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    Alguns minutos atrás…

    “Fique parado bem aí.” Lucian segurou Kaneki que estava querendo avançar ansiosamente para o lugar onde Touka e Ayato lutavam.

    “Por que está me impedindo? Touka não conseguirá vencê-lo!”, Kaneki exclamou preocupado. Ele podia-se ver que ele estava muito agitado, um provável remanescente de sua luta contra Yamori, afinal, não é todo mundo que continuaria calmo depois de passar por tantas coisas.

    “Eles estão resolvendo problemas familiares. E eu dei uma forcinha para a Touka, então ela ficará bem.” Lucian aplicou pressão no ombro de Kaneki e o forçou a se sentar. “Coisas desse tipo devem ser feitas sem estranhos interferindo.”

    “… Tudo bem.” Embora relutante, Kaneki aceitou ficar sentado assistindo, mesmo que isso não impedisse a crescente ansiedade em seu semblante.

    Lucian então olhou atentamente para os cabelos brancos do nosso amiguinho meio ghoul: ‘Agora sim ele parece um protagonista.’

    “Entenda, muitas coisas tem um impacto totalmente diferente dependendo da pessoa que a disse. Faça o que ela está fazendo e não terá nenhuma impacto, mas quando é ela quem faz, a coisa é totalmente diferente. Assim como receber uma bronca de sua mãe e de uma desconhecida, obviamente, você irá dar muita mais atenção para o que sua mãe disse.” Ele continuou, dando sentido para a decisão que tomou.

    Bem, Kaneki deve ser alguém que entende de seguir os ensinamentos da mãe, afinal, teve que passar pelo Yamori para ter uma “pequena” mudança de opinião.

    “Entendo…”

    Então colocaram todo o foco em assistir à luta. Infelizmente, não foi nada muito emocionante de se ver, afinal, não passou da utilização inteligente de uma característica dos demônios para fadigar e subjugar o oponente.

    “… Essa é a ‘forcinha’ que você deu para ela??” Kaneki ficou pasmo ao ver Touka derrotando com extrema facilidade o inimigo que até então a superava em muito. Ele sabia que poderia derrotar Ayato, mas isso foi depois passar por um acidente, uma cirurgia de transplante e alguns dias de tortura.

    “Sim, uma pequena ajuda.” Lucian olhou enquanto os irmãos se abraçavam e as lágrimas escorriam por seus rostos. A cena era comovente, para dizer o mínimo. E claro, ele estava feliz por causar essa reconciliação, pois quando suas mulheres estão felizes, ele também fica.

    Embora Touka ainda não fosse… mas era só questão de tempo. E o sentimento já estava lá.

    Ele se levantou, pronto para ir ver um show diferente. “Você pode ficar aí, Kaneki. Yomo e os outros logo chegarão.”

    Kaneki assentiu, tão calmo que parecia estranho para quem havia acabado de passar por todos esses eventos. Talvez ter parado para assistir ao invés de lutar tenha freado a violência que estava queimando em seu coração.

    ‘Não que isso seja grande coisa.’ Lucian deu de ombros antes de desaparecer junto de uma leve brisa. Estava na hora de dar uma olhada no Kuzen agindo. Como o indivíduo mais poderoso que ele havia encontrando até agora, era obvio que ele estava curioso e mesmo conseguindo estimar a força da outra parte, isso não era muito preciso.

    “Se isso fosse uma novel de cultivo, até mesmo a tão ‘confiável’ medição de reinos falharia de formais mais do que miserável.” Lucian de repente riu enquanto se lembrava das novels onde se dizia haver uma grande lacuna entre reinos da cultivação, mas o protagonista derrotava com facilidade inimigos uns dez níveis acima.

    Em uma situação como essa, por que os números são valorizados?

    Infelizmente, ele tinha a sensação que tentar quantificar a força dele, de seus subordinados e dos inimigos apenas ficaria cada vez mais difícil. Não que isto seja muito necessário.

    ‘Não que meu método atual faça sentido.’

    Ele fez um pouso suave no telhado de outro edifício, rápido e silencioso como uma sombra, seu corpo se deformando e encolhendo em um pequeno canto logo em seguida. Ele não foi muito cuidadoso ao ver a batalha de Touka, mas o Kuzen é muito mais poderoso que ela e deve possuir uma percepção proporcional a esse poder.

    E não pense besteira, estamos falando de visão e audição aqui, não de sentido espiritual ou coisa assim.

    Lucian observou a intensa colisão ocorrer entra Kuzen e os investigadores da CCG, principalmente os dois usando arata, um quinque feito usando uma kakuja e para ser irônico com a situação atual, o kakuhou foi obtido do pai de Touka e Ayato.

    ‘Família azarada.’ Um suspiro ecoou em seu coração.

    E mesmo enfrentando ataques tão intensos, Kuzen reagia com tranquilidade, sua postura imponente não vacilou nem mesmo por um momento. À distância, seus projeteis que ele disparava era densos, rápidos e nítidos; em combate próximo, os apêndices que se estendiam de seus ombros serviam tanto para defesa quanto para ataque, lidando com os inimigos da forma mais simples que se poderia pensar.

    O que ocorria não era uma simples vantagem. Era uma total e completa superação. A CCG se esforçava para matar a Coruja, mas ele fazia o oposto, se esforçando para não matar ninguém.

    Quando a diferença de força é grande, matar e ferir gravemente se torna mais fácil do que apenas ferir um pouco. Resumindo, Kuzen está sendo gentil até demais ao não matar todos que estavam ali presentes.

    Claro, também pode ser que ele tenha considerado a possibilidade de uma matança em tal escala acabaria atraindo muita atenção e a possível perseguição de investigadores muito poderosos, como o Arima.

    De qualquer forma, ele estava se segurando ao máximo e disso Lucian podia ter certeza.

    A luta entre Touka e Ayato eram dois ghouls que não queriam machucar um ao outro, mas não conseguiriam matar nem se quisessem. A luta entre Kuzen e os investigadores era um ghoul tentando ao máximo não matar ninguém, mesmo com os humanos lutando de forma quase desesperada. Por isso a sensação de ver ambas as lutas era totalmente diferente.

    ‘Ah, me sinto de volta a infância assistindo anime.’ Exceto que tem uma imersão muito alta e ele tem poder de interferir. Quanto ao anime ser excessivamente violento… ele viu Tokyo Ghoul quando era criança, então já é tarde para reclamar disso. ‘Inclusive, o anime é uma merda. Só o mangá presta.’

    Um estrondo ecoou quando os dois usuários de arata atacaram, batendo contra os grandes apêndices que saiam do ombro de Kuzen. Ambos os lados pareciam equilibrados… pelo menos na superfície.

    Mas não era difícil perceber que os dois investigadores estavam a beira do colapso. Com um simples movimento, ambos foram afastados, e aproveitando ampla sua sabedoria, Kuzen falou algumas frases filosóficas antes de “fugir”.

    “Não deveria ser a gente fugindo?” Uma pergunta confusa ecoou na cabeça de todos os investigadores presentes. Por que o inimigo que estava em vantagem fugiria?

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