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    Logo após o almoço e forjar com seu mestre, Kevyn, ainda meio avoado, caminhou até a planície e pensou: “Eu tenho ido até aqui, aquela colina, o quintal e a cidade… eu preciso parar com isso”, o garoto se sentou e ficou em posição fetal.

    De repente, alguém parou atrás dele e tocou seu ombro. Kevyn a reconheceu pelo cheiro e, com seus olhos se enchendo de lágrimas, rapidamente se virou e abraçou sua cintura enquanto dizia:

    — Mãe, desculpa por ter cobrado tanto de você!

    Astéria arregalou seus olhos com o abraço repentino e o retribuiu. — O que aconteceu? — Ela se ajoelhou e acariciou o cabelo de seu filho.

    O garoto não respondeu e apenas começou a chorar enquanto escorava a cabeça em seus peitos.

    A mulher pensou consigo mesma: “Eu não te protegi no momento em que mais precisava, não é? Deixei você à mercê do destino que acabou te amaldiçoando”, ela fechou seus olhos e disse:

    — Tá tudo bem, eu prometo te proteger a partir de agora, meu pequeno.

    Ao ouvi-la, Kevyn enfim não aguentou e começou finalmente a chorar de verdade.

    Astéria havia realmente entendido? Ela apenas continuou acariciando.

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    Após horas e Kevyn finalmente se acalmar, ele e sua mãe caminharam pela cidade juntos.

    O garoto obviamente estava ainda cabisbaixo, mas, segurando a mão de Astéria, ele não parecia pensar em mais nada.

    “Eu sinto uma pontada no peito só de lembrar tudo que falei para ele”, pensou Astéria, ao mesmo tempo que procurava a mesma sorveteria de quando vieram a Emerald.

    Após mais um tempo caminhando, eles enfim chegam e lá, a mulher pede um milkshake e um sorvete.

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    Depois daquilo, eles foram para uma padaria, onde Astéria comprou um salgado para os dois.

    Sentados em uma mesa, nenhum dos dois falou nada desde a planície. A mulher não iria quebrar o silêncio, mas numa tentativa, ela perguntou:

    — Eu ainda não perguntei, entãooo… o que você achou da sua espada? — Ela forçou um sorriso.

    O garoto olhou-a nos olhos e apenas a respondeu: — Ela é estranha.

    Astéria franziu sua testa e soltou um leve ar pelo seu nariz. “Ok, eu não esperava por essa responsabilidade”, rindo internamente, ela continuou — Como assim?

    — Ontem, ela ficou dizendo coisas sem pé nem cabeça e depois que ela beijou a mão dela por cima da minha boca, saiu correndo enquanto ria.

    A mulher mordeu seu hambúrguer assado e após mastigar e engolir, com uma face serena, ela disse: — Ah… estranha, é?

    — Sim.

    — Acho que eu vou conversar com ela. — Sorriu.

    — Ei! Que sorriso maligno é esse?!

    — Nada, nada… não vai comer sua coxinha? — disse e mordeu outro pedaço do seu hambúrguer.

    — Ah, verdade.

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    Ao anoitecer, pelo cansaço, Kevyn tomou seu banho e foi direto para a cama. Já Astéria, ela ficou e foi até Daniel, que estava treinando Night na planície.

    Vendo os dois lutando, a mulher então perguntou:

    — Não acha que treinar de noite seja muito inconveniente?

    Eles pararam de lutar para dar atenção à Astéria e então o elfo a respondeu:

    — Treinar de tarde atrapalharia o garoto, não acha?

    — Tem razão, eu queria saber quando você iria treinar ele direito.

    — Eu acabei deixando ele de lado, né? Desculpa, eu acabei dando certa importância ao potencial que a espada tem hehe. — sorriu.

    Astéria suspirou e olhou para Night com certa seriedade.

    — Que tal sentarmos para tomar uma?

    — Ah! Claro! — Daniel gritou de maneira animada.

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    Sentados no quintal, Daniel e Astéria tomavam cervejas enquanto Night apenas os encarava de maneira quieta.

    — Mas qual é o intuito dessa luta, Daniel? — perguntou Astéria.

