Capítulo 46: Torrezinha
“… Eu acho que ouvi lamentos de dor no quarto onde Kaneki está, algo aconteceu?”, hesitantemente perguntou Ryoko, como se temesse irritar Lucian com sua pergunta.
“Apenas fazendo um tratamento nele, a dor foi causada meramente pela overdose de vitalidade”, explicou Lucian. Ele havia refinado o sangue apenas o suficiente para que Kaneki não fosse transformado em um demônio, porém a grande e agressiva vitalidade ainda estava totalmente presente e se espalhando de forma desenfreada.
E tal quantidade de vitalidade acaba causando a divisão descontrolada de células, o que em organismos mais frágeis causa câncer. De fato, Kaneki ser metade ghoul foi a única coisa que impediu que ele acabasse tendo um tumor.
‘Embora eu não tenha colocado apenas vitalidade nele, hehe…’
“Para onde nós vamos ir agora onii-chan?” Hinami expressou suas dúvidas, desinteressada no assunto sobre Kaneki.
“Estamos indo para a minha linda residência, o castelo infinito!” Lucian sanou as dúvidas de sua pequena companheira, com seus braços amplamente abertos, fazendo uma pose extravagante o suficiente para ser digna da grandiosidade de seu castelo.
“Pfff Hahaha!” Tanto Hinami, quanto Ryoko não puderam deixar de rir ao verem essa exuberante apresentação, “Esse ‘castelo infinito’ é grande?”
“Sim, como o nome diz, é infinito. Você poderia andar por toda a sua vida sem nunca encontrar o ‘final’, possui corredores que são tão longos quanto centenas de quilômetros, outros tão curtos quanto um metro. E existem tantos cômodos quanto você puder contar”, contou Lucian, explicando a grandiosidade do castelo infinito de maneira fácil de entender.
É assim que o castelo infinito funciona, quanto mais você tenta se mover por ele, maior ele se torna.
Sendo semelhante a contar números – contanto que você tenha determinação o suficiente, acabará por chegar em um resultado gigantesco. Pois assim como N+1, para cada cômodo que alguém vê, um novo é criado.
“… Isso é algo possível?” Vendo que Lucian não estava brincando, Hinami ficou perplexa com a possibilidade da existência de tal coisa, ela pode ser jovem, mas ainda sabe como as coisas funcionam.
“As leis da física e a lógica comum não se aplicam aos demônios.” Ele sorriu ao ver as expressões de ambas misturadas com confusão e descrença, ‘Não posso fazer nada se expressões assim são tão interessante…”
Por conversarem enquanto caminhavam, não demoraram muito para entrar em um beco escuro e sem movimento.
“Pronto! Acho que será um bom lugar.”
“Um beco?” Nesse ponto, Ryoko até pensou que ela e sua filha estavam prestes a virar uma refeição, ‘Afinal, o mundo ghoul é cruel… o dos demônios também? Mas é melhor virar comida do que virar um quinque…’
Depois de tudo, ela aprendeu a esperar o pior das pessoas… embora ela não faça isso tão bem quanto deveria fazer.
“Sim, é hora da ‘magia’ acontecer”, ele respondeu e com um estalar de seus dedos, uma porta de correr feita de madeira apareceu.
“Vamos!” Lucian entrou pela porta.
Após hesitarem alguns segundos, Hinami e Ryoko também entraram, instantaneamente ficando maravilhadas com o que viam – um cenário que apenas apareceria em seus sonhos mais selvagens.
Construções e objetos que por si mesmos deveriam ser impossíveis – seja pela gravidade, resistência dos materiais e a impossibilidade de que humanos ou ghouls construíssem algo assim.
“É incrível, certo?”, ele as questionou, ao mesmo tempo gabando-se… da arquitetura?
“… Você tinha razão, demônios não podem ser julgados pela lógica comum.” Ryoko continuou olhando maravilhada, suas palavras revelando o quão chocada estava.
“Com o tempo vocês irão se acostumar. Nakime, prepare os quartos delas.”
Recebendo ordens, Nakime apenas assentiu e com o soar de seu biwa duas portas apareceram na frente delas. Por essas portas haviam quartos já mobiliados.
