Capítulo 73 — Chá.
Ao abrir de seus olhos, Kevyn viu o céu? De maneira chorosa ele cantou. Ao respirar, um vento quente tomou. “Algo está errado”, pensou.
Dolorido, ele se levantou e, ao sentir algo passando dentre seus dedos, pôde ver a maré, o mar, a areia, uma praia.
Após mais alguns instantes, o garoto reconheceu aquele lugar e, se ele não estivesse errado… quando olhou para trás, viu uma colina, uma planície verdejante com a grama que balançou com o vento.
No topo, uma mesa protegida por um guarda-sol e duas cadeiras, uma de frente para a outra. Aos poucos, o príncipe caminhou e subiu naquela pequena colina. Quando chegou, viu que as cadeiras eram belas, como se houvessem sido esculpidas à mão. A mesa o mesmo acaso, entretanto, algo surpreendeu.
O campo continuou e desapareceu sem fim além do horizonte. Sim, isso certamente é algo como um lugar fantástico em vez de realista. Reconhecendo isso, Kevyn engoliu sua própria saliva, deu de ombros e apenas sorriu por um momento.
Logo, o garoto se sentou em uma das cadeiras e percebeu algo sobre a mesa. Um bolo e duas xícaras de chá.
“Um bolo de morango?”, pensou o príncipe que, quando seus olhos olharam para além do bolo, a outra linda cadeira, sobre ela, havia uma garota.
Com um leve contato visual, era impossível não reconhecer aqueles olhos, aquelas lindas caveiras.
Kevyn arregalou seus olhos, mas antes que pudesse dizer algo, a garota o interrompeu:
— Por acaso você sabe o que significa as caveiras em meus olhos? — Ela levou as costas da mão até a boca e riu como um “kukukuku”, mas leve o suficiente para o garoto não perceber.
— Hm? Não… não faço a menor ideia. — O garoto levou sua mão até a alça da xícara, a pegou e levou próxima de seu rosto.
Um movimento leve veio da mão que antes estava na boca da garota. Ela a levou até o bolo e retirou um morango que estava no topo dele.
— Mitos dizem terem a ver com os olhos de sanpaku, mas… caveiras, osso… eles estão correlacionados a isso, aos meus olhos. Imagino que você não consiga pensar em nada? Suas teorias são fúteis? Olhe para algo além do simples, Kevyn.
Quieto, o príncipe encarou o morango na mão de sua parceira e então respondeu: — Azar? Mas não é só isso, eu imagino. Night, você faz aniversário dia oito do mês 20, não é?
— Você é um garoto esperto, meu garoto.
— Hm? Eu continuo sendo o submisso?
— Pensei que já tinha ficado óbvio, mas… você prefere assim, não é? Kuukukkukku.
Ela riu enquanto brincava com o morango em sua mão, movendo-o para cima, para baixo. Até enfim jogá-lo ao alto e enfim devorá-lo
Enquanto ela jogava o morango, o menino corou e ao devorar o fruto, Kevyn enfim respondeu:
— Não vou te responder.
— Obrigada. — Ela sorriu.
— Pelo o quê?
— Não é óbvio? Lutar comigo. Poder te perfurar e sentir sua espada me rasgando foi tão excitante que acabei não sabendo me controlar e te trouxe aqui.
Ao ouvi-la dizer tudo aquilo, o príncipe, sem onde esconder a cara, ficou cada vez mais nervoso.
— Você me pareceu gostar, por que não me penetra mais vez? Kukukuku.
Sendo absurdo continuar falando com alguém tão nervoso e sem nenhuma proteção, Kevyn virou a xícara de chá e engoliu tudo. Não tinha gosto de água, nem de chá, nem de chá-preto, um sabor misterioso. Mas nada desagradável.
Ao vê-lo beber tudo sem nem a contestar, Night enrolou fios de seu cabelo negro em seu dedo. Ela corou brevemente e então disse:
— Não pensei que fosse beber tudo de uma vez.
O garoto então levou a xícara de volta à mesa e percebeu que a coloração do chá dele e do dela eram completamente diferentes.
— O que você me deu para beber? — Ele tentou manter a calma.
— Não é óbvio? Se estamos compartilhando nossos sonhos, eu apenas te dei um pouco de mim.
— Uma parte… de você?
— Sabe… a ɔoɹ ʌǝɹɯǝןɥɐ… mas ainda assim. translúcida
Night começou a explicar, mas antes de conseguir compreender ou ter qualquer reação, a visão de Kevyn começou a escurecer…
❍ ≫ ──── ≪ • ◦ ❍ ◦ • ≫ ──── ≪ ❍
O garoto despertou e então sentiu um corpo contra o seu. Ao abrir seus olhos, ele enxergou Night coberta e abraçada com si.
“Você andou dormindo comigo contra minha vontade. Você sempre soube que eu sentia sua falta, não é?”, pensou o príncipe, que entrelaçou suas pernas com as dela, passou seus braços até enrolarem e tocou seus lábios contra a testa de sua parceira.
— A dicotomia… não é falsa. Nosso complementar é você como a morte e eu como a vida? — perguntou Kevyn.
A garota então começou a se mexer, ela girou seus corpos pela cama, suas pernas se desentrelaçando, os braços do garoto escorregando até ela o fazer ficar por baixo.
Night entrelaçou seus dedos com os dele. Prendeu-o contra a cama, movendo suas mãos até os pulsos do jovem… e forçou suas mãos contra o lençol e acima da cabeça do príncipe, mostrando sua superioridade enquanto seus olhos brilhavam.
Toda aquela movimentação e o fator da garota estar por cima do menino revelaram seu corpo nu. Mas ela não se importava e, levando às costas uma de suas mãos até a boca, ela riu e preferiu:
— Kukukuku~ sim… não somos totalmente opostos… mas não só como a morte e a vida. Eu sou o sol, e você é a lua.
Preso, o garoto não resistiu e a perguntou: — Como a vida pode também ser a lua?
— Kukkuku~ vai saber… fique quietinho e me deixe beber seu sangue.
Night se inclinou em direção ao pescoço de Kevyn, que finalmente conseguiu reparar no cheiro dela. Todavia, algo o surpreendeu, ela tinha o mesmo aroma de uma crisântemo.
Ele não queria admitir que ela cheirava a terra molhada. Mas, quando ela mordeu seu pescoço, o príncipe percebeu algo que ainda não tinha notado.
Ele agarrou as costas dela e perguntou: “Night, por que você tá bebendo meu sangue?”.
“Não é óbvio? Eu estou tentando te fazer ser meu servo.”, respondeu e mordeu-o mais forte.
— Isso não vai funcionar — disse o príncipe, que fechou seus olhos e logo voltou a adormecer.
Regras dos Comentários:
Para receber notificações por e-mail quando seu comentário for respondido, ative o sininho ao lado do botão de Publicar Comentário.