Índice de Capítulo

    “Não podemos adiar mais isso, Sua Excelência.” (Weiss)

    Damien, que estava olhando para o tabuleiro de xadrez, levantou o olhar.

    “Me dá um tempo. Você ganhou os dois jogos, Weiss.”

    “Não estamos falando de xadrez, né?” (Weiss)

    Weiss apertou os dentes e baixou a voz. Seus olhos pareciam querer agarrar o chefe pelo pescoço, sentado na cabeceira da mesa.

    “O Conde Weiss está preocupado que o casamento de Sua Excelência demore demais.” (Nobre)

    Damien, que apoiava o queixo no encosto da cadeira com os braços cruzados, apenas piscou uma vez e não mexeu um músculo.

    “O que vocês querem com esse casamento?”

    “…” (Weiss)

    Com a pessoa em silêncio na cabeceira, os nobres e a alta burguesia que o seguiam começaram a falar um por um.

    “Sua Excelência, claro, deveria se casar por motivos práticos, certo?” (Nobre 1)

    “Se você considerar o nome dos Thisse, não existe família com a qual não possa se casar.” (Nobre 2)

    A maior contribuição para o sucesso da guerra e a restauração da paz no reino foi, de longe, da família Thisse. Uma guerra em que tanto pai quanto filho da família real participaram. Seu pai, William, teve uma morte gloriosa na guerra, e seu único filho, Damien, levou o país à vitória para que a morte do pai não fosse em vão.

    Com o status de Damien, que herdou o Ducado e assumiu o lugar do pai, aumentando cada vez mais, o consenso geral era que ele precisava estabelecer uma base estável através do casamento.

    “Sua Excelência, o Duque. Não fique calado. Por favor, diga alguma coisa.” (Weiss)

    Weiss não conseguia suportar o comportamento de Damien, que apenas olhava para o tabuleiro enquanto ouvia as palavras deles, e começou a se irritar. Como amigo íntimo de Damien, tendo treinado com ele desde os tempos na Academia Militar Real e atuado como suboficial durante a guerra, Weiss tinha um pouco mais de liberdade para lidar com Damien, ao contrário dos outros que seguravam a respiração e apenas observavam.

    “Você está me dizendo para me casar com alguém que eu nem tenho vontade de beijar, Weiss?”

    Um tom sarcástico finalmente saiu dos lábios de Damien. Weiss, já acostumado com o jeito que Damien falava, não se deu por vencido e respondeu sem hesitar.

    “Ah, meu Senhor, é tão romântico assim? Eu não sabia.” (Weiss)

    As sobrancelhas douradas e bem cuidadas de Damien se juntaram na testa.

    “Se eu vou estar numa cama para ter um herdeiro, não deveria ao menos gostar da pessoa?”

    Weiss suspirou suavemente. Depois levantou a mão e deu alguns tapinhas na própria testa. ‘Sua Excelência, por favor, tenha bom senso.’

    “O que Sua Excelência quer dizer é que não consegue dividir a cama com alguém que não ama, o que soa bem romântico para mim.” (Weiss)

    Damien olhou para Weiss com seus brilhantes olhos azuis.

    “Por favor, pare de falar de amor. Cada um tem seus próprios pensamentos sobre isso.”

    “Imagino que sim.” (Weiss)

    Weiss respondeu de forma brusca. Ele sabia melhor do que ninguém, dentre aqueles reunidos ali para coroar Damien como o próximo Rei, quem realmente estava nos pensamentos do Duque de Thisse, seu superior.

    Há muitos anos. Houve uma época em que a divisão liderada por Damien permaneceu brevemente num pequeno território no sudoeste do reino, antes de uma batalha com o Principado. Não ficaram por muito tempo, foram uns quinze dias, mas foi um período inesquecível porque, naquela época, Damien recebeu a notícia de que seu pai havia morrido em combate.

