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    De semblante sério, Kevyn encarou a planície com seus braços apoiados sobre a janela aberta de seu quarto. “O quanto da morte muda um homem?”, perguntou para sua espada com um olhar frio.

    “Tudo depende dos seus ideais”, respondeu-o.

    “Meus ideais”, o garoto respirou profundamente e logo, saiu da janela, indo para as escadas onde simplesmente passou por Nick, até enfim sair de casa e caminhar para a planície.

    “O que vai fazer?”, perguntou Night.

    “Eu vou ficar mais forte”, respondeu-a, fazendo luvas e botas ósseas em volta de seus braços e pernas.

    “Tá achando que vai me vencer só na base da força, pelo menos lembre-se de treinar!!!”, ela repreendeu-o.

    — Óbvio que eu vou treinar, eu só vou usar tudo que eu tenho, por exemplo… — disse Kevyn com um leve sorriso no rosto, mas com o mesmo olhar morto, continuou — S̷̙͍̿̄̋u̸̖̬̲͊̑͋̒ḇ̵̦̠̬͉̀̑m̶̩͇͎̲͂̋e҉̮̟̔̾t̴͎̜̜̑͊a̵̟̬̗̔̀̋̒̋-̶͖̣͖̠̃̓̔̽͐s̵͍̳͎̒̽̍͊̀é̵̠̪͍̑̊̐

    De maneira casual, a mana se conteve e, dessa vez, o garoto não a deixou escapar, mas ao invés do ambiente, o próprio menino mudou.

    Ao dar um passo à frente, a diferença. A aura de Kevyn estava tão densa, que talvez fosse possível ser tocada por mãos nuas.

    — Night, hoje eu vou matar tantos deles que eu vou bater meus limites.

    “Por que você tá fazendo isso?”, de maneira preocupada, Night perguntou.

    O garoto levou sua mão até seus olhos, retirou suas lentes e então respondeu-lhe: “Eu estou cansado de ver slimes”.

    No momento em que seus olhos fitaram o primeiro grupo de slimes, em uma arrancada monstruosa, Kevyn já havia esmagado um dos cinco monstros.

    Ao perceberem a quantia exorbitante de mana, as pequenas geleias tentaram fugir, mas o garoto os destruiu rapidamente com suas mãos.

    “Menos cinco”, pensou Kevyn, ao observar o próximo grupo de slimes.

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    Astéria descansava sua cabeça sobre a mesa de seu escritório. À sua frente estava Kancernali que havia acabado de verificar um último papel e logo o colocou sobre uma pilha de diversos outros.

    — Seyfu consegue ser pior que o Abyss, diria que os dragões pagarem taxas por causa de suas fortunas, ser… ingênuo — disse Kancernali.

    Um suspiro veio de Astéria, que respondeu: — Sim, eu concordo, mas é o único jeito de ganharmos dinheiro para o país. Os habitantes que trabalham são os dragões com menos de 170 anos e isso atrapalha a economia por seus pais serem donos de grandes empresas.

    — Eu acho que Seyfu deveria aceitar emigrantes.

    — Não posso deixar pessoas ficarem no país, isso vai causar uma certa divergência entre os habitantes que já estão hesitando pagar as taxas.

    Kancernali pegou a xícara de chá de sua amiga e tomou um gole. — Seu filho vai ter muitos problemas para resolver.

    Totalmente neutra com a ação repentina, Astéria concordou com a cabeça. — A entrada dele no poder vai ser um contrapé inicial para a mudança cultural do país. Posso contar com você para ajudá-lo?

    — Posso te garantir muito mais que isso. — Lambeu seus beiços com um pouco de chá e devolveu a xícara com um leve sorriso.

    — Terminamos os trabalhos de hoje, vamos fazer a palestra e apresentar as novas. — Se levantou.

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    Em meio a uma calma planície, pequenas explosões podiam ser ouvidas. Sua causa era Kevyn que, com socos e chutes rápidos, destroçava inúmeros slimes em poucos segundos.

