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    “Pronto, foi o último!” Lucian enxugou o suor imaginário que estava em sua testa, feliz que seu trabalho finalmente havia acabado.

    ‘Demônios não suam…’

    Foi um tanto demorado, mas lá estava, sua torre transmissora encravada noc concreto do prédio, pequenos tentáculos se espalhavam de forma similar a raízes, melhorando a fixação da torre no prédio.

    Além dessa, haviam outras noventa e nove, totalizando cem torres. Todas colocadas de forma estratégica para garantir alcance ao mesmo tempo em que evitava a perda de energia o máximo possível.

    “Isso foi cansativo, mal posso esperar pelo dia em que será possível realizar essa tarefa de transmissão através do castelo infinito”, ele suspirou, lamentando a dificuldade de planejar um plano infalível.

    ‘Espere, eu acho que chamar de plano infalível pode atrair carma negativo… vou chamar de plano sem falhas.’

    Então ele alegrou-se por sua genialidade, claro, sem trocar “r” por “l”.

    “Agora vou voltar para minha humilde residência e ter meu descanso.”

    Após soltar essas palavras, ele passou por uma porta e retornou para seu castelo, onde encontrou Ryoko e Hinami sentadas em volta de uma mesa de frente para Nakime.

    ‘Ainda não terminaram isso?’ Ele aproximou-se, “Há algum problema?”

    “Não”, Nakime respondeu calma.

    “Sim!” Porém Ryoko e Hinami tiveram uma reação completamente oposta, “Eu diria que a senhorita Nakime não é a mais adequada para realizar uma apresentação sobre os demônios.”

    “Por que não?”, Lucian perguntou confuso, até então ele estava certo de que com o tempo de experiência de Nakime explicar tais coisas seria fácil, juntamente ao fato de que ela apresenta as informações de forma direta e concisa.

    “As explicações dela são… curtas em demasia.” Ryoko hesitou, antes de finalmente utilizar um eufemismo sobre a situação, “Praticamente nada foi explicado até o momento.”

    Mesmo que não quisesse chegar reclamando logo de cara, ela ainda precisava dizer isso, se não acabaria ficando sem entender nada.

    “… Hmm… acho que faz sentido.” Lucian parou para refletir, “Talvez Nakime realmente seja concisa até demais, quase chegando ao ponto de não explicar nada que não foi perguntado.”

    “Bem… Castelo infinito, é uma dimensão infinita. Temos Kokushibo, Akaza, Gyuutaro e Daki como Luas Superiores e principal capacidade de combate, Nakime é a gerenciadora do castelo, por vezes também cuidando de questões logísticas. Mitsuri é poderosa e em breve será colocada como lua superior, Shinobu está na mesma situação, porém com o adendo de suas habilidades médicas. Pronto, acabou!”

    “Só isso?”, Ryoko perguntou, vendo que ainda faltavam muitas coisas. Quando se entra em uma organização costuma haver diversos procedimentos, regras, avisos, distribuição de deveres e talvez um treinamento.

    Porém tudo que tinham a apresentar era “aquela pessoa luta, aquela faz aquilo” e pronto?

    “O resto das coisas você pode aprender depois.”

    É, a administração está um pouco fraca, mas ninguém se importava com isso ou tinha a intenção de mudar qualquer coisa.

    “Deixando isso de lado, agora eu irei conectá-las aos seus quartos, isso permitirá que possam abrir uma porta para os mesmo sem necessidade de comunicar a Nakime.” Lucian mudou de assunto, continuando o que havia mencionado antes de sair.

    “Certo, por favor então.” Ryoko assentiu, tal coisa realmente seria de alta conveniência – ter uma chave, o que acaba concedendo a capacidade de transitar livremente.

    “Estendam a mão.” Ele pediu, então segurando a mão de Ryoko, seu sangue começou a fluir, saindo de seu corpo e penetrando no dela através de seus poros, antes de lentamente gravar um símbolo nos músculos e vasos sanguíneos dela.

    Sangue é importante para todas as criaturas, e serve como fonte de poder para os demônios. Portanto, sangue pode ser utilizado para transferir poderes, mesmo que seja uma parte completamente insignificante de tal poder.