    Damien agiu com firmeza, como se já esperasse a morte do pai, mas não conseguia se sentir em paz. Devia estar determinado a destruir o Principado a qualquer custo. E outro motivo que acendeu seu coração foi a filha mais velha do Visconde, Chloe Verdier.

    “Você sabe como era a expressão no rosto dela quando me falou sobre a postura de um nobre com uma bengala quebrada diante de mim?”

    “Comandante, cuidado!” (Weiss)

    “Ela me encorajou a vencer a guerra, como se fosse uma devedora endemoniada. Ha ha!”

    Damien listou como a filha de um humilde Visconde foi tão ‘altiva’ com ele, mesmo numa situação tensa, com bombas explodindo e balas passando perto dos seus ouvidos. Por causa disso, Weiss memorizou cada detalhe do que aconteceu entre ela e Damien.

    “Você sabe o quão ousada foi a expressão no rosto dela quando disse que você ficaria feliz em envelhecer e morrer sozinha naquela propriedade do tamanho de um celeiro, Weiss?”

    “E o que você respondeu?” (Weiss)

    Enquanto ouvia a história, Weiss quase teve a orelha atingida por uma bala. Se Damien não tivesse empurrado seu corpo para baixo e rolado pelo chão de terra.

    Não demorou muito após a guerra para que Weiss percebesse os verdadeiros sentimentos de Damien. Um dia, enquanto esperava por Damien em seu escritório, Weiss viu uma pilha de documentos sobre a mesa.

    Em uma situação que não podia ser como antes da guerra, era natural reunir informações sobre nobres poderosos. No entanto, o que chamou a atenção de Weiss foi um pacote de documentos com um nome que ele tinha ouvido tantas vezes durante a guerra que não conseguia esquecer.

    “O que houve, Weiss? Você está com cara de quem viu um fantasma.”

    Damien, que abriu a porta e entrou, arqueou as sobrancelhas como se estivesse ofendido. Mas a pessoa que realmente precisava levantar a voz era o próprio Weiss. Ele não era muito perspicaz, mas também não era tão estúpido a ponto de não entender o que significavam as coisas que tinha lido com seus próprios olhos.

    Aos olhos de Weiss, isso era… uma armadilha da qual nunca se poderia escapar. A presa do Duque era uma mulher que lhe lembrava um cervo com a perna ferida.

    “Sua Excelência está planejando falir o território Verdier…” (Weiss)

    “De que besteira você está falando, Weiss?”

    Damien sorriu e perguntou de novo. Weiss, que ficou pasmo e quis entender o que estava acontecendo, respondeu como se fosse óbvio.

    “Não estou tentando arruinar, estou tentando conquistar.”

    Weiss. Nunca na vida tinha ouvido um sofisma como esse.

    “Sua Excelência, o que quer dizer com conquistar a senhorita Verdier? Está pensando em torná-la sua amante, talvez? Hm.” (Weiss)

    “Weiss, vou me casar com ela.”

    Weiss ficou tão surpreso que derramou o chá que estava bebendo na roupa, de forma bem desajeitada. Naquele momento, ele disse: “Se você a ama, não faça isso, simplesmente peça-a em casamento. Não há mulher neste país que recusaria uma proposta de casamento dos Thisse.” Então, Damien fez uma expressão como se tivesse bebido leite estragado.

    “Quem diabos ama quem?”

    Ele explicou sucintamente, cruzando as longas pernas. Disse que “decidiu” se casar com Chloe Verdier porque ela estava atualmente nas “melhores circunstâncias” para se casar com ele.

    Mesmo quando as bombas explodiam e as balas passavam por seus ouvidos, ele falava de Chloe e até completou uma investigação de antecedentes, algo completamente inútil.

    “Mas você está arruinando a família!” (Weiss)

    “O fracasso do investimento do Visconde Verdier é responsabilidade dele. Ninguém o empurrou para isso.”

