Índice de Capítulo

    Aycity e Kevyn se despediram e, como ainda era tarde, o garoto e sua espada começaram a treinar juntos.

    Ele começou com 20 flexões, correu por 2 quilômetros, fez 20 agachamentos e assim continuou fazendo 5 séries de cada. Night o observou e pensou: “Como que eu vou ajudar ele? Parece tão fraco assim”, suspirou.

    De repente, Daniel apareceu do lado dela com um anel em mãos e, com um sorriso no rosto, disse:

    — Vai lá, treina também. — Deixou o anel no topo da cabeça dela e desapareceu.

    Surpresa, ela pegou o anel, fitou-o e botou-o em seu dedo. Nada pareceu mudar de seu corpo, ela olhou para além da planície e viu seu parceiro trainando.

    Logo, Night se levantou e foi até ele.

    — Ei! Eu quero treinar também! — Ela mostrou o anel em seu dedo.

    Surpreso, Kevyn sorriu. — Claro.

    A garota ficou em prancha e falou: — Sobe nas minhas costas, eu aguento!

    Suspeitando, o menino se sentou nas costas dela e esperou. Um minuto, dois, três, quatro e nada dela sequer tremer.

    O príncipe ficou com medo e então perguntou:

    — Você está bem?

    — Melhor impossível, kukuku!

    Quando chegou no quinto minuto, ela girou para o lado e deixou Kevyn caído no chão. Night riu e olhou-o de maneira feliz.

    Caído, o garoto disse:

    — Ahr! Tudo bem… agora é a minha vez!

    O príncipe girou e ficou na posição de prancha. Entretanto, ele não pediu para a demônio subir, o que ela fez e o peso dela caiu sobre o príncipe.

    Ele não era tão forte quanto ela, aquilo era um verdadeiro treino de força. Em sua cabeça: “MINHA MANA! Ok, eu preciso aguentar um minuto, só um!”, ele fechou os olhos e tentou concentrar todo o peso em seus cotovelos.

    “Será que eu sou tão pesada assim?”, Night, apertando sua barriga, inclinou a cabeça. Ela então resolveu se deitar de costas para baixo e assim diminuir a tensão nas costas de seu parceiro.

    — Agora, tá melhor? — Ela perguntou.

    O peso agora distribuído, Kevyn conseguiu ver uma maior duração de seu treino. — Hm? Eh… sim, obrigado.

    Passaram assim três minutos e o garoto caiu sobre o chão derrotado. A garota sorriu e o abraçou.

    — Ah… que delícia! Acho que vou ficar em cima de você assim mais vezes.

    — É um bom treino de resistência, mas assim você vai ficar que nem minha mãe.

    — Hm?

    — O abdômen…

    Imaginando-se com o abdômen definido, Night sorriu e riu consigo mesma.

    — Kukukuku… não se preocupe, eu não pretendo ficar assim.

    Kevyn girou seu corpo e jogou-a para o lado e ficou por cima dela. — Aliás, sobre a promessa que faria, pode me dizer sobre?

    Surpresa, a garota levou sua mão até a nuca do príncipe e sorriu. — Não é nada de mais, quando necessário eu vou te falar.

    O garoto deitou sua cabeça sobre a barriga de sua espada e encarou as nuvens lá em cima. Um momento tão pacífico.

    ❍ ≫ ──── ≪ • ◦ ❍ ◦ • ≫ ──── ≪ ❍

    Ao anoitecer, Kevyn encarou a água e a manipulou. “Osso, água, fogo e sangue… REAPER! EU QUERO CONVERSAR!!!!”, ele gritou para si e, em um momento de quebra subespacial, o chão se transformou em nada e o nada se transformou em tudo.

    O príncipe dobrou sua consciência e, quando fechou seus olhos, acordou em uma mesa de frente para aquele dito o protetor de sua alma, Black Reaper.

    — Vejo que me chamou. — Totalmente diferente da última vez, com seu sobretudo cheio de detalhes, sorriu e esperou-o falar.

    — Tenho dois poderes, né? — Inclinou a cabeça.

    — Sim, exatamente.

    — Quais?

    O homem olhou através da alma do garoto e inclinou a cabeça para o lado oposto ao do jovem. — Tudo bem… como eu disse da última vez: Ferro, cobre, agora vapor, névoa… você tem uma lista grande de oportunidades. — Riu.

    Algo incomodou Kevyn, ele cruzou seus braços e viu, através da mesa, uma oportunidade. Mas, com todo o seu conhecimento passado, ele então perguntou:

    — R, manipulação de cobre e névoa não são poderes hereditários?

    — Sim, são.

    — Por que eu consigo os obter?

    Reaper estendeu uma mão sobre a mesa e respondeu com um olhar leve: — Não é simples? Porque eu posso fazer isso.

