Capítulo 41: Sem Sinal
Levando Ryoko e Hinami para a Anteiku, Lucian logo se despediu, ignorando a relutância que ambas tiveram nessa separação.
Então ele seguiu seu caminho, retornando para o confortável ambiente do castelo infinito.
Ele teve que admitir que embora vertiginoso no começo, depois de se acostumar ao castelo infinito ficou mais do que confortável.
Uma casa que se adequa às necessidades de seus donos.
Esta é uma bela forma de descrever o castelo infinito, uma casa que possui tantos quartos quanto Lucian desejar e eles mudam o posicionamento conforme os caprichos de seu proprietário.
Sentindo vontade de relaxar, ele logo se sentou para tomar um pouco de chá e ouvir Nakime tocando biwa.
“Vejo que sua habilidade está tão boa quanto sempre.” Lucian elogiou, enquanto sentia o calor do chá se espalhando por todo o seu corpo, relaxando todos os seus músculos.
‘Chá de canela é muito bom. Agora continuar o planejamento.’
Originalmente ele não pretendia continuar pensando nessas coisas por enquanto, porém durante o acontecimento desse dia ele teve uma ideia.
Plantar um familiar espião no cadáver de Mado, possibilitando que ele se infiltre no CCG com certa antecedência.
O que ele havia visto enquanto estava em cima do prédio junto de Ryoko e Hinami foi a coleta do corpo de Mado.
Ele não se importava com o descarte do corpo de Mado, não importando qual acabasse sendo o fim desse cadáver, uma vez dentro da CCG, a infiltração estaria completa.
A seria a mais perfeita forma de infiltração – aquela em que nem mesmo é necessário se aproximar do alvo.
‘Quando o familiar estiver na base da CCG, farei com que ele se divida e se espalhe por todo o edifício, assim melhorando a furtividade e fornecendo um alcance de busca mais amplo.’
porém este sem dúvidas seria um método bem lento, considerando que os comandos e a energia teriam que ser entregues de forma “sem fio”.
Como todos sabem, conexões sem fio são mais lentas que conexões cabeadas.
“Além do fato de que eu vou precisar usar ‘repetidores de sinal’ para amplificar e retransmitir o sinal, garantindo o alcance necessário para a atuação do familiar.”
Já havia sido dito anteriormente que familiares não podem vivem caso fiquem muito longe daquele que os criou, claro, isso depende de muitos fatores:
A força daquele que criou os familiares;
A força, energia e tempo que foi utilizada na criação dos familiares em questão;
A estrutura do familiar, sim, faz total diferença no quanto um familiar pode viver. Para começar, um familiar de alta complexidade naturalmente precisa de mais recursos para manter-se vivo e portanto dura menos tempo.
Pois o familiar vive apenas do que recebeu de seu criador, sem a capacidade de se alimentar e obter nutrição como uma forma de vida completa poderia fazer.
Também é possível criar um familiar que requer poucos recursos ao mesmo tempo que estoca uma grande quantidade dos mesmos.
E foi exatamente esse tipo de familiar que Lucian criou para esta missão de infiltração – um ser simples, que não consegue fazer muito além de se mover rastejando.
Porém este ser simples é capaz de carregar uma grande quantidade de sangue em seu interior e posteriormente usá-la para se dividir.
Mas, infelizmente, o poder de combate e regeneração do mesmo se aproxima infinitamente de zero, provavelmente sendo incapaz de derrotar qualquer coisa que tenha o tamanho similar com o de um gato e podendo ser morto com uma pisada.
“Portanto devo montar uma rede que possa entregar energia para este familiar. Usarei outros familiares somente para este propósito – retransmitir a energia.”
Realizar um ataque direto seria bem mais rápido? Certamente, porém não seria tão divertido quanto esta forma, que mesmo sendo relativamente lenta, seria facilitaria muito o processo depois de completada.
Bem como facilitaria quaisquer tentativas futuras de infiltração em grandes organizações de base fixa.
“Me pergunto qual será a reação deles quando descobrirem que a base deles está inundada com inimigos.” Lucian zombou levemente, pensando na possível praga que estaria jogando sobre seus inimigos.
Enquanto Lucian estendia seus planos, seus pensamentos logo foram interrompidos.
“Por que você demorou tanto para voltar? Eu estava te esperando!” Mitsuri reclamou levemente enquanto se aproximava de Lucian.
“Surgiu algo inesperado.” A voz de Lucian continha um traço de desculpas.
“Mas e você? Se divertiu?”, ele perguntou em seguida.
“Sim! Essa tecnologia moderna é muito boa e eu vi todos os tipos de comida! Do mundo inteiro!”, ela respondeu, exclamando maravilhada enquanto se jogava no colo de Lucian.
Um sorriso apareceu no rosto de Lucian ao ver a alegria de Mitsuri: “É bom que tenha se divertido. E as outras como estão?”
“Hmm… Kie também ficou muito animada com as facilidades trazidas pela tecnologia. Shinobu ficou interessada nos avanços da medicina e química, bem como na biologia dos ghoul. Daki estava muito interessada em comer alguns ghoul ou coisa assim, então as duas arrastaram Kie junto com elas para atacar um covil ghoul.”
Ouvindo a explicação de Mitsuri, Lucian sentiu vontade de rir. Shinobu estava em busca de conhecimento para saciar seu espírito científico, enquanto Daki estava sendo levada por sua curiosidade.
‘E então ambas arrastaram a coitada da Kie junto.’
“Até mesmo consigo imaginar a cena hahaha.” Lucian não pode evitar e começou a rir ao imaginar uma cena cômica no melhor estilo de anime slice of life.
… Embora nem este mundo e nem o que elas iam fazer fosse algo que se encontraria em uma obra slice of life.
‘Espera, eu estou em um slice of life agora?’ Esse pensamento de repente surgiu na mente de Lucian.
Se é o que ele está vivendo, não importa o que seja, tecnicamente é um slice of life, certo?
Deixando este pensamento de lado, ele se voltou para Mitsuri e Nakime: “O transplante de kakuhou está pronto para ser realizado, querem ser as primeiras a receber uma kagune?”
“Queremos!” x2
Elas responderam, a animação era a mesma, embora houvesse um grande contraste no tom de suas palavras.
“Na verdade é um processo muito simples…” Ele tirou duas esferas vermelhas, “Vocês apenas precisam comer esta esfera.”
“Tão simples?”, perguntou Mitsuri, simplesmente jogando a esfera na boca e engolindo.
De repente Lucian sentiu vontade de dar um tapa na própria testa, e avisou: “Iniciar a fusão naturalmente é simples, porém o processo de fusão pode ser bem doloroso: com ossos se quebrando, músculos sofrendo contração e expansão descontroladas e claro, membros extras sendo projetados para fora do corpo.”
“Você não deveria dizer o aviso antes de entregar!?!” Mitsuri ficou exasperada ao ouvir a descrição de Lucian.
“E eu ia saber que você simplesmente jogaria na boca meio segundo depois de eu ter entregado ela?!” Lucian retrucou, expondo o descuido de Mitsuri.
“Pfff~” Nesta situação até mesmo a sempre séria e silenciosa Nakime, não conseguiu segurar o riso.
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