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    Claro, Lucian não iria dizer para elas que o Kaneki é o “protagonista”.

    Na verdade, nem ele tem certeza se essa posição realmente faz diferença, porém é melhor se manter cauteloso do que ter que remediar a situação futuramente.

    Então ele continuou sua vida cotidiana, cheia de relaxamento e devassidão alegria, desenvolvendo um pouco mais suas habilidades e aumentando a força de seus subordinados com kagunes.

    Claro, ele também continuou conversando com Ryoko, Hinami e Touka para cultivar a relação entre eles. Deve ser dito que ter salvo a dupla de mãe e filha fez Lucian ganhar uma grande quantidade de respeito dela.

    E assim, ele simplesmente passou dia após dia, esperando que algo grande finalmente acontecesse.

    Longe de Lucian e do castelo infinito… Ou perto? Não é possível responder a essa pergunta devido a problemas espaciais, mas não importa – Na anteiku, Kaneki finalmente havia começado a perceber que o poder é algo muito importante.

    Embora não tenha sido tão afetado quanto na obra original, saber que até mesmo ghouls tão gentis seriam caçados e eliminados ainda trouxe a ele a vontade de se fortalecer.

    Portanto, ele estava treinando com Touka e Yomo. Mas neste dia em específico finalmente aconteceu o que Lucian estava esperando, Kaneki seguiu Tsukiyama até o restaurante ghoul.

    ……………….

    Em uma construção semelhante a um coliseu, diversos indivíduos mascarados serviam como plateia, observando as poucas pessoas presentes na arena, e mesmo que seus rostos estivessem tampados, o quanto desejavam pelo massacre que estava prestes a ocorrer era palpável.

    “O que eu notei foi o seu aroma, por isso apresento a vocês.” Um ghoul com uma máscara de forma similar à uma lua minguante com um grande sorriso explicou, tentando justificar seus feitos e acalmar a crescente insatisfação que surgia em meio a plateia.

    Os ghouls são em sua maioria contra o canibalismo por uma simples razão – a carne de seus semalhantes possui um sabor péssimo, mas Tuskiyama havia trazido, um ghoul para este estabelecimente que preza pela sabor acima de tudo, portanto ele precisava se explicar.

    Então depois dessas palavras, ele lançou para a multidão um lenço com uma pequena mancha vermelha – o sangue de Kaneki.

    Alguns mascarados se adiantaram para capturar o lenço que caia lentamente, logo em seguida ficando perplexos pelo odor que nunca haviam experimentado anteriormente.

    “O que é isso?”

    “Esse cheiro é uma delícia!”

    “É um cheiro bem complexo.”

    “Sim. Apesar dele ser um ghoul… Ele exala um cheiro humano”, o ghoul de cabelos roxos e máscara de lua disse, lentamente ficando exasperado “Isso não os intriga?! Que gosto terá?! Um novo estímulo para nosso paladar e olfato! Eu até fiz com que ele se exercitasse e tomasse uma xícara de café, tenho certeza que sua carne será macia e aromática!”

    Logo suas palavras se tornaram mais e mais frenéticas, como se houvesse encontrado algo que havia procurado pela vida inteira. A multidão também se alegrava com tal ideia, ansiosos para provar essa carne de sabor desconhecido.

    Por outro lado, Kaneki percebeu sua situação: ‘Gourmet… Tsukiyama… Ir conversar comigo e me levar no café… Foi tudo uma armadilha? Eu não aprendi nada com o que aconteceu com a rize-san…’

    Uma sensação de desespero inundou sua mente ao ver a intenção de Tsukiyama Shuu – comê-lo.

    Os outros convidados, um homem e uma mulher, também tiveram uma reação semelhante ao ouvir as palavras do anfitrião, apesar que diferente de Kaneki, nenhum dos eram ghouls ou sabiam que haviam sido convidados por um ghoul.

    “Hehe… Que restaurante animado! Já ouvi falar de restaurantes semelhantes na França, a comida é incrível e ainda somos surpreendidos!” O homem ao lado de Kaneki disse, tentando se confortar, negando a situação de ser a comida em um restaurante ghoul.

    E mesmo que forcasse um sorriso em seu rosto, sua voz e corpo tremendo denunciavam o seu temor interno.

    Infelizmente para ele, o açougueiro achou que ele seria um bom parto de entrada e ao se aproximar, o agarrou, jogando-o no chão.

    Então o açougueiro colocou-se acima dele e começou seu trabalho, cortar a carne, portanto ele puxou um dos braços do homem e usou sua serra nele.

    “Ahh… Espera! Não pode ser! Espera… Wahh!” O homem se contorceu em dor e desespero, enquanto o gigante diante dele cortava seu braço pela raíz.

    “Serra… Serra… A música da serra…” O açougueiro cantarolou, completamente indiferente aos lamentos daquilo que não passava de ingrediente para ele.

    Então, após ter removido um braço, ele jogou para os convidados, apresentando-lhes um aperitivo, que foi recebido pelos mesmo com muita alegria.

    Como primeiro pedaço servido, ele retornou ao seu trabalho, terminando de esquartejar o homem que ainda se retorcia no chão.

    Com o primeiro aperitivo cortado, o açougueiro voltou-se para Kaneki e a mulher, enquanto alguns funcionários do restaurante se aproximavam para coletar o ingrediente e prepará-lo para ser servido.

     “Fique perto de mim! Irei nos tirar dessa situação!”, Kaneki disse para a mulher, demonstrando sua vontade de ajudá-la.

    Pena que nem todas as pessoas possuem um espírito tão nobre quanto ele.

    A mulher o chutou e com uma expressão que revelava o quão feia ela é por dentro, disse: “Se quer me ajudar, se torne uma distração e morra primeiro.”

