Índice de Capítulo

    Após voltarem para o quintal de casa, Nick e Kevyn estavam um de frente para o outro.

    Da mulher, um sorriso suave se formou, enquanto ela retirava uma faca da mesma mochila que pegou os livros e entregou ao garoto.

    Vendo-o pegá-la, ela disse: — Corte seu pulso.

    Sem ao menos hesitar, Kevyn cortou, vendo seu próprio sangue escorrer por seu antebraço e manchar a grama. — Feito.

    Nervosa, ela arregalou seus olhos e continuou passando as instruções: — A-ah! Bem… para manipular o sangue, sinta-o fluir pelo seu corpo assim como está em seu braço, faça a mana se locar, troque os ossos pelo sangue. Se não o fazer parar de jorrar, você vai morrer, por isso mantenha calma e o manipule.

    O garoto fechou os olhos e respirou profundamente. Fazendo sua corrente sanguínea fluir de maneira devagar, Kevyn ficou tonto por um momento, mas ao juntar de suas mãos em forma de doação, ele olhou para o sangue.

    Em sua cabeça, pensou: “O sangue flui pelo corpo, a mana pela alma, eu sinto… os fundir”, expirou um ar gélido e, novamente respirou profundamente e disse:

    — Oh… sangue carmesim, se torne convergente.

    — Hm? — perguntou Nick, sem entender.

    De repente, todo o sangue que banhava o esverdeado gramado começou a ir em direção à mão do garoto, aos poucos, um globo sanguíneo vibrante e irregular.

    Surpresa, a mulher sorriu e pensou: “Não tem jeito, esse garoto… ele é a fusão perfeita dos pais!”, ela se levantou e aplaudiu-o.

    Coagulando o sangue em seu pulso, ele absorveu o sangue e também se levantou.

    — Nick, isso foi… incrível!!!! Eu nunca pensei que poderia ter a sensação de despertar mais um poder!!! — Animado, Kevyn criou diversos orbes de sangue à sua volta e os transformou dezenas de vezes por segundo.

    Nick deu um passo para trás com um extremo medo. — Telecinese?! Como você já sabe isso?!

    — Hm? Telecinese não é o básico? — Confuso, ele absorveu todo o sangue.

    A mulher engoliu seco e respondeu: — Moleque, a Mind não te falou que a telecinese é do nível mestre?

    Quieto, Kevyn piscou duas vezes e encarou sua arma em seu dedo. “É você, né?”, perguntou para ela enquanto caminhava até Nick.

    “Óbvio que não, você deve saber a telecinese por causa da manipulação de ossos”, respondeu Night, que brilhou uma vez.

    — Que tal testar sua manipulação de sangue? — a mulher perguntou.

    — Vamos!

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    Andando descalço sobre a grama da planície, o garoto parou por um momento e encarou a floresta.

    Vendo-o parar, Nick parou e bocejou. “Ele ser parte gato deve ser inconveniente, né?”, ela se aproximou, tocou a cabeça dele e perguntou:

    — Está tudo bem?

    — Têm algo me chamando… na floresta.

    “Ele deve estar sentindo que seu território foi invadido, será que isso acontece com demi-humanos?! Eu deveria perguntar para ele, mas talvez mais tarde”, ela pensou e suspirou. — Hm… se você não morrer, vai lá.

    — Eu prometo não morrer! — Correu para a floresta.

    — Ainda é uma criança, mas sua infância já se perdeu.

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    Ao correr pela floresta, seu corpo involuntariamente vai até uma pequena lagoa. Surpreso, o garoto pensou: “Eu vim aqui por instinto?”, ergueu suas orelhas felinas e fechou seus olhos.

    Um som de galope ecoa até seus tímpanos sensíveis e, a cada segundo, ele parecia mais e mais perto até, enfim, chegar.

    Ao se virar, Kevyn retirou suas lentes de maneira rápida e desferiu um gancho no ar. Ele atingiu algo, esse que caiu de pé na frente do garoto após o ataque.

    “Um tigre… de madeira”, pensou, ao presenciar o olhar vibrante do tigre dente de sabre interinamente de madeira. Um núcleo de mana estava quase exposto no exato lugar onde existiria um coração e, o monstro então ficou com guarda alta, pronto para atacar.

    Posicionado, Kevyn se manteve pensativo: “Ele tem um núcleo, então é um ser criado pelo apóstolo do Deus da natureza”.

    O animal de madeira avançou, pronto para rasgar o garoto, mas o mesmo rapidamente se esquivou para o lado, batendo sua costela contra uma árvore.

    Ao ver esse descuido, o tigre rapidamente pulou na garganta dele, que defendeu com seu braço.

    Vendo seu sangue escorrendo pela boca do tigre, Kevyn sorriu e, estalando os dedos de sua outra mão, toda a hemoglobina se tornou diversas estacas, assim, atravessaram a cabeça do tigre, que soltou o braço, mas continuou vivo e recuou.

    Sentindo uma leve fraqueza, o menino teve que absorver o sangue no tigre, que se recuperou no mesmo instante.

    “Eu não me recuperei do corte do pulso”, pensou e olhou todo o ambiente em volta enquanto continuava “usar o ambiente, usar… tudo para ter vantagem sobre o oponente”, ao terminar sua linha de raciocínio, de uma de suas mãos, seus dedos viraram garras draconianas.

    O tigre voltou a avançar, mas usando suas armas naturais, Kevyn rapidamente pulou, se pendurou na árvore e, ao vê-lo atacar o nada, o garoto soltou-se da madeira, girando suavemente até dar um chute de cima para baixo no centro do animal de madeira.

    O tigre ficou atordoado e então, o menino se aproximou e com sua mão nua, atravessou o peito do tigre e arrancou seu núcleo de mana com um sorriso orgulhoso.

    — Minha perna tá doendo, mas eu conseg-

    Um leve som de miado fora ouvido por Kevyn que, ao olhar em direção a uma caverna ao lado daquele lago, alguns pequenos tigres cobertos por madeira saíam da escuridão.

    — Não…

    Ainda de olhos fechados, os pequeninos miavam à procura de sua mãe, agora morta, enquanto, dos olhos do garoto, lágrimas escorriam de seu rosto.

    — Por favor… me desculpem.

    Ao toque de uma lágrima no chão, um círculo mágico se formou e, em questão de segundos, o corpo da mãe tigre se desmaterializou. “Por favor, não fique triste por isso”, disse Night.

    Kevyn caiu de joelhos e abaixou suas orelhas enquanto via os pequenos tigres finalmente se aproximando dele e ronronando ao se roçarem contra suas vestes.

    — Eu… não consigo. — apertou o núcleo em sua mão.

    Ao parar de chorar, o garoto guardou o núcleo em sua bolsa e logo em seguida pegou os tigres em seu colo. “Eu matei sem motivo de novo, mas eu vou cuidar de vocês”, com um olhar morto, ele caminhou para casa.

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