Capítulo 61 — Um dia normal.
Ao amanhecer da quarta, Kevyn se levantou e foi até Daniel logo pela manhã.
Na cozinha, o elfo tomava seu café junto à Night enquanto lia o jornal com algumas velas iluminando seus rostos.
Em poucos minutos após acordar, o garoto achou seu mestre e, com um certo cansaço, ele o perguntou:
— Daniel… tem algum trabalho que eu possa fazer?
— Hm? Por que você quer um trabalho? — perguntou o elfo, que franziu sua testa só de pensar no príncipe dos dragões trabalhando como CLT.
— Eu quero ter dinheiro pra poder comprar coisas pra mim.
— É só pedir o dinheiro para sua mãe.
Kevyn cruzou seus braços e o repreendeu: — Eu entendo que eu seja um príncipe, filho de dois líderes mundiais e tals, mas não é só por causa disso que eu não possa trabalhar!!!
Daniel tomou um gole de seu café e pensou consigo mesmo: “Ele é teimoso que nem os avós… deixa eu ver, tinha ouvido que as padarias estavam precisando de ajuda, também tem algumas lojas que não tem atendente e os próprios donos estão lá, mas sinceramente, eu tenho uma ideia melhor”, ao finalizar sua linha de raciocínio, o elfo olhou para seu discípulo, tossiu duas vezes e o respondeu:
— Já que quer trabalhar, o que você acha de me ajudar na forja? Pode ser um trabalho custoso para suas mãos, mas como você é um vampiro, sua pele não vai ser tão prejudicada.
— Tudo bem.
— Ué, já aceitou?
— Sim?
Daniel se levantou e disse: — Tudo bem, vamos começar.
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Em um lugar extremamente quente, só de pisar na forja de seu mestre, o cabelo do garoto ficou totalmente negro.
Daniel caminhou até o meio de seu ambiente de trabalho e olhou para seu discípulo.
— Como você quer trabalhar, eu vou te ensinar algo bem simples, esquentar o metal. — O elfo caminhou até uma pilha de sucata, pegou algumas peças e continuou — existem muitos tipos de fornalha, a daqui é uma espécie de frigideira, mas ela não frita, só esquenta muito. Ligue para mim, é só você acender com o isqueiro.
Kevyn caminhou até uma enorme fornalha e, através da sua manipulação de fogo, alguns cortes foram feitos em seu braço amaldiçoado enquanto uma leve chama se proliferou na ponta de seu dedo.
O garoto tocou na superfície da fornalha e o fogo rapidamente cobriu toda a parte escura. “Ela é realmente tipo uma frigideira, mas é como se eu botasse fogo na superfície dela pra poder fritar o ovo”, pensou ao se curar dos cortes e se afastar um pouco.
— Ótimo, após ascensioná-la, a gente põe os materiais sobre o fogo — disse, pondo os pedaços de sucata por cima das chamas carmesim. Logo continuou — agora quero que você vigie eles para mim. Quando chegarem numa cor semelhante à palha, você vai usar o alicate para retirá-los e os pôr na bigorna. — Apontou para um enorme alicate ao lado da fornalha.
— Tá bom. — Ele acenou com a cabeça.
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Daniel ensinou o garoto durante a manhã inteira, por sorte, o homem já tinha diversas etapas para exemplificar e fazer o garoto praticar.
Dada a hora do almoço, todos almoçaram, mas Daniel não deixou que o garoto trabalhasse a tarde e o mandou treinar.
Chegado a planície, Kevyn chamou Humbra que havia ficado a noite inteira exterminando slimes em busca da meta dada por seu rei.
Dentre poucos minutos, o esqueleto retornou e se ajoelhou perante ao seu líder.
— Como foi? — perguntou Kevyn.
— Eu consegui matar os 10 mil grupos.
— Ótimo, acho que por enquanto já basta. — O garoto fez alguns diversos sinais de mão e disse de maneira calma e continuou— S̷̙͍̿̄̋u̸̖̬̲͊̑͋̒ḇ̵̦̠̬͉̀̑m̶̩͇͎̲͂̋e҉̮̟̔̾t̴͎̜̜̑͊a̵̟̬̗̔̀̋̒̋-̶͖̣͖̠̃̓̔̽͐s̵͍̳͎̒̽̍͊̀é̵̠̪͍̑̊̐.
Um intenso liberar de mana não rompeu o controle do menino e, com o toque de sua mão sobre o crânio de seu subordinado, a mente dele se esvaziou mais uma vez.
Alguns segundos depois, o esqueleto retornou e encarou seu mestre.