    Pela que parecia ser a décima oitava vez naquele dia, Weiss tinha certeza de que Deus deu tudo a Damien, mas deliberadamente tirou uma coisa. Sua humanidade. Ah, se acrescentar o fato de que ele realmente não entende o que se passa em seu próprio coração, isso soma mais uma coisa que lhe falta.

    “Por acaso, Sua Excelência o Duque tem em mente alguma dama como companheira de casamento?” (Nobre 4)

    Weiss, que estava perdido em pensamentos, foi trazido de volta à realidade por um nobre. Cromwell, que tinha ficado em silêncio o tempo todo, finalmente falou, como se não aguentasse mais observar.

    “Sua Excelência. Já se passaram três meses desde que terminou a festa no Castelo das Rosas.” (Cromwell)

    O Castelo das Rosas, na capital Swann, pode ser considerado a mansão do Duque de Thisse, cuja sede fica no norte do reino. Os convidados ali eram apenas os nobres mais altos do reino. E Damien começou sua “caça” há três meses, enviando um convite ao humilde Visconde Verdier.

    Como ele parecia feliz ao carimbar pessoalmente o brasão da família no convite. Weiss pensou que Damien finalmente estava planejando tornar realidade o rumor que as revistas de fofocas mencionaram naquele dia (sobre ele passar uma noite quente com uma mulher com quem foi fotografado em uma festa).

    “Sim. Já se passaram três meses.”

    Damien soltou uma voz baixa, como se estivesse mastigando as palavras. Era possível ver claramente as veias azuis nas costas de sua mão enquanto ele passava os dedos pelo cabelo.

    “A família Verdier… não entrou em contato com ninguém?”

    Sua testa, que aparecia através do cabelo loiro bagunçado, estava franzida. Weiss tentou impedir, mas Cromwell decidiu que era a hora certa e o encurralou.

    “Encontrei Lady Alice da última vez e, no caminho de volta, sua irmã me ligou pessoalmente.” (Cromwell)

    “O quê?”

    O olhar de Damien para Cromwell era tão frio quanto uma lâmina.

    “Chloe Verdier, por que ela queria te ver?”

    Cromwell deu de ombros, sem entender por que Damien o interrogava com tanta dureza.

    “Ela me perguntou sutilmente sobre minhas intenções de casamento.” (Cromwell)

    “Me diga exatamente o que ela disse.”

    “Estou muito agradecida que o bom Conde trate Alice com tanta gentileza, mas me preocupa que a reputação do Conde possa ser prejudicada pela falta de ânimo de Alice.” (Cromwell)

    Uma risada escapou dos lábios tortos de Damien. Ele mordeu o interior da boca e passou a mão pelo queixo afiado.

    “Se você não vai pedi-la em casamento, saia do caminho logo.”

    “Ah… era uma forma educada de encorajar uma proposta de casamento.” (Cromwell)

    Damien escondeu o sorriso, sem nem olhar para Cromwell, que continuava a falar com uma voz envergonhada. ‘Que tipo de expressão será que Chloe Verdier fez? Não consigo nem imaginar.’ Damien engoliu em seco, sentindo sede.

    “Relaxa. Você não precisa mais se encontrar com Alice Verdier.”

    “Isso é verdade? Então fico aliviado.” (Cromwell)

    Cromwell soltou um suspiro profundo, parecendo encantado.

    “Sua Excelência deu ordens para envolver a moça em um escândalo… suponho que me incomodava fazer algo tão diabólico.” (Cromwell)

    Weiss deu um chute na perna dele por debaixo da mesa com a bota. Isso significava: tenha cuidado. Damien sorriu sem a menor culpa.

    “Digo isso porque acredito que, mesmo sem a sua ajuda, ela vai acabar se envolvendo em um escândalo por conta própria.”

    Damien finalmente levantou o corpo diante dos seus subordinados constrangidos.

    “Vocês vão saber do meu casamento antes que a estação mude. Então, por favor, parem de me importunar.”

    Um brilho de espanto cruzou os olhos de várias pessoas na sala.

