Capítulo 91 — Consumação da situação se torna meretriz.

Caminhando pelo chão de escuridão, uma mulher que trazia luz tocou o nada e então tudo se tornou vazio.

Como estrelas, um espaço, do céu eterno, um lindo astro. Diante de uma distorção espacial capaz de aniquilar até uma estrela, aquela linda mulher se virou com seu cabelo cor de vinho.

Atrás dela estava o mesmo oposto a qual tanto se afastou, ela tocou em sua alma, mas não havia toque de verdade.

— Nenhum futuro é tão cruel quanto ao que você já viveu… verá salvação nos olhos do não destinado a nascer. Encontrará casualidade e saberá quem irá trazer o tempo ao seu vazio, você quem foi privado da inocência por minha e exclusiva culpa.

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Na biblioteca, Night balançou suas pernas sentada em uma cadeira. Ela aguardou sabendo que em breve voltaria até seu amado. Entretanto, alguém adentrou a biblioteca.

Ao fechar da porta, aquela pessoa se aproximou da mesa e então se sentou de frente para a demônio.

Aquela leve mecha preta, seu cabelo curto revelaram ser Améli, que olhou para a garota e estendeu suas mãos sobre a mesa.

— Então você é a Night? — ela perguntou com um sorriso no rosto.

Algo como uma amizade não verdadeira condiz com a verdade daquela reunião entre as duas. Os livros da biblioteca, as estantes e suas prateleiras.

Alguns espaços separados não haviam manuscritos, a mesa era a mesma e ao céu da biblioteca o grande lustre que trazia a luz a tal ambiente.

Por que faltavam livros?

— Sim, Améli.

A empregada apoiou seus cotovelos e era visível o anel em seu dedo. — Como você está?

Memórias. — Estou bem… meu espadachim tem me dado bastante liberdade. — Sorriu.

— Liberdade?

— Atacar o Kevyn, sabe? Eu sei que ele falou sobre isso com você.

— Fala do Daniel?

Night fechou seus olhos e também apoiou seus cotovelos sobre a mesa. — Quem mais seria?

— Entendi.

A garota se levantou. As duas trocaram os olhares por mais uma vez e ali criou-se um respeito recíproco.

— Eu vou indo Améli, preciso cuidar do meu espadachim. — Sorriu e acenou para a mulher.

Surpresa, a mulher acenou de volta. — Ah… tudo bem, cuide dele quando eu não estiver por perto, por favor.

A espada chegou até a porta da biblioteca e então respondeu: — Nunca vou abandonar a alma dele. — Saiu.

Night chegou ao lado de fora e encarou o chão com seu rosto nublado. “Preciso ficar mais forte”, ela deu um passo à frente, ergueu o rosto e caminhou em direção ao quarto de seu amado.

“Nós compartilhamos do mesmo objetivo quando jovens, parecidos e invertidos, não é?”, das sombras Klei saiu pela parede, e parou na frente da garota.

— Seus olhos são lindos. — disse o homem.

A garota parou de frente para ele e respondeu: — Vê beleza na minha única maldição?

— Está maldição não funciona no meu garoto, então por que não veria? — Sorriu.

— Kukukuku! Você é idêntico a ele. — A demônio riu e cruzou seus braços.

— Hohohoho! E você é idêntica a ela. — Do rosto do vampiro seus lábios formaram um sorriso em constante sofrimento.

— Não sei quem seria essa tal “ela”, mas agradeço o elogio.

— Não é ninguém que preocupe sua cabeça, mas me diga, quer ficar mais forte, não é? Recomendo você se afastar do meu garoto para fazer isso.

— Pensei que soubesse que não dá.

— Eu posso separar suas almas se quiser. — Do rosto de Klei uma face apática surgiu, e de seu olhar, uma vontade assassina a espada sentiu.

— Vou proteger meu espadachim como sua espada, então saiba que nunca faria isso.

Leveza foi vista do homem, que sorriu e passou por ela. De costas um para o outro, uma risada misturada com melancolia ecoou pelos corredores negros da mansão.