    — É apenas um migué, a Night me deu esse plano para ele ter mais ânimo em treinar — respondeu e tomou um gole de sua cerveja.

    — Entendo, aliás… soube que você esteve atacando meu filho, Night. — Astéria encarou a garota.

    Night com certo receio, não sabia onde esconder a cara e apenas respondeu: — E-eu não ataquei não!

    O elfo começou a rir e disse: — Astéria, Astéria… ela tá na puberdade, é assim mesmo.

    Após Daniel falar aquilo, um silêncio constrangedor surgiu e, envergonhada, Night virou a cara.

    Asteria virou sua latinha de cerveja e começou a rir enquanto, desesperado, o homem tentava desconversar:

    — Ehhhh!!! Eu quis dizer que ela não tem culpa de ter seus desejos!! Eu entendo ela! Todos já fomos apaixonados, digo, eh… bem… deixa quieto.

    Caindo na gargalhada, a mulher tocou o topo da cabeça da Espada e lhe disse: — Hmphm… Tá tudo bem, Night, se você me prometer que vai proteger ele pra mim, eu talvez pense em deixar você atacá-lo mais vezes.

    Night olhou para ela um pouco corada e perguntou: — Você não deveria estar dando sua benção antes de me conhecer!

    — Ohhh! Então, você já tá pensando em casamento?! — Astéria começou a rir ainda mais.

    Ao perceber todo aquele desastre, a garota sorriu e ergueu seus braços em forma de rendição. — Tudo bem, você ganhou, senhora Astéria.

    Após sua quietude, Daniel cruzou seus braços e disse:

    — Eu comecei a ensinar ele a forjar.

    — Ah… é? Que bom, significa que ele vai poder… — A mulher pôs a mão sobre a boca, começou a dar leves risadas e logo continuou — que ele vai poder dar umas marteladas nela, né? Hahahahah!!!! — Apontou para Night.

    Daniel colocou a mão sobre a testa e também começou a rir.

    Indignada, Night se levantou e entrou de casa enquanto gritava:

    — Eu não vou ficar aqui para ver vocês zombando de mim!!!!

    Astéria suspirou após tantas risadas e perguntou: — Daniel, eu sei que não foi ela quem bolou a ideia da luta, me fala a verdade.

    — Então, você percebeu? Bem… acontece que fiz isso para eles terem maior proximidade, mas… não é só isso.

    — Prossiga.

    — Eu estudei sobre o livro de Humbra e algumas lendas falando sobre as tais espadas vivas. Como eu já disse, a Night pode ficar tão poderosa quanto a sua espada, mas para isso ela e o Kevyn vão ter que criar um vínculo.

    A mulher levou a mão até seu queijo e então perguntou: — Então é isso, só que, por que uma luta?

    — Night me contou do quanto o garoto estava insatisfeito com as lutas que teve, no torneio e até nesse sequestro recente. Como ele não teve a experiência de ter uma luta que pudesse alimentar essa vontade, eu perguntei para a Night se ela gostaria de lutar com ele e ela me respondeu que amaria.

    Astéria encarou o chão por um momento. “Isso me lembra do segundo rei dragão, ele também tinha o aspecto de não se satisfazer com qualquer luta”, pensou e voltou seu olhar para o ferreiro. — Filosofia do amor perturbado?

    Daniel sorriu e estalou os dedos de uma de suas mãos. — Exatamente! Sua mãe, Mordred, Zeo, Myuky, Mitashi, todos eles têm esse amor em comum e, segundo a nossa estimativa, se Kevyn for realmente a reencarnação de Mordred assim como diziam sua mãe também ser, o garoto também tem a sede de penetrar a parceira de todas as formas.

    — Como uma viúva cinzenta?

    — Ah… sim?

    — Não seria a Night que teria essa sede? Ela aparenta querer lutar tanto quanto ele.

    O elfo se levantou e a respondeu: — Você tem razão, por mais idêntico em aparência, ele não tem nada a ver com sua mãe, ele é muito… inocente, eu vou pegar mais cerveja. — Entrou em casa.

    Astéria encarou as estrelas e deu leves risadas. “Ah… mãe, agora eu queria lutar com você, tomar seu título de Calamith mais forte, sua idiota arrogante”.

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