Kevyn pegou a foice de Humbra e com leves mudanças, a melhorou após aprender a forjar com Daniel.
— Aqui está. — Entregou a arma a seu subordinado.
— Muito obrigado. — Abaixou a cabeça.
Kevyn sorriu e o respondeu: — Sem muitos agradecimentos, apenas estou te ajudando a me ajudar.
— Mesmo assim. — Humbra se levantou e assim como seu mestre, guardou sua foice em sua própria alma. — O que você vai fazer agora?
— Eu…- nós. Nós vamos continuar treinando.
O general concordou com a cabeça e adentrou a alma do garoto.
Após o susto, Kevyn pensou: “Oxi?! Virou bagunça?!”, ele cruzou os braços e fechou seus olhos.
Uma mão tocou o pescoço do garoto e, ao sentir um gélido respirar, ele lentamente olhou para trás e, dessa vez… era Astéria com um guarda-chuva.
— Boa tarde, fiquei sabendo que aprendeu a forjar, correto? — Neutra.
Assustado com a frieza dela, Kevyn coçou a cabeça e respondeu: — Sim… sim.
— Vamos lá, o que você aprendeu, mostre para mim.
Kevyn se afastou um pouco da sua mãe e ergueu a mão para o lado. O garoto canalizou sua energia na palma e uma fissão no espaço foi feita. Com a quebra, a lei universal obrigou a fissão ser preenchida, com isso, tudo em volta começou a ser atraído violentamente para uma área azul em volta da fissão.
Ao ver que ele conseguiu usar o azul, Astéria sorriu e cruzou seus braços enquanto dizia com um leve tom de deboche.
— Nada mal!
O garoto desfez seu poder e olhou para sua mãe com um sorriso. — Você tinha escrito um texto enorme falando de preenchimento do espaço-tempo, fissão do espaço… mas era só falar que o poder atraí, ou melhor!! Que o azul era como um menos.
Curiosa, a mulher inclinou a cabeça. — Como… um menos?
— O branco, é divisão, o azul, é como o menos, ele diminui, apaga o espaço que atrai as coisas.
— Hmmm… acho sua conclusão faz sentido, mas eu sinceramente não acho que o azul funciona assim, nem o branco!
Kevyn também cruzou os braços e a respondeu: — Ah, é?! Vamos fazer assim, eu vou aprender o vermelho com a base do azul, se ele é o menos, o vermelho é o mais porque são cores invertidas no círculo cromático.
Astéria franziu sua testa e ergueu seu queixo. — Sinceramente, eu duvido que você consiga!! O vazio não se baseia nessas coisas tão simples!
— Você vai ver!!! Eu vou aprender!!! — O garoto se virou de costas e saiu andando.
Após ele tomar uma certa distância, a mulher sorriu. “Eles crescem tão rápido, mas… se ele conseguir formular os poderes de maneira tão simples, eu mesma vou conseguir prosseguir com vazio”, pensou, arrumou seu sobretudo e se sentou sobre a grama.
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No topo da colina do piquenique, Kevyn estava sentado com as pernas cruzadas. “Ok, temos detalhes importantes para a ativação das habilidades do vazio. O primeiro, a quantia de energia. O segundo, saber como funciona o poder, mas em tese é só isso”, pensou com seus olhos fechados para melhorar sua linha de raciocínio.
Ao som das folhas caindo, a sombra da árvore fazia frio o suficiente para o cabelo do garoto ficar branco.
Em voz alta, Kevyn disse: — O azul é a atração, o vermelho deve ser a repulsão se eu seguir essa linha de raciocínio, agora é saber quanto de energia de gastar para ele funcionar!
Som de passos foram ouvidos pelo garoto, alguém se sentou ao seu lado e perguntou: — Aprendendo truques novos?
— Sim, e você, Night?
— Apenas me perguntando se você está ficando mais forte.
— Hehe, pode apostar que eu tô, prometo te arrebentar.
— Me arrebentar onde?
Confuso, ele inclinou a cabeça. — Hm? Na luta?
— Hehehe… tudo bem, isso que veremos. — Ela ficou alguns segundos quieta, mas logo continuou — aliás, o que você falou ontem é verdade?
Sem saber o que dizer, Kevyn corou e tentou dizer: — A-a-
Antes de deixá-lo falar, Night tapou sua boca e se ajoelhou com os dois joelhos por cima do seu colo. — Não precisa mais responder.
O garoto levemente abriu seus olhos, e olhou-a nos olhos. “Ei! Eu não me expliquei!”
A garota botou seus peitos contra os dele enquanto beijava sua mão por cima de sua boca. “Shhiu~ eu não quero que você se explique”.
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