Klei então levou sua mão até o peito e disse:

— Proteger? Haha… você tem o maior potencial que eu já vi, não me decepcione. — O homem então começou a caminhar para longe e aos poucos desapareceu na escuridão.

Do outro lado, vinha Astéria que acabara de sair do quarto de seu filho. Ela olhou para a garota e acenou com seus braços cruzados.

Night se aproximou com o rosto emburrado e reclamou:

— Senhora Astéria, você não poderia arrumar um casamento arranjado para mim?

Surpresa, a mulher perguntou: — E por que eu faria isso? Você sabe que pode pedir ele em namoro, né?

— HEIN?! Ei! Isso não é legal, sabia? Você me dando toda essa liberdade… — Night corou e desviou o olhar com aquela afirmação.

Uma leve risada veio da imperadora, que apenas a deu um sermão: — Você deveria parar toda essa sua vergonha, a alma de vocês é ligada e eu não quero me preocupar com os outros países e seus pedidos de casamento arranjado.

— Hm… eu também preciso conversar com você sobre uma certa coisa…

Um olhar triste veio da demônio. Astéria então tocou suas costas e começou a levá-la até o campo.

Após alguns passos, Night então franziu os lábios e após um pouco de esforço, conseguiu falar:

— Senhora Astéria, eu pretendo fazer seu filho se declarar para a princesa, eu sei que ela vai recusar seu pedido. Com isso eu vou torná-lo meu, mas existe um outro problema.

Vendo toda a manipulação envolvida, a mulher sorriu e disse: — Mas a princesa não é seu único problema, né? Aquela tal “Aya”, que ele diz. Está preocupada dele querer um harém?

— Oh! Você deduziu isso tudo muito rápido, mas não consigo ver uma forma de conter essa vontade, caso exista. Meio que dragões reais tendem a ter esse costume, não é? Algo cultural, mas principalmente porque as esposas protegem o rei, é isso?

— Não, os dragões não tem essa coisa de fora que as mulheres devem proteger seus maridos, ou tem que conquistá-los. O mundo quase inteiro viveu em uma matriarquia, menos alguns estados de Black-tail, Impel-sister antes da Kelly chegar ao poder e Seyfu, então meio difícil ver algo do tipo quando quase o mundo inteiro foi dominado por mulheres.

— Não vejo sentido nisso.

— Lembre-se que no passado os homens apenas serviam como soldados para as mulheres ficarem em suas casas. Milhares morrem todos os anos, mas ainda assim os mais fortes da história ainda eram homens.

Nós vivemos em uma sociedade igualitária, mas atualmente a única diferença que existe entre nós são as nossas raças. Mesmo assim existiram e existem mulheres de imensa importância, como minha mãe, eu, a Kelly de impel-sister, Notherite da máfia Ride, e mestre da guilda principal e entre outros.

— Por que tá me dando uma aula de história, eu já sei disso!

— Calma, eu ainda não cheguei em Seyfu e porque os dragões não tem esse costume de matriarquia. — Astéria riu e elas enfim chegaram no grande campo.

Night virou a cara. — Esses seus monólogos dão cansaço à mente.

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1 mês se passou, Kevyn voltou para Lycky após passar o domingo com sua mãe e as empregadas. De volta, ele treinou com sua companheira e obrigou ela passar seu tempo com Aycity e, com seu primeiro salário dado por Daniel ( 300§ ), ele pôde gastá-lo quase inteiro com as duas, já que a demônio obviamente viria junto.

5 meses se passaram, Night e o príncipe começaram a ficar mais íntimos, mesmo que já fossem, o garoto pareceu dar a ela mais do que só liberdade.

— Ei, Kevyn… — disse Night sentada em cima do príncipe enquanto ele fazia flexões. — O que você acha da princesa?

Desde do sermão, Kelly tem sido mais casual com o menino. Não aparentava ter muita mudança para Kevyn, mas fato que ela existia.

— Não sinto mais aquela proximidade de irmãos, ela tem se afastado disso. — falou o garoto, que desviou o olhar.

