Capítulo 36: Células RC

“As células rc são bem agressivas na mudança do corpo.” Lucian anotou em seu caderninho mental.

Existe… ou pelo menos existirá a teoria de que os ghouls surgiram devido a um evento semelhante a dragon.

Supondo que essa teoria esteja correta, pode-se deduzir que a mudança no paladar ocorreu para estimular a predação e a obtenção de um número maior de células rc.

O acentuado aumento na agressividade do comportamento dos indivíduos ao ficarem com fome pode ser visto, também sendo um indicador da influência das células rc.

Além de que os confrontos que elas causam acabam gerando ferimentos e a regeneração deles acaba promovendo a distribuição das células rc.

Pode ser presumido que este é o instinto dessas células – Multiplicar e Espalhar.

Então, Lucian continuou analisando o objeto em suas mãos, um kakuhou, que havia sido retirado do corpo de um ghoul a pouco tempo.

“Considerando que ‘não existe’ o sobrenatural neste mundo, um órgão que se expande nessa escala e ainda possui tanta força é realmente fascinante.”

Basicamente um origami de células, que é capaz de dobrar para encolher e vice versa.

‘Considerando a natureza biologica delas eu devo ser capaz de usar minha vitalidade para gerar um grande número, pelos menos trazendo equivalência com meu blood power…’

  Pensou Lucian, sentindo seu BP de 1.004.

‘Acho que neste mundo serei capaz de aumentar meu BP até 3000.’

Mesmo que boa parte dos ghouls não sejam tão fortes, existe algo que atua como o ápice deste mundo.

Algo que está muito além do que os outros são capazes, possuindo uma força muito além e regeneração capaz de superar até mesmo a de um demônio.

Algo que é capaz de alastrar por quilômetros e estar presente em todos os distritos ao mesmo tempo, também sendo capaz de gerar vida.

Este ser é o DRAGON.

Apesar que a sua inconsciência durante a obra o fez incapaz de realmente exercer seu poder.

E mesmo neste estado ainda foi capaz de causar grande problemas para o Japão.

Deixando esses pensamentos de lado, Lucian abriu a boca e colocou o kakuhou, que ainda escorria sangue, dentro dela.

  Não se preocupando em mastigar aquele saco de células duro e intragável, ele logo engoliu e começou a assimilar em seu corpo.

Depois ele simplesmente ficou deitado, o luar batia em seu corpo e a leve brisa soprava seus cabelos.

Sentindo a células que, impulsionadas por uma gigantesca vitalidade, se multiplicavam e se espalhavam por todo o seu corpo em uma velocidade assustadora e após atingir um certo nível, correram em direção a parte de trás de sua cintura, juntando-se e formando um novo órgão.

Um que existe justamente para armazenar as novas células que seu corpo havia gerado, também sendo o mesmo órgão que ele havia comido minutos atrás.

Comparado com quaisquer mudanças pela qual ele havia passado anteriormente, esta havia sido a mais rápida, simples e fácil.

Até porque, desta vez seu DNA não havia sido alterado e mesmo que as células rc acabassem por modificar o DNA, isso seria feito de forma gradual e ‘natural’.

Não da forma brusca e forçada na qual a transformação em demônio acontece.

“… A única mudança que pode ser notada no momento é a dureza da pele, apenas o que está dentro do esperado.” Lucian atestou após tentar perfurar sua palma.

Caso ele colocasse maior força ele poderia ter perfurado, porém anteriormente sua pele seria cortada muito mais facilmente.

‘Acredito que para o acionamento da kagune ainda falta um grande número de células, porém em poucas horas devo ser capaz de obter o necessário.’

Afinal, a cada segundo novas células eram criadas e esse processo poderia continuar de forma constante.

“Começarei destruindo a Aogiri tree, entre as organizações que acabariam sendo um obstáculo ela é a mais fraca, ao mesmo tempo que será a melhor fonte de nutrientes;

A seguir, seria a CCG, grande e problemática, porém após a assimilação da Aogiri tree, tornaria-se consideravelmente mais fácil destruí-la, mesmo que a família Washuu seja aqueles que a dominam;

Depois a V, como aquela mais complexa e escondida, sem dúvidas seria a mais difícil, mas neste ponto eu provavelmente já estarei no nível de DRAGON…

Com as grandes organizações que seriam um grande obstáculo destruídas, será fácil dominar este mundo.”

Acho que já foi dito, porém o mundo de Tokyo Ghoul é muito adequado para ser usado como uma base: não existem seres anormais que parecem nascer com o singular objetivo de matar demônios; existe tecnologia moderna, o que poupa Lucian de fazer um grande esforço; e para finalizar, existem células rc, o que sem dúvidas é um grande suplemento para os demônios.

Após definir melhor seu objetivo e fazer um esboço de seu plano, Lucian levantou-se, sua determinação reafirmada ao olhar para a movimentada Tokyo.

“Relaxem, trarei ‘paz’ para todos vocês”, disse Lucian, antes de rir sinistramente.

Sentindo a aproximação de um momento otaku, Lucian não pode deixar de soltar uma risada maluca: “Vai ser um belo massacre!”

“Cough- como que eu engasguei!?! Cough- eu sou um demônio porra!”

Depois que o episódio de loucura de Lucian acabou, ele se recompôs e arrumou seu terno, deixando de lado todo o seu constrangimento anterior.

‘Sei que essa não é a primeira vez que isso acontece, mas nunca foi de forma tão exagerada antes…’

Deixando de lado esse fugaz pensamento, ele logo seguiu em frente, pulando de prédio em prédio.

Aumentar a força.

Juntar subordinados.

Destruir os inimigos.

Uma lista de tarefas bem simples e fácil de entender, o pior que poderia ocorrer na execução é a morte, então tudo estava bem relaxado.

Afinal, Lucian já havia sentido a morte antes.

Mas no momento, o mundo de Tokyo Ghoul dificilmente poderia causar sua real morte.

Simplesmente pela falta de qualquer pessoa ou toxina poderosa o suficiente para tal coisa.

‘Acho que a única coisa que poderia me aproximar da morte é uma explosão nuclear.’

Mas poderiam fazer uma explosão nuclear? Não.

É difícil controlar esse tipo de explosão e é simplesmente impossível que sacrifiquem todo mundo de Tokyo para matar Lucian.

Não importa quanto poder algum político possa ter, ele não é nada se não houver um “povo”.

“Porém os cientistas deste mundo são muito bons… estou ansioso para que eles criem um veneno anti-Lucian.” Um sorriso surgiu no rosto de Lucian ao imaginar isso.

Mesmo que isso possa parecer estranho, é um dos desejos dele.

Sem desafios cada vez maiores é difícil para ele conseguir evoluir, então ele vai controlar seus inimigos para que eles façam essa tarefa.