Capítulo 49 — Sangue carmesim.
Após voltarem para o quintal de casa, Nick e Kevyn estavam um de frente para o outro.
Da mulher, um sorriso suave se formou, enquanto ela retirava uma faca da mesma mochila que pegou os livros e entregou ao garoto.
Vendo-o pegá-la, ela disse: — Corte seu pulso.
Sem ao menos hesitar, Kevyn cortou, vendo seu próprio sangue escorrer por seu antebraço e manchar a grama. — Feito.
Nervosa, ela arregalou seus olhos e continuou passando as instruções: — A-ah! Bem… para manipular o sangue, sinta-o fluir pelo seu corpo assim como está em seu braço, faça a mana se locar, troque os ossos pelo sangue. Se não o fazer parar de jorrar, você vai morrer, por isso mantenha calma e o manipule.
O garoto fechou os olhos e respirou profundamente. Fazendo sua corrente sanguínea fluir de maneira devagar, Kevyn ficou tonto por um momento, mas ao juntar de suas mãos em forma de doação, ele olhou para o sangue.
Em sua cabeça, pensou: “O sangue flui pelo corpo, a mana pela alma, eu sinto… os fundir”, expirou um ar gélido e, novamente respirou profundamente e disse:
— Oh… sangue carmesim, se torne convergente.
— Hm? — perguntou Nick, sem entender.
De repente, todo o sangue que banhava o esverdeado gramado começou a ir em direção à mão do garoto, aos poucos, um globo sanguíneo vibrante e irregular.
Surpresa, a mulher sorriu e pensou: “Não tem jeito, esse garoto… ele é a fusão perfeita dos pais!”, ela se levantou e aplaudiu-o.
Coagulando o sangue em seu pulso, ele absorveu o sangue e também se levantou.
— Nick, isso foi… incrível!!!! Eu nunca pensei que poderia ter a sensação de despertar mais um poder!!! — Animado, Kevyn criou diversos orbes de sangue à sua volta e os transformou dezenas de vezes por segundo.
Nick deu um passo para trás com um extremo medo. — Telecinese?! Como você já sabe isso?!
— Hm? Telecinese não é o básico? — Confuso, ele absorveu todo o sangue.
A mulher engoliu seco e respondeu: — Moleque, a Mind não te falou que a telecinese é do nível mestre?
Quieto, Kevyn piscou duas vezes e encarou sua arma em seu dedo. “É você, né?”, perguntou para ela enquanto caminhava até Nick.
“Óbvio que não, você deve saber a telecinese por causa da manipulação de ossos”, respondeu Night, que brilhou uma vez.
— Que tal testar sua manipulação de sangue? — a mulher perguntou.
— Vamos!
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Andando descalço sobre a grama da planície, o garoto parou por um momento e encarou a floresta.
Vendo-o parar, Nick parou e bocejou. “Ele ser parte gato deve ser inconveniente, né?”, ela se aproximou, tocou a cabeça dele e perguntou:
— Está tudo bem?
— Têm algo me chamando… na floresta.
“Ele deve estar sentindo que seu território foi invadido, será que isso acontece com demi-humanos?! Eu deveria perguntar para ele, mas talvez mais tarde”, ela pensou e suspirou. — Hm… se você não morrer, vai lá.
— Eu prometo não morrer! — Correu para a floresta.
— Ainda é uma criança, mas sua infância já se perdeu.
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Ao correr pela floresta, seu corpo involuntariamente vai até uma pequena lagoa. Surpreso, o garoto pensou: “Eu vim aqui por instinto?”, ergueu suas orelhas felinas e fechou seus olhos.
Um som de galope ecoa até seus tímpanos sensíveis e, a cada segundo, ele parecia mais e mais perto até, enfim, chegar.
Ao se virar, Kevyn retirou suas lentes de maneira rápida e desferiu um gancho no ar. Ele atingiu algo, esse que caiu de pé na frente do garoto após o ataque.
“Um tigre… de madeira”, pensou, ao presenciar o olhar vibrante do tigre dente de sabre interinamente de madeira. Um núcleo de mana estava quase exposto no exato lugar onde existiria um coração e, o monstro então ficou com guarda alta, pronto para atacar.
Posicionado, Kevyn se manteve pensativo: “Ele tem um núcleo, então é um ser criado pelo apóstolo do Deus da natureza”.
O animal de madeira avançou, pronto para rasgar o garoto, mas o mesmo rapidamente se esquivou para o lado, batendo sua costela contra uma árvore.
Ao ver esse descuido, o tigre rapidamente pulou na garganta dele, que defendeu com seu braço.
Vendo seu sangue escorrendo pela boca do tigre, Kevyn sorriu e, estalando os dedos de sua outra mão, toda a hemoglobina se tornou diversas estacas, assim, atravessaram a cabeça do tigre, que soltou o braço, mas continuou vivo e recuou.
Sentindo uma leve fraqueza, o menino teve que absorver o sangue no tigre, que se recuperou no mesmo instante.
“Eu não me recuperei do corte do pulso”, pensou e olhou todo o ambiente em volta enquanto continuava “usar o ambiente, usar… tudo para ter vantagem sobre o oponente”, ao terminar sua linha de raciocínio, de uma de suas mãos, seus dedos viraram garras draconianas.
O tigre voltou a avançar, mas usando suas armas naturais, Kevyn rapidamente pulou, se pendurou na árvore e, ao vê-lo atacar o nada, o garoto soltou-se da madeira, girando suavemente até dar um chute de cima para baixo no centro do animal de madeira.
O tigre ficou atordoado e então, o menino se aproximou e com sua mão nua, atravessou o peito do tigre e arrancou seu núcleo de mana com um sorriso orgulhoso.
— Minha perna tá doendo, mas eu conseg-
Um leve som de miado fora ouvido por Kevyn que, ao olhar em direção a uma caverna ao lado daquele lago, alguns pequenos tigres cobertos por madeira saíam da escuridão.
— Não…
Ainda de olhos fechados, os pequeninos miavam à procura de sua mãe, agora morta, enquanto, dos olhos do garoto, lágrimas escorriam de seu rosto.
— Por favor… me desculpem.
Ao toque de uma lágrima no chão, um círculo mágico se formou e, em questão de segundos, o corpo da mãe tigre se desmaterializou. “Por favor, não fique triste por isso”, disse Night.
Kevyn caiu de joelhos e abaixou suas orelhas enquanto via os pequenos tigres finalmente se aproximando dele e ronronando ao se roçarem contra suas vestes.
— Eu… não consigo. — apertou o núcleo em sua mão.
Ao parar de chorar, o garoto guardou o núcleo em sua bolsa e logo em seguida pegou os tigres em seu colo. “Eu matei sem motivo de novo, mas eu vou cuidar de vocês”, com um olhar morto, ele caminhou para casa.
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