    Conceder acesso para um único cômodo do castelo se encaixa nessa categoria de aplicação.

    “Doeu?”, ele perguntou para confirmar, afinal, esta era a primeira vez que tentava fazer isso em um ser que não fosse um demônio.

    “Apenas uma pequena queimação, mas por que um círculo?” Ela sinalizou que estava bem, antes de expressar sua curiosidade.

    “Ainda não pensei em um símbolo legal, então vai ser só um círculo por enquanto”, Lucian explicou enquanto também preparava uma chave para Hinami, ao mesmo tempo garantindo que não havia nenhum significado profundo no círculo que havia sido desenhado.

    Nem tudo precisa de um motivo lógico e razoável, ainda mais para um símbolo… ele só precisa ser suficientemente legal. Talvez essa seja a única real necessidade que um símbolo possui.

    “Tão casual assim?” Ryoko pareceu um pouco sem palavras ao ver o quão simplesmente ele estava tratando um assunto que para muitos seria de grande importância.

    “Ele é assim mesmo”, comentou Nakime.

    “Eficiente?” Lucian olhou para ela, buscando confirmar a qual qualidade ela se referia.

    “Não. Preguiçoso.” Ela imediatamente contrariou as expectativas dele, diversas cenas passando por sua mente, onde Lucian acabava por delegar mesmo as tarefas mais simples de serem feitas, e claro, todos obedeciam por ele ser o chefe.

    Embora Nakime não estivesse incomodada por isso, a verdade ainda era algo que precisava ser dito e ao contrário de seu chefe anterior, ela não morreria por dizer isso.

    ‘Tenho que aproveitar pelo menos um pouco dessa nova liberdade de expressão.’

    “Não vou discordar de você, inclusive vou lhe dar a tarefa de vigiar os movimentos das CCG e da Aogiri Tree.” Lucian sorriu, nenhum pouco incomodado em ser chamado de preguiçoso, muito pelo contrário, poder permanecer preguiçoso é algo que o alegra bastante.

    “Ryoko, Hinami, caso queiram receber treinamento é só falar com o Kokushibo, ele tem um ótima didática.”

    “Entendido.”

    “E agora que tudo está resolvido, eu vou ir dormir.” Mesmo que Lucian não precisasse mais dormir, ainda era uma atividade muito prazerosa – infelizmente, quando ele era humano não tinha tempo para dormir tanto quanto gostaria.

    O que pode ser considerado irônico, afinal, quando ele precisava dormir acabava não conseguindo e agora que ele não precisa, finalmente tem o tempo necessário para fazer isso.

    Deslocando-se para seu quarto, ele logo jogou-se sobre a cama e cobriu-se com sua coberta, sua cabeça afundava levemente no travesseiro, assim como seu corpo na cama e isso o proporcionava uma envolvente sensação macia e quentinha.

    Sua coberta parecia o doce abraço de uma de suas amadas, lentamente aquecendo-o até uma temperatura confortável. Mergulhando em sua preguiça, seus pensamentos lentamente se tornaram nebulosos e seus olhos ficaram pesados.

    E em pouco tempo, ele estava dormindo profundamente, obtendo o maior repouso possível.

    ………………

    “Isso que é desempenho, acho que bati o meu recorde!” Lucian comemorou, olhando para o relógio que marcava vinte e uma horas e alguns minutos.

    Provavelmente era a primeira vez que ele dormia tantas horas consecutivas, trazendo um tipo diferente de descanso para sua mente.1

    “Finalmente acordou?”, perguntou Daki, enquanto mudava levemente de posição para ficar mais confortável.

    “Sim, dormi maravilhosamente e você?”, ele disse, espreguiçando-se para esticar as juntas. Quanto ao porquê e quando Daki se juntou a ele, isso não importava muito.

    “Não dormi, apenas fiquei deitada e relaxei”, Daki respondeu, ao mesmo tempo oferecendo um abraço de “bom dia”.

    Apesar do conceito de dia e noite não se aplicar muito para aqueles que se encontram dentro do castelo infinito.

    “Bem, hora de sair para realizar meus afazeres.”

    1. não faça isso em casa, não vai dar bom[]

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