— Hm… já pensou em pedir ela em namoro? Sabe? Às vezes ela tá gostando de você, mas não consegue admitir e tá se afastando aos poucos, por que não faz isso para não perdê-la?

Um turbilhão passou pela mente do menino, ele estava passando tanto tempo com Night e Aycity. “E̵̼͘ȕ̸̼̙ ̷͚̓g̴̙̳̀ȏ̵̦̱s̵̫̱͊ẗ̶̝̭́ö̴̢́̕ ̴͚͂d̷͈̟͝è̵̺̟ ̶̮̂v̷͉͙̀o̶̜͌̑c̸͕̞̃̚ế̸͉̚!̷̧̦̒ ̶̬͋C̶͕̬̄õ̸̧m̴̙͙̌̏o̷̰͂́ ̶͇̐́v̵̳͂ö̶̦̜́ć̸̦̯ḛ̵̂̏ͅ ̸̡̋m̶̦̘̌e̶͇͉͐̀ ̷͈͚̍͑f̶̗̀̈a̶͖̅ĺ̵̲͈a̶̱͋ ̴̙̝̈́̕i̷̼͓̎̀s̶͓͐s̵̩͔͗o̴͍̳̔͋?̵̺͙̌!̴̣̿ ̴̣͂Ṕ̵͜a̷͉̬͗r̴̼̼̐͊e̶̜̎͠c̷̝̾̔e̴̫͔̓ ̴͍͖͂q̶̩̈́̈́ų̸̤̓e̵̖̗̎ ̵̗̓͝n̷͓͚͝ã̷̞̻̄ỏ̴̧̋ ̷͎̫̈́̔t̷͖͌e̴̤͊͗m̴͉͍̎̾ ̴̭̣̒n̶̳͘o̶̤̍̑ç̶͚̳͘ã̴̪̗̍͘ő̸͍̈́,̴̩̍ ̸̲͇͐s̸̛̘u̷̺͙͌a̸͎͓͌ ̷͙͌̾ț̸̡̓̀o̴̪͒l̸̥̽ǎ̸͚̎!̶̥͓̆ ̴̖̿͝Ḿ̴̖̐e̴̱͐̊s̶̞̬͘m̷̟̰̒̚ō̴̠ ̵̼̳̾͂a̷͇̭͌s̶̩̥̐͒š̷͙̭i̵̤͈͆m̸̨̖̃̔.̵͚͝ͅ.̷̖̏ ̷̟̪͒ ̵̳̗̓̄à̶͈ ̵̥̩͑̐A̶̪̫͑y̴̧̾̌c̵̢̰̅̂ï̶͙̥̕t̵̯̩͗̂y̴̪̝̌̑ ̸̭̕t̶͎̏á̵̺̘̌m̴͖̗͗͠b̴̺̺̔é̴̝͙͆̾ṁ̷͍ ̸̫̦͘m̶͕͆ē̴̖̜ ̷̣͕̽ć̵̱h̷̤͚̆å̷͉̈m̷͚͋ạ̵̳̀̊ ̸͍̓ả̵̦̿ ̸͓̤̀a̸͓̎t̴̢̊e̶̝͂n̵̈́ͅḉ̵̹͓ã̷̘́o̵̼̬͌.̸̫̍̓.̴̲̔͜.̴̯͈͒ ̶͛ͅṁ̸̢̯̆ā̴̺̓s̸̫̺̑.̷̯̒͂.̸̫̀͊.̴̰̮͛͑ ̷̼̫̃̀Ȩ̶͇̇ḷ̴̈̔ȁ̶͔ ̵̨̺̆̔s̸̱̤̆e̵̬̦̅ ̶͙̯͂a̷̬̩̅́f̶̘͆a̷̪͇̓s̴̗̩̓̓t̷͊̅͜á̶͔͒r̶̝̈́̀.̸͉̑ ̴͓͕͒̆Ñ̸̢̝ã̷̪̠̔o̵̦͝!̷̧̽ ̷̫͌Ỉ̸̪͍̋s̶͕͘s̵̝͂̏ó̶̼̟͌ ̵̣͙͋̓é̵̤̉ ̸̺̼͝t̵͎̄ã̴̻͗͂ȏ̶̱̇ ̷̞̦͝d̴͔̣́ì̴̹̼f̷͚̏í̴͎̦̀̈́ċ̶͚̲i̸̗̾l̷͓͎͆.̶̧̮̍̀.̸̰͌”, pensou, parou suas flexões e empurrou Night de suas costas com uma mão óssea.