    O pequeno garoto corria pela planície sem parar, indo de grupo em grupo e matando todas aquelas criaturinhas que eram destroçadas com apenas um golpe.

    Em sua cabeça, contou: “Menos 420, menos 425, 430”, enquanto ia em cada agrupamento de slimes e matava todos com suas mãos.

    Assim, 3 horas se passaram até Kevyn então se cansar, mas apenas fazer uma pausa. Repondo suas lentes e sua restrição, soltou um enorme suspiro gélido enquanto dizia:

    — Ahh… foram 54 mil deles… eu acho que cheguei num resultado, mas eu preciso aprimorar isso mais um pouco.

    “Você criou todas as técnicas que queria?”, perguntou Night.

    O garoto absorveu suas manoplas e botas ósseas, encarou sua arma e a respondeu: “Sim, mas ainda não é o suficiente”.

    “Entendi, boa sorte para refiná-las”

    “Obrigado, acho que isso me deu uma acalmada, foi divertido me exercitar um pouco”, Kevyn recuperou o brilho em seu olhar e sorriu por um instante.

    “Já tava na hora! Você tá há dois dias assim!”, reclamou Night.

    “Ei! Você não sabe o quanto é o peso de matar uma mãe! É… deprimente saber que você matou alguém com família e só estava a protegendo”, desviou a cabeça emburrado.

    Alguns passos são ouvidos se aproximando e, quando olhou, o garoto viu Aycity, que corria em sua direção.

    “Ela chegou, vocês estão bem próximos, né?”, perguntou Night.

    Kevyn caminhou na direção de sua amiga, respondendo sua espada: “Sim, ela sempre aparece machucada, então é um momento para aprender melhor sobre a abjuração”.

    — Kevyn! Tem um rei slime nas proximidades!!! Você não soube?! — gritou Aycity que balançou seus braços freneticamente.

    Surpreso, o garoto inclinou a cabeça. — Um slime rei?

    — Sim!!! Aqueles seres humanoides com coroa!!!

    — Pera… quê? — perguntou ainda mais confuso.

    — Ah… você não sabe…

    — Tem problema não, se aparecer eu mato. — Ele fez um joinha para ela.

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    Após um tempo, Aycity e Kevyn caminhavam pela vasta planície, o garoto ia à frente, marchando enquanto sorria.

    Ao ver todos aqueles slimes, pequenos pássaros e, bem ao longe, pequenas colinas, a garota observou o caminhar dele de maneira neutra e pensou: “Ele parece ser alguém feliz”, parou de segui-lo.

    O menino percebeu a parada repentina e também parou. Indo para mais perto dela, perguntou:

    — O que aconteceu?

    — Ah… nada, quero que você cure algo para mim. — Se sentou sobre a grama.

    Aycity ergueu sua blusa e mostrou um enorme corte costurado em sua pélvis.

    Assustado, Kevyn olhou-a nos olhos e perguntou: — Aya, como você conseguiu esse corte?

    — Eu… lutei com o rei slime, foi isso.

    O garoto ergueu sua mão até a barriga dela e pensou: “Ela não é forte, sequer pode resistir à minha manipulação de sangue”. — Você caça monstros? — perguntou ao mesmo tempo que retirava os pontos através do próprio sangue da garota.

    — É… quase isso. — Desviou o olhar.

    — Você está mentindo, minha manipulação não deveria a afetar.

    — Hm?

    — Seu corpo não luta contra meu poder, eu poderia te controlar involuntariamente se quisesse, você não mata nada, me fala a verdade. — Olhou-a de maneira séria.

    — Tudo bem… eu… eu… me machuco, eu faço isso para me aliviar, é isso.

    Algo incomodava Kevyn, mas ele apenas aceitou a resposta. — Mesmo que não faça sentido, eu vou aceitar essa resposta. — Terminou de curar o corte pélvico.

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