Capítulo 4 — Uma despedida dolorosa.
Após praticar bastante com sua espada, Kevyn estava almoçando na biblioteca.
De repente, uma figura de cabelo branco adentrou o local, sua heterocromia apontou ser Astéria que, com um prato em sua mão, começou a se aproximar de seu filho.
O jovem olhou para ela, que sentou à sua frente. Por breves minutos, eles almoçaram em silêncio até o menino quebrá-lo:
— Você é bem ocupada… tem tanto trabalho assim?
Neutra, a mulher respondeu: — Sim, preciso lidar com os projetos governamentais de Seyfu.
— A nação de Ryū-Seyfu é tão importante assim?
Ela fechou seus olhos e suspirou. — Um dia você vai entender.
— Eu só queria que você passasse mais tempo comigo.
— O tempo gasto estando com você poderia ser tempo investido em função de ajudar Seyfu.
— Se você se importa mais com aquela nação, por que você me colocou no mundo?
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Ela então abriu seus olhos e, com um olhar neutro, respondeu sem qualquer intonação: — Quem disse que eu queria te pôr no mundo?
Ao ouvir o pronunciar, Kevyn entrou em choque e se forçou a não chorar. Ele não sabia como responder e ficou em silêncio enquanto Astéria terminava de comer.
Depois de um tempo, a mulher se levantou, mas antes de sair, disse:
— Sei que pode ser doloroso, mas mesmo não querendo, eu ainda me importo com você, assim como o povo de Seyfu. Um dia, você o governará, quando esse dia chegar, você entenderá.
Kevyn se manteve em silêncio e de cabeça baixa, sem saber o que pensar ou falar. Astéria percebeu e continuou:
— Como meu primogênito, cabe a você me mostrar o quanto é forte. Não se deixe abalar por coisas tão fúteis, me dê orgulho. Quero ver o quão forte você será.
— Tudo… bem. — Ele ergueu um pouco da sua cabeça e fez contato visual com sua mãe por breves segundos, até, novamente, desviá-lo.
— Faça isso por aqueles que ama. — Ela virou-se e saiu do local.
O garoto olhou pela janela da biblioteca e pensou sobre o que Astéria disse: “O que eu deveria fazer para orgulhá-la?”.
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Após o almoço, ele ficou na biblioteca lendo um pouco. Ao terminar uma página, lembrou-se de Night, mas não sentia vontade de fazer nada.
De repente, Mind entrou na biblioteca. Fechando seu livro, Kevyn encarou-a após perceber que não estava com seu uniforme.
— Kevyn… — Ela caminhou até mais perto, escondendo algo atrás das costas.
— Oi! O que tem pra mim? — Sorriu.
— Eu… — Mind fechou seus olhos, suspirou e disse: — Não vou mais trabalhar aqui.
Com a alegria de Kevyn sendo quebrada, incrédulo perguntou: — Quê?
— Eu consegui o dinheiro, lembra que eu te falei?
— Eu não vou mais te ver, né? — Tentou não desfazer o contato visual.
— Não… — Mind não soube o que dizer e nem como entregar o presente a esse ponto.
Kevyn segurou o choro, se levantou e fechou seus punhos. — Eu não quero que você vá embora.
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Abraçando-o, ela acariciou suas costas e disse: — Pessoas vêm e vão. Muitas vão aparecer na sua vida e infelizmente sou uma que partirei. Talvez nós nos encontraremos no futuro, então não precisa ficar tão triste.
O garoto começou a chorar e, sentindo sua garganta presa, ele mal conseguiu falar. — E-eu…
— Eu também vou sentir sua falta. — Ela deixou o presente em cima da mesa. Mind percebeu que não teria muito tempo até sua embarcação chegar. — Eu… preciso ir.
Kevyn se esforçou para falar: — E-vou para a universidade!
Vou te esperar lá. — A garota beijou sua testa e o soltou do abraço. — Estude bastante, viu? — Sorriu e saiu da biblioteca.
Kevyn forçou um sorriso, fechou seus olhos enquanto acenava com a cabeça e voltou a abri-los rapidamente. — Eu prometo.
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Passou-se um tempo e o garoto ficou mais calmo desde que Mind saiu. O príncipe tentou usar o presente dela. Era um pequeno caderno que podia ser escrito através da mana.
Uma mulher de cabelo branco e leves mechas negras entrou, era a chefe das empregadas, Améli. Ela encarou o jovem que estava tentando escrever com um osso.
— Você está bem? — Ela se aproximou.
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— Eu consegui cortar o ar. — Ele fechou a mão e a pressionou, em instantes o osso foi absorvido.
— Você está aprendendo rápido. — Sorriu orgulhosa.
Kevyn então fechou o livro, se levantou, pegou Night escorada do lado da mesa, e a encarou com certo olhar de melancolia. — Mas… você veio falar algo importante, né?
Améli suspirou e pensou: “Ele sempre está perdendo algo, né?”, pegou um livro de uma das estantes e bateu de leve na cabeça dele. — Consigo ver tristeza nos seus olhos, seja forte.
Abaixou a cabeça e respondeu: — Eu vou.
— Quem vai te ensinar, será a Aradam. Então já vai se preparando. — Repôs o livro em seu lugar.
— A-Aradam? Ela vai me matar! — disse enquanto se arrepiava após ouvir o nome dela.
Améli deu-lhe um cascudo, dizendo: — Não seja rude! Ela pode até parecer má, mas não é… não tanto.
