Capítulo 94 — Batalha dos mais fortes.
No momento em que a explosão ocorreu, Daniel criou uma barreira forte o suficiente para defender a garota e o príncipe. Entretanto, quando a bomba acabou, Kevyn passou pela barreira com Kind e correu em direção ao castelo o mais rápido que pôde.
O homem arregalou seus olhos e então gritou:
— Kevyn!! O que pensa estar fazendo!!!! — Sem resposta, o elfo continuou: — merda, Night vamos!
Para não queimar seus pés e até os da demônio, o ferreiro criou plataformas mágicas e correu por elas. Ainda incrédula, após ouvir a voz de seu mestre, Night deu um leve pulinho e correu logo atrás dele.
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— Pelo visto, começou… — De cabelos loiros e um enorme cachecol, um homem com um avião destruído atrás de si disse. Ele então estalou o pescoço e continuou, ao mesmo tempo que cruzava seus braços: — Irmão querido, estou chegando.
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Kevyn então chegou no castelo, viu Aradam, Améli e… ninguém mais? Ele olhou em volta e viu poucas pessoas, os líderes mundiais sumiram? Pessoas feridas e algumas outras sendo aos poucos consumidas pela morte.
As duas empregadas estavam procurando por aqueles debaixo dos destroços do castelo e, ao perceber que nem Mouth, nem Nef e… nem Kelly estavam entre os feridos, ele começou a respirar mais fundo.
Impotente, como sempre.
O príncipe correu até Améli e puxou sua capa. Desesperado, ele começou a hiperventilar.
— Améli! Cadê os residentes do castelo?!
Assustada, a mulher não sabia o porquê de seu filho estar ali, mas, mantendo seriedade, respondeu: — Mouth e Nef… estão mortos.
Kevyn arregalou seus olhos em pavor, mas ainda havia esperança. O garoto correu para os destroços e começou a jogar os pedregulhos para longe com suas mãos. Desesperado, sua respiração oscilou, hiperventilar o fez enfraquecer.
“Ela não pode estar morta! Ela não pode estar morta!
Ela não pode estar morta! Ela não pode estar morta! Ela não pode estar morta! Ela não pode estar morta! Ela não pode estar morta! Ela não pode estar morta!
Ela não pode estar morta! Ela não pode estar morta!
Ela não pode estar morta! Ela não pode estar morta!”, ele pensou, e pensou e pensou, sua cabeça um turbilhão, suas mãos sangrando e cortadas pelas pedras pegas de mal jeito e seu coração batendo tão forte que iria parar se forçasse mais.
Night chegou até o local em pouco tempo, viu-o desesperado e tentou acalmá-lo: “Kevyn! Por favor!”, ela se aproximou, mas Améli interrompeu. Novamente sem entender, ela deu um passo atrás e sentiu um pouco de ciúmes em sua cabeça. Se a princesa estivesse morta, tudo seria mais fácil.
Entretanto, ela também não queria que ela morresse. Ver Kevyn tão nervoso trazia um medo dele não conseguir se recuperar no futuro.
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De frente um para o outro, as folhas das árvores voavam conforme a briza. Com um enorme sorriso, o homem de sobretudo cor de vinho riu e puxou sua espada de sua própria sombra, enquanto do outro lado, uma mulher de heterocromia tirou sua lâmina da inexistência.
— Você planejou tudo isso, não é?
— Astériazinha, Astériazinha… isso não é monótono demais?
— Apenas vamos acabar com isso, eu prometi te matar, esqueceu?
Klei sorriu. — Você é? Promessas não valem de nada quando se está envolto na escuridão.
De maneira Itinerante, Astéria ergueu seu braço e mirou um peteleco na direção do homem.
A energia no ar canalizou e, das nuvens geladas ao céu, o chão um raio partiu. Do outro lado, o vampiro moveu sua palma na direção da mulher e então a escuridão difundiu o que era luz e o que era escuridão.
Na frente da rainha dragão, uma massa imaginária de energia se formou, com a junção do azul, reversão, vermelho, convergência, inerente, esse é o roxo, capaz de desintegrar a mente, pedaço, átomo.
Na palma de Klei, a escuridão concentrou-se, à volta as cores se reverteram, ou melhor, perderam suas sombras, mesmo ainda as tendo, como um lapso, a mais pura umbra virou uma massa imaginária, mas o efeito é diferente.

