Índice de Capítulo

    Ao abrir seus olhos, Kevyn viu o rosto de Kelly quase colado ao seu. Ouvindo sua respiração, ao tentar se mexer, ele percebeu que ela estava com a perna por cima de si e, também sendo abraçado, pensou: “Acabaram deixando eu dormir aqui, e… não curaram minha costela direito, eu tô preso, a perna dela tá na minha costela!!!! Que tortura!!!”.

    Sentindo seu “irmão” tremendo, a garota acabou abrindo seus olhos, mas sorrindo, ela colocou seu outro braço por trás da nuca dele e o abraçou mais forte, voltando a dormir.

    “Ok… isso me doeu muito”, disse o garoto, fechando os olhos e usando o braço dela como travesseiro.

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    “Eu não consegui voltar a dormir por causa da dor, já é de manhã? Quando ela inspira na minha cara, eu não consigo respirar direito, ainda mais com ela apertando minha costela! Night… você tá aí?! Me ajuda!!!”. Após um bom tempo acordado, Kevyn já não estava aguentando a dor e, chamando Night, em forma de anel, ela chegou até seu dedo.

    “Eu não vou te curar, é muito difícil usar a abjuração. Já que quer parar de sentir dor, por que não tira ela de cima de você?”, respondeu-o em um tom de deboche.

    Suspirando, Kevyn girou a princesa de barriga para cima e começou a dar a volta nela, entretanto, quando ele estava por cima dela, a garota despertou e, olhando-o, os dois arregalaram seus olhos e paralisaram.

    Segundos se passam, por mais que o garoto não entenda a malícia da situação, ele estava apenas esperando ela voltar a dormir. Mas, sabendo o que aquilo podia significar, Kelly esperou para ver.

    “Ela tá me encarando, isso é um pouco constrangedor”, pensou Kevyn, que se sentou em cima dela e retirou sua lente esquerda.

    Vendo o brilho oceânico vindo do olhar do garoto, a princesa levemente corou. “Ele é um príncipe dragão de dois pais super fortes, nossas famílias não têm interesse uma na outra, então não posso ficar pensando em coisas que ele mal deve saber o que é”, se recompondo, Kelly apenas suspirou.

    Kevyn coçou a bochecha e falou: — Desculpa te acordar, sua perna tava na minha costela cortada.

    “Nós nos conhecemos há uma semana, isso não faz o menor sentido… será que ficar trancada no meu quarto assistindo anime me fez ficar tão carente a esse ponto?”, após pensar, Kelly fechou seus olhos e virou a cara, disfarçando sua própria tristeza e continuando — Não precisa se desculpar, afinal, eu te amo… irmãozinho…

    Sorrindo, Kevyn deitou em cima dela, abraçando-a e dizendo: — Eu também te amo, irmãzona.

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    Ao amanhecer, Mouth veio até o quarto para chamar Kevyn, mas foi surpreendido por sua filha acordada e abraçada no garoto.

    — Você não vai levá-lo — ela disse.

    Franzindo sua testa, o homem inclinou sua cabeça. — Diz pra mim… você acha que ele deu uma de cavaleiro branco e agora tá gostando dele? Princesa em perigo.

    Arregalando seus olhos, Kelly apontou o dedo para seu pai e disse com desprezo: — Por que você precisa ser tão arrogante? Eu não gosto dele por ter me salvado, de toda forma, eu reconheço meu lugar e não pretendo continuar essa paixão impossível, diferente de você.

    Mouth revirou seus olhos. — Nick está esperando ele, vai demorar?

    — Me deixa aproveitar mais um pouco, ele tem cheirinho de cerejeiras…

    Indo até a janela, o homem abriu-a e escorou suas costas sobre a contraverga dela.

    Após alguns minutos de silêncio, a garota encarou seu pai.

    — Você vai ficar aí?

    Voltando seu olhar para ela, o rei suspirou e a respondeu: — Eu estou esperando pelo garoto, meio que uma das empregadas está lá embaixo à espera dele.

    — O que será que vai acontecer com as empregadas? Elas não foram contratadas para… cuidar dele?

    — Não, elas não estão lá só para isso. Pessoas poderosas, como todos que habitam aquela mansão, têm muito mais deveres do que podemos imaginar.

