Índice de Capítulo

    Após derrotar o rei slime, toda a planície foi regenerada. Ainda em dúvida sobre tudo aquilo, Kevyn caminhou de volta para casa e entrou na forja para conversar com Daniel. Lá dentro, ele viu o elfo trabalhando.

    — Minha mãe roubou seu treinamento, né? — o jovem perguntou.

    — Ainda temos muito tempo.

    — Tudo está muito confortável, é perigoso. — O garoto caminhou até o lado do ferreiro.

    — Suas superstições me incomodam um pouco.

    — Você é um elfo dragão, não estou sendo supersticioso, é assim que as coisas funcionam.

    — Acha que existe um Deus da superstição, príncipe?

    — Não… mas provavelmente um equilíbrio, um Deus do equilíbrio… mas não equilibrado de verdade porque tudo que consegue dar errado, dá muito errado.

    O elfo se levantou e acariciou o topo da cabeça dele.

    — Isso faz parte da realidade que vivemos, mas você aguenta.

    — Daniel, eu percebi que a planície se recupera independente do quanto eu ataque, por quê?

    — O mundo é um usuário de abjuração.

    — Sério?!

    — Eh… — Tentou enrolar. “Ah… como que eu explico?”, pensou, mas ao suspirar, continuou — óbvio que não! Você leu os livros de geografia, você sabe muito bem que não.

    — Então por quê?

    — Você tem abjuração assim como os outros 2% da população. O planeta usa a abjuração de vocês para poder se recuperar, a única que ele não utiliza é a do seu pai, ele controla a dele perfeitamente.

    — Entendi! — Kevyn concordou com a cabeça.

    Daniel foi até a bigorna, se sentou em uma cadeira e martelou algo.

    O jovem se aproximou com um banco de ossos e se sentou ao seu lado.

    — O que está forjando?

    — Algo que vai ajudar vocês a treinar.

    — Ahhh!

    ❍ ≫ ──── ≪ • ◦ ❍ ◦ • ≫ ──── ≪ ❍

    Invés de fazer algo mirabolante, Kevyn enfim decidiu descansar depois do almoço. Deitado numa colina com Humbra ao seu lado, os dois olhavam as nuvens e as folhas da árvore que, dela, à sombra, os cobria.

    — Então é isso que sua ambição vai trazer?

    O jovem se esticou na grama e respondeu: — Sim! Todo esse conforto vale a pena, não concorda?

    — Sim, vale.

    Uma folha caiu sobre a testa do general e, ao ver aquilo, o garoto se sentou e retirou ambos os núcleos de mana da sua bolsa.

    — Você quer?

    — O que é isso? — perguntou Humbra.

    — Eu também não sei direito, mas se eu por eles em sua alma, você provavelmente vai ganhar outros poderes.

    — Oh! Claro.

    O jovem tirou o núcleo de madeira da sua bolsa e olhou para seu subordinado.

    — Sabe como isso funciona? — Inclinou a cabeça.

    — O núcleo gera partículas de mana para que eu possa se manipular — respondeu Humbra.

    — Eu… não sabia disso!

    Kevyn então ergueu sua mão em direção ao peito de seu general e, no mesmo instante, enfiou o núcleo dentro de sua alma.

    Um segundo… nada, um minuto… também nada, o jovem coçou a cabeça e tirou o outro núcleo da sua bolsa.

    — Tudo bem, desperta esse núcleo pra mim, Humbra. — O garoto jogou o orbe na mão de seu general.

    O general pegou e olhou para seu rei. — Como faz isso?

    — Sei lá, tenta aí.

    O esqueleto ficou quieto por minutos, ele obviamente estava tentando infundir sua mana no núcleo, mas era ineficaz.

    Humbra ficou mais um tempo tentando até se enfurecer e tacar o orbe na cabeça de seu rei, “tuk”, um som saiu e, com o cair do globo sobre a grama, uma luz verde tomou conta do núcleo.

    Caido sobre o chão, o jovem ergueu-se através de seus ossos e observou o globo. Ele inclinou a cabeça e observou a grama cintilar.

    Outra folha caiu sobre o crânio de Humbra, que esperou algo de seu mestre. Kevyn se sentou e pegou o orbe com sua mão.

    “Essa mana se assemelha à minha manipulação de fogo, será que deixei escapar um pouco?”, pensou o jovem, que ergueu seu braço, esperou e… arremessou o núcleo com tudo na alma de seu general.

    — ME RESPEITA!!!!!!!!!!!

    ❍ ≫ ──── ≪ • ◦ ❍ ◦ • ≫ ──── ≪ ❍

    Perto do anoitecer, os dois voltavam juntos para casa. Humbra olhou para as roupas de seu rei e olhou para si, passos se passam e ele pergunta:

    — Mestre, eu posso usar roupas?

    — Claro que pode, quando eu receber meu primeiro salário e nós irmos comprar roupas, eu compro umas para você.

    O general tocou as costas de seu rei e logo, voltou para seu grande quarto, que é a alma do seu criador.

    Kevyn percebeu ele voltando e suspirou. “Você parece uma criança”, pensou, sorriu e parou para se espreguiçar enquanto gritava:

    — Eu amo isso tudo!!!! Vou aproveitar cada momento de liberdade!!!

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    Kevyn então chegou em casa, jantou, tomou seu banho e, antes de dormir, ficou desenhando.

    Não era sempre que fazia um de seus hobbys, então a calmaria o fez curtir um pouco, mesmo que seus desenhos não fossem tão bons em sua cabeça.

    Com sua janela aberta, o vento da noite sutilmente invadia seu quarto e, com uma luminária que o auxiliou a desenhar (mesmo que ele pudesse enxergar no escuro), ele se divertiu por um tempinho até seu sono finalmente chegar.

    Entretanto, quando ele iria desligar a luz, alguém invadiu seu quarto e, essa pessoa, era Night. Ela se aproximou do menino e o observou quieta.

    O jovem, deitado de bruços, encarou-a. Seu sono era evidente, mas ele sorriu e esticou sua mão para sua espada.

    A garota aceitou a mão dele, mas em dúvida pensou: “Por que ele tá sorrindo?”.

    Kevyn então a puxou para um abraço e apagou sua luminária. Ele beijou sua testa e logo adormeceu.

    — Ei! Não pode me abraçar assim sem avisar! — reclamou, mas ao perceber que o garoto dormiu, ela apenas franziu a testa e aceitou. — Você vai ficar me devendo um favor depois.

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