Capítulo 60: Banjou Aparece
Experiências fazem as pessoas amadurecerem, principalmente as experiências ruins.
Seguindo o credo de um certo personagem: “Conhecer a dor nos ajuda a crescer, a amadurecer. E crescer significa ser capaz de pensar e tomar suas próprias decisões.”
Quando uma pessoa sofre, ela percebe que “errou” e tenta consertar isso ou fazer de forma diferente, da forma “certa”. As criaturas possuem o instinto de evitar a dor e as pessoas possuem o instinto de buscar a maior quantidade possível de benefícios.
Um cachorro não morde uma cerca elétrica duas vezes… talvez morda, mas não é necessário se apegar aos menores detalhes.
‘Parece que pedir ao Tsukiyama para quebrar uma dezena de costelas não foi o suficiente… pelo menos o sangue que eu injetei nele vai fazer com as células rc aumentem em uma taxa um pouco mais rápida.’
Ele não estava muito interessado em esperar anos até Kaneki se transformar na dragon, então é necessário apressar esse processo, mesmo que ligeiramente.
Só os oggais que ainda estão em falta.
“… Isso ofendeu, acho que ofenderia qualquer um”, Kaneki disse, seu olhar demonstrando que estava um tanto sem palavras. Ser chamado de tolo e fraco é o oposto do que qualquer um iria querer.
“Mas ele está certo, o mundo é cruel e ignorar esse fato não impede que os outros lhe ataquem.” Touka também manifestou-se nesse momento. A fraqueza de Kaneki já a incomodava há muito tempo.
Deixando a conversa de lado, a cafeteria ainda estava aberta e precisava de alguém trabalhando, ou seja, Kaneki e Touka.
E quando o sol estava se pondo um cliente incomum apareceu, um que claramente não estava indo para a cafeteria com o objetivo de comer ou beber algo.
“Bem-vindo.” Kaneki recebeu esse cliente de forma um pouco hesitante, definitivamente graças a expressão do mesmo, uma cara fechada como se lhe devessem cem mil ienes e talvez a estranha barba em formato de círculo.
“O gerente da cafeteria está aqui?”, o homem barba de círculo perguntou.
“O gerente? Ele está fora agora.,.”, Kaneki respondeu.
“Se tem negócios a tratar aqui, te trarei uma xícara de café, senhor.” Touka interveio.
“Ah?!!” Ao ver Touka, a expressão do homem se encheu de choque, até mesmo um pouco de medo, porém olhando mais um pouco ele logo percebeu algo, “Oh… é uma garota…”
Claramente, ele havia confundido-a com outra pessoa, alguém muito semelhante, mas de gênero masculino.
“Hum… que tal se eu passar sua mensagem para o gerente?” Kaneki sugeriu, enquanto Touka continuou confusa com a reação do homem.
“Há algo que eu gostaria de saber, eu posso perguntar a vocês também. Conhecem Rize Kamishiro?”
Kaneki trocou olhares com Touka, querendo saber o que fazer a seguir e mais importante: se esse visitante era um investigador.
Touka convidou o homem a entrar em uma sala mais interna da cafeteria, onde realizaram um método simples, porém eficaz para confirmar a identidade dele – mostrar o kakugan.
“Eu sou Banjou, estive no décimo primeiro distrito com Rize.” Com sua identidade de ghoul confirmada, o homem se apresentou.
“Bem, então por que está procurando pela Rize?”
“Vocês a conhecem mesmo?!… Como eu pensava, ela veio para esta cafeteria.” Banjou alegrou-se ao ver que havia acertado. Um olhar de dúvida logo apareceu em seu rosto quando sentiu um cheiro familiar.
Até mesmo aproximando-se da fonte desse cheiro para que pudesse sentir melhor.
Por outro lado… ‘Tsukiyama fez o mesmo… por que todos os ghouls ficam me cheirando assim?’
“Por quê? Por que sinto o cheiro da Rize em você?”, Banjou perguntou em um tom desconfiado e um olhar ameaçador enquanto agarrava o colarinho de Kaneki.
