Índice de Capítulo

    Ao chegar ao sábado, Kevyn abriu seus olhos e, ao seu lado, abraçada em si, Night o encarava fixamente.

    O garoto encarou-a de volta e viu seu olhar púrpura, quase tão brilhante quanto na sua forma de espada.

    — Aquilo ainda tá de pé, sabia? Você não vai ter uma infância normal, apenas se torne… meu. — A garota passou seus braços por trás do pescoço dele e beijou o canto da sua boca.

    — Se algo acontecer, eu deixo você fazer isso. — Kevyn desviou o olhar por um momento, mas retribuiu com um beijo.

    Night arregalou seus olhos com toque e empurrou-o. Ela se levantou e, de costas para o garoto, ergueu a mão até o peito e disse:

    — Eu… não deixei você fazer isso. Só eu posso.

    Quieto, Kevyn se sentou na beira da cama e olhou para ela.

    A espada olhou de relance para seu dono e o disse: “Eu te vejo na segunda”, saiu do quarto.

    O garoto se levantou e então se perguntou: “Garotas são complicadas, ela não queria aquilo?”, após suspirar, ele foi até o banheiro e, ao sair, caminhou para a forja.

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    Logo após almoço, Kevyn caminhou para a planície e, esperando-o, um homem de cabelo azul, olhos totalmente negros, sentado, o encarou com desdém.

    O garoto percebeu a sua presença assassina e então tirou Kind da bainha e perguntou:

    — Então, você é o rei slime?

    O ser respondeu: — Acho que vocês mortais achariam que eu fosse maior, não é?

    — Pela descrição que ouvi, sim, mas não importa, o que quer comigo?

    — Não é óbvio? Você tem matado meu povo, então eu mesmo vim te matar.

    — Como futuro rei dragão, irei ver como uma afronta.

    Levantando-se, o homem encarou o jovem e criou um enorme martelo. Uma última troca de olhares foi dada antes dos dois avançarem consecutivamente.

    O rei então tentou um ataque direto de cima para baixo, defendido por outro ataque do garoto.

    No mesmo instante, eles recuaram e avançaram mais uma vez, assim, novamente acertaram a arma um do outro.

    — Você é forte para um garoto. — disse o rei.

    — E você para um slime. — Sorriu.

    Os dois se afastaram e, com chifres de mana se formando de forma lateral na sua cabeça, Kevyn semicerrou seus olhos e falou:

    — Vamos lá.

    O rei percebeu a enorme pressão de mana e então ergueu sua mão para seus súditos, os absorvendo em segundos.

    Ele também semicerrou seus olhos e, então, com a absorção, ele respondeu:

    — Devorarei tudo.

    O martelo do Slime se tornou uma espada e, em uma fração de segundo, eles avançaram e colidiram suas armas.

    O chão se partiu com o impacto, mas eles não pararam e continuaram a disputa com ataques lentos, mas extremamente poderosos.

    Ainda sem usar seus poderes, eles causavam tremores perto, mesmo que a luta ainda não tivesse começado de verdade.

    — Você tem uma força considerável, garoto — disse o rei.

    — Já chega de brincadeiras, não acha? — Kevyn o jogou para trás com sua arma e, ao cortar seu pulso e seu sangue percorrer sua lâmina, chamas carmesim surgiram.

    Incrédulo com a coragem do garoto, o rei criou seu enorme martelo novamente e, ao lentamente o encostar em seu ombro, o chão partiu com seu peso.

    Num instante, os dois já haviam colidido suas armas, o jovem de baixo para cima e o slime de cima para baixo.

    O chão então colapsou e, sendo mais forte, Kevyn jogou seu oponente ao céu, ao mesmo tempo que do chão, ossos foram para atravessá-lo no ar.

    Vendo os ataques, o rei rapidamente girou em meio ao ar e quebrou os ossos com seu martelo. Entretanto, o garoto usou de seu poder para alcançá-lo no ar e então tentou um ataque direto.

    Por instinto, o homem defendeu e, com um sorriso, ele largou sua arma e desferiu um soco no rosto do garoto que, com a intensidade do golpe, Kevyn foi arremessado com tudo no chão que, com o impacto, abriu uma cratera.

    Todavia, lá estava o garoto em meio à poeira, de pé. Ele retirou suas lentes enquanto limpava seu rosto.

    O rei então caiu de pé no chão e encarou o jovem que, em milissegundos, estava em sua frente com sua espada cravada em seu olho.

    Sem poder fazer nada, o homem tem seu olho perfurado e, soltando Kind, Kevyn manipulou as chamas para envolver seu braço e, logo em seguida, desferiu um soco tão forte no peito de seu oponente, que o arremessou pela planície inteira.

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    Após receber o ataque e cair em um lugar remoto, o rei se ergueu do chão e retirou a arma de seu inimigo do olho, jogando-a sobre o chão logo em seguida.

    — Isso foi perigoso — disse ao perceber que seu olho não se regenerou.

    Ao longe, uma figura era vista em meio às nuvens de poeira formadas pelo impacto do homem, que se preparou e, o garoto, chegou com tudo, dando outro soco, mas esse que foi defendido pelo rei.

    Tanta força concentrada abriu uma nova cratera na planície. Ao perder a força, os dois seres se afastam.

    Kind recuperada, o jovem lentamente caminhou em direção ao seu oponente enquanto perguntava:

    — Posso parar de me segurar? — o garoto perguntou.

    — A vontade, pequeno dragão, vamos ver o que têm.

    Animado, Kevyn enfim controlou sua mana por completo e uma pequena camada transbordou de sua alma.

    — Você é muito forte, sabia? Pena que eu sou mais.

