Capítulo 32: Ryoko

“Quem é você? É impossível que seja membro da CCG!”, exclamou Touka, seus olhos ficando frios e vigilantes, qualquer movimento suspeito vindo da parte de Lucian e ela imediatamente ativaria sua kagune

“Quem sou eu? Boa pergunta, mas você está preparada para obter a resposta?”, perguntou Lucian, seus olhos profundos pareciam olhar no fundo da alma de Touka.

Bem, isso era em grande parte bobagem… pelos menos na opinião de Lucian.

Apesar de que, no mundo de Tokyo Ghoul não existem demônios, então a chegada de um rei demônio seria uma grande surpresa.

“Pare de bobagem e diga logo!” A voz de Touka se elevou, de forma igualada à sua raiva.

“Quanta impaciência, você não é nada fofa. Porém, sem mais delongas, apresento-me formalmente: eu sou o grandioso Lucian, o magnífico rei demônio!” Fazendo sua familiar saudação, se apresentou de forma pomposa.

Primeiro passo quando uma apresentação vai ser feita é garantir a atenção do público, e agora que todos estavam prestando atenção nele ele iria começar seu show.

Essa forma pomposa de se apresentar e suas palavras altivas, contendo um grande número de elogios a si mesmo, possuem o objetivo de fazer a outra parte baixar a guarda.

… Com certeza não era porque Lucian desejava satisfazer seu chuunibyou e agir um pouco como o Tsukiyama.

“Voltando ao assunto anterior, você sabe que a Anteiku não poderá protegê-la, assim lhe restam duas opções: conseguir se encobrir perfeitamente, o que é bem difícil, considerando que a CCG já pegou seu marido; e a segunda opção é obter a proteção de alguém suficientemente poderoso.”

Ignorando as expressões estranhas nos rostos dos funcionários da Anteiku, Lucian continuou seu discurso, dirigindo a palavra para Ryoko.

Ele sabia o que ela escolheria, afinal, neste mundo Ryoko dificilmente sobreviveria sozinha e anteriormente ela dependia completamente do marido para realizar a caça.

“…. Imagino que você conheça essa pessoa poderosa.” Mesmo ficando um momento sem palavras, Ryoko ainda foi capaz de ver aonde Lucian queria chegar.

“Correto!”

“E imagino que esse alguém seja você.” Ryoko prosseguiu.

“Correto outra vez!”  Lucian aplaudiu.

“Infelizmente não há prémio.” Ele concluiu, um pouco desanimado.

“Mas não entendo o porquê você faria isso”, disse Ryoko, sua hesitação claramente exibida em seu rosto.

Não fazia sentido que uma pessoa que era desconhecida até pouco tempo se oferecesse para ajudá-las de forma tão simples assim.

Como diz o ditado: quando a esmola é muita, até o santo desconfia.

E muitas vezes é justamente o almoço grátis que sai caro.

“Adivinhe, poderia eu ter visto algum potencial oculto na jovem Hinami ou talvez eu tenha ficado encantado pelo charme de uma bela viúva, indo mais além teria eu me encantado com o charme jovial de sua filha? Pode ser que eu tenha simpatizado de alguma forma ou que tenha planos terrivelmente obscuros.”

“… Alguma opinião Hinami?” Ouvindo a Lucian falar, Ryoko novamente foi deixada sem palavras, ela sentia que esse homem talvez fosse louco como muitos outros.

Mas ela sabia que sem a ajuda de alguém, ela e sua filha acabariam sofrendo muito, então, para tomar a decisão final, ela simplesmente pediu a opinião de Hinami.

Hinami observou Lucian atentamente antes de dizer: “Sinto que ele não nos fará mal.”

Ou seja, Hinami estava de acordo.

“Mas, onii-chan, você realmente é um demônio?”, ela perguntou curiosamente, seus olhos brilhantes possuindo a incrível habilidade de derreter o coração de Lucian.

“Sim.” Lucian assentiu.

“Então é por isso que seu cheiro é tão diferente?”

“Creio que sim, mas ser capaz de dizer isso só pelo meu cheiro realmente é incrível.” Lucian elogiou, na obra de Tokyo Ghoul Hinami conseguia localizar uma pessoa em um grande prédio lotado através da audição.

Seu olfato foi capaz de sentir o cheiro do pai dela, mesmo que ele já tivesse sido transformado em um quinque, e seus olhos conseguiam acompanhar com precisão movimentos de alta velocidade a grandes distâncias.