    “Oh, parece que Sua Excelência o Duque já tem alguém em mente.” (Nobre 1)

    “Sim. Então, por favor, não critiquem quem eu escolher como Duquesa.”

    As expressões de todos na sala ficaram sérias.

    “Criticar? Não faríamos algo assim. Mas quem diabos é ela, Sua Excelência?” (Nobre 2)

    “Seria uma honra para qualquer família dar boas-vindas à companheira de Sua Excelência.” (Nobre 3)

    Em vez de responder, Damien apenas sorriu de leve. Ele tinha perdido a concentração na segunda partida de xadrez por causa da mulher que não saía da sua cabeça.

    “…”

    Ele até teve a ilusão de que ela estava rindo dele do outro lado do tabuleiro de xadrez. ‘O Duque perdeu…?’ Uma voz cautelosa perguntou, tentando esconder a alegria, como se estivesse sussurrando nos ouvidos dele.

    “Não. Não vou perder.”

    Os longos dedos de Damien, que se moviam para frente e para trás entre o cavalo e o bispo, finalmente pegaram o Rei. O Rei voou sobre o tabuleiro e derrubou o Rei branco. Weiss não conseguiu pensar em nada para dizer ao ver essa completa falta de controle diante dos seus olhos.

    “Preciso caçar para me animar. Todos que estão aqui, juntem-se ao entretenimento.”

    Quando Damien se levantou, Weiss de repente o encarou fixamente.

    “De repente… isso?” (Weiss)

    Foi estranho que a conversa tivesse terminado assim, sem nenhuma conclusão. Weiss tomou uma decisão firme. Se Damien tivesse sido rejeitado pela pessoa com quem queria se casar, ele deveria desistir logo e encontrar outra pessoa, em vez de ficar se distraindo com essa dor de amor.

    “Sua Excelência, isso não é algo que se resolve à força.” (Weiss)

    ‘É lamentável que tenha sido rejeitado antes mesmo de começar algo, mas a separação…’ Weiss estava pensando que as feridas causadas por aquela mulher deveriam ser superadas com um novo amor.

    “Weiss. Acho melhor você pular essa caçada.”

    “Oi? Por quê? Qual o motivo?” (Weiss)

    “Você está me atrapalhando.”

    Damien olhou para os outros com uma expressão um pouco mais relaxada.

    “Todos, exceto Weiss, irão caçar na propriedade Verdier. Partimos amanhã. Reúnam-se todos aqui.”

    Weiss arregalou os olhos e soltou um longo suspiro. Ele sabia que não havia como o Duque desistir facilmente. No fim das contas, Damien estava dizendo que iria agir por conta própria. Ficou claro que a paciência dele tinha chegado ao limite, já que, durante três meses, não tinha recebido nenhuma carta da pessoa por quem estava apaixonado.

    E no dia seguinte, dez carruagens carregadas com os melhores e mais frescos ingredientes e produtos do reino foram preparadas. A sudoeste do Palácio Swanton, à frente do grupo que partia para a propriedade Verdier, Damien cavalgava, vestido com um traje elegante como um pavão em cortejo.

    Seu coração batia mais rápido que o som dos cascos dos cavalos.

    ‘Estou indo para você agora.’

    Além daquela montanha, estava o território Verdier. O aroma das flores se misturava ao vento quente. Damien apertou as mãos nas rédeas. Se sentia mais animado do que com o doce perfume das rosas de Swann, que parecia mexer com a cabeça das pessoas, e ele gostava disso.

    ‘Três meses.’

    Damien se segurou por muito tempo. Ainda sentia sede ao pensar na festa para a qual tinha convidado Chloe. Foi uma pena que não pudessem dançar na frente de todos, mas o passeio juntos no Jardim das Rosas, procurando pela irmã dela, foi bastante agradável.

    Quando ele se lembra do leve cheiro de pele que vinha da nuca do pescoço fino dela enquanto andavam de braços dados, seu corpo ainda reage.