Coçou no local da dor e encarou-a emburrado: — Tá bom, eu vou aceitar… por enquanto.
— Esse é o espírito, mas só de você estar erguendo a espada sem problemas, me deixa feliz — disse ao mesmo tempo que sorria e saia da biblioteca.
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Kevyn suspirou, recolheu seu presente e se levantou para ir ao seu quarto.
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Na ida, ele acabou esbarrando em algo que, ao cair no chão com o impacto, viu uma mulher alta diante de si.
Como Klei, seu cabelo cobria um de seus olhos, mas o seu direito, não o seu esquerdo. O garoto reconheceu Aradam pela foice em sua costa e seus olhos negros.
Encarando-o sem sequer ter movido um músculo, ela percebeu o quão frágil o jovem era. Pelo menos em proporção aos seus pais.
— Se levante, garoto. — A mulher moveu sua mão de baixo para cima.
Com medo, Kevyn rapidamente se levantou e olhou-a debaixo. — E-tô indo pro meu quarto.
— Siga em frente, em breve nos veremos. Você terá um desafio, prepare-se. — Ela fechou seu olho, mas no mesmo momento o abriu, dessa vez um olhar carmesim se direcionou ao menino.
O garoto percebeu algo anormal e rapidamente empunhou Night. — Preciso treinar mais antes de desafios.
— Não é o que parece. Vá em frente, me ataque! — Aradam agarrou sua foice e, com rápidos movimentos em espiral, apontou sua arma para ele.
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— Você tem certeza de que isso é necessário? Sabe… a gente tá no meio do corredor.
Após perceber que estava caçando confusão, disse: — Perdão… outro dia darei o desafio. Treine bastante. — Pondo sua foice em suas costas, ela fingiu que nada aconteceu e continuou andando.
Confuso, Kevyn viu ela indo embora. “Isso não foi nada prático para uma primeira interação”.
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Ao enfim abrir a porta de seu cubículo quarto, o garoto sentou-se na cama e ergueu a mão para a parede.
“Vai, osso, sai!”. Ele tentou atirar um osso, mas falhou.
Logo, o príncipe criou um osso e tentou mandá-lo, mas foi totalmente falho.
Então, finalizou e tentou fazer o osso ser levitado, mas qualquer tentativa era fútil.
Com raiva, ele se debateu contra a cama. Após um pequeno momento de birra, ele suspirou, percebendo que aquilo não iria ajudá-lo.
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Já era meio da tarde e ele não conseguia parar de pensar na Mind.
Se levantando, ele tentou lembrar de quando ela utilizava sua mana no meio das aulas. “Ela não usava só o catalisador, né? Já sei!”.
Em meio a passos lentos, Kevyn fechou seus olhos e copiou as danças ritualísticas ocidentais. — Humanos não podem usar sua mana sem algum catalisador ou feitiço, isso por terem uma quantia mínima de mana.
Descendente de uma raça dita “superior”, ataques vão ser fortificados através da canalização. Se você disse isso, então boto em prática! — Como um chicote, abriu os olhos e moveu seu braço em direção à parede. No mesmo momento, lançou um osso em uma velocidade razoável.
Night brilhou em roxo após Kevyn realizar seu incrível movimento. Percebendo, o garoto sorriu suavemente com seu ataque um tanto medíocre.
— Não vale rir de mim, eu ainda sou muito novo, viu? Aposto que ninguém consegue fazer o que eu consigo! — Fechou seus olhos e pôs as mãos na cintura. Ele demonstrou o quão superior era, mas a espada novamente brilhou.
Percebendo estar falando com uma arma, Kevyn coçou a cabeça e pegou seu livro. Ele o abriu e começou a escrever sua mais nova descoberta: “Minha espada é estranha e eu preciso dançar enquanto luto”. Ele não fazia ideia do que poderia fazer, mas estava afirmando que deveria dançar enquanto lutava.
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Pela noite, Kevyn estava dormindo após diversos testes e… danças.
Sentado em um trono ósseo, uma coroa de mesmo material estava em sua cabeça. Durante esse tempo, ele anotou toda sua linha de aprendizagem, finalmente sabendo como moldar sua mana.
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Meio a isso, uma garota demônio de cabelo negro entrou no quarto, era Nick, que se deparou com o príncipe e seu trono.
Em sua cabeça, ela pensou: “Por que eu ainda trabalho nesse lugar?”. Pegando-o em seu colo, o garoto despertou e a encarou antes mesmo de dar um passo.
— Desde quando você aprendeu a moldar ossos? — disse ela, observando o trono.
— Usei meus olhos.
— Os olhos, é? Agora faz sentido o porquê desmaiou. — Deitou-o na cama.
Esticando sua mão ao trono, Kevyn o absorveu e disse: — Meu controle melho-lhou, não acha?
— Sim, é bem perceptível. Aliás, cadê sua espada?
— Eu tô deitado em cima dela. — Fechou os olhos.
— Ei! Sai de cima dela… você vai se machucar. Aliás, tira essa coroa também. — Caminhou até a porta.
— Tá bom. — Absorveu a coroa e girou para o lado.
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— Boa noite, Kevyn. — Ela saiu e fechou a porta.
Bocejando, Kevyn respondeu: — Boa nooite~
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Dia 27, de Cheia-From-Above, ou Cheia-Above. Realmente precisam melhorar os nomes dos meses. Em condições reais, 27 de outubro.
Ao levemente abrir de seus olhos, um brilho intenso quase cegou Kevyn que franziu sua testa e pensou: “Por que não posso ter um dia normal?”.
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