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Após tanto procurar, de baixo de duas enormes pedras, Kevyn retirou uma delas e finalmente achou Kelly. Através da sua manipulação de água, o garoto rapidamente a curou por inteira.
— Kevyn!! — Com lágrimas nos olhos, ela sorriu.
— Que bom que você está bem!!!
— Kevyn…
O garoto então percebeu o sangue na barriga dela, a segunda pedra… mais da metade do corpo da princesa foi esmagado e estava morrendo aos poucos.
Sem salvação.
O príncipe empurrou a pedra que a esmagou e, ao ver o corpo dela separado, esmagado, quebrado, chocou-o o bastante para arregalar seus olhos em decadência.
— Quê?

O pior choque da realidade que teve em sua vida até então, chorar não adiantaria, então tentou e continuou a curá-la.
— Não! Você não vai morrer! Eu vou te curar, eu vou!
A garota percebeu estar sem seus braços, ao mesmo tempo, um último abraço? Ela sabia que não tinha mais salvação, o que faria? O que impediria? Era inútil.
— Por favor… não chora… — disse Kelly, que sorriu e continuou: — Eu estou aqui, tá bom? Eu… sempre vou estar aqui…
Inocentes lágrimas escorrem pelo rosto da princesa.
— Por favor, eu sei que é difícil, mas… eu sempre vou estar aqui com você, no seu coração, eu sempre, sempre vou estar com você, tá bom? Só… não chora.
Sem ao menos conseguir falar, Kevyn queria tanto dizer, seu coração não aguentou aquilo, ele acariciou a bochecha dela, enquanto abria a boca, mas nada dela saia, sua garganta presa, seu corpo lutando para dizer.
Entretanto, de maneira tranquila, Kelly inclinou a cabeça enquanto cuspia um pouco de sangue e disse, quase sufocando com o plasma coagulado em sua garganta:
— Kevyn, eu te amo, tá? Eu te amo, maninho… meu noivo… sinto muito em deixá-lo viúvo tão novo. — Ela riu, mas logo em seguida tossiu mais sangue.
Dos olhos do príncipe, enormes lágrimas caíram, ele lentamente abraçou sua noiva que, não pôde retribuir, não pode sequer acariciá-lo uma última vez.
— Eu também te amo, Kelly, por favor… por favor, não morre, fica comigo, aqui, do meu lado, por favor! — Mais uma vez a respiração do jovem ficou pesada, ele não conseguia curar de maneira alguma, usando o sangue, a água, os ossos, nada funcionou.
Soltando leves lágrimas, Kelly queria tanto poder abraçá-lo, por que aquilo precisava acontecer? Tão injusto. — Eu… tô morrendo… lembre-se da promessa, não esquece que eu sempre vou estar com você, tá bom? Lembra dos meus presentes, do presente do papai, lembra dos nossos momentos, quando a gente dormia juntos, quando íamos tomar milkshake, a gente é inseparável! Eu sempre vou estar com vo-…
…
…
…
Kelly?
…
…
…
…

“Kukuku, falha”, pensou, pensou.
“KuKuKuKu… HAHAHAHAAHAHAAHAHAHAH IDIOTA! IDIOTA! OLHE PARA VOCÊ, PATÉTICA!!!! HAHAAHAHAHAHAHAHAHAHAH!!!!!!!!!!!!!!!!”.
Atrás de Kevyn, Night olhou para a princesa morta com apatia, mas em sua mente era completamente diferente.
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