    Ele queria segurá-la pela cintura e beijar seu pescoço, atrás das orelhas e onde estava seu pulso. Porque ele queria saber como o coração dela reagiria.

    Sua testa redonda, as bochechas e o cabelo caindo pelo pescoço e ombros despertavam o lado sádico dele. A imagem de Johannes, com aquele olhar enquanto colocava a mão no delicado ombro de Chloe Verdier como se fosse algo natural, surgiu na mente de Damien, e ele franziu o nariz ao lembrar dessa cena desagradável.

    Mesmo agora, ele sentia uma febre subir ao pensar em Johannes ousando tocar o que era dele. Damien era completamente meritocrático, e Johannes estava muito abaixo do que ele esperava. Embora fosse bom imaginar a derrota cruel de um membro desonroso da família real e tomar o lugar dele, Damien se sentia estranhamente incomodado ao pensar em Chloe ajoelhada no chão de terra coberto de pétalas de rosa.

    Ela pedia perdão com as palavras, mas a força em seus olhos não era a de uma derrotada. Isso o excitava ainda mais.

    “Chloe, por que você faz tudo isso?”

    “…”

    “Onde está a nobre dama que mantinha a cabeça erguida, mesmo diante dos insultos e humilhações que recebia? Não é do seu feitio desistir da vida e se agarrar aos meus pés.”

    Ele queria que ela desabasse e que um choro amargo saísse da sua boca. Na verdade, essa realidade era tão pesada e tediosa que ele esperava que ela se ferisse. A família estava à beira da falência, e o pai estava com dificuldades por não ter nenhuma capacidade. Se ela tivesse dito que queria deixar para trás a irmã que se comportava como uma peste, ele não teria se importado com o que acontecesse com a irmã; Damien teria estendido a mão para ela.

    ‘Eu posso te salvar. Serei sua salvação, então olhe para mim com esses seus olhos fortes e calorosos.’

    Ele precisava de uma mulher assim ao seu lado. Era um fato de que ele estava convencido centenas de vezes enquanto lutava entre a vida e a morte durante a guerra. Chloe Verdier era a companheira perfeita que ele havia escolhido.

    “Me desculpe, Duque.” (Chloe)

    Mas as palavras que saíram da boca de Chloe foram diferentes do que ele esperava. Chloe pediu perdão e estava disposta a sacrificar sua vida por aquela ridícula família.

    “Então, você não se importa com o que acontece com sua vida?”

    “… minha felicidade é ver as pessoas que amo felizes.” (Chloe)

    Os cabelos de Damien se agitavam selvagemente com o vento enquanto ele cavalgava. Naquele momento, ele sentiu como se tivesse voltado à propriedade Verdier, anos atrás. De manhã cedo, quando o crepúsculo coloria o céu, a mulher que falava com confiança, sem evitar seus olhos, não havia mudado em nada.

    “E você está disposta a fazer qualquer coisa para conseguir isso?”

    E a sensação no corpo dele que o fazia querer abraçá-la e fazer algo intenso.

    “Se estiver ao meu alcance, sim.” (Chloe)

    Sinceramente, Damien queria fazer o mesmo que a irmã imprudente dela estava fazendo naquele exato momento. Ele queria empurrar Chloe para as roseiras que bagunçariam seus cabelos de forma estranha, e se os espinhos afiados a machucassem, ele teria estalado a língua e lambido suavemente as feridas dela.

    Mas seu último resquício de orgulho não permitiu, então ele apertou os molares e se afastou dela. Caso contrário, ele teria jogado toda a sua dignidade nobre ao vento e teria rolado com Chloe, que estava sentada no chão.

    ‘… deveria ter feito isso?’

    Damien se lembrou do momento em que estava esperando novamente por uma carta dela. Seus olhos se abriram bruscamente.

