Capítulo 83 — Reencontro doente.
Andando pela cidade, Daniel estava procurando por ervas medicinais e alguns remédios para dar a Kevyn. A primeira loja que foi não o ajudou, então tentou uma farmácia.
Entretanto, quando ele adentrou aquele local, uma figura familiar veio a se encontrar com ele. Uma mulher com uma franja perfeitamente alinhada carregava uma espada em suas costas, dona da máfia Ride, Notherite.
O cabelo branco da mulher se tornou negro e eles se encararam. Um tempo de silêncio foi quebrado pelo homem, que perguntou:
— Notherite… como vai?
Neutra, ela concordou com a cabeça e o respondeu: — Muito bem, meu antigo mestre.
— Que bom — disse e passou por ela, indo de encontro às estantes da farmácia.
Antes de ir embora, a dona da máfia encarou o elfo, suspirou e saiu daquele lugar.
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Após concluir suas compras, Daniel caminhou de volta para casa. Ele estava bem calmo para quem tinha um príncipe dragão doente para cuidar.
Ao chegar em sua residência, ele subiu as escadas para o segundo andar e entrou no quarto de seu aluno. Mas algo parecia diferente, a cama estava bagunçada, tinha roupas por todo o chão e a janela estava fechada.
Só que… de todos esses fatores, existia um mais importante a ser notado… Kevyn não estava mais lá. Com o cair das compras, desesperado, o elfo começou a caçá-lo por todo o quarto.
“Nada no banheiro, nada debaixo da cama, nada no guarda-roupa, nem em cima, cadê, Cadê, CADÊ?!”, após tanto procurar e nada achar, o homem ficou parado no meio do quarto, ofegante pelo uso excessivo de sua velocidade.
— Merda Kevyn… onde você está?!
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Em passos lentos, o príncipe dos dragões caminhou de pijama pela cidade de Emerald. Seu cabelo, em um mix de branco e preto, trazia atenção. Mesmo com vestes tão leves, ele escondeu tudo com um sobretudo que roubou de Daniel.
Em minutos, denunciaram uma criança estranha andando pela cidade de sobretudo. Um policial veio até o garoto e o interrogou:
— Ei, pequeno, o que está fazendo? — O guarda para na frente de Kevyn e espera pela resposta.
Após a audácia de tentarem parar o caminho do imperador, com toda sua arrogância, o príncipe encarou a alma do policial e apenas respondeu: — Nyão vê que estou apenyas caminhyando?
“O QUÊ?! ELE FALA, NYA!!!! É QUE NEM NOS ANIMES???!!!!!”. Uma tensão caiu sobre o guarda, que sentiu um frio na espinha. Ao engolir seco, o homem dá um passo atrás, mas ao perceber o desaforo, ele fecha a cara e volta a atrapalhar o caminho do rei. — Quem pensa que é garotinho? Não pode tratar os mais velhos com tanto desdém, por acaso quer ser levado para a cadeia?!
Quieto, Kevyn ficou. Seu corpo, se sentindo extremamente frio, incomodou-o e resultou em estresse. Aquele homem da lei, atrapalhando-o a procurar algo quente para se esquentar, o fez ficar com um ódio intenso. Entretanto, como futuro rei dragão, o jovem se obrigou a acalmar e apenas suspirou.
Sem entender, o policial percebeu uma vermelhidão no rosto do pequeno vampiro. Ele então se ajoelhou e tocou a testa dele.
Naquele momento, o garoto não fez nada. A mão do policial então queimou de tão quente.
— ARH! O que é isso?! Por que está tão quente?!
O olhar do príncipe recuou. — Eu… estou sentindo frio… pode me dar licença? — Os olhares das pessoas em volta fizeram-no apenas querer sair dali.
De repente, uma mão tocou o ombro do oficial e uma voz feminina respondeu: — Um príncipe frio sentindo frio? Deixe-me ajudá-lo.
O policial sabia de quem era aquela voz e recuou, seu medo extremo o fez nem responder àquela em sua frente.
Uma mulher de cabelo branco passou pelo homem e parou em frente ao príncipe. A mafiosa e o dragão se encararam, era evidente que se conheciam.


Aquela franja quase perfeita estava tão diferente de antes. A mente tonta do jovem o consumiu e nada conseguiu pensar.
— Estamos tão parecidos — disse a mulher.
Kevyn deu um passo atrás e se ajoelhou. De sua bolsa dimensional, Kind começou a desembainhar. — Isso nyão importa.
A mulher respirou fundo e olhou em volta. “Sinto que tive uma overdose. Tem muita gente vendo, você está disposto a revelar sua identidade, príncipe?”, ela deu um passo à frente e estendeu a mão. — Você não parece bem, parece… impotente.
O menino percebeu que não poderia fazer nada e aceitou a mão dela. A mafiosa beijou a mão do príncipe e o tirou daquele tumulto.
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Em total alerta, Kevyn nunca sentiu tanto medo, ele estava acompanhando a mesma pessoa que tentou o matar.
Por outro lado, a mulher encarou ele. “Cadê os chifres? As asas? Eu quero tocar em tudo, dragões reais são tão humanos assim?!”, ela estava aflita com sua conquista.
O príncipe não conseguiu pensar em nada além de “medo” e “Olhos”, então desviou o olhar, olhou para ela e desviou de novo.
— Você… qual é o seu nome? — perguntou Kevyn.
A mafiosa, que já estava olhando para ele, respondeu: — Notherite.
O medo consumiu a cabeça do jovem, seu corpo pareceu se enfraquecer na presença da mulher.
Notherite levou-o até o prédio principal da máfia e entrou no prédio. O príncipe estava fraco demais para resistir, então foi levado até o elevador. Um caminho sem volta.
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— Como assim, você não viu seu criador!!!! — Daniel foi até a floresta procurar por Kevyn e acabou encontrando Humbra.
O grande general, por outro lado, o encarou com confusão. — Era para meu indivíduo conseguir saber onde ele está?
Em silêncio, o elfo percebeu que era inútil e respondeu: — Não, não é… sinto muito.
O ferreiro saiu da floresta e chegou em casa de volta. No sofá, Night encarou-o e sabia o que estava acontecendo.
O ex-lorde Nolysses sentou-se no sofá e suspirou. Os dois fizeram contato visual e a demônio respondeu:
— Ele está doente, não é?
— Sim.
— Eu nunca vi ele desse jeito, ele tem bebido sangue? Eu não o vejo mais, não sei como ele está! Kukukuku
— Para de rir, ele está por aí! Como se perde um príncipe dragão? A Astéria vai me matar… — Daniel bateu a palma da mão em sua testa.
— Ah! Ele doente não deve ser tão ruim assim.
— Tá com hipotermia.
— Quê?! — Night arregalou os olhos e encarou-o.
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