Índice de Capítulo

    “Você já pensou na morte?”.

    “Não, mas se eu morrer, eu vou me manter de pé”.

    “Você acha que é que nem aquele rei dragão?! Hahaha! Você deveria tomar alguma tendência, sabia?”, debochou

    “Todo conto tem que chegar ao final, sempre estamos sozinhos”.

    “Ah… bem, mesmo eu tendo esse poder ao meu lado, eu só consigo salvar quem quer ser salvo… mas não quero que entenda”.

    “Eu nunca te vi assim… vá embora! Eu fico para enfrentar ele”.

    “Não, Kháos, eu não posso, é culpa minha você estar aqui”.

    “Kairós, esse não é meu nome!”.

    “Érebo”.

    “Eu vou ficar, leve-a até o clã”.

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    Ao despertar do príncipe dos dragões, sua visão foi preenchida por um olhar violeta… e naquele olhar, a morte.

    Aquela à sua frente criou mais dois braços e o agarrou, com suas outras mãos o beijou e… dos seus olhos, seus olhares se tocaram.

    Ela logo soltou-o e se levantou sem dizer nada. Após breves segundos, o disse mentalmente: “Olhe para você, tão pequeno, tão fraco…”, ela logo desfez os outros dois braços e saiu do quarto.

    Kevyn cerrou seus dentes e, sem muita força, se encolheu e disse: — Eu vou te fazer me respeitar, sua… sua…

    O garoto percebeu que seu pescoço estava úmido e se curou ao mesmo tempo que lembrava daquele olhar.

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    Ao levantar do príncipe, ele caminhou para seu trabalho e lá, viu Daniel como sempre. Eles forjam e, após o almoço, Kevyn se viu de frente para aquela mesma floresta das feras de madeira.

    Humbra saiu da alma de seu mestre e, após uma leve troca de olhares, eles a adentraram.

    “Tchá”, um leve som de gotejamento, se estendeu pela caverna, os dois pareciam calmos, por mais de sentirem uma pressão enorme em seus corpos.

    — Meu rei, o que viemos buscar?

    — Nada, nós estamos explorando.

    Após alguns minutos, uma encruzilhada surgiu como problema, 14 caminhos. “Isso não parece fazer sentido, é como se um gigante tivesse minerado aqui, ela é muito grande”, o jovem pensou ao ver marcas de picaretas, ou apenas enormes crateras.

    Confuso pelo silêncio do príncipe, o esqueleto perguntou: — Alguma ideia de como seguir em frente?

    — Sim.

    O jovem se agachou e levou a mão até o chão, um momento se passou, nada. Outro minuto, silêncio, mas no terceiro ciclo, ossos saíram pelas 14 aberturas.

    “O primeiro bateu, o segundo quebrou, o terceiro… também, tá… eu já sei qual é a certa”, o príncipe se levantou após terminar de pensar e correu pela sétima entrada.

    Ao percebê-lo ir, Humbra o seguiu até ser barrado pelo mesmo.

    — Hm?! O que aconteceu? — Sem poder enxergar no escuro, o general ficou perdido.

    — Aqui tem um buraco. — O garoto encarou o abismo.

    — Ele é muito profundo?

    — Parece que alguém cavou a própria cova.

    Em silêncio, o esqueleto esperou pela próxima ação de seu rei.

    Kevyn pulou e gritou: — Humbra!!! Não deixe a caverna desabar!!!!!

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    — Daniel.

    — Minha rainha?

    De frente para o ferreiro, enquanto ele estava sentado na reta de sua bigorna, Astéria de braços cruzados, o encarou.

    Ele logo se virou e a olhou nos olhos. — Aconteceu algo?

    — Zeo enfrentou Casy.

    — Oh! Diga-me tudo! — De maneira rápida, ele se levantou e arregalou seus olhos.

    Após um forte suspirar, a mulher levou sua mão até a face e respondeu: — Aquela criança arrancou o braço do meu mensageiro e ele decidiu se vingar.

    — Ouvi que houve um ataque tão forte que o mundo ainda não se recuperou, mas não esperava que ele conseguisse fazer isso. — O ferreiro voltou a se sentar e levou seus cotovelos até os joelhos.

    Asteria começou a caminhar pelo lugar e continuou a falar: — Ele não perdeu seu melhor braço, claro! Mas mesmo assim, algo está por vir e isso me incomoda muito — disse, parou, tirou a mão da cara e continuou — Ambik-B se tornou um problema.

    — Nossos espiões trouxeram os jornais? — perguntou Daniel.

    — Sim.

    — Ele voltou a massacrar outras raças?

    A mulher demorou para responder. — Não são mais massacres, agora são campos de concentração.

    Em silêncio, o elfo suspirou e assim permaneceu.

    Também quieta, Astéria enfim chegou até a geladeira e tirou uma cerveja.

    — Será que deixamos isso com o garoto? — Daniel perguntou e juntou suas mãos.

    — Não, eu não posso… eu… vou dar um jeito.

    “Pock”, o borbulhar do álcool consome a sanidade, mas traz alívio.

    ❍ ≫ ──── ≪ • ◦ ❍ ◦ • ≫ ──── ≪ ❍

    Em meio a flores, Kevyn caiu de pé num iluminado e caótico jardim espiral, ele olhou em volta e, à sua frente, algo imenso, enorme e colossal. Misturado nas flores, um gigante encarou o jovem.

    Abismado, o garoto arregalou seus olhos e ficou imóvel perante o encarar.

    — Você tem cheiro de girassol, boa tarde, Kevyn Calamith.

    Sua respiração se tornou densa e, com o cair de seus joelhos, o príncipe retomou sua força e perguntou: — Quem é você?!

    — Criado da união do espaço e do tempo, antes primordiais separados até a chegada de seu apóstolo, eu. Matei meu pai, espaço, tomei seu posto pela minha mãe, tempo, que logo me deu sua divindade para que pudesse ter meus irmãos, a raça antiga conhecida como gigantes. Meu nome é Chronos, pequeno dragão.

    — Apóstolo? Espaço-tempo? Você é um Deus? — Arregalou ainda mais seus olhos.

    Ainda deitado, ele balançou a cabeça em negação e o respondeu: — Não… não… o que te traz aqui?

    — Eu estava explorando a caverna!

    — Hm… o Daniel não deixaria ninguém perturbar o meu sono, você é aluno dele?

    — Sim, mas como você sabe?

    — Não é óbvio? Até parece que o protetor de todo esse mundo deixaria algo assim passar.

    Uma expressão apática se formou no rosto do garoto, que apenas perguntou: — Dono do mundo?

    — Ele criou os lordes nolysses, ele é o mais forte deles, ele me deu abrigo aqui e me disse que permitiria meu sono.

    Quieto, o garoto lembrou de seu tio-avô e deu as costas para o gigante. “Que estranho, como eu não fui informado disso? Como o maior ferreiro é, também, o dono do mundo?”.

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