    Logo após isso, ela virou-se, correndo na direção contrária, na esperança de sobreviver por mais tempo.

    Infelizmente, ela não era muito inteligente ou não prestou atenção nas palavras do anfitrião – Kaneki é o prato principal.

    E não se serve o prato principal antes dos aperitivos.

    Portanto o açougueiro moveu-se em direção à ela em passos largos, pronto para continuar realizando sua vocação.

    Depois de uma curta perseguição, ela foi capturada e colocada na chapa, causando a infelicidade de um grande número de pessoas.

    Da mulher, por ser pressionada em uma chapa quente, e dos convidados, pelo fato da comida não ter sido lavada antes.

    Enquanto isso, Kaneki apenas ficou atordoado, chocado com a traição daquela que ele desejou salvar, com a brutalidade do açougueiro e com a indiferença de todos os ghoul presentes.

    “Que idiota, ele poderia ter atacado quando o açougueiro estivesse ocupado matando algum desses dois infelizes!” Lucian não pôde deixar de comentar baixinho ao olhar para a cara de idiota de Kaneki.

    Sim, ele estava lá observando tudo desde o começo, inclusive comendo pipoca ao mesmo tempo, como se estivesse apenas assistindo um filme.

    Pena que o protagonista desse filme de terror não é tão esperto quanto poderia ser…’, suspirou Lucian, um pouco desapontado com tamanha ingenuidade e falta de ação, ‘tantas oportunidades perdidas.’

    Por outro lado, Kaneki se encontrava em uma situação ruim, apenas congelado, como se estivesse esperando que o açougueiro se aproximasse e o esquartejasse como faz com os outros.

    Mesmo que eu derrote o açougueiro, centenas de ghouls virão atrás de mim’, pensou ele, olhando para o gigante que se aproximava com uma serra.

    Felizmente, Kaneki ainda possuía uma certa capacidade de esquiva, e desviava-se habilmente dos golpes com serra do açougueiro.

    “Vai Taro-chan! Você consegue!”, gritou Madame A, incitando o açougueiro a agir.

    E o mesmo não a decepcionou e avançando com afinco, logo alcançou Kaneki, jogando-o no chão e então passando sua serra nele.

    Porém, serras comuns estão longe de serem capazes de ferir um ghoul, nem mesmo riscando a resistente pele dos indivíduos dessa espécie.

    Sem muito suspense a serra rompeu-se, dando um espaço para que Kaneki pudesse escapar.

    Mas a alegria dele não durou muito, encerrando-se no momento em que um quinque foi entregue para o açougueiro usar.

    Mesmo assim, Kaneki continuou a perseverar, desviando dos golpes, até finalmente encontrar uma brecha para contra atacar.

    Ele girou o braço do açougueiro, virando a junta do cotovelo para cima, e então deu uma joelhada na parte debaixo, quebrando o braço de seu perseguidor.

    “Colocando em prática o que aprendeu com os livros?! É esse quem você é!! Mas, infelizmente eu estou um passo à frente… No momento em que entrou neste baile seu destino foi colocado em minhas mãos..” Tsukiyama exaltou-se e proferiu sua admiração por Kaneki.

    Neste momento, Kaneki desequilibrou-se e foi atingido pelo quinque serra do açougueiro, sendo derrubado no chão.

    Junto disso o anfitrião explicou: “MM-san nos avisou para tomar todas as precauções possíveis. Embora muito mais lentamente, aqueles que não tomaram o café, inalaram um gás que inibe as capacidade motoras – em breve ele não será mais capaz de se manter em pé.”

    Ouvindo isso, Kaneki lembrou do corredor fechado por onde haviam passado, conectando os pontos um por um. Sua expressão tornou-se cada vez mais sombria.

    “Ahhhh!” Usando toda sua força ele arremessou o açougueiro longe e tentou se levantar, embora falhasse miseravelmente.

    Porém isso não foi completamente em vão, considerando que a revelação de seu kakugan solitário mudou completamente o jeito que as pessoas o viam.

    “Um olho? Eu pensava que eles não existissem”

    “Ghoul de um olho só!”

    “Rápido! Corte-o!” A multidão empolgou-se, cada vez mais ansiosos.

    ‘Uma raridade! Uma iguaria!’ Tsukiyama percebeu seu erro – trazer Kaneki para o restaurante – uma iguaria desse nível deveria ser apreciada apenas por ele.

    Então pulando de sua arquibancada, ele moveu rapidamente e apunhalou as costas do açougueiro antes de dizer: “Desculpem senhores e senhoras… Eu não sabia que ele era um ghoul de um olho, porém não pretendo arruinar o banquete de hoje… Que nos deliciarmos com o bichinho da madame A?”

    Ele sugeriu enquanto dilacerava o corpo de Taro, o açougueiro, imediatamente colocando-o em um estado de quase morte.

    “Não se preocupe madame A, eu darei um substituto que combine mais com a senhora” Após isso, Tsukiyama virou-se para Kaneki, e disse próximo ao ouvido dele: “Foi apenas uma brincadeirinha, não se preocupe com isso e apenas esqueça.”

    ………………

    Com o fim do banquete, o restaurante logo ficou vazio e de forma totalmente diferente da mórbida animação de antes, a atmosfera era simplesmente deprimente, como se refletisse os lamentos de todos os que haviam morrido naquele lugar.

    Sobrando apenas Tsukiyama, que estava selvagemente pensando em como preparar a mais magnífica das iguarias.

    E quando Tsukiyama menos esperava, uma figura surgiu, sentando-se na mesa de frente com ele.

    “Quem está me visitando a esta hora?”, perguntou ele, mantendo sua elegância apesar da surpresa que sentia em seu coração.

    “Eu sou Lucian e vim conversar um pouco com você…” A figura apresentou-se.

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