    Aquela afirmação foi dita de maneira solene, tão séria que podia ser palpável. O príncipe não sabia o que o cuidador da sua alma era, nem quem ele era, mas fato é que não era uma força a ser menosprezada.

    Os olhares dos dois se cruzaram e o homem afirmou:

    — Lembre-se de que você pode melhorar um poder com os pontos.

    Por mais de assustador, a voz dele acalmou o garoto. — Ah! Sim… mas o que eu ganho com isso?

    — A força do poder que melhorar duplica.

    Poucos segundos de silêncio vieram, outra troca de olhares, os movimentos de seus corpos.

    Reaper retirou a mão da mesa e ergueu para Kevyn.

    — Veja bem, pequeno, ter um poder só mil vezes mais forte é muito mais útil do que 100 sem nenhuma utilidade.

    O príncipe aceitou a mão dele e o homem entrelaçou seus dedos com os do garoto.

    — Não acho necessário melhorar o vazio agora, o fogo carmesim pode se tornar azul, a água pode fundir com a abjuração para uma cura melhor e o sangue não tem nada assim como o poder dos Calamith’s — disse Reaper.

    Surpreso, o menino levemente arregalou seus olhos. O jovem sorriu e entendeu que Black realmente estava ali para o ajudar. — Mas se eu melhorar o fogo, eu vou perder a propriedade do grimório?

    — Não, Améli afirmou que o velho dragão de escamas vermelhas era uma fusão do suposto vermelho das chamas com o azul que você mesmo gera. Entretanto, não é isso.

    — Hm?

    Reaper desentrelaçou sua mão e gerou uma chama comprimida. — Vê essa chama? Ela está completamente comprimida, o oxigênio é sugado como uma estrela que usa dos planetas à sua volta para manter energia. Kind faz o mesmo, mas ao invés de comprimir e sugar o que está em volta, ela condensa as chamas para quando você usar o ataque.

    Todo o espaço vira uma planície infinita. Ao longe, uma montanha. Os dois permanecem sentados com uma mesa entre eles, mas assim Black faz sua demonstração:

    Via um peteleco, ele atirou aquela chama concentrada naquela montanha que, de tão grande, parecia estar perto. Alguns segundos se passam até a massa realmente chegar, mas quando alcança…

    No toque das chamas concentradas, a montanha com o mesmo tamanho de 200 sóis é simplesmente desintegrada de sua base, a sua ponta.

    — Consegue ver? É isso que sua técnica faz.

    O céu, antes coberto de nuvens, foi simplesmente aberto com aquela simples chama. Aquilo assustou Kevyn, que não conhecia o próprio poder.

    O príncipe se levantou da cadeira e bateu suas mãos contra a mesa.

    — Então, se eu achar um jeito de fundir o vazio com a katalamidade??!!!! — gritou com um enorme brilho nos olhos.

    — Você vai conseguir um potencial destrutivo muito maior. Fato é: Sim, se você fundir o azul com as chamas, possivelmente poderia causar o mesmo efeito, mas diferente das chamas, essa nova técnica realmente teria uma capacidade de desintegração forte o bastante para ser impossível de defender.

    Voltando a se sentar, o jovem reconheceu a sabedoria de seu cuidador.

    Uma breve troca de olhares clareou a mente do garoto, que disse:

    — Tudo bem, eu quero melhorar a manipulação de água e a de fogo!

    — Bela escolha, tchau! — Reaper acenou.

    — Tchau! — O pequeno dragão acenou de volta.

    Num piscar de olhos, Kevyn voltou para o banheiro e, em sua frente, nada. De repente, braços cobriram o corpo do garoto.

    “Esse toque…”, algo macio tocou as costas do garoto e pela primeira vez, algo nostálgico se despertou. Um momento tão íntimo.

    Aquele breve abraço, a água contra seu cabelo e escorrendo, o lembrar do sangue que um dia sua espada manchou.

    O príncipe se sentiu anestesiado e começou a chorar. Era óbvio quem estava alí, e ela o abraçou mais.

    ❍ ≫ ──── ≪ • ◦ ❍ ◦ • ≫ ──── ≪ ❍

    Um tempo enfim se passou e agora estamos no dia 1 de Minguante-thirteenth de 13.028 (01/13/13.028), Kevyn continuou treinando com Night, eles passearam com Aycity e agora o príncipe voltou para Lycky.

    Na terra natal, ele se despediu de Daniel, que o trouxe de barco. No pier, Klei aguardou-o, o príncipe seguiu até seu pai e, de frente um para o outro, o choque de suas auras. Night em forma de anel no dedo de seu amado riu internamente.

    — Bom dia, meu pequeno.

    — Bom dia, pai.

    — Como você se sente?

    — Sinto o começo de um peso… talvez…

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