Índice de Capítulo

    Ao pairar da poeira, Daniel se afastou e observou o surgimento da garota nua e seus olhos tão brilhantes quanto a luz da lua.

    Através de sua visão noturna, Kevyn enxergou seus cabelos negros, olhos púrpura com caveiras estampadas em suas pupilas.

    — Eu não pensei que estaria nessa forma de novo… — disse Night, que encarou suas próprias mãos.

    Um tanto perdido, o garoto olhou-a de baixo a cima, cima a baixo. — Nossa…

    Sorrindo, a garota encarou-o e debochou: — O que foi? Não está com medo, está?

    — A-ah! Eu só… — Desviou o olhar e, sem saber o que dizer e um tanto corado, ele respondeu: — Eu não esperava que fosse tão…

    Após alguns segundos de silêncio, Night percebeu que não estava com nenhuma roupa e nervosa, ela olhou para o ferreiro.

    Entendendo a situação, Daniel criou uma blusa a partir das moléculas de ar e, assim, jogou para ela.

    Semicerrando seus olhos, ela pegou, vestiu a blusa e apontou o dedo para Kevyn enquanto dizia:

    — Ah! Resumindo… eu não sou sua, apenas te ajudo. Se conseguir vencer, eu vou te considerar digno de mim! — Após dizer aquilo, ela olhou para Daniel atrás do garoto, que fez um joinha para ela.

    Mais corado, o garoto desviou o olhar e respondeu: — Ok!

    Chegando na varanda, Nick observou sem entender nada, mas ficou ali. “Que tipo de treinamento é esse?”.

    Engolindo seco, ele pensou: “Eu não tô gostando disso”. Gerando uma espada óssea, ele se posicionou, esperando pelo o que a garota faria.

    Night lambeu seus lábios e respondeu-o por telecinese: “Gostando? Não é para você gostar”. Um segundo se passou e, quando o garoto percebeu, ela estava em sua frente com o punho já quase o acertando.

    Ao ativar o branco no último milésimo, ele respondeu-a: “É, de fato, mas não estava esperando menos!”.

    — Você sabe que não dá para vencer, desiste — disse Daniel, mantendo um semblante sério.

    Ao ouvir as palavras do homem, Kevyn suspirou e apenas desativou o branco. — Sim, não dá pra vencer.

    — Que bom que entendeu. — Night botou a mão sobre o ombro do garoto e, num piscar de olhos, ela voltou a ser um anel.

    Depois de alguns segundos, o garoto sorriu e pegou sua arma no chão, botando-a em seu dedo indicador enquanto ouvia alguém se aproximando.

    Daniel botou sua mão sobre a cabeça dele e, vendo-o sorrir, perguntou:

    — Por que você parece tão feliz?

    Nervosamente, Kevyn tirou Night do dedo e jogou-a para longe. — Eu finalmente vou ter algo emocionante pra fazer sem ser quase morrer, superar alguém forte como ela torna as coisas mais excitantes!

    — Eh… excitante?

    Levando sua mão até o queixo, o garoto suspirou levemente, mas sorriu e respondeu logo em seguida: — Sim!

    Em instantes, Daniel, antes neutro, começou a rir. — Ahhh! Claro, claro… excitantes hehehe!

    Sem entender a malícia de seu mestre, Kevyn ergueu sua mão e chamou sua companheira, que veio e parou exatamente em seu dedo indicador.

    Acendendo outro cigarro, o ferreiro se sentou sobre a grama e bateu ao seu lado, indicando para que seu discípulo se sentasse.

    Ao perceber o gesto, o garoto se sentou e encarou-o, esperando que falasse algo.

    Encarando-o de volta, o homem sorriu, cruzou suas pernas e disse:

    — Você tem uma espada de personalidade forte.

    Devolvendo o sorriso, Kevyn encarou sua arma, soltando uma leve risada. — De fato, é bem forte.

    — Você precisa desenvolver seus poderes. — O elfo deu uma tragada em seu cigarro e continuou enquanto expirava fumaça. — Seu primeiro treinamento vai ser… a sua maneira de lutar.

    — Modo de lutar?

    — Ah! Claro, você não sabe disso… bem… técnicas, formas de usar seus poderes, muitas coisas assim.

    Percebendo o trabalho que seria, mas ainda confuso, o garoto respondeu: — Sim… eu… penso quando eu luto e… por isso eu… sempre ganho, com certeza!!

