Índice de Capítulo

    Caminhando em direção ao castelo de Mouth, Kevyn e Aradam conversavam pelo caminho.

    Vendo as carroças e as casas cobertas de neve, passando pela ponte do sequestro, o garoto parou e chamou Night para sua mão.

    A mulher bocejou e percebeu a parada repentina dele, perguntando: — Aconteceu alguma coisa? 

    — Tenho muitas perguntas, aliás, soube que você e a Améli fizeram alguma coisa, o que foi?

    — Nada de mais, apenas conversamos com uma máfia.

    Com Night chegando até sua mão, Kevyn criou uma bainha de ossos em suas costas, guardando-a. — Uma máfia…

    Indo em frente, o garoto sorriu, dizendo para sua espada: “Você tem muito o que explicar, não?”.

    Seguindo-o, Aradam foi até seu lado e observou a gigantesca espada que brilhava suavemente.

    “O ferreiro me ensinou quase tudo que posso fazer, em resumo, é isso”, respondeu Night.

    — Vou sentir sua falta, sabia? Garoto? — disse Aradam.

    O menino olhou-a e sorriu, debochando: — Eu também vou sentir falta dos seus treinos abusivos.

    Soltando uma leve risada, ela retribuiu o deboche: — Vai voltar com 10 anos, né? Estará perfeito para apanhar! 

    — Nossa, eu vou ficar velho, né? — disse, um pouco desanimado.

    — Não me faça rir!! Com 10 anos, eu estava lutando na guerra, garoto! 

    — Hehe… fala como se tivesse 70 anos.

    Cruzando seus braços, ela riu. — Há! Você vai ver, adquirirei imortalidade para passar a vida inteira com a Améli!!

    — Se você diz… hehe…

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    Chegando até o quarto de Kelly, viu-a escondida debaixo de seus cobertores. Passeando seus olhos pelo quarto dela, viu um lugar antes cheio de roupas e bagunçado, agora arrumado e quase sem vida.

    A garota se sentou e encarou Kevyn com certa frieza, reclusa, talvez com culpa, mas, ao se aproximar, o garoto pode ouvir sua voz:

    — Por favor, Kevyn, sei que se machucou muito, por que não vai pra casa?

    Mostrando empatia em seu olhar, o garoto se aproximou, sentando-se na beira da cama. — Isso não im-

    Interrompendo-o, ela gritou: — Importa!!! Sim! Claro que importa! Você se machucou para me salvar, me falaram dos seus braços, sua costela… eu te amo, Kevyn, não deveria te machucar por minha causa!

    Congelado, algo fixou na mente de Kevyn: “Me… ama? Eu nem sei o que isso significa direito”, pondo a mão sobre a própria cabeça, suspirou e perguntou: — Eu… também te amo… mas não, como pode ver, eu estou bem. Vamos jogar copas?

    De maneira conflitante, Kelly encarou-o, inclinou sua cabeça e respondeu: — Tudo bem… vamos.

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    Os dois passaram a manhã inteira jogando, a hora do almoço chegou e, vindo até o quarto, uma empregada chamou os dois príncipes para o almoço. Entretanto, no meio do caminho para a mesa, Mouth interrompeu sua trajetória, dizendo:

    — Quero ter uma palavrinha com o garoto, pode ir à frente. 

    — Sim, senhor — disse a empregada, concordando com a cabeça e seguindo com Kelly para a mesa.

    Quieto, Kevyn aguardou a palavra do rei, pensando: “O que será que eles comem aqui? Mas agora, olhando melhor, sinto que o rei me lembra alguém”.

    — Kevyn, muito obrigado por salvar minha filha. — Se ajoelhando, Mouth olhou-o nos olhos.

    Neutro, respondeu: — Mouth, protegi-a por ser importante, não por querer agradecimentos.

    Sorrindo, o homem pôs sua mão sobre o ombro do garoto. — Imaginei que não, mas aceita um presente? 

    — Ah… tá bom.

    — Feche os olhos e retire suas lentes.

    Kevyn ergueu uma de suas sobrancelhas, retirou suas lentes, chamou Night para sua mão, deu um passo para trás e respondeu: — Pronto. — Fechou os olhos.

    Soltando uma leve risada, Mouth tirou uma venda de seu sobretudo, cobriu os olhos do garoto, amarrou e disse: — Agora abra seus olhos.

    Abrindo seus olhos, Kevyn percebeu sua energia não sendo gasta e, sentindo um peso a mais em seu ombro, viu uma coruja.

    Surpreso, ele percebeu que ela era feita de sua própria energia. Olhando para o rei, perguntou:

    — Por que uma coruja?

    — Bem, acho que a quantia de energia que seus olhos gastam equivale a uma coruja, não sei. O presente é, devido aos olhos, a energia remanescente se transforma em algo.

    Retirando a venda, a coruja se desfez em energia. — Entendi… obrigado!

    — De nada, vamos almoçar — disse, se levantando e dando uns tapinhas nas costas do garoto.

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    Mais tarde, sentado na cama de Kelly enquanto ela arrumava algumas coisas, Kevyn passava seu paninho encantado em sua espada, pensando: “Night, agora que podemos conversar de verdade, me diz, por que você gosta de ser uma espada?”.

    “Eu não tive um passado muito bom, não é nada de mais, eu só… prefiro isso talvez”, respondeu, brilhando de maneira mais suave enquanto o garoto limpava-a.

    “Passado? Você não meio que sempre foi uma espada?”, perguntou, mas ela brilhou apenas uma vez. 

    Entrando no quarto, Kelly viu-o sentado de olhos fechados, se aproximando silenciosamente. Ela se sentou ao lado do garoto e observou-o limpar sua espada. “Ele matou aqueles homens com essa espada, ele me lembra um protagonista mentalmente quebrado com uma armadura que o deixa insano”, pensou a princesa.

    “Kevyn, ela parece querer falar com você”, disse night, piscando duas vezes.

    Abrindo seus olhos, Kevyn encarou-a, perguntando:

    — Aconteceu algo?

    Tomando um leve susto, ela respondeu nervosamente: — N-não! Eu estou só olhando.

    — Entendi, você tem noção de que a gente só saiu três vezes? 

    — Verdade, mas em menos de um dia podemos fazer um grupo de amigos na escola!

    — Acho que discordo, mas se pra você é assim — disse, soltando uma leve risada. — Kelly, a gente não vai poder se ver tanto, eu vou treinar lá em impel-sister.

    — Ah… mas… você vai voltar… né?

    Pondo a mão sobre o queixo, pensativo, respondeu: — Sim, mas só uma vez por mês, não sei se é final de semana ou não, afinal, você ainda estuda.

    — Ah! Mas não tem problema, é só eu faltar! — Sorrindo, ela cruzou os braços e ergueu a cabeça.

    Soltando outra risada, Kevyn fechou os olhos e continuou limpando Night.

    Se levantando, Kelly chutou a canela do garoto e saiu correndo, gritando:

    — Pique esconde, tá com você!!!!

    Franzindo sua testa e sobrancelhas, Kevyn esfregou sua canela com a mão, morrendo de dor. — Ah!! Você vai ver! Vou te jogar do segundo andar!!!

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