“Calma aí, não seja violento aqui dentro!” Touka alertou, um pouco preocupada que Kaneki levasse uma surra novamente. De fato, na maioria das vezes que ela o viu, ele estava prestes a apanhar ou no processo de apanhar.
“Você é o namorado da Rize!?!”
Bem, a pergunta de Banjou quebrou toda a tensão que as pessoas estavam sentindo naquele momento.
“Ela é sua namorada?!”, ele novamente perguntou, erguendo seu punho desta vez. Sua posição, expressão e sua altura maior que a de Kaneki o fazia ser bem ameaçador.
“Ele é sempre assim?” Touka comunicava-se com os subordinados/amigos de Banjou, estranhando esse ghoul.
“Bem, geralmente…”
Durante esse curto diálogo, Kaneki não demorou mais que um segundo para derrubar Banjou no chão, facilmente fazendo-o desmaiar, pois diferente de sua aparência um tanto ameaçadora, ele na verdade é um amante da paz com zero poder de combate.
“Que barulho é esse?” Lucian levantou após ser acordado pelo som de Banjou caindo no chão.
‘Ah, é esse cara.’ Ele havia ficado esse tempo todo na Anteiku justamente esperando Banjou, a chegada dessa pessoa é quase um sinal para a chegada da Aogiri Tree.
Se não fosse por isso, haviam muitos outros lugares onde ele gostaria de dormir, lugares muito mais macios, quentinhos e confortáveis.
“Um cara que veio procurar a Rize acabou de cair”, Touka respondeu de forma simplista apontando para Banjou desmaiado no chão.
“Essa daí não vai acordar tão cedo, pelo menos você ficou um pouco mais forte Kaneki. Imagino que também já seja hora de eu ir embora.” Após ter confirmado o tempo, Lucian precisava sair.
Se ele estivesse na Anteiku quando o pessoal da Aogiri Tree chegasse seus planos seriam estragados, afinal, ele é poderoso o suficiente para impedir que Kaneki fosse levado.
E se ele impedisse isso, Kaneki não passaria por sua transformação mais importante. Mas se ele estivesse na Anteiku e não impedisse, seria difícil explicar de uma forma que não destruísse as relações diplomáticas que ele já havia construído.
“Entendo. Na verdade, não sei porque você veio até aqui para ficar dormindo.” Touka assentiu, não fazia sentido que Lucian permanecesse.
“Antes de sair, eu lhe darei o ‘pequeno Lucian’.” Então ele colocou sua mão no bolso e tirou uma versão miniaturizada dele e a entregou para Touka, “Dê um beijo nele e um sinal será instantaneamente transmitido para mim.”
“Eu não vou dar um beijo no ‘pequeno Lucian’, e duvido muito de suas intenções para o nome e o gatilho de ativação desse bonequinho.” Touka corou de vergonha ou talvez fosse raiva, talvez fossem ambos.
Mas de qualquer jeito, ela não beijaria “isso”.
“Ah, então pingar uma gota de sangue será o suficiente”, Lucian disse sem se importar muito, como prega o estoicismo, você nem sempre pode controlar o que acontece, mas pode controlar como reage.
Logo, ele escolheu não se sentir nenhum pouco envergonhado com isso.
De qualquer forma, o gatilho não importava muito e poderia ser facilmente mudado com um único comando vindo de Lucian, a única preferência é que não seja um gatilho comum o suficiente para que a ativação ocorra de forma acidental.
E diferente de suas torres de retransmissão, como sua miniatura não transmite o sinal de forma constante e sim de uma única vez, o custo de energia é praticamente nulo e uma pequena quantidade de sangue é mais do que suficiente para mantê-lo funcional.
Quanto à aparência… não tinha nenhum motivo especial para fazê-lo assim, apenas deu vontade.
Já tendo tudo feito, Lucian saiu da Anteiku, feliz que um pouco de movimento estivesse prestes a acontecer.
Sinceramente, ele até se sentia um pouco complicado ao pensar que quando havia algo para fazer, acabava sentindo preguiça.
E quando não há nada, deseja algo para fazer.
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