    — Você mente muito mal… tá… em uma batalha de espadas, qual categoria de espada você gosta mais?

    — Espadas?

    Um silêncio dominou o lugar após a afirmação de Kevyn. Um leve vento penteou seus cabelos e, com o som das folhas batendo uma na outra, Daniel sorriu e o respondeu:

    — Eh, temos muito o que aprender.

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    No amanhecer do próximo dia, Daniel jogou um balde de água fria para que seu discípulo acordasse, mas foi totalmente em vão, sua espada o protegeu com extrema maestria.

    “Barreira de ossos”, pensou o elfo, que encarou Night de relance. Suspirando, ele optou pela opção mais óbvia, assim, pegou-o pelos braços e o sacudiu freneticamente.

    Abrindo seus olhos, Kevyn encarou o ferreiro com seus olhos quase totalmente fechados. — Oi… o quê? Tão me sequestrando de novo?

    — Acorda, moleque, treina, anda! — Ainda o sacudindo.

    Franzindo sua testa, o garoto esticou suas mãos para o homem. — Tá! Tá! Eu já acordei! Para! — choramingou.

    Finalmente, parando, Daniel deixou-o de pé e saiu do quarto enquanto dizia: — Escove os dentes, eu vou estar te esperando do lado de fora para começar nosso treinamento!

    Após a saída de seu mestre, Kevyn suspirou e foi ao banheiro.

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    Sentindo o vento calmo da manhã, de maneira calma, Kevyn e Daniel estavam sentados sobre a grama de uma pequena colina.

    Podendo-se ver uma grande parte daquele campo cheio de slimes, a árvore a qual fazia sombra para eles, balançava com o cintilante vento.

    — Qual é a forma que você mais usa Night? — perguntou o tutor.

    De maneira pensativa, o aluno pegou uma folha que caiu em sua cabeça. — Eu sempre uso ela em sua forma de Claymore.

    — Mas já usou alguma outra?

    O garoto quebrou a folha ao meio e, após um segundo de silêncio, respondeu: — Eu… já usei ela na forma de uma katana e também de um revólver.

    — Que tal testar? Vai enfrentar os slimes, eu vou observar daqui de cima. — Sorriu.

    Concordando com a cabeça, Kevyn se levantou, sorriu de volta e correu para os slimes.

    “Kevyn, por favor, ouça”, disse Night, que brilhou sobre o dedo dele.

    Parando, o garoto olhou para sua arma. “Hm?”, pensou e esperou para ver o que ela queria.

    Se transformando em uma foice, ela completou: “Vou te mostrar todas as formas que aprendi, isso vai te ajudar a entender seus gostos, eu acho”, falou de maneira alegre e inocente.

    Maravilhado, Kevyn quebrou por um segundo, dizendo em voz alta:

    — Por que você tá me ajudando a ficar mais forte?!

    Uma risada ecoou a cabeça do garoto e sua arma respondeu-lhe: “Eu sou sua espada, seu bobo, fui feita para isso. Mas… sendo sincera, quero ter uma luta de igual para igual com você”.

    Ao ouvir sua afirmação, ele sorriu e correu com tudo em direção ao primeiro grupo de geleias em seu campo de visão.

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    Após algumas horas, antes de ir até seu mestre para declarar seus armamentos favoritos, Kevyn conversou com sua arma: “Acho que, de todas, eu prefiro sua forma katana”, Night se transformou em uma katana e, assim, o garoto desferiu um corte ao ar enquanto continuou

    “Mas eu ainda amo te abraçar quando Claymore”, Night foi para sua forma de espadão e Kevyn girou seu corpo, usando o peso de sua própria arma para se lançar no ar e continuar

    “A foice tem uma ótima movimentação”, ela virou uma foice e, assim, girando-a, o garoto fez um corte horizontal ao cair de pé sobre o chão, contudo, continuou

    “No fim, de longa distância, um revólver serve”, Night virou uma pistola e Kevyn mirou para cima e disparou cinco vezes.

    — Eu também usei sua forma lança e arco e flecha. Sendo franco, eu amei usar todas! — Disse o garoto, vendo-a voltar a ser um anel em seu dedo.

    “Tão emocionado… não dá para usar tudo assim”, respondeu Night.

    Sorrindo, Kevyn começou a voltar para a colina de Daniel enquanto dizia:

    — Claro que dá, eu sou um vampiro, afinal!

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