    A pele do rei se tornou vermelha como a de um demônio e, com um sorriso, ele criou seu martelo e, em um piscar de olhos, os dois então colidiram suas armas.

    A pressão do ataque causou um leve terremoto, entretanto, eles começaram a se digladiar, com cada ataque sendo mais forte que o outro.

    Em meio à troca, o garoto arregalou seus olhos e pensou: “Vamos lá, 200%!!!”, ele parou para despertar seus olhos e, no momento em que iria receber uma marretada, ele desviou e cortou o braço do slime.

    Mesmo com seu braço arrancado, o rei se regenerou e, com o recuperar de sua arma, eles continuaram, todavia, Kevyn aos poucos passou apenas a desviar e defender os ataques.

    Enfurecido, as pupilas do homem se tornaram brancas e, com seu corpo se tornando ainda mais vermelho, chifres cresceram da sua cabeça e então começou a ir com tudo, cada ataque mais forte que o outro, destruindo toda a planície com o encostar de seu martelo.

    Sem mais poder desviar, o garoto sorriu e revidou os ataques na mesma altura. Em uma fração de segundo, mais de 1000 golpes foram dados e, numa tentativa de acabar com aquilo, os dois desferiram um ataque tão forte que os arremessou para lados opostos e, com o impacto, uma explosão de mana.

    Entretanto, os dois caíram de pé e, se preparando e soltando suas armas, foram para o mano a mano que, em um segundo, mais de 2000 ataques foram trocados e, com os poucos socos que acertaram, resistiram e continuaram.

    Entre os vários golpes, os dois colidem seus punhos e se jogam para trás. Afastados novamente, Kevyn pegou Kind de volta enquanto o rei criou uma katana.

    — Vamos terminar com isso!!! — Já irritado, o garoto então ergueu sua mão para o rei e, com o canalizar de uma distorção que forçava o espaço a se repelir, ele se concentrou e… nada.

    Um frio passou pelo rei que, ao perceber que o ataque do jovem não tinha dado certo, avançou com tudo e perfurou seu peito, só que algo estava errado, ele não fora atingido.

    — Você sentiu medo? Que pena.

    Kevyn segurou a lâmina dele com a mão nua e a quebrou no mesmo instante.

    O homem recuou e, após respirarem por um momento, ele viu o jovem de cabeça baixa.

    — Isso foi a luta mais divertida que eu tive!! — disse o rei com um enorme sorriso.

    Ao levantar sua cabeça, o garoto encarou-o com um olhar mórbido e o respondeu: — Eu pensei que fosse mais forte.

    Ao olhá-lo nos olhos, o Slime fechou a cara.

    — Como assim? Estamos claramente em pé de igualdade a luta inteira.

    — Você não percebeu, mas eu não utilizei nenhuma técnica minha.

    O rei estalou sua língua e cerrou seus dentes. — Você usou sua restrição, não?! Usou seus olhos, eu percebi tudo isso!!! Pare de mentir!!

    — Não, eu não usei minha restrição, essa é a força da minha mana.

    Kevyn estalou seus dedos e centenas de ossos foram em direção a seu inimigo, que os absorveu.

    — Isso só vai me deixar mais forte, você sabe, não sabe? — disse o rei, que riu com a atitude.

    — Eu posso ser uma criança, mas eu não sou tão estúpido. — O jovem respondeu enquanto erguia Kind na altura do seu peito de maneira horizontal. — Postura do velho dragão de escamas vermelhas.

    Num deliberado segundo, Kevyn gerou chamas na lâmina de sua espada, cortes em seu braço foram feitos, entretanto, o fogo carmim sumiu e, antes de poder deixar o homem entender alguma coisa, o garoto avançou com tudo e o atacou.

    Por puro reflexo, o slime desviou, mas o ataque do jovem continuou e, no momento em que sua espada tocou no chão, era tanta força que tudo na frente foi simplesmente desintegrado pelas chamas que logo desapareceram.

    Assustado, o rei se afastou e pensou: “Aquilo não é força bruta, é uma técnica misturada com os poderes d-”, o homem tentou esperar pelo próximo ataque, mas sua linha de pensamento foi interrompida por outro ataque do garoto.

    “O ataque pegou de raspão”, o rei sentiu que sua bochecha foi desintegrada e viu o braço do garoto sendo mutilado centenas de vezes enquanto ele enfim desativava as escamas do velho dragão.

    — Esse é o melhor que você tem? — o rei perguntou.

    — Não era minha intenção te usar como cobaia, essa é uma técnica interessante, não concorda? — O jovem olhou para ele e sorriu.

    — Isso é definitivamente perigoso, mas eu sinto que nossa batalha já acabou…

    — Pelo visto, já percebeu.

    O homem caiu de joelhos e o respondeu ao mesmo tempo que respondeu à afirmação dele: — Sim, mas você realmente me acertou só de raspão?

    O silêncio do jovem respondeu e, na visão dele, Kevyn viu a metade da cabeça e o ombro dele desintegrados. Ele suspirou e respondeu:

    — Você quis proteger seu povo, eu admiro isso. Morra em paz, rei slime.

    Antes de enfim morrer, disse: — Eu sinto muito por ter que usar meu povo, eu vi em seus olhos desprezo. Obrigado po- — A pele do slime voltou ao normal e ele finalmente caiu no chão já sem vida.

    Vendo-o se transformar em líquido, Kevyn pode observar um pequeno orbe. “Ele tinha um núcleo de mana? Isso não me parece certo”, o garoto se aproximou e pegou o núcleo. “Qual elemento será que tem aqui? Não parece estar despertado”, pensou, enquanto o guardava em sua bolsa dimensional.

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