Índice de Capítulo

    — Garoto, não dá para voltar por aí.

    Kevyn esteve horas tentando sair pelo buraco de onde veio, mas era em vão. Não querendo usar sua restrição, ele se aproximou do gigante e se sentou perto em posição fetal, abraçando suas pernas.

    — Você esteve quieto há horas, o que aconteceu? — perguntou Chronos.

    — Eu só quero voltar pra casa para falar sobre esse assunto.

    — Qual?

    — Daniel ser dono do mundo.

    — Ah… talvez eu tenha sido um pouco equivocado, ele é lorde nolysses do mundo inteiro, é diferente.

    — Tanto faz, dá no mesmo. — Virou a cara.

    — Calamith, por que você parece estar sentido com isso?

    — Todos escondem coisas de mim, isso não me parece justo.

    — Mas o que escondem?

    — Um livro ser um grimório, fatos históricos, coisas ditas em livros, assuntos que dizem ser para “adultos”, suas motivações, suas histórias, eu cansei de ficar preso numa caverna e não poder olhar do lado de fora.

    Quieto, o gigante acariciou a cabeça do garoto com seu dedo. Alguns segundos se passam, o jovem apenas abaixou a cabeça e escondeu seu rosto em suas pernas.

    — Príncipe, eu prefiro ficar aqui, me esconder do mundo… não quero mais ver a crueldade das coisas… a morte… ela pode ser terrivelmente… mortal.

    — Chronos, nós não podemos se esconder, se não encararmos o lado de fora, como vamos buscar a felicidade?!

    Quieto, o gigante suspirou e enfim se sentou. Com suas costas quase encostando no teto do buraco, ele encarou o pequeno dragão e enfim o respondeu:

    — Talvez você esteja certo, já estou a milhões de anos aqui, você fala demais para um garoto tão novo, sabia? Pare de pensar nessas coisas, vá ter uma infância moleque. — disse e esticou sua mão para o jovem subir nela.

    Ao sentir uma pressão de ar vinda de trás de si, Kevyn parou de esconder a cara e olhou para ele. Vendo seu rosto com uma longa barba ruiva, o garoto se surpreendeu, ele era como os deuses nórdicos ditos na mitologia nórdica.

    “Aquele cabelo ruivo, esses olho azuis… Por que ele é tão parecido com Thor?!!!!!!!!”, pensou, mas logo balançou a cabeça e pulou na mão dele.

    — Faz muito tempo que eu não faço isso, mas vamos lá.

    O gigante fechou os olhos e em milésimos, eles já estavam na superfície da floresta. Acima do lago, abaixo das nuvens, com seus 140 quilômetros, o gigante se absteve de pé ao poder ver o mundo depois de tanto tempo.

    Ele logo pôs o príncipe no topo de sua cabeça e olhou para casa de Daniel. Chronos deu um passo, e chegou na planície, onde se sentou e esperou.

    “Eu não posso ficar aqui, preciso ir lá para baixo também”, pensou Kevyn, que rapidamente correu e saltou em direção ao chão, mas quando percebeu a altura, continuou “AHHHHH!!!!!!! NÃO!!!! CASLMA! ok… isso é muito alto, já sei!”.

    O garoto rapidamente abriu um planador de ossos e logo iniciou sua descida calma.

    — Belas asas, Calamith — Chronos o elogiou.

    — Não são asas!!

    Após longos minutos descendo, o jovem enfim chegou ao chão, onde absorveu seu planador e viu Daniel.

    Uma face apática surgiu no rosto do garoto, que cruzou os braços e perguntou:

    — Algum problema?

    — Não, mas não esperava que fosse trazer ele de volta para a superfície. — Apontou para o gigante.

    — Ah! Entendo.

    Ao perceber a presença de ferreiro, Chronos se levantou, se alongou e ao terminar, cruzou seus braços enquanto dizia:

    — Obrigado pequeno Calamith. Daniel, como hoje não sou mais aquele que uniu o espaço e o tempo. Viajarei o mundo não mais como gigante, mas… — Em uma fração de segundo, de 140 quilômetros, o antes gigante, virou um aparente humano de 2,13 metros e continuou — como homem, a partir de agora, me chame como os humanos antes me chamaram, Þórr.

    — O que ele te disse para fazer mudar de ideia?

    — Dreizaoty não está mais por aí, eu posso muito bem viajar! — gritou, ergueu a mão ao céu e, em poucos segundos, um martelo enorme veio até sua mão. — O que o príncipe disse não importa, eu não posso ficar muito ou os humanos vão me reconhecer.

    Daniel sorriu e começou a voltar para casa. — Tudo bem, tudo bem. Aparece outro dia para beber!

    Vendo-o ir, Chronos olhou para o pequeno dragão e acariciou sua cabeça. Com a ação repentina, Kevyn deu um soco na barriga dele por instinto, mas era como bater um muro de titânio.

    — Ei!!! Minhas orelhas!!! Você tá esfregando elas!!!!

    — Hehe… para um dragão, você é felpudo demais. Muito obrigado futuro rei, mas agora se me der licença, eu tenho um mundo inteiro para explorar!!! — Um trovão caiu e Chronos desapareceu.

    Quieto e ainda tentando processar, o jovem franziu suas sobrancelhas e começou a voltar para casa.

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    O príncipe tomou banho e logo em seguida foi para o quarto e deitou-se em sua cama. “Eu cansei, essa semana não tá legal não… tudo parece querer me cansar antes da luta, mas não vou deixar!!”, pensou e deu um soco na cama.

    — Arh… quero passear com a Kelly. Lembrei!

    Kevyn se levantou, correu até a forja e, quando viu Daniel, juntou todas as suas forças e deu um soco direto na costela dele.

    Ao receber o ataque, o elfo mal se mexeu, mas, de maneira curiosa, encarou o príncipe.

    — Daniel!! Como assim você criou os Lordes Nolysses?! O que mais você sabe?!!! Por que escondeu isso logo de mim?

    — E por que você deveria saber?

    O ferreiro olhou-o de cima, uma certa arrogância veio de sua voz e o jovem tomou uma postura mais séria ao perceber aquele olhar.

    — Você é meu tutor, ex-guarda real, alguém do meu povo. Posso ser novo, mas sei que isso tem importância!!!

    Daniel então suspirou e o respondeu com um sorriso: — Eu já não sou mais dono dos Nolysses, tornaram meu posto já faz muito tempo.

    — Ah…

    — Olha, você é só uma criança, aja como uma, é irritante ver alguém tão novo falar coisas assim.

    Kevyn suspirou e se sentou em um banco próximo. — Não.

    — Por que não?

    — Porque preciso ser um bom rei, eu não posso ser infantil.

    — E quem te disse isso?

    — A-ah… isso não importa!! — Desviou o rosto.

    Daniel voltou a forjar e esperou por um tempo antes que voltasse a falar.

    [Phaw!] Com o som do martelo, o jovem percebeu que a forja estava levemente mais bagunçada que o comum e não havia uma espada, todas já haviam sido vendidas.

    — Kevyn, o que fez com aquele brinquedo que sua mãe te deu?

    — O cavalo de metal?

    — Aquilo se chama carro, mas sim.

    O garoto enfiou sua mão na bolsa dimensional e tirou o brinquedo ainda embalado.

    [Phaw!] Ao dar sua última martelada, o elfo encarou e coçou a cabeça, ele franziu as sobrancelhas e então disse:

    — Faz o seguinte, faz uma rampa para baixo, pega o carrinho, Deus ele na ponta de cima e solta.

    — Hm?

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