Decorados de forma mínima, porém totalmente pronto para o uso.
“Mais tarde eu irei conceder o acesso ao castelo infinito e criar uma ligação aos quartos de vocês, por enquanto precisam apenas entrar e começar a colocar as suas coisas”, Lucian disse, sinalizando que elas poderiam começar seus afazeres.
“Certo!” Hinami e Ryoko assentiram, antes de entrarem em uma porta cada.
“Vou deixar que você lide com o resto, ainda tenho coisas a fazer no mundo normal.” Lucian delegou uma última tarefa para Nakime, antes de se retirar do castelo.
Em um piscar de olhos ele apareceu no topo de um prédio, sentando-se, ele começou a preparar-se para a operação que faria naquela noite.
“Considerando usar ’10BP’ por criação demoníaca, meus 1020BP me garantiriam pelo menos 102 criações demoníacas… usar novecentos e noventa metros para evitar erro na ‘recepção e transmissão’… acho que mil quilômetros são suficientes por enquanto.” Ele calculou.
A diferença entre uma criação demoníaca e um familiar encontra-se principalmente na capacidade de agir. Um familiar é quase um ser vivo, sendo capaz de se mover e executar comandos simples.
Enquanto uma criação demoníaca é um objeto, assim como a Devil No.1, sendo incapazes de receber ordens, apenas realizando as limitadas funções para que foram criados.
Assim, também sendo muito mais baratos de fabricar e manter justamente pelo fato de serem totalmente inanimados.
“Apesar que eu ainda terei de colocar alguns familiares nesse sistema para que eles sirvam de ‘operadores’…”, lamentou Lucian, triste pelo trabalho que ainda teria que fazer.
“Ainda bem que eu já fiz o projeto das ‘torres’, agora é só iniciar a minha ‘linha de produção’.”
Afinal, a parte mais difícil costuma ser a parte de projetar, assim como um navio – pode ser inicialmente difícil projetar o primeiro, mas depois disso é fácil criar uma frota inteira, contanto que haja os recursos necessários para isso.
Porém deve-se ressaltar o crescimento em seus poderes desde que veio para este mundo, que foram exatamente vinte unidades de blood power.
“Considerando minha taxa de absorção de 90% eu teria que devorar pelo menos vinte e dois humanos, porém nesses poucos dias que eu apenas devorei alguns humanos e ghouls ocasionalmente obtive esse ganho. Na verdade, o simples fato dos humanos deste mundo possuírem células rc garante que o ganho obtido deles seja maior.”
“mil e vinte, menos um, multiplica por vinte, depois adiciona duzentos. Uma linda fórmula capaz de medir minha força, comprovado por mim mesmo, apesar que muitos outros não conseguem ter tanta eficiência na relação BP e força.” Lucian calculou.
“20.580kg.” 1
“Esse é um nível muito bom de força.”
Claro, Lucian ainda não estava nem perto de satisfeito, seu objetivo era se tornar forte o suficiente para se opor a mundos inteiros sozinho, mas isso ainda não passava de um sonho distante.
“Apesar de que quando eu me tornar ‘dragon’ com certeza me tornarei um perigo em nível de destruir cidades. Agora vou parar de enrolar.”
Então ele se posicionou, ossos misturados com músculos começaram a sair de suas costas, torcendo-se em uma pequena torre espiralada de um metro e meio.
Uma simples base quadrada para mantê-la em pé, um corpo espiralado no qual podiam ser vistas diversas veias que de vez em quando brilhavam com um tom carmesim e sua ponta parecia afiada o suficiente para perfurar o céu.
“Tenho certeza de que usarei isso para outras coisas futuramente.” Ele assentiu, apreciando a beleza de sua criação. Mesmo que pudesse ser raro, sem dúvidas haveria outra ocasião na qual a transmissão de sinais por uma longa distância seriam necessários.
“Isso é de certa forma similar aos bastões negros do Pain…”
- (BP(que é 1020 no caso)-1)x20+200=20580 | vocês que calculem no futuro hahaha[↩]
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