    — Entendi…

    Após sentir a luz solar tocando seus olhos, Kevyn lentamente os abriu. Um pouco cego, encarou o rei que, parado na janela, olhou para ele de volta.

    Percebendo estar sendo abraçado por Kelly, ele esperou ser solto, mesmo sem dizer nenhuma palavra.

    — Kevyn, Nick está à sua espera — disse Mouth, que saiu da janela e caminhou até a porta.

    Sendo solto pela princesa, o garoto se sentou na cama, respondendo-o: — Deixa só me despedir da Kelly.

    — Tudo bem, esperarei. — Ele saiu do quarto.

    Olhando para a garota, Kevyn pôs a mão sobre a barriga dela e sorriu. — Ei, eu vou voltar uma vez por mês, mesmo sendo por somente dois dias, vamos aproveitar bastante, ok?

    Também se sentando, ela esticou suas mãos para o alto, criando um buraco negro enquanto se espreguiçou e bocejou. — Ah! Tudo bem… — disse, terminando seu bocejo com um suspirou e, após erguer suas mãos na altura do peito, observou o horizonte de eventos em sua mão.

    — É lindo…

    — Eu sei… se acontecesse o caso de você poder me ajudar… nem sei como iria agradecer.

    Distorcendo sua energia em uma convergência numérica, Kevyn ativou o branco e moveu sua mão em direção ao buraco negro, entretanto, quando as distorções espaciais se encostaram… o horizonte simplesmente foi absorvido.

    — Hum?! O que você fez?! — perguntou Kelly, arregalando seus olhos.

    — Eu… não sei, minha mãe só me explicou que isso divide minha distância infinitamente.

    — Tudo… bem, enfim, acho que é melhor não deixar a Nick esperando, não acha? Coof! Coof! — A princesa percebeu seu pai os olhando através da fresta da porta.

    — Ah! Verdade!!

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    Depois de alguns minutos, Kevyn desceu e, ao se deparar com Nick, eles se encararam profundamente. Mostrando um olhar carmesim brilhante, a mulher logo se ajoelhou e mostrou um sorriso debochado.

    Olhando-a de cima, o garoto retribuiu o sorriso, esticou sua para ela e perguntou:

    — Então, será você aquela que vai me ensinar a usar meus poderes?

    Aceitando a mão dele e beijando-a por um momento, Nick se levantou e pegou-o em seu colo. — Eu vou te ensinar muito mais que isso.

    Franzindo suas sobrancelhas, o garoto cruzou seus braços. — Muito mais, é?! Hm… tenho minhas dúvidas.

    — Hehe… parece que passar tempo com a princesa te fez esquecer daqueles que matou.

    Depois de Nick soltar essa bomba, Kevyn lembrou por um momento, mas ignorou. Mostrando Night em forma de anel, o garoto sorriu e disse:

    — A Night é uma metamorfo!

    A mulher observou o anel por um segundo e caminhou pela estrada de pedra para fora do castelo e, após dar outra olhada, debochou: — Ela é um pouco inútil, né? Tiveram várias ocasiões em que seria útil.

    Ao ouvir sua resposta, as pílulas de Kevyn se dilataram e, então, deu um leve soco no ombro dela. — Não fala assim dela! O Daniel que ensinou essas coisas de espada.

    Vendo sua reação, ela riu e esfregou o cabelo do garoto para o endireitar. — Ela deveria ter tentado aprender mais sobre a própria fisiologia de espada viva, foi um erro dela.

    — Eh… talvez seja.

    Chegando no portão de saída do castelo, eles então saem e, do lado de fora, Klei ali estava, esperando-os.

    Uma troca leve de olhares tornou o clima tão pesado que era palpável. Adentrando suas próprias sombras, num piscar de olhos, estavam em um píer.

    Um vento suave da maré penteava seus cabelos e, ao fazer contato visual com seu pai, Kevyn viu um olhar morto.

    — Estarei esperando por você na mansão — disse Klei, virando-se de costas e caminhando para longe.

    O garoto acenou e se despediu: — Tchau… pai.

    Sem sequer ter olhado para o homem nos olhos, Nick caminhou em direção a uma embarcação que estava flutuando sobre o imenso mar à frente. “Ele podia sequestrar o garoto no momento em que entramos na escuridão, mas por que não fez isso? Isso não parece certo”, pensou, enquanto subia para o barco.

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