respondeu-o.

    Encarando a porta, Kevyn pensou: “Ok, mas como vamos sair daqui?”.

    “Não se preocupe”, ao ouvir as cordas sendo cortadas, o garoto foi liberto por Night, que foi para sua forma espada.

    Se levantando, ele pegou-a, olhando para os lados e, por fim, olhando para sua lâmina.

    Brilhando suavemente, Night se moldou em seu dedo, virando um anel e falando mentalmente: “Vamos prosseguir”.

    Engolindo seco, Kevyn vai até a porta, abrindo uma pequena fresta e olhando pelo lado de fora. Ao longe, viu Kelly desacordada e amarrada em uma cadeira enquanto havia diversos homens à sua volta.

    Eles foram levados até um velho galpão e, à volta daquela porta, e de onde a princesa estava, havia diversas caixas, essas que, de altura, criavam corredores por todo o local.

    Ao lado que podia ver, um mascarado estava parado, esperando que seu chefe voltasse, guardando a porta onde o Kevyn estava preso.

    Se afastando dali, ele percebeu que não poderia só sair, pegar a Kelly e fugir, olhando para sua espada em forma de anel, pensou: “Night, o que fazemos?”.

    Um brilho pulsante vinha dela, que respondeu animada: “Não é simples? Vamos matar todos”.

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    O telefone do rei de Lycky tocou naquela tarde, ao atendê-lo, do outro lado, uma voz:

    — Eu quero uma troca.

    Sem entender, Mouth obviamente perguntou: — O quê? Quem é você?

    Rindo do outro lado da linha, um homem respondeu num puro tom de deboche: — Seguinte, eu sequestrei tua filha, sabe? Bem bonita, né? Seria péssimo se algo acontecesse…

    Arregalando seus olhos, o rei inquietamente tremeu uma de suas pernas, gritando enfurecido: — Quem é você! Tudo bem! O que quer?!

    Rindo ainda mais, a voz atrás da linha voltou a debochar: — Eu quero a cabeça do Klei, aliás, eu estou com o filho dele também, podemos negociar, não acha? Meu nome é Sakazuki, espero que não espalhe, afinal, não queremos que algo aconteça com sua filha, queremos?

    Engolindo seco, Mouth tomou calma, tentando negociar: — Entendo que exista uma possível rixa entre você e aquele homem, mas por que envolver minha filha nisso?

    Dessa vez, o tal Sakazuki manteve uma voz mais calma, respondendo gentilmente: — Simples, não? Se você não trouxer, ela morre.

    Após segundos quietos, o rei disse: — Me dê um segundo. — Desligou o celular.

    Após ver o número, Mouth arregalou seus olhos. “Merda! Um número anônimo?! Ok… eu só preciso…”, procurando algo pelo seu telefone, o homem ligou para Klei, que o atendeu rapidamente, dizendo:

    — O que você quer? O garoto fez algo?

    — Sequestraram nossos filhos.

    Do outro lado, Klei apenas suspirou, respondendo-o com calma e desprezo: — Ah… não vai acontecer nada, chama a polícia e vai junto.

    Antes de Mouth dizer algo, o homem desligou o telefone. Batendo sua mão contra a parede do castelo, o homem enfurecido gritou:

    — Filho da puta!!

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    Perplexo pela afirmação de Night, a respiração de Kevyn começou a oscilar. “Matar todos? Matar… pessoas? Eu não sei se consigo”.

    O brilho pulsante ficava cada vez mais intenso e, respondendo-o, Night disse: “Claro que pode, não consegue ver? Eles vão te matar e matar quem é importante para você, eles não se importam, é só os olhar nos olhos”.

    “Mas eles têm família! Isso não deveria ser necessário”, respondeu, cerrando seu punho, mas no mesmo momento, Night foi para a forma de uma katana, fazendo-o empunhá-la.

    “Não acho que eles se importem se você tem uma família, você acha que se importam? Eles vão matar sua amiga a sangue-frio se não fizer nada, apenas faça tudo que eu ordenar, mate todos, mate todos”.

    Percebendo que não tinha escolha, Kevyn fechou seus olhos, respirou profundamente, expirou e semicerrou seus olhos, esticando sua mão em direção à maçaneta e dizendo:

    — Farei como ordenar.

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