— Ei!!!! Quantas vezes já disse pra você não falar em outra língua! — Ela voltou e empurrou ele pela grama.

Após deixá-la com raiva, Kevyn riu e esticou suas mãos para ela: — Por que eu precisaria da Kelly quando eu tenho você?

Naquele momento, o coração da demônio palpitou e ela recuou pondo a mão em seu peito. “Você não deveria estar me amando, seu idiota”, ela suspirou.

Vendo-a não aceitar seus braços, o príncipe avançou nela e a atacou, avançando-a e girando pela grama.

— Não me ignora!

— Eu não te ignorei! Ah! Para de girar!

O garoto soltou sua espada, que foi arremessada ao céu. Entretanto, caiu de pé sobre a grama verdejante e arrastou seu pé em meio ao chão. Mais uma vez os olhares dos dois se cruzaram e a garota então desviou o olhar.

— Não tente… você é fraco, Kevyn.

O jovem se levantou e, curvado, como uma besta, o príncipe levemente ergueu a cabeça e disse com suas pupilas dilatadas. — Ah… é?

— Já é a terceira vez que lutamos essa semana, entendo o desejo, mas isso é… complicado!

Kevyn ficou em sua postura normal, com uma leve arrogância ele jogou o cabelo para tapar seu olho esquerdo, tirou a lente de seu olho direito e disse:

— Quieta e venha me enfrentar. — Via um olhar triunfante, o vento fraco do campo virou uma tempestade pelo simples liberar da mana daquele que sempre a contém. Num instante avançou em uma velocidade excedente e tentou um soco no máximo de sua agilidade em sua parceira.

Por mais de tudo, Night se animou ao vê-lo tão arrogante e agarrou o soco dele apenas com uma de suas mãos. — Tolo, esqueceu de que sou mais forte que você?

Ao som do solo se rachando, os dois pararam e então o príncipe começou a rir enquanto caia nos braços de sua espada.

Ela o segurou sem entender, mas ele apenas continuou rindo. “Night, você me diverte tanto! Olhe para você, tão forte hehe”, pensou o garoto que fechou seus olhos e escorou sua cabeça no peito de sua parceira.

— Você têm estado bem esquisito…

— Estou o mesmo, veja bem — de maneira leve disse e acariciou as costas de Night.

— Hm…

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Sete meses se passaram e Kevyn e Night se manteriam treinando como sempre. Em dado momento, a demônio conseguiu convencer a princesa a fazer algo que faria o garoto voltar com seu pensamento.

Confuso com seus sentimentos, o príncipe refletiu sobre a questão de pedir Kelly em namoro assim como sua espada falou, mas um pequeno custo viria com isso.

O jovem começou a recuar um pouco de Aycity e até mesmo da própria espada, ele gosta delas, mas tudo parecia muito esquisito.

No mês seguinte ele já havia pensando o suficiente sobre o assunto e com a influência de Night, era iminente seu pedido de namoro.

Entretanto, com a ajuda de Daniel e até Astéria, que veio para ajudá-lo a treinar com a espada uma vez ou outra, ele chegou em uma conclusão não muito sensitiva.

Passaram 14 meses desde então, finalmente dado o aniversário da princesa de Lycky. No início do dia quatro do mês três de 13.029, Kevyn estava se arrumando para viajar de barco com Daniel pela manhã.

Em seu quarto, ele encarou-se no espelho e pensou: “Quero ver a Aycity… Aya, não sei se o que estou fazendo é certo, espero que sim”.