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    — Restrição, maldição do coração da morte.

    Uma onda de choque quebrou a neve e, em passos lentos, o filho mais velho de Kley lentamente caminhou, passo por passo, enquanto a poeira se instaurou.

    — Por que está fazendo isso? — perguntou o pai do garoto.

    — Você estragou a vida do meu irmão. — O braço robótico de Gabriel se transformou em uma gigantesca espada. Ele ergueu-a ao céu e continuou: — não merece viver!

    Em instantes, o garoto avançou e, de cima para baixo, tentou um corte, mas o homem parou com somente um dedo.

    Outra onda de choque, o chão debaixo do vampiro foi obliterado e no mesmo instante, em meio aos cacos da terra, ele deu um soco extremamente rápido na barriga de seu filho.

    Sem conseguir respirar, o lorde estalou seus dedos e o chão virou lava. Surpreso, Kley deslizou e recuou com um mortal digno de ginástica olímpica antes de tudo ser tomado.

    Gabriel voltou a avançar, trancando sua respiração e preparando um corte horizontal. Mais uma vez o homem defendeu, mas dessa vez, em meio ao ar, o próprio desviou, seus pés fora do chão deram liberdade para seu filho o jogar para longe.

    O vampiro então tocou a superfície e a neve formou-se em poeira. Lá estava o garoto mais uma vez e, atrás dele, lâminas de vento. Assim atacou, seu pai defendeu, o pegou pelo cachecol e o usou como escudo, acertando-o com as próprias lâminas de vácuo.

    — Ahr! — Gabriel cuspiu sangue.

    — Não seja tão arrogante.

    Kley então jogou seu filho para longe e criou uma árvore de escuridão, fazendo-o bater com tudo.

    Mais sangue saiu de sua boca, mas ficando de pé, o garoto limpou seu rosto, transformou seu braço mais uma vez e então, como um trem, vapor saiu de sua boca.

    — Você parece cansado — disse Kley.

    — Nem comecei, apenas enxergue.

    O homem deu um passo para trás e seu filho chegou em sua frente com seu punho de ferro vindo na mesma hora, então, o vampiro desviou, pegou o braço e deu um chute no peito do garoto com toda a sua força.

    Gabriel então é arremessado e, agora, sem mais seu braço metálico, Kley o segurou com sua mão. Com extrema dor em seu peito, o garoto levantou de maneira fraca e encarou seu pai.

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    As pupilas draconianas do príncipe que perdeu sua amada viraram frias, assim como as de sua mãe. O jovem dragão se aproximou de sua mãe, ferida, sangrando.

    Ele ergueu sua mão para ela e… sua cura era tão ineficiente quanto sua vida. Sua espada caminhou até seu mestre morto e ela o encarou com compaixão.

    Kevyn puxou o vestido de sua progenitora bem de leve e então perguntou:

    — Mãe… por que isso tudo tá acontecendo?

    Astéria olhou para seu filho e ver a morte nos olhos dele trouxe uma dor extrema em seu coração. — Vai ficar tudo bem, a mamãe vai fazer o possível para te pro-

    O garoto interrompeu: — Não minta, não como fazia antes. Eu sei que não consegue.

    Vestida com o manto de Daniel, Night se aproximou dos dois e, apática, tocou o braço de seu amado, que o baixou.

    — Kevyn, Daniel me disse uma coisa que possamos fazer… quero me fundir a você. — A demônio entrelaçou seus dedos com os do garoto e seus olhos se encontraram com os dele.

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    Ofegou

    — Arf! Por que fez tudo isso?! Olha para você, antagonista da própria vida que está pronto para morrer! — disse o garoto loiro.

    — Eu sei que você está com medo, mas não se preocupe, eu nunca mataria um filho meu. — Klei tocou seu peito antes perfurado por Daniel e suspirou com pesar.

    — Tudo… não faz sentido… — Ofegante, os olhos de Gabriel oscilaram e quase se fecharam, mas voltando aos abri e logo em seguida… cair sobre o chão.

    Passo, por passo, um manto negro, cabelo branco, olhos de caveira… um garoto dragão demoníaco disse: — Descanse por enquanto, irmão. Porque agora será olho por olho, dente por dente, por esses olhos feitos em vingança. Para os humanos, veem um demônio, enquanto, para os demônios, veem em mim apenas um humano.

    Um ser pálido parou ao lado do seu dito irmão e, só de esticar sua mão até ele, todos seus ferimentos se restauraram. Olhar púrpura assassino, mas que brevemente se difundiu em um cintilante azul e laranja.

    Astéria, ao longe, pareceu não acreditar no que viu, testemunhar pela primeira vez o verdadeiro triunfo de uma espada viva.

    Pela primeira vez, alguém pôde sentir a mesma dor que Kevyn, loputon kipu¹ em seu braço, maldição que anestesiou, amaldiçoado para ser forte.

    Klei também pareceu surpreso, suas almas eram lindas como uma verdadeira união. Antes separadas por um fio, agora unidas pelo sangue.

    — Você se tornou um com sua lâmina, a única coisa que posso dizer é… 

    — Klei, como um portador do vazio, devo mostrar minha diferença de nível, vê minha presença? É difícil manter justiça quando o mundo está contra você, não é? — Kevyn ou Night disseram.

    Em silêncio, o vampiro ficou.

    O garoto de manto ergueu seu antebraço para ver sua mão e disse:

    — Agora entendo essa dor.

    — Quem é você? O que seria sua existência? Night? Kevyn? Devo melhorar, não é, Star? — O homem sorriu.

    — Quem sou? Eu sinto que algo quer que eu esqueça… Klei, a dicotomia da espada e do espadachim é falsa, o espadachim não pode matar sem sua arma, assim como a lâmina não pode matar sem ser empunhada. 

    A verdade é que os dois precisam um do outro, então… quem sou? Eu não sou nem uma espada, nem um espadachim… eu sou uma união. Então me chame de Knight. — A fusão olhou para o homem ainda com sua palma erguida, aquela mesma página que saiu de Daniel veio a cair e se grudar no grimório de Kevyn, e ele então continuou: — afinal, bem ou mal… o que faz mal? Dói em quem não sente dor e, cresce, cresce porque você tirou tudo de mim, de uma das minhas duas metades.

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    ¹Loputon Kipu — A maldição do braço de Kevyn.

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