“Há algo mais que você consiga dizer?”

Ouvindo essa pergunta, Hinami se aproximou e fungou Lucian.

“… Recentemente você matou um ghoul… e antes disso teve contato próximo com pelo menos quatro mulheres diferentes.”

Hinami descreveu, suas palavras fazendo as expressões daqueles presentes mudarem de forma significativa.

Seja por ele ter matado um ghoul recentemente ou pelo contato próximo com pelo menos quatro mulheres.

“Então é um canalha?” Desprezo apareceu no rosto de Touka, seu tom ainda mais agressivo que antes.

“T-talvez não seja isso, podem ser apenas amigos…” Ao lado, Kaneki tentou apaziguá-la, ele não gostava da violência e naturalmente não queria brigas no café.

“Não, Kaneki-kun, e essas mulheres não são minhas amigas, são o meu harém.” Lucian o parou, erguendo o polegar, seu sorriso era amplo.

“Harém!?!” Ao ouvir essas palavras, a surpresa apareceu no rosto de Ryoko, Touka e Kaneki.

Essas palavras implicavam que todas as mulheres se conheciam, algo que é muito mais difícil do que sair com elas escondido.

Comparativamente, Hinami apenas olhava de forma um pouco confusa. Mesmo sendo uma adolescente, ela vivia relativamente isolada, por causa disso ela não sabia muitas coisas.

“Sim, quatro lindas mulheres e em breve aumentarei o número do meu harém”, disse Lucian, orgulho transparecendo em suas palavras.

Ele estava se referindo a Nakime, que logo também se tornaria uma de suas esposas. A dinâmica do relacionamento entre eles era um pouco estranha… alguns diriam que todos os relacionamentos de Lucian são estranhos…

É uma simples companhia, ela tocava biwa e ele escutava, e de alguma forma, ambos gradualmente se afeiçoaram.

Porém, nos ouvidos de Ryoko tais palavras caíram de forma diferente.

‘Ele se ofereceu para nos ajudar… junto das palavras mais cedo… então esse era o propósito’, ela pensou, corando conforme seus pensamentos se complicaram.

Claro, os outros presentes não chegaram a fazer tal ligação.

“Então, todas se conhecem e concordam com isso?”, Kaneki perguntou, querendo confirmar o que tinha ouvido.

“Exato!”

E tendo uma confirmação, Kaneki pôde apenas sentir inveja e suspirar o quão injusto o mundo é.

Ele só tinha convidado uma mulher para um encontro, e ela queria comê-lo, enquanto isso, outros já tinham quatro namoradas.

“Voltando ao assunto, eu as protegerei da melhor forma possível.” Ajustando a postura e mudando de assunto, Lucian garantiu para Ryoko e Hinami.

“Bem, para não atrapalhar a agenda de vocês eu já vou indo”, disse ele, andando em direção à porta.

“Você não tinha vindo falar com o gerente?”, perguntou Touka.

“Acho que ele já entendeu a mensagem.”

Touka assentiu, mesmo que ela não entendesse, poderia apenas aceitar isso, mas então, olhando para a mesa onde Lucian estava sentado, ela percebeu algo.

“Eii! Você não pagou!”

“Bota na minha conta”, Lucian falou, antes de acelerar subitamente e desaparecer.

“Maldito caloteiro!” Touka praguejou.

…….

Como alguém de outro mundo, Lucian simplesmente não tinha dinheiro falido no mundo de Tokyo Ghoul, e ele não poderia pagar um cappuccino com ouro.

Sim, ouro era a única forma de “moeda” nas mãos de Lucian.

‘Agora que o castelo do infinito terminou de ser liberado, posso entrar novamente nele.’ E então Lucian desapareceu, viajando para dentro do castelo.

Olhando em volta, ele viu que todos estavam congelados, como se parados no tempo.

Mas isso durou apenas um momento, como todo mundo voltando ao normal rapidamente.

“… Já chegamos?”, perguntou Mitsuri, olhando confusa para Lucian, ela não havia sentido nada.

“Já, na verdade fazem algumas horas, vocês não perceberam nada?” Lucian analisou os rostos de suas mulheres.

Afinal, ele não sabia que efeitos a viagem entre mundos poderia causar para outros indivíduos.

“Não… é como se nós apenas tivéssemos piscado os olhos.” Shinobu tentou descrever.

“Hmm… isso deve ser por causa de uma dilatação temporal.”