    Ele mostrou misericórdia suficiente a Chloe. Não a humilhou até o chão e até perdoou a irmã mais nova dela, que poderia não apenas ter sido enterrada pela sociedade, mas até mesmo presa pelo crime de convidar um homem para a residência privada do Duque. Mas o que veio à mente novamente foram três meses de total abandono.

    “Isso não combina com você, Chloe.”

    O castelo Verdier apareceu vagamente entre a poeira pálida. Chloe Verdier estava lá. Com olhos que não pareciam tremer, não importa o quanto ele tentasse. Em vez de fugir da fera selvagem que aparece diante dela, era como um cervo que dá um passo à frente em nome da manada, embora seja óbvio que será devorado.

    Enquanto Damien fazia seu cavalo correr, sua respiração ficou um pouco mais acelerada.

    De acordo com o que ele investigou até agora sobre seus oponentes, Chloe Verdier tinha, no mínimo, uma personalidade que distinguia claramente entre a vida pública e a privada. O olhar dela ao falar sobre os deveres de um nobre não era falso, o que significava que ela não tinha a audácia de deixar de agradecer por seus sentimentos pessoais.

    Será que ele cometeu um erro de julgamento? Será que Chloe Verdier é incapaz de distinguir o público do privado?

    Damien, que estava pensando nisso, de repente franziu a testa. Isso aconteceu porque uma possibilidade que ele havia negado até agora de repente passou por sua mente.

    ‘Não me diga que Chloe Verdier não gosta de mim!’

    Ela não tinha como saber o que ele fez para conquistá-la. Porque Damien não era do tipo que cometia erros. No entanto, é verdade que o primeiro encontro deles foi um tanto impressionante, o que poderia ter gerado antipatia por parte dela.

    Damien, que nunca havia sido rejeitado por ninguém antes, ficou em choque, mas não por muito tempo.

    “E daí, Chloe?”

    Os lábios bem formados se alongaram. Ele ouviu que a irmã mais nova dela, Alice, parecia estar em um relacionamento amoroso perigoso e que expressava seu desagrado sempre que se encontrava com Cromwell. Acima de tudo, Alice Verdier não era o tipo de pessoa que fazia algo que não gostava.

    Ao pensar no rosto incrivelmente cauteloso dela, o que dificultava acreditar que havia nascido com uma irmã mais nova tão impulsiva, Damien voltou a ter mais confiança no casamento.

    Se ele estendesse a mão em uma situação como essa, na qual ela não conseguia avançar e o precipício se estendia atrás dela, até Chloe Verdier aceitaria. Os olhos dela, que prometiam fazer qualquer coisa por sua família, não eram apenas marcantes, mas sinceros.

    “Sua Excelência está propondo casamento sinceramente. Quer essa dama agora, exatamente como ela é.” (Weiss)

    Weiss disse que os sentimentos dele eram amor. Mas os sentimentos de Damien não podiam ser comparados a algo assim. Ele não acreditava em sentimentos que eram simplesmente calorosos, que poderiam transbordar facilmente e depois esfriar.

    Em vez disso, ele acreditava em tudo o que havia conquistado.

    “Quer ser Duquesa, haha?”

    Damien repetiu isso para si mesmo, soltando um suspiro sem refinamento.

    “Vou colocar em suas mãos tudo o que conquistei e tudo o que conquistarei no futuro.”

    Sua proposta era sincera, e Damien estava confiante de que ela não seria rejeitada. Desde o momento em que a conheceu, ele assumiu cada situação que poderia acontecer. Não havia opção de ela recusá-lo. Porque ele eliminou e destruiu toda a possibilidade de recusa com antecedência.

    ‘Todo o esforço que você colocar se tornará a pedra angular do grande castelo que construirei.’

    ‘Estou te fazendo uma oferta que você não pode recusar, Chloe.’

    ‘Agora estou indo até você.’

    Em cima do cavalo, o pescoço de Damien se agitava ferozmente.

    Era o cortejo de um homem que não percebia que o amor já